Eduardo Marinho - 20122019
A guerra entre globo e record continua, subterrânea
nos acontecimentos divulgados pela mídia. Agora que o "perigo
vermelho" está fora dos cargos de governo, se pegam entre si os caçadores
de cabeças. Esse tal "perigo vermelho" não é perigo e muito
menos vermelho. Apenas sinalizava, entre as gerações sucessivas, um caminho de
instrução e conseqüente tomada de consciência, com peso nas estatísticas da
população daqui a muitas gerações, a terem continuidade suas políticas sociais.
Pensavam que podiam compor com os banqueiros, os
senhores da escravidão, da violência e da criminalidade mundial. Mas eles têm
laboratórios de pensamento, têm controle da informação, da mentalidade, da
instrução e foram informados que gente feita pra ser explorada não pode ter
instrução de verdade, porque põe em risco a escravidão e o domínio dos vampiros
sociais, ainda que leve algumas gerações. Avisaram os patrões, que tomaram suas
providências. Difamação, calúnia, indução, programação mental generalizada, controle
das comunicações, do jornalismo, das redes sociais acabam controlando as mentes
em quantidade suficiente pra chegar onde querem. A ignorância é a base, o ódio
o combustível.
Antes derrubaram e prenderam sem provas. Agora há
provas até demais, mas não se toma atitude, porque os poderes verdadeiros não
estão se importando muito com essas provas. É preciso ficar mais descarado
ainda, como se fosse possível, pra derrubar essa quadrilha instalada nos
poderes ditos públicos. E ainda assim, pra colocar no lugar coisa bem
semelhante nos resultados, embora com mais polimento no trato. Não importam
muito as marionetes, além do estilo próprio de cada. Os poderes instalados
continuam instalados, claro, nos bastidores da farsa político-econômica.
Os resultados são o que temos a maioria esmagadora, vendo a quantidade
de desabrigados aumentando há anos, num ritmo lento e contínuo. A injustiça, a
miséria, a ignorância, a desinformação, a pobreza, a fome, o abandono levam ao
desequilíbrio, à revolta, à violência, à criminalidade, à produção de uma
segurança pública altamente repressiva, não pra provocar bem estar, paz e
segurança social, mas medo, agressividade, violência e destruição. É a evolução
do caos social já previsto e afirmado há muito, muito tempo, e abafado,
escondido, omitido pelos meios de comunicação, todos dominados por poderes
econômicos. Os fuzis e armamentos pesados, antes restritos aos grandes centros,
se espalham pelo país, a criminalidade alcança mais e mais lugares, espaços e
territórios.
Os direitos das pessoas no trabalho sumiram, criminalizados, apontados
como causa da “crise”, cortam-se então, eliminam-se, é cada um por si, “se o
trabalhador quer direito, não pode ter trabalho, se quer trabalho, não pode
exigir direitos” foi o que disse o agora capataz da vez, muito antes,
inclusive, de ser eleito. O desemprego cresce veloz, agonia de ver tanta gente
sendo despedida, fila de espera da demissão nos empresas, vários conhecidos
passaram por essa agonia e ainda passam. Agora se adaptam as estatísticas, o
que antes era visto como desemprego – a pessoa perde o emprego mas a vida
continua e é preciso dar seu jeito, arruma uma banca e vai vender sei lá o quê
nas calçadas, procura um lugar, às vezes disputa e se impõe ou se conforma e
encontra outro, agora sai da estatística, deixa de se considerar desempregado
nas estatísticas mostradas ao povo. O trabalho informal, último recurso do
desempregado pra sobreviver – antes do crime empresariado, passa a ser
considerado “emprego”. “Está melhorando, os empregos estão aumentando, os
índice de desemprego caem...” dizem os canalhas, os de consciência vendida, e os
ignorantes, os desinformados que se julgam informados por acompanharem o jornalismo
das empresas de comunicação, repetem, convictos, raivosos porque seus “argumentos”
não podem ser sustentados sem briga, sem insultos, sem poeira levantada.
A maldade assume os cargos sem disfarce. Antes ela vinha disfarçada,
entre a hipocrisia, a demagogia, a encenação bem treinada, com os “agrados”
populistas, com jogos de cena minimamente sedutores. A truculência se travestia
de delicadeza. Agora é a truculência assumida, sem constrangimento,
orgulhosamente se levanta a bandeira da violência e da maldade social, em nome
da pátria traída, entregue a poderes econômicos internacionais, saqueada e escravizada,
da família modelo, homofóbica, hipócrita e repressiva e de um deus de ódio e
intolerância, de agressividade e desamor, um deus que não reconheço.