A ministra dos povos indígenas se encontrou, na embaixada dos Estados Unidos, com o “secretário especial para o meio ambiente”, John Kerry. Diz que ele se interessa pelos povos indígenas e pela proteção da Amazônia. Que está “verdadeiramente preocupado”, tanto com a proteção ambiental quanto com a proteção dos direitos dos povos indígenas.
Cuidado,
Sônia. Os Estados Unidos representam o atual colonialismo nascido na Europa,
sobretudo o da Grã-Bretanha, de onde são descendentes diretos e que superaram sua
matriz, hoje sua aliada na dominação, no saque, na exploração e escravização de
todos os lugares onde lançam suas garras, de todos os povos que conseguem, ainda,
submeter. Não há sinceridade em suas propostas “humanitárias”. Basta observar
seus movimentos pelo mundo, a interferência em governos e parlamentos, nos
golpes de estado promovidos ao longo da história, nas mais de cinqüenta guerras
provocadas depois da segunda guerra mundial, nos países que se rebelaram ao seu
domínio. Um histórico de hipocrisia, de mentiras, de massacres e assassinatos,
sob pretextos superficiais e falsos, oferecendo armas, treinamento e dinheiro
aos traidores de seus povos, enriquecendo elites locais e formatando
mentalidades racistas e preconceituosas contra as maiorias, contra os
movimentos de defesa das precárias soberanias dos países ditos pobres – em sua
população – mas ricos em recursos minerais, em terras férteis, em água e,
sobretudo, petróleo.
Cuidado,
Sônia. Estão oferecendo novamente espelhinhos, miçangas e ferramentas de metal,
como foi feito com seus ancestrais. Sorrisos falsos e promessas cínicas
escondem os mesmos interesses de sempre nas riquezas, agora, da Amazônia. É
claro que não vão declarar os bastidores desses “interesses” de multinacionais
e mega-bancos mundiais sediados no império corporativo da “civilização
ocidental”, esse é seu modo de agir. Como já disse um de seus representantes,
um sorriso no rosto, palavras mansas e um grande porrete nas mãos. Lembre-se de
que, desde que se descobriu o pré-sal, foi reativada a tal 4ª Frota da marinha
estadunidense, desativada desde a grande guerra e re-esboçada durante o golpe
de 1964, no apoio aos militares brasileiros diante da possibilidade de
resistência. Que só não aconteceu pela decisão do presidente derrubado, um
latifundiário acusado mentirosamente de “comunista”, o bicho papão da mídia
empresarial e das políticas estadunidenses, na criação da paranóia ignorante e
desinformada com o domínio das comunicações e dos modelos de educação
engaiolados pelo “mercado”, superficiais e moldados na formação de peças para a
engrenagem perversa de uma sociedade escravista, maquiada e travestida como “democracia”,
mais uma grande hipocrisia.
Cuidado,
Sônia. A sedução dos vampiros mundiais começa com preocupações falsas, tanto
quanto os sorrisos e as promessas que escondem – embora se possa ver, quando se
leva em conta a história recente – pretendidos saques das riquezas da Amazônia.
Os colonizadores genocidas e escravistas europeus hoje estão representados pela
democracia de papel dos EUA, pela monarquia que resiste na Grã-Bretanha e, em
segundo plano, pelas mega-empresas européias. Existe ainda, em terceiro plano,
interesses parecidos vindos da Ásia, insipientes mas “promissores”, se
apresentando como “alternativa”. As riquezas latinoamericanas são cobiçadas
pelo mundo inteiro, como as da África, que já dá mostras de acordar para esta
realidade muito mais que a América Latina, porque lá o saque, a escravização, a
produção de miséria e o descaramento no controle das instituições é sem
disfarce, descarado e sem pudor.
Cuidado,
Sônia. Todos esses sorrisos falsos, promessas mentirosas e preocupações ambientais
e humanitárias hipócritas trazem na alma interesses destrutivos e assassinos.
Aproveita-se a situação de fragilidade produzida pelos vampiros internos, pra
acenar “ajudas” que visam impor vampiros muito maiores, mundiais, “donos”
podres de ricos da “civilização ocidental” – a mais violenta de todos os
tempos.
Sua foto com
esses dois “galalaus” brancos, estadunidenses, sorridentes os três na embaixada dos Estados Unidos – base de todos os golpes de Estado na América Latina –, me
pareceu assustadora e deu um frio na barriga. A ministra dos povos originários,
de grande importância histórica por ser a primeira vez que as vítimas de
genocídio continuado, desde a chegada da nefasta civilização européia, hoje
ocidental porque a colônia anglo-saxônica superou o mestre, está se deixando
levar pelo canto da sereia, está fechando com os piores inimigos da humanidade.
São representantes de forças que não têm amigos, mas sim interesses, que têm na
traição uma ferramenta de trabalho, na dominação e no saque, não importando em
nada qualquer quantidade de sofrimento e morte que possam produzir.