sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Internação de emergência

Na serra da Pedra Selada, caminho de Visconde de Mauá.

Voltando de Mauá, ontem, percebi o vazamento de óleo. Segui viagem até que a luz acendeu no painel na descida da serra. Parei na Capelinha, verifiquei a vareta, tava de assustar, só um meladinho do óleo na ponta. Uma hora depois apareceu o óleo necessário, muito mais caro que o normal, claro.

Fomos pela Dutra até perceber a fumaça branca pelo retrovisor. A coisa tava pior que eu esperava, bem que seu Manoel Elias me avisou, mas o serviço era pesado e caro, fui adiando até dar nisso. Gastamos cinco litros de óleo pra chegar em casa, já com a luzinha acesa de novo. Pelo caminho, ficou um fio de óleo marcando a rota, de Mauá até minha casa. O drama tava percebido.

Hoje levei ao médico, não dava pra resolver no ambulatório, decretada a internação. Ela fica lá até segunda de tarde. Vão ter que tirar o motor e trabalhar dentro do carter. Torre, retentores, flautas, tudo vai ser revisado, aproveitando que a cirurgia é complexa e profunda. Neste fim de semana, vou pra Santa Teresa de ônis. Pelo menos posso tomar umas cervejas por lá, não existe a assombração do bafômetro. Pena que não posso levar os ímãs.

Há pouco mais de um ano e meio não havia kombi, era tudo nas costas ou na bicicleta. Com os limites que isso acarreta. Na Celestina carrego muito mais e ainda não consegui chegar perto de completar sua capacidade. Mesmo assim, ela já faz parte da história. E das histórias.

No sul da Bahia, a caminho de Brumado, onde a promessa de ressarcimento das despesas não foi cumprida.

Em Barra Longa, caminho interrompido pelo veneno químico da samarco, na verdade vale, na tragédia planetária da maior bacia hidrográfica do sudeste. Que a mídia, hoje,minimiza chamando de "tragédia de Mariana", criminosa que é. O tempo já está trazendo as conseqüências, que estão só começando. Aí tem desgraça pra mais de século.

Ainda coletando dados sobre a calamidade ambiental, no caso aí próximo à foz, em Regência.

Em meio aos caminhões, Celestina dorme nos postos, sem se intimidar. Toda suja do barro tóxico, sinais de guerreira. Como Maria Clara, ela é pequena perto das carretas, mas destemida, valente, disposta. E não se intimida.

Celestina dá "pezinho" pro Kenny tirar fotos do crime das mineradoras.

Saindo de Ouro Preto na noite, ela não pôde subir até a casa de Douglas, que nos abrigava. Ficou num largo do caminho, mas tava em casa, antiguidade na antiguidade.

Em Porto Alegre, no Sarandi, a turma do Conceito Arte dá uma força no banho.

Pepe fotografa por trás, sem perceber seu próprio reflexo.

Já limpa, ela descansa das jornadas, na porta da casa que nos recebeu por uns dias.

Florianópolis, Monte Verde, em frente à casa que nos abrigou por lá em várias viagens, hospitalidade de Thiago Silveira.

Em Minas, uma parada pra mostrar em que direção nós viajamos pela vida.
Essa garibada vai preparar o motor pra viagem de setembro, ao sul, já com várias conversas marcadas, em várias exposições. Sinto que essa vai ser uma das melhores viagens, a melhor da Celestina. Vamos em cinco, ao que parece. Satya, Ravi, Roque, Maria Clara e eu. Vai caixa de som, guitarra e cajón (carrón).

Oremos pela saúde da Celestina.