tag:blogger.com,1999:blog-77924217417243700082024-03-16T10:14:32.246-03:00Observar e absorverOBSERVAR E ABSORVER -
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Não há teoria ou crença que me faça acreditar que Deus tem alguma coisa a ver com aquilo que acontece nos espremidos “territórios palestinos”, na verdade resistentes a toda a gigantesca pressão pra irem embora. A intenção, clara pra mim, é esvaziar a antiga Palestina – que era inteira quando começou a receber o povo judeu, diga-se de passagem, de braços abertos. Lembro da época do domínio britânico, no princípio do século, quando o império percebeu que poderia perder o controle da área ou ter problemas na sua administração com a quantidade crescente de judeus arribando ao território, e estabeleceu um controle rígido dessa imigração. Uma das leis é reveladora: ameaçava com punições os palestinos que escondessem judeus em suas casas, porões e galpões, que haviam entrado no território clandestinamente.
Em 1947 e 48 foi criado, com influência e pela comoção causada na descoberta do genocídio nazista, o Estado de Israel. Bem em cima e com as mesmas fronteiras da Palestina – que hoje alguns deles alegam nunca ter existido.
A primeira vez que soube dessa história foi em 82, numa calçada no interior de Minas, expondo artesanato. Meu “vizinho” de exposição era um palestino, no Brasil havia dois anos e casado com uma brasileira. Ele me contou a história da vida dele. Era o mais novo de oito irmãos e morava com a família em algum lugar da Palestina. Os pais haviam plantado oliveiras no terreno – um símbolo de enraizamento, além de produzir azeitonas – e criavam seus filhos, todos homens, com o trabalho na terra árida da região semi-desértica. Lembro que ele se emocionou e interrompeu a fala algumas vezes – sem chorar, ou era um chorar dentro, sem lágrimas. Típico de quem teve que superar muito sofrimento na vida.
Primeiro eles cortaram as oliveiras, algumas foram queimadas. Os pais entraram em tristeza, o irmão mais velho entrou pra guerrilha, então com o nome de Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Sumiu no território, pra não envolver a família. Mas o exército descobriu a casa a derrubou, com tratores blindados e a proteção dos fuzis, alegando ser “casa de terrorista”. Em seguida o irmão guerrilheiro foi morto. Dois outros foram pra guerrilha, ficaram cinco “pra cuidar dos pais”. Expulsos de sua casa e de sua terra, eles foram para um campo de refugiados na Jordânia. Com a perda do seu lugar e a morte do filho mais velho, a mãe não resistiu à tristeza, entrou em depressão e morreu em meio às dificuldades dos campos de refugiados. Não demorou muito e o pai também morreu, de tristeza na minha opinião.
Aí entraram todos pra OLP, não havia outro sentido na vida pra eles. Uma luta desigual, foram morrendo todos, até que ficaram só três, o meu amigo era o mais novo deles. Não tinham tanques nem aviões, muito menos navios de guerra. Não possuíam tecnologias de radares ou comunicações mais sofisticadas.
Um dia ele estava numa barraca com os dois irmãos mais velhos e amanheceu o dia. Os dois dormiam e ele, na tradição do “respeito aos mais velhos”, saiu em silêncio pra não incomodar e foi num riachinho que corria no fundo do vale, lavar a cara e fazer seus procedimentos da manhã. Já se preparava pra subir a encosta quando ouviu um monte de tiros de vários calibres. Escondido numa gruta, esperou – não podia fazer mais nada. Foram mais de meia hora de tiros cerrados, muito tiro, ele me contou com um sorriso triste. Esperou quase a manhã inteira, horas depois dos tiros pararem, pra subir até onde estava a barraca. Os dois irmão estavam mortos, irreconhecíveis, varados como a própria tenda. Não tiveram tempo nem de se levantar. As armas haviam sumido.
“Sou o último da linhagem da família”, ele pensou. Talvez – não me lembro, tem muito tempo – ele tenha se sentido na obrigação de se preservar, na preservação da existência de sua própria família. E de onde estava, desceu pro litoral, se escondendo pelo território árido, de pedra em pedra, de moita em moita. Então conseguiu convencer um comandante de navio a levá-lo pra fora dali, explicou a situação e encontrou a solidariedade de um capitão, se não me engano, grego, comandante de um navio que estava no porto. Embarcou “escondido” pelo próprio comandante e veio fazendo pequenos serviços, de porto em porto, até que, no litoral brasileiro, viu semelhanças na vegetação, palmeiras de vários tipos. Movido pela intuição, desembarcou. Era o tempo dos hippies e, logo, ele estava fazendo artesanato pra viver.
Assim ficamos amigos por quase um mês, eu admirando o caráter e o senso de justiça dele, no trato cotidiano, a amorosidade com a mulher e o filho, o escrúpulo nas transações feitas, sempre levando em conta o que seria justo. Claro que ele trazia dentro de si o guerrilheiro, que podia se tornar perigoso diante das injustiças tão freqüentes, tão comuns e, às vezes, tão descarada e violentamente impostas no cotidiano da parte de baixo da sociedade. Era a vivência, os valores desenvolvidos na guerra de massacre onde tinha perdido a família inteira. Convivi coisa de um mês com esse cara, aprendi um monte com ele, que me deu material pra reflexão por muitos anos.
Aliás, anos depois, já morando na aldeia de Arembepe, eu abrigava um mestre de capoeira amigo na minha casa – ele precisou de alguns meses fora de circulação em Salvador – e ele se fazia “guia” pra gringos – com o papel de segurança incluído – e voltou do Mercado Modelo com um casal de israelenses. Eles tinham passado cinco anos no exército e dado baixa recente, recebendo na saída seis meses de férias. Estavam viajando pelo mundo.
Com eles eu soube que ao terminar o ensino médio, todo israelense tinha que fazer o serviço militar – a não ser que tivesse um bom motivo pra não fazer isso. E percebi a impossibilidade de conversar sobre os palestinos. Os israelenses não admitiam nem a palavra palestino, “eles são árabes e querem a destruição de Israel”. Quando tentei contar a história do meu amigo, eles se exaltaram. “Eles mentem! Eles mentem”, gritava a mina, com olhos arregalados e as veias do pescoço saltadas. O cara ficava tão indignado que saía da minha palhoça, rosnando, e ficava lá fora – talvez pra não quebrar a minha cara. E ela desfiava o rosário de sofrimentos do povo judeu, me chamando de ignorante e incapaz, “você não pode entender”, “o que acontece lá é muito mais complicado do que você pode imaginar” e outras dispersões.
Eu freava minha curiosidade, sentido que a insistência ia trazer insultos cada vez mais pesados. Não é comum? Quando as pessoas se apegam a “verdades convenientes” e não têm como sustentar essas verdades, partem pra ofensa, você é um isso, um aquilo, um aquilo outro. O próprio sistema de comunicações empresarial, a serviço, evidentemente, dos “grandes interesses econômicos” (leia-se um punhado de podres de ricos), prepara e fornece os insultos, desde “comunista” até “diabólico”. Profissionais de consciência vendida (na melhor das hipóteses, porque a perversidade é outra possibilidade), mas extremamente competentes na sedução, no convencimento, na difamação, na produção de ódios, de valores, desejos... um esquema desumano, pervertido e perverso, construído pra gerar alienação, desinformação, pra conduzir a opinião pública, além de mantê-la na superfície, sem aprofundamento nenhum na observação da realidade e da nossa estrutura social.
Os argumentos de apoio ao genocídio do povo palestino, através de massacres que já vêm há mais de setenta anos, são sempre os mesmos. Pra quem procura se informar de verdade – e não das “verdades” que lhe convêm – com algum senso crítico e de observação dos fatos, são argumentos vazios. Nada pode justificar o massacre cotidiano nesses anos todos, muito menos esses períodos de terror, onde edifícios residenciais, escolas, hospitais e qualquer lugar, com o pretexto absurdo de que “eram centro de treinamento de terroristas”. É óbvio que um dos objetivos mais importantes desses procedimentos difíceis até de classificar de tão insanos, perversos, indiferentes a tanto sofrimento causado indistintamente ao povo palestino inteiro, é ter a terra toda, transformada a Palestina em Israel e “sem árabes”. Ou seja, retirando totalmente os palestinos do território que, até 1942, era designado nos mapas como “Palestina”. Seja com expulsões ou com assassinatos. O extermínio do povo não é indesejável pra Israel – basta ver a quantidade de crianças e mulheres, símbolos da continuação de existência de qualquer população, que são alvos de ataques brutais que, depois, são justificados com a afirmação de que era um lugar de treinamento, encontro ou qualquer coisa dos que chamam de “terroristas”, mas que são a resistência a um terror de Estado, cotidiano.
A água é controlada e só corre uma vez por semana nas torneiras. A energia elétrica funciona por cinco horas a cada dia – difícil conservar alimentos e alguns medicamentos. A cerca de oito metros de altura e as passagens controladas, ferrenhamente, por militares que odeiam, planejada e induzidamente – desde a infância – os palestinos, tornam a vida um inferno. Os que trabalham, por necessidade, pra israelenses, têm que passar todo dia pelas humilhações dos “pontos de passagem”.
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpWF6VPE4UL69Ubt13YVOMMYKgGHEFpalfhBTDGdmdd-7SUZdpKwB17eO35tYjnZh4jRXfNfXc_P-x4WFjCGXOVPhtRlPY7UZqaR7Hlg4e0iwfFuNp0RIgA1HeKFcR-W7k2I1SLdAY1EdXv-CMIejmsMKxZ6wg1KoYeznU_eY4jzy258WpV7ZfvEeXYEM/s634/Alice%20e%20eu%202010.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" height="600" data-original-height="634" data-original-width="421" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpWF6VPE4UL69Ubt13YVOMMYKgGHEFpalfhBTDGdmdd-7SUZdpKwB17eO35tYjnZh4jRXfNfXc_P-x4WFjCGXOVPhtRlPY7UZqaR7Hlg4e0iwfFuNp0RIgA1HeKFcR-W7k2I1SLdAY1EdXv-CMIejmsMKxZ6wg1KoYeznU_eY4jzy258WpV7ZfvEeXYEM/s600/Alice%20e%20eu%202010.jpg"/></a></div>
Ontem ouvi um jornalista – evidentemente não da mídia empresarial – contabilizando mais de mil moções de repúdio, condenação e determinações da ONU contra Israel, que nunca respeitou nenhuma delas, mesmo sobre os declarados “crimes de guerra” pela maioria dos países. O que faz pensar... Por quê as maiores potências mundiais apóiam Israel, sem condições nem condenações, com todo o aparato de comunicações atuando pra justificar tudo o que vem à tona e manter escondido o que não vem? Alguns dizem que Israel serve de “cabeça de ponte” pro império anglo-estadunidense – tradicionais ladrões de petróleo pelo mundo todo – mas eu acho pouco.
Durante minhas observações e vivências da sociedade, fui me aproximando da percepção de que os verdadeiros maiorais de cada sociedade são os seus banqueiros. Só olhando como os prefeitos fecham com os mais ricos dos seus locais e os servem, o mesmo se aplicando em relação aos governadores, ao presidente, aos deputados e senadores, o poder econômico é prioridade em todo canto e em todos os níveis da estrutura social. O ser humano comum está obviamente em segundo plano. E, entre os ricos mais ricos, não são os banqueiros os maiorais, que guardam, aplicam e põem pra render o dinheiro de todo mundo, inclusive o mundo das multinacionais – do tráfico, das indústrias de armamentos, farmacêuticas, alimentícias, mineradoras e todas as outras? Aí eu volto à pergunta – por quê o apoio incondicional a Israel, independente de todos os crimes gravíssimos cometidos contra o povo palestino?
Eu não sei de muita coisa, não. Mas olho com atenção, senso crítico e de justiça, busco as fontes “escondidas” (mas não difíceis de achar, pra quem tá interessado mesmo em saber da realidade, além do que nos é mostrado, que é uma verdadeira farsa. A mídia empresarial foi feita pra manipular a realidade, enganar a gente, atacar os bons e exaltar os maus, invertendo valores e posições). E acabo escapando dos enquadramentos e formando minha própria visão, senão verdadeira, pelo menos mais próxima da realidade do que o jornalismo de consciência comprada – com fortuna, fama e privilégios – permite enxergar.
Toda solidariedade ao povo palestino. O massacre está escapando do controle midiático, com a existência da internet, que nem cortando a energia em toda Gaza deixa de denunciar toda a barbárie, a perversidade e o extermínio pretendido desse povo. Estamos em tempos de revelações planetárias, no processo de transição. O ódio, a alienação e o fanatismo são usados à farta pra conter o processo. Pelo que vejo, não adianta e não vai adiantar. O perigo é o que vai ser feito nessa tentativa de contenção pelos dominantes – porque eles detêm poder demais e não vão se conformar “asi, no más”, em perder esse domínio e controle sobre o planeta inteiro. Já vêm perdendo há tempos, mas a arrogância cega e eles não enxergam. Fazem de tudo pra evitar o inevitável e é aí que está o perigo.
Estamos num período intenso de um processo de mutação permanente que já vem de incontáveis milênios e que segue através dos tempos, dias, meses, anos e séculos, a caminho dos novos milênios a serem caminhados. Tudo é mudança, todo o tempo. Não há nada que não mude – embora não possamos resolver o ritmo. A única permanência que eu reconheço é a da mudança. Não há como resolver o processo, mas sim escolher como participar dele da forma mais produtiva possível. Viver de acordo com a própria consciência já é uma grande “vitória” nesta nossa sociedade – que nos oferece privilégios em troca das violações, da conivência e da colaboração com toda essa perversidade social que ainda nos assola.
Observação - a foto é de algum jornal engajado nos movimentos sociais e foi tirada por volta de 2010, atravessando a avenida Presidente Vargas, em manifestação pró Palestina, como tá na cara.
Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-87062849413792541322023-10-19T13:59:00.001-03:002023-10-19T13:59:11.233-03:00Celestina, ostentação e retomada dos caminhos<p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTGDalhFrSGi-lvL9b1uWWlEEbQfeYNYXKAxWYkz6xfha7FYA6LnGp1RPvFSY5v9ecp5wBIzX5vrgPuWGmW9X3RxPVYdjuZdM3sZWtpZiVTcKHevfRGVBw8_sZjNHzFY-V70TEkYtAksQaua2YYhXBzXKb6fQH9D0Z9mPLUbak6fOFkAcquPon48jfuLM/s732/Claudio%20caricatura.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="681" data-original-width="732" height="442" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTGDalhFrSGi-lvL9b1uWWlEEbQfeYNYXKAxWYkz6xfha7FYA6LnGp1RPvFSY5v9ecp5wBIzX5vrgPuWGmW9X3RxPVYdjuZdM3sZWtpZiVTcKHevfRGVBw8_sZjNHzFY-V70TEkYtAksQaua2YYhXBzXKb6fQH9D0Z9mPLUbak6fOFkAcquPon48jfuLM/w592-h442/Claudio%20caricatura.jpg" width="592" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Caricatura - Cláudio</td></tr></tbody></table><br /> Celestina, a kombi, tá uma beleza. Alisada e pintada de novo. Antes da pandemia, ela tava toda lenhada, quando chovia muito era preciso parar, tirar tudo e enxugar a água que entrava pelos buracos, pelos encaixes das janelas, por todo lado. Eu gostava daquela aparência, o problema eram as conseqüências, a ferrugem se alastrando, buracos na lataria, a água que entrava a cada chuvarada.</p><p>Vários amassados, muitos arranhões e pontos de ferrugem nas janelas e dobradiças, era uma kombi velha, rodada, marcada pelo tempo, mas disposta e valente. Eu gostava do aspecto, simpático e cheio de cicatrizes, Celestina parecia uma senhora guerreira, de uma "velhice" ao mesmo tempo forte, suave e serena.</p><p>Lembro de uma vez em que calculei mal a chegada no Rio, gosto muito de viajar na estrada de madrugada, estrada vazia, de chegar amanhecendo o dia. Cheguei pela Linha Vermelha de manhã, quando o trânsito tá aglomerado pra ir da baixada pra centro e zona sul, das periferias mais distantes. Congestionamento, parando de cinco em cinco metros. Escuto um barulho, uma gritaria, uns baques à distância, parecendo longe. Olho pelo retrovisor, vejo um movimento intenso, um monte de moleques assaltando os carros, quebrando vidros com pedaços de vergalhões de ferro, com madeiras, sei lá, uma confusão acontecendo e vindo de trás pra frente, na minha direção. Arrastão. Não tenho o que fazer, não tem pra onde correr, o trânsito tá parado, na altura de Caxias. Estou sozinho na Celestina, a kombi, os vidros estão abertos e eu não faço nada, só espero. Eles vêm chegando, pegam o carro de trás, pegam o do lado, o do outro lado, o da frente. Eu só olhando, janelas abertas, percebo que nenhum deles olha pra mim ou pra kombi. Estão numa função de risco, podem tomar um tiro a qualquer momento, focam nos seus objetivos e não vêem mais nada. A única atenção fora disso é com a possibilidade de aparecer polícia. Nem viram a kombi, com seu aspecto de trabalhadora pobre. Instintivamente, não interessava a nenhum deles. Havia carros muito mais atraentes, bonitões, ostensivos, com aspecto de que tem grana.</p><p>A ostentação, tão comum em nossa "cultura social"- e em todas as classes -, me parece fragilidade de ego, insegurança em seu valor pessoal e uma estupidez social. Se pretende "ser respeitado" e se atrai a simpatia dos interesseiros, o olhar de cobiça, a inveja dos frustrados. O valor de cada um está em seu caráter, sua sensibilidade, seu senso de justiça, sua capacidade de compreensão, seu corpo abstrato, sua alma, sua espiritualidade. A transferência de valor pra fora, pra aparência e ostentação, costuma ser um sinal de precariedade interna, de superficialidade mental, de enquadramento nos valores induzidos pelo sistema social, pela própria sociedade. É o domínio da mentalidade "de mercado", induzida pelo modelo de ensino, pelo controle da cultura, das informações, das comunicações - a partir do aparato de administração pública infiltrada, pressionada e controlada pelas forças econômicas de um punhado que se esconde no tal "mercado".</p><p>Voltando à Celestina, mais uns dias ela vai me ser entregue. Parada na pandemia, passou quase um ano nessa dermatologia, tratando da "pele", dentro e fora. Depois, é revisar motor e componentes, preparar uma boa produção pra fazer a carga, lotar a viatura e partir pras estradas e pras exposições. Estávamos em cinco adultos e uma criança, em Brasília e partindo Goiás acima, quase na fronteira com Tocantins, quando a pandemia se impôs. A viagem já tinha mais de um mês, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Betim, Contagem, depois em Goiás, Rio Verde, Goiânia, Brasília, Alto Paraíso... aí eventos foram desmarcados, em Palmas, em seguida o Ceará fechou fronteiras. Paramos em Cavalcante, norte de Goiás, e ficamos. O motor da kombi tinha sido retificado antes da saída, estava "novo". A covid demorou seis meses pra chegar, foi quando decidimos ir embora, não havia mais por quê ficar. </p><p>Em Belo Horizonte ainda paramos pra regular o motor na Fuscaria do Rafael, especializado em motores a ar, com carburador, das antigas. Chegando em casa e na impossibilidade de expor, fui morar na montanha, no mato. Andar de kombi ali ficava caro, sem mercadoria pra carregar e expor, ela não compensava. Passei pro uninho e deixei ela parada por um tempo, até encontrar o funileiro que ia tapar os buracos, cortar as chapas enferrujadas, soldar novas e o que fosse preciso e terminar fazendo a pintura nova com seu sócio pintor. Quase um ano depois, os olhos se enchem com a novidade da Celestina com um aspecto que ela nunca teve. Pelo menos desde que peguei, abandonada havia anos num depósito em São Gonçalo. O motor foi pro lixo e entrou um novo, original de kombi mesmo.</p><p>Não tracei rota pra primeira viagem, mas quero começar nessa região que abrange norte de São Paulo e sul de Minas, em direção oeste com vários "talvezes". Talvez triângulo mineiro, talvez Mato Grosso do Sul, talvez oeste do Paraná, talvez o sul de Goiás, até onde a mercadoria se aproximar da metade. Aí começa o retorno, expondo sempre, mas já na direção leste, a caminho de casa. </p><p>Com o dinheiro ganho na viagem, compra-se matéria-prima farta e começa a produção novamente, gravuras, camisas, fanzines, livrinhos, ímãs... uns dois ou três meses e já dá pra encher Celestina, a cargueira. Aí se estabelece uma nova rota. </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1s_CiqW3nAghNof_CCjEXXUFQ_Amx5RP-RYavn1GW-RdjyBGxaCUyHl3ZYI4lB9GSDzrCfv16N0eZ6yZFg6BB11ZUMlhWQ_f7cdUsyAIrv5DFpLg8GfZxfd-hH2s993q9r1Mlc2gHsGr2MPSB8GUWfUgJbh7L3-GqylzJcPQ326nVOwaoYBeYECiOTus/s4288/DSCF1396.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3216" data-original-width="4288" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1s_CiqW3nAghNof_CCjEXXUFQ_Amx5RP-RYavn1GW-RdjyBGxaCUyHl3ZYI4lB9GSDzrCfv16N0eZ6yZFg6BB11ZUMlhWQ_f7cdUsyAIrv5DFpLg8GfZxfd-hH2s993q9r1Mlc2gHsGr2MPSB8GUWfUgJbh7L3-GqylzJcPQ326nVOwaoYBeYECiOTus/w640-h480/DSCF1396.JPG" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-j_7qXwql2m5s1CxlxmNrttIkGGv0-_HeCwT4f08uBlCtMgsWxkHn1klF6EyOzYTJGPzOag0h0BH60VXQkOejncR4-Ne8dAuaQdrAgTZkyZBFDJKwieH4IImbQDd7OjiiyffQxRruso8SOtaF94nhI5TDlH5IXSvT3k6E0OFuCvDZb0xja2COnNUoBXc/s4288/DSCF1629.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3216" data-original-width="4288" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-j_7qXwql2m5s1CxlxmNrttIkGGv0-_HeCwT4f08uBlCtMgsWxkHn1klF6EyOzYTJGPzOag0h0BH60VXQkOejncR4-Ne8dAuaQdrAgTZkyZBFDJKwieH4IImbQDd7OjiiyffQxRruso8SOtaF94nhI5TDlH5IXSvT3k6E0OFuCvDZb0xja2COnNUoBXc/w640-h480/DSCF1629.JPG" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh53T1zhIZMZUWzuyoiGpQDdJHmhgqzMlKBotW08cEMY7zGwRjEbxM_4Lsr4YymiiKoNKzq4iIVUDZdXuKt83uJSzm_Mb9gpm8Q8gKCRf6aENgd69LWbll1jgdV4pzPdB36Sno8QnVJxkITig-_O9vqD9XC2xUBDY0TF-eKDguizehDUr-SRthjpV0i2ng/s4288/DSCF1636.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3216" data-original-width="4288" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh53T1zhIZMZUWzuyoiGpQDdJHmhgqzMlKBotW08cEMY7zGwRjEbxM_4Lsr4YymiiKoNKzq4iIVUDZdXuKt83uJSzm_Mb9gpm8Q8gKCRf6aENgd69LWbll1jgdV4pzPdB36Sno8QnVJxkITig-_O9vqD9XC2xUBDY0TF-eKDguizehDUr-SRthjpV0i2ng/w640-h480/DSCF1636.JPG" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6_rxyHpOCmyUHdh7YdnFFbicJqi5bGxTpu5aJFq-4UY0_4f0DazbHKxnHqnRJSxkNKuoW4cRfgiyzg4UKsigWoji2zKMKzmsfq7DKqCHoMRSTIk623hv3jiIQLdp4FBiN6-TXwXF05IGQ8Bh1vKFe_Jvg6OUp_5oySj8mir36eJvfqkwhV91A_ujoAp4/s4288/DSCF1646.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3216" data-original-width="4288" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6_rxyHpOCmyUHdh7YdnFFbicJqi5bGxTpu5aJFq-4UY0_4f0DazbHKxnHqnRJSxkNKuoW4cRfgiyzg4UKsigWoji2zKMKzmsfq7DKqCHoMRSTIk623hv3jiIQLdp4FBiN6-TXwXF05IGQ8Bh1vKFe_Jvg6OUp_5oySj8mir36eJvfqkwhV91A_ujoAp4/w640-h480/DSCF1646.JPG" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMRSZOEJQYTe1Jn2Nv41_5ALtXCO7b6l0_S_fh_pm3-tPb8dpp3OyHbpWYXnJ52xxpwI_-1NSuJchil7eHeFSL27Q2D50KRgjVLBucBES3ojeGR2XbCRypwvhDG6fac3MvnNHUOBraTeEVxP5jBowvWeGOPSgvXBXJM_EyGyGS22Ug0Tumr-9rZJAsA-M/s5184/IMG_1239.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3456" data-original-width="5184" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMRSZOEJQYTe1Jn2Nv41_5ALtXCO7b6l0_S_fh_pm3-tPb8dpp3OyHbpWYXnJ52xxpwI_-1NSuJchil7eHeFSL27Q2D50KRgjVLBucBES3ojeGR2XbCRypwvhDG6fac3MvnNHUOBraTeEVxP5jBowvWeGOPSgvXBXJM_EyGyGS22Ug0Tumr-9rZJAsA-M/w640-h426/IMG_1239.JPG" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm7gUsskMWl8QM1nwqHlb83O4mh_dJWt4_PPk0SO-3ptTMpSRFK_7Gd90veb2QXaN0k-vaYdk89mQZanEPdkd6u9h1qXePA4Q9KaPGQ11c8VrM_mk3fU5_PvSU3Etuxor63x4WILW67V1qYbnnHZqtDqSZkB0T7-_TaENYT9QbF3fqIGfvcs6G29QgnAo/s5184/IMG_1252.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3456" data-original-width="5184" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm7gUsskMWl8QM1nwqHlb83O4mh_dJWt4_PPk0SO-3ptTMpSRFK_7Gd90veb2QXaN0k-vaYdk89mQZanEPdkd6u9h1qXePA4Q9KaPGQ11c8VrM_mk3fU5_PvSU3Etuxor63x4WILW67V1qYbnnHZqtDqSZkB0T7-_TaENYT9QbF3fqIGfvcs6G29QgnAo/w640-h426/IMG_1252.JPG" width="640" /></a></div><br /><p><br /></p>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-52440350195947553132023-07-29T15:28:00.001-03:002023-07-29T16:03:42.915-03:00Publicações de hoje no feice<p> <span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">A mídia empresarial, dominante, compra consciências de jornalistas, comentaristas e "especialistas". Com grana, espaço e fama. Através deles, impõe uma realidade distorcida, sempre a favor de banqueiros e demais podres de ricos nacionais e, sobretudo, internacionais. É a ferramenta mais poderosa pra manter o país subdesenvolvido, de joelhos diante do saque e da exploração desenfreada, exportador de matérias-primas não industrializadas, pra manter a pobreza, a miséria, a </span><span style="color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">ignorância e a desinformação que vejo por aí, em toda parte.</span></p><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">O "mercado de consciências" paga muito bem, não só na mídia, mas em todo tipo de "elite" - judiciária, legislativa, executiva, militar, acadêmica e empresarial. </div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">É preciso humanizar, sensibilizar, esclarecer, conscientizar. Politizando o povo todo, sem confundir com partidarizar e, muito menos, com doutrinar. Sem arrebanhamento nem tutela - se é que me entendem.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">**********************************************************************************************************</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto">Ignorância e desinformação são o coquetel molotov da democracia de fato. Junte-se a isso ódio e agressividade direcionados pelos poderes econômicos saqueadores e escravistas - que têm sua boca na mídia comercial - e temos... o que tivemos nesses últimos anos, destruindo, isolando e pondo o país de joelhos diante dos tais "mercados" econômico-financeiros internacionais.</div><div dir="auto">Por outro lado, tivemos também revelações da perversidade que existia escondida e se exibiu orgulhosa de si, <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>neste mesmo tempo.</div><div dir="auto">Que não se esqueça.</div><div dir="auto"><br /></div><div dir="auto">**********************************************************************************************************</div><div dir="auto"><br /></div><div dir="auto">Cada escolha é um plantio, cada plantio dá sua colheita. É bom escolher bem o que se planta. E é preciso desconfiar das seduções que reduzem a consciência à conveniência.</div></div>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-60359510542636483982023-07-02T14:09:00.001-03:002023-07-02T14:09:34.330-03:00Mentiras, misoginia ("mulherfobia") e manipulação.<iframe style="background-image:url(https://i.ytimg.com/vi/5GnKT7Q3rcw/hqdefault.jpg)" width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/5GnKT7Q3rcw" frameborder="0"></iframe>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-53526033911554593772023-05-21T10:47:00.004-03:002023-05-21T10:47:54.989-03:00Agradar o pobre desagrada o rico, diz Paulo Guedes <p>Por esses dias foi divulgado um contato entre o ex-presidente
e seu ministro da economia, banqueiro e financista, depois do presidente atual
conseguir baixar preços que ele não havia conseguido pouco antes da tentativa
de reeleição. Reclamou de ter pedido pra baixar o preço do gás de cozinha, numa
jogada eleitoral atrás de votos, e ter recebido como resposta “não dá pra
agradar o pobre, porque isso desagrada o rico e o rico é quem manda”. Em
seguida, irritado pela interpelação do seu ex-chefe – pelo menos em teoria –,
completou com “desapega” e bloqueou o ex-presidente.</p>
<p class="MsoNormal">Essa resposta é uma declaração esclarecedora, pra quem ainda
não se deu conta. “Agradar”, no caso, é colocar o Estado a serviço dos que têm
seus direitos constitucionais roubados cotidianamente, como alimentação
saudável, moradia decente, educação de qualidade, entre muitos outros. Dizendo
o mesmo, de outra maneira, fazer a sociedade cumprir a sua constituição, uma
obrigação simples e óbvia. Isso “desagrada”, ou sendo mais exato, apavora e
enfurece “o rico” – que explora o pobre, saqueia as riquezas do país e acumula
terras sem conta, a maior parte improdutiva na intenção da especulação
imobiliária, enquanto a parte produtiva resulta em “comodities”, matéria prima
para exportação (embora se anunciem produtoras de alimentos pra matar a fome da
população, uma grande mentira. Setenta por cento dos alimentos são produzidos
por agricultores familiares em pequenas propriedades). Pra esses poucos, manter
os pobres humilhados, inferiorizados, sem consciência da realidade, da sua
importância e necessidade na produção de tudo o que a sociedade necessita,
ignorantes e desinformados, entre a repressão do aparato de segurança e a
chantagem da miséria explícita.</p>
<p class="MsoNormal">A partir dessa compreensão pode-se olhar a história recente
do país e entender porquê governos que investiram na população, ainda que
insuficientemente, foram odiados, difamados, perseguidos e derrubados – com apoio
ou com direção estadunidense, além dos países colonizadores da Europa. No
governo de Getúlio Vargas, criaram-se leis que tornavam o ensino obrigatório
para todos, que regulavam as remessas de lucros das empresas estrangeiras que
saqueavam o território, leis trabalhistas para conter a exploração exagerada de
trabalhadores, investiu-se na criação de empresas estatais como Petrobrás,
Usiminas, Eletrobrás, Companhia Siderúrgica Nacional, Fábrica Nacional de
Motores, enfim, no desenvolvimento econômico em busca de autonomia e soberania
nacional. A mídia empresarial, na época tendo à frente os Diários Associados,
de Assis Chateaubriand, com jornais impressos e rádios por todo o território,
difamava o governo e o presidente, acusava o “mar de lama” da corrupção,
afirmava não haver petróleo no Brasil e que tudo era para roubar o dinheiro
público. Congresso e judiciário faziam parte da orquestração, em busca de
motivos – ou pretextos – pra escândalos ampliados por jornalistas de
consciência vendida. A pressão foi tamanha que, na iminência do golpe e num
gesto político, Getúlio deu um tiro no peito e se matou.</p>
<p class="MsoNormal">É de se observar que os conservadores e serviçais de
interesses estrangeiros se encolheram diante da fúria popular que se manifestou
em toda parte. Jornais foram atacados e “empastelados”, como se dizia na época,
jornalistas foram espancados ou fugiram a se esconderem, carros de entrega
dessas publicações foram virados, incendiados, máquinas de impressão foram
destruídas. O único jornal poupado foi o “Última Hora”, de Samuel Wainer,
apoiador de Getúlio, que era amado pelo povo e conhecido como o “pai dos pobres”
– e por isso mesmo odiado pelos ricos. Quando o povo se levanta, as elites colonizadas
se encolhem com medo.</p>
<p class="MsoNormal">Outro governo que despertou esse ódio interesseiro foi o de
João Goulart, o ex-ministro de Getúlio que deu um aumento histórico de 100% no
salário mínimo e implementou medidas para garantir os direitos dos
trabalhadores, sendo por isso atacado violentamente de todos os lados e
retirado por Getúlio por razões políticas, embora as medidas tenham sido
mantidas. O governo de João Goulart investiu na educação, implementou o Plano
Nacional de Alfabetização, com o objetivo de erradicar o analfabetismo do
território nacional, regulou mais ainda as empresas estrangeiras, sobretudo
estadunidenses (que eram a maioria), criou programas de qualificação de
professores e, supremo “atrevimento”, decretou a reforma agrária. A mídia
empresarial, histérica, berrava contra a “ameaça comunista” e clamava pela
derrubada de Jango, como era conhecido. </p>
<p class="MsoNormal">Na verdade, Goulart era latifundiário de São Borja, RS, como
Getúlio, e jamais seria comunista, embora levantasse às quatro da manhã pra ir
junto com os seus empregados pros serviços da fazenda, dividindo com eles o
chimarrão em franca camaradagem. Ele simplesmente achava que os mais pobres
tinham direito a uma vida digna, nada de “comunismo”, apenas humanismo,
sensibilidade e solidariedade com a parte mais sacrificada de toda a sociedade,
que sofria com a mentalidade ainda escravista das elites descendentes e
admiradoras dos antigos “senhores de escravos” dos tempos do império e da
colônia.</p>
<p class="MsoNormal">A frase do banqueiro ex-ministro da economia Paulo Guedes revela
a mentalidade das elites dominantes, perversa, anti-social, que permite
entender porquê somos obrigados a conviver com pessoas atiradas como lixo pelas
ruas, entocadas nas periferias em situações escabrosas de miséria e indigência,
gerando mão-de-obra farta, barata e sem direitos, alimentando a criminalidade
que cadeias não resolverão, ao contrário, especializam e aumentam a violência e
alimentam as organizações criminosas criadas por elementos da própria elite –
tudo o que dá lucro, desperta a cobiça.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Condições
materiais pra acabar com a desumanidade social há de sobra e há muito tempo. A
produção de alimentos e de insumos é mais que capaz de atender a todas as
necessidades de todas as pessoas. O que acontece é que não é suficiente pra
atender a ambição de alguns poucos – que impõem a ignorância com a sabotagem da
educação pública e, com o controle das comunicações, mantêm a desinformação,
pra que o povo não tome consciência do que acontece. Da mesma forma, precisam
de focos de miséria pra obrigar os trabalhadores a aceitarem qualquer condição
de trabalho, abrindo mão dos seus direitos e aceitando qualquer merreca pra não
cair nas condições expostas de abandono.</p>
<p class="MsoNormal">É tempo de revelação, é preciso ler os sinais e perceber os
condicionamentos que nos aprisionam a esse modo de vida angustiante,
competitivo, vazio de verdadeiro significado, frustrante. É preciso desenvolver
a solidariedade e a mentalidade cooperativa, entendendo as induções que nos
afastam uns dos outros, que criam competitividade e impedem a união fraterna
que poria abaixo toda esta estrutura injusta, covarde e perversa.</p>
<p class="MsoNormal">Acordamos, pouco a pouco demais pra minha cabeça, mas
acordamos, principalmente através das novas gerações – que os dominantes, com
seus profissionais de alta capacidade e de consciências compradas (jornalistas,
sociólogos, antropólogos, psicólogos, etc.) tentam cooptar sistematicamente.
Mas as exceções se multiplicam e a realidade vai se esclarecendo – o tempo não
pára.</p>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-69813682968635409912023-05-17T08:42:00.002-03:002023-05-17T08:42:18.450-03:00Olhar, escutar & perceber práticas de libertação<div><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Papo rolado ontem, com dois mestres de vida - Mônica Silva e Júlio Massaferri. Vale demais, pras mentes férteis. Não adianta muito, pras mentes áridas e empedradas. Essas, só o tempo, a vida e as dores do mundo podem amolecer e fertilizar. Vamos semeando por aí, escolhendo bem onde plantar, quando pessoalmente. Pela internet, não escolhemos, oferecemos a todos e dá proveito quem pode.</span></div><div><br /></div><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/B_Y3Cqa1iCc" width="480"></iframe>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-59142113566962916242023-05-14T21:52:00.003-03:002023-05-14T22:29:15.397-03:00Vinte cinco toneladas de alimentos orgânicos<p> Hoje foram doadas vinte e cinco toneladas de alimentos, no último dia da Feira da Reforma Agrária, a vinte entidades sociais da Grande São Paulo. Vinte e cinco mil quilos pra distribuir entre os famintos que perambulam pelas ruas ou moram em barracos nas periferias mais pobres. Nada que resolva por mais que um pouco tempo, pra alguns milhares de pessoas. Mas um exemplo e um demonstrativo do que é, na verdade, o MST em nossa sociedade injusta, perversa e covarde. E esse é o motivo pelo qual esse Movimento é tão odiado pelas elites e pela mídia que as representa - e a mais ninguém. Tão difamado e há tanto tempo que é quase senso comum, que vem se desfazendo aos poucos, sobretudo desde a pandemia, quando outras toneladas de alimentos foram doadas nas periferias famintas das cidades, pela solidariedade do MST, entre outras entidades igualmente perseguidas. Uma demonstração da perversidade institucionalizada, a percepção do seqüestro do Estado e suas instituições pelos poderes econômicos de elites diversas, embora compostas de muito pouca gente, em comparação com a população. Todo o aparato estatal e midiático é posto a serviço desses interesses anti-sociais, a quem interessa a fome e o desabrigo, a ignorância e a desinformação, a partir do escuro dos bastidores. Essa gente não tem medo de escuro, porque tira seus privilégios dele; tem medo é de luz, de clareza. Tem pavor da idéia de um povo instruído, esclarecido, com auto-estima e senso crítico pra entender o que acontece e escolher como atuar dentro disso tudo. E esse pavor se transforma em ódio diante de qualquer possibilidade que isso aconteça. Daí o ódio a Paulo Freire e a todos os que pretenderam instruir de verdade, que quiseram investir no desenvolvimento humano individual e coletivo, em alimentação orgânica e saudável, na formação do povo em todo o seu potencial, no atendimento de todas as necessidades de todas as pessoas, sem exceções.</p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjP4qdLN4XvIgeLruaKFmPpNA9jf1P9y4LpUjuqrm6yeZgN6FCYBkE0yL9PgSIWb-tn6hnQiioEw7QVJK2p3Mx4gbFKEAz5Og2WE765cRucWAGmAw8I5whdwjgp2WuA7qjVQpvImff8B8Q6FdlQNK-4UkXiHV57k0xMBknKN4mVJqzN35MHLl3RLHeR" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjP4qdLN4XvIgeLruaKFmPpNA9jf1P9y4LpUjuqrm6yeZgN6FCYBkE0yL9PgSIWb-tn6hnQiioEw7QVJK2p3Mx4gbFKEAz5Og2WE765cRucWAGmAw8I5whdwjgp2WuA7qjVQpvImff8B8Q6FdlQNK-4UkXiHV57k0xMBknKN4mVJqzN35MHLl3RLHeR=w640-h480" width="640" /></a></div> <span style="font-size: x-small;">Foto - Murilo da Silva</span><p></p><p>Padre Júlio Lancellotti, conhecido em seu trabalho de apoio à população desabrigada em sua paróquia, na Mooca - e também perseguido, difamado e agredido -, recebeu simbolicamente os alimentos, que vieram de assentamentos do MST em vinte e quatro estados do Brasil. Essa solidariedade vem de longe, mas foi sempre escondida, omitida pela mídia empresarial que domina as comunicações no país inteiro. Ao contrário, como porta-voz dos interesses econômicos de punhado de podres de ricos e formadora de opinião "popular" mas, sobretudo, das classes médias, ela difama, calunia, distorce e criminaliza o movimento, enquanto as agências de segurança "pública" infiltram seus agentes de espionagem. </p><p>Quem não conhecer e for a uma feira do MST, sempre de orgânicos, vai se surpreender com as mentalidades, as personalidades, o jeito das pessoas, além dos alimentos saudáveis e variadíssimos, colhidos ou preparados, pimentas, temperos, queijos, geléias, nem dá pra chegar perto de dizer tudo o que tem. Só indo e vendo com os próprios olhos, ouvindo, observando e absorvendo da realidade, do convívio, do contato direto. Ver com os próprios olhos e sentir com o próprio coração acaba levando a gente a pensar com a própria cabeça. Se é que me entendem.</p><p>Conheci o MST há muitos anos, em beiras de estrada por onde eu passava, em lonas pretas, plantando as terras mais distantes. Povo simpático, eu não tinha ainda a noção do que era o Movimento nascido em 1984. O que percebi logo é que eram pessoas pobres, mas esclarecidas a respeito da sociedade, com auto-estima e consciência acima da média sobre a realidade. Além de muito solidárias. Várias vezes cheguei e em cinco minutos estava convidado pra um café e alguma coisa pra comer - eles me viam a pé na estrada, carregando minhas coisas e nem perguntavam se eu queria, me viam chegando e cumprimentando, já iam me chamando e oferecendo. Muito tempo depois, já morando no Rio, conheci o escritório do MST na praça Tiradentes, deixei lá um desenho meu, de presente - "por tão poucos terem tanto, é que tantos têm tão pouco". Eu tinha ido com um amigo jornalista, Fabio da Silva Barbosa, para uma entrevista marcada com o Mano Teko, do Santa Marta se bem me lembro. Espero que tenham emoldurado o desenho e posto em alguma parede por lá. Mas não sei, nunca mais voltei. Encontro o MST por aí, vez por outra, e é sempre um prazer, sempre gente boa, sempre bons contatos. Pelo menos até hoje.</p><p>Não estou "defendendo" nada, não estou "pregando" nada, tô só relatando e dizendo como vejo e sinto.<br /><br /></p>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-81150282791669330352023-03-04T07:03:00.006-03:002023-03-04T07:23:56.687-03:00Cuidado, Sônia<p> <span style="font-size: 12pt;">A ministra
dos povos indígenas se encontrou, na embaixada dos Estados Unidos, com o “secretário
especial para o meio ambiente”, John Kerry. Diz que ele se interessa pelos
povos indígenas e pela proteção da Amazônia. Que está “verdadeiramente
preocupado”, tanto com a proteção ambiental quanto com a proteção dos direitos
dos povos indígenas.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cuidado,
Sônia. Os Estados Unidos representam o atual colonialismo nascido na Europa,
sobretudo o da Grã-Bretanha, de onde são descendentes diretos e que superaram sua
matriz, hoje sua aliada na dominação, no saque, na exploração e escravização de
todos os lugares onde lançam suas garras, de todos os povos que conseguem, ainda,
submeter. Não há sinceridade em suas propostas “humanitárias”. Basta observar
seus movimentos pelo mundo, a interferência em governos e parlamentos, nos
golpes de estado promovidos ao longo da história, nas mais de cinqüenta guerras
provocadas depois da segunda guerra mundial, nos países que se rebelaram ao seu
domínio. Um histórico de hipocrisia, de mentiras, de massacres e assassinatos,
sob pretextos superficiais e falsos, oferecendo armas, treinamento e dinheiro
aos traidores de seus povos, enriquecendo elites locais e formatando
mentalidades racistas e preconceituosas contra as maiorias, contra os
movimentos de defesa das precárias soberanias dos países ditos pobres – em sua
população – mas ricos em recursos minerais, em terras férteis, em água e,
sobretudo, petróleo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cuidado,
Sônia. Estão oferecendo novamente espelhinhos, miçangas e ferramentas de metal,
como foi feito com seus ancestrais. Sorrisos falsos e promessas cínicas
escondem os mesmos interesses de sempre nas riquezas, agora, da Amazônia. É
claro que não vão declarar os bastidores desses “interesses” de multinacionais
e mega-bancos mundiais sediados no império corporativo da “civilização
ocidental”, esse é seu modo de agir. Como já disse um de seus representantes,
um sorriso no rosto, palavras mansas e um grande porrete nas mãos. Lembre-se de
que, desde que se descobriu o pré-sal, foi reativada a tal 4ª Frota da marinha
estadunidense, desativada desde a grande guerra e re-esboçada durante o golpe
de 1964, no apoio aos militares brasileiros diante da possibilidade de
resistência. Que só não aconteceu pela decisão do presidente derrubado, um
latifundiário acusado mentirosamente de “comunista”, o bicho papão da mídia
empresarial e das políticas estadunidenses, na criação da paranóia ignorante e
desinformada com o domínio das comunicações e dos modelos de educação
engaiolados pelo “mercado”, superficiais e moldados na formação de peças para a
engrenagem perversa de uma sociedade escravista, maquiada e travestida como “democracia”,
mais uma grande hipocrisia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cuidado,
Sônia. A sedução dos vampiros mundiais começa com preocupações falsas, tanto
quanto os sorrisos e as promessas que escondem – embora se possa ver, quando se
leva em conta a história recente – pretendidos saques das riquezas da Amazônia.
Os colonizadores genocidas e escravistas europeus hoje estão representados pela
democracia de papel dos EUA, pela monarquia que resiste na Grã-Bretanha e, em
segundo plano, pelas mega-empresas européias. Existe ainda, em terceiro plano,
interesses parecidos vindos da Ásia, insipientes mas “promissores”, se
apresentando como “alternativa”. As riquezas latinoamericanas são cobiçadas
pelo mundo inteiro, como as da África, que já dá mostras de acordar para esta
realidade muito mais que a América Latina, porque lá o saque, a escravização, a
produção de miséria e o descaramento no controle das instituições é sem
disfarce, descarado e sem pudor.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cuidado,
Sônia. Todos esses sorrisos falsos, promessas mentirosas e preocupações ambientais
e humanitárias hipócritas trazem na alma interesses destrutivos e assassinos.
Aproveita-se a situação de fragilidade produzida pelos vampiros internos, pra
acenar “ajudas” que visam impor vampiros muito maiores, mundiais, “donos”
podres de ricos da “civilização ocidental” – a mais violenta de todos os
tempos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Sua foto com
esses dois “galalaus” brancos, estadunidenses, sorridentes os três na embaixada dos Estados Unidos – base de todos os golpes de Estado na América Latina –, me
pareceu assustadora e deu um frio na barriga. A ministra dos povos originários,
de grande importância histórica por ser a primeira vez que as vítimas de
genocídio continuado, desde a chegada da nefasta civilização européia, hoje
ocidental porque a colônia anglo-saxônica superou o mestre, está se deixando
levar pelo canto da sereia, está fechando com os piores inimigos da humanidade.
São representantes de forças que não têm amigos, mas sim interesses, que têm na
traição uma ferramenta de trabalho, na dominação e no saque, não importando em
nada qualquer quantidade de sofrimento e morte que possam produzir.<o:p></o:p></span></p>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-34199967610087330312023-01-26T16:35:00.001-03:002023-01-26T16:35:46.385-03:00Corações e mentes em resistência - Lucio Massafferri, Mônica Silva e Edu...<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/0sR6CFZRLaI" frameborder="0"></iframe>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-78041847851499430672023-01-24T17:40:00.001-03:002023-01-24T17:40:56.258-03:00Vencer na vida<p> <span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Vencer na vida não é enriquecer, mas sim chegar ao fim dessa passagem, que começa no nascimento e termina na morte, de bem com a própria consciência. Vencer na vida é chorar quando se nasce e sorrir quando se morre. A morte não é uma tragédia, uma desgraça, mas sim conseqüência de ter nascido. Tudo que nasce, morre. Nós todos estamos aqui de passagem. É preciso levar isso em conta, diante do massacre publicitário-midiático que faz tudo pra impor nossos objetivos de vida como </span><span style="color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">sendo consumir, desfrutar de prazeres materiais. A matéria é nosso veículo, não nossa finalidade. O tempo é implacável, todos sairemos da dimensão material. Impressionante como as pessoas não se ligam, mesmo vendo todos os antigos indo embora, mesmo percebendo o próprio envelhecimento. Vence quem sai limpo de maldades, de mentiras, vence quem mais beneficiou, vence quem tem facilidade em se desapegar de tudo, matéria e relações, vence quem não se deixou levar pelos valores desse mundo, controlado e dominado por interesses materiais. Chega a ser estúpido se deixar convencer que se vale o que se tem, não pelo caráter, pela amorosidade, pela sensibilidade, pelo senso de justiça. Deus não premia com riquezas, mas com paz de espírito. </span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">A verdadeira riqueza é imaterial.</span></p><p><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Obs.: Uso a palavra "Deus" pra simplificar o entendimento do que vejo como espiritualidade e não ouso definir. Não tenho alcance pra conceber o "supremo ser do universo", já que, como se sabe, o ser humano não alcança, nem de longe, o próprio universo como um todo. Não nos é possível saber onde são os seus limites, nem se tem limites. Aguardo minha compreensão se desenvolver, sem pretensão de entender ou explicar o que não alcanço. Mas espiritualidade eu sinto plenamente, desde muito cedo, e já comprovei seus efeitos e interferências em minha própria vida.</span></p>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-28304957807340524472023-01-23T16:51:00.004-03:002023-01-23T16:51:43.997-03:00O genocídio ianomami e a hipocrisia da mídia empresarial<p> <span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">A tevê nojenta faz matéria de menos de um minuto sobre a tragédia ianomami. Cita a morte de 570 crianças como quem fala da morte de 570 bois por febre aftosa, uma vez só, de passagem. Diz das providências que estão sendo tomadas pelo novo governo, sem citar o novo governo. Em nenhum momento questiona as causas da tragédia e do aumento escandaloso dos crimes cometidos, desde 2016, mas que aumentou mais ainda depois de 2018. </span></p><p><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Eu já vinha acompanhando, por postagens de </span><span style="color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">informativos indígenas - há vários, embora muito pouco vistos pela população em geral - os assassinatos de indígenas, estupros, expulsões, invasões de garimpeiros, madeireiros, criadores de gado e plantadores de soja. Estive pela Amazônia, há mais de trinta anos, e sei que suas terras "demarcadas" ou "em homologação", as terras onde vivem são cercadas por ambições e ódio destrutivo, em todo o território nacional. A difamação e a criação de desprezo - pelas mídias locais - servem como "justificativa" pros crimes cotidianos, os maus tratos e a repulsa por parte de pessoas sabotadas em informação e instrução.</span></p><p><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Os ataques nunca pararam, desde a chegada dos europeus, há séculos, mas nos últimos anos esses criminosos tiveram incentivo do próprio governo, que desarmou os poucos esquemas institucionais de defesa desses povos, das florestas, do meio ambiente. O massacre estava liberado, sob o ocultamento da mídia privada (mais privada do que nunca, como depósito de merda) e a exultação da ganância assassina. A mudança de governo pra um menos desumano mostra vontade de conter essa desgraça toda. Mas os elementos que a causam continuam ali, cercando as terras indígenas, babando de ambição e ódio aos que consideram um mero impedimento aos seus objetivos. Esses dias mesmo, no sul da Bahia, dois meninos foram mortos a tiros, quando voltavam pra sua aldeia em área retomada - se não me engano, um tinha 17 e o outro 22 anos. É prática cotidiana desta "civilização" o genocídio indígena - e dos pobres, nas cidades, pelas próprias "forças de segurança" da sociedade. Segurança pra quem?</span></p><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Que ninguém me pergunte o que fazer. Os povos indígenas sabem muito bem quais seriam as soluções - quem sabe com o Ministério dos Povos Originários e o apoio das pressões internacionais, não apareçam, na prática mecanismos de contenção dessa barbárie secular sobre os originários dessas terras...</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">É preciso, na minha opinião, tomar consciência da realidade, pra que apareçam caminhos e soluções pros problemas tão gritantes desta sociedade injusta, perversa, covarde - e suicida. E não se conte com os meios de comunicação empresariais, ao contrário, estes têm a função de dispersar a atenção, superficializar as mentalidades, estimular o egoísmo e a indiferença com o sofrimento alheio, omitir as causas das mazelas sociais e distorcer a realidade, apresentando amigos como se fossem inimigos e inimigos como se fossem amigos.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Nojo e repulsa dessa mídia criminosa e seus jornalistas, apresentadores e comentaristas de consciência vendida. Há muitos anos eu afirmo que o mercado de consciências é um dos que melhor paga no "mercado de trabalho".</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Todo apoio e solidariedade aos povos indígenas, vítimas preferenciais desta sociedade que agiu, desde que se implantou por aqui, de forma genocida, levando os povos que já estavam aqui quase ao extermínio. Só a resistência, a criatividade e a força de adaptação às situações que se impuseram pôde impedir esse extermínio - e agora estamos em processo de percepção da importâncias desses povos pra impedir a destruição total do meio ambiente e da vida no planeta.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">A sociedade dita "civilizada" tem muito a aprender com a gente originária. E isso é urgente urgentíssimo.</div>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-81717796474605162422023-01-09T10:38:00.001-03:002023-01-09T10:38:14.633-03:00Dia 8 de janeiro, domingo, escancara o terrorismo planejado. Covardia "de mercado".<p> <span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Vimos ontem o resultado da união da perversidade dos poderes econômicos com a ignorância, a desinformação e as induções ao inconsciente coletivo de ódio pelas mídias empresariais.</span></p><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">O "mercado financeiro" e os podres de ricos não mostram a cara, comandam as "comunicações", convocam os ignorantes de cérebro lavado e enxaguado e contratam os insufladores treinados, pra "liderar" a barbárie.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Fossem os milhões de famintos, esfarrapados, desabrigados e demais sabotados do povo <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>brasileiro a ocupar a esplanada dos ministérios e os palácios dos três poderes - em reivindicações justas dos seus direitos negados há incontáveis gerações - e todas as polícias, mais o exército, a marinha, a aeronáutica cairiam em cima, sem dó, e haveria muitos e muitos mortos, além de presos em número que precisaria ocupar estádios de futebol, pra serem judiados, torturados, "exemplados" por tal "atrevimento". E as exigências seriam mais que justas - comida, moradia, saneamento, sem falar em educação e informação são direitos constitucionais que o Estado não respeita, obrigações que o Estado não cumpre. São crimes e dívidas sociais.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Ontem, esses que se dizem "manifestantes" tinham como "reivindicações" um golpe de Estado, "intervenção militar", entre outros crimes - na inconformação com o resultado de uma eleição. Não teve polícia, nem repressão, até que depredaram os prédios dos três poderes. Aí houve alguma ação e as câmeras mostraram as pessoas saindo algemadas, às centenas, pacificamente e em silêncio. </div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Ninguém machucado, ninguém gritando, ninguém esperneando. No mínimo, estranho. Não era a índole que essa rapaziada apresentava, entre o ódio e o descontrole desvairado. Que tipo de acerto os deixou tão calminhos?</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Aguardem-se os desdobramentos. Não sei se as autoridades serão suficientes pra mobilizar forças de segurança que se demonstram, sem dúvida, favoráveis a essa bagunça toda.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">É bom lembrar que interessa aos podres de ricos - escondidos sob a expressão vaga "mercado" - manter pressionado um governo que declara pretender a contenção do saque banqueiro e mega-empresarial e o investimento na população, em alimento, moradia e educação. Assim se pode entender a benevolência com essa turba criminosa, entre profissionais do terrorismo e a massa amorfa e acéfala conduzida, induzida, insuflada pelos meios de comunicação, inclusive e, talvez, principalmente pelas redes sociais da internet. </div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">A proposta é conter as intenções declaradas desse governo. Manter miséria, ignorância, fome, desabrigo - como chantagem sobre a população trabalhadora pra que se aceite qualquer condição de trabalho explorado e sem direitos - pra que se mantenham, também, os privilégios desse punhado de parasitas sociais podres de ricos que se beneficiam desse primitivismo social grosseiro.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">A caridade é permitida, comovente na benevolência, porque não resolve. Um programa de Estado que elimine a miséria, o analfabetismo, a ignorância e a desinformação, é proibido como uma "heresia". Não é à toa que o projeto de lei destinado a criar condições pra um "auxílio-fome" foi chamado pela mídia empresarial de "pec da gastança".</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Como digo, desde a década de 80, no meu trabalho, o Estado é refém do poder econômico de elites internacionais, com a cumplicidade das elites locais. E o poder econômico é inimigo do povo. É preciso resgatar o chamado "poder público", pra que finalmente ele se torne verdadeiramente público.</div>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-60599593820920767662022-12-20T14:07:00.002-03:002022-12-20T14:09:02.447-03:00Riqueza e Pobreza<p> <span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Riqueza verdadeira a gente carrega dentro. Pode distribuir à vontade, que não diminui. </span></p><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Pobreza verdadeira é a mesma coisa, tá na alma. E também não diminui, por mais que se distribua.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"> </div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Essa "riqueza" ou "pobreza" é o que a gente leva da vida e, muitas vezes, o que se deixa também no mundo, por algumas gerações. </div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Todos temos riquezas e pobrezas. Cabe a cada um cuidar da proporção em si mesmo, nos valores, nas escolhas práticas da vida, na atitude, nas relações pessoais e <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>coletivas, no desenvolvimento da própria consciência.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Essa é a bagagem da alma, na viagem entre as dimensões.</div>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-68823921211320141022022-12-19T10:44:00.001-03:002022-12-19T10:44:09.359-03:00Instituições democráticas não fazem uma democracia de verdade. <p> <span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Sim, temos instituições democráticas. Falta construir a democracia - pra além da fachada.</span></p><p><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Educação pra além do mercado, humanista, vocacional.</span></p><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Informação pra além da mídia empresarial, que dá mais importância a interesses econômicos do que à verdade.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Debate político pra além de partidos, no estudo do funcionamento do Estado, do município ao país.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Desde o ensino fundamental até a universidade, desde a Constituição em versão infantil até o debate aprofundado dos seus artigos nos <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>ensinos médio e superior.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Transparência total dos orçamentos, desde a arrecadação de impostos até sua aplicação em cada área da sociedade.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Eliminação do analfabetismo, do desabrigo, da fome e do abandono como prioridade social maior.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Rompimento das correntes dos poderes econômicos, que sequestram a sociedade, através da administração pública, dos legislativos, dos judiciários, e produzem deliberadamente, por pressão, a sabotagem da educação e o controle das comunicações. É preciso investimento total na formação da consciência do povo - de TODO o povo.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">"Instituições democráticas" não fazem uma democracia. O que faz uma democracia é consciência social, igualitária e cidadã, espalhada por toda a população. O trabalho é longo e profundo. E começa a partir da mentalidade, dos valores, do comportamento, dos desejos e objetivos, da visão de mundo, de cada indivíduo. A revolução interna precede a revolução social, embora possam ser simultâneas.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Estamos caminhando.</div>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-27004517661677191602022-11-27T11:18:00.004-03:002022-11-27T11:19:54.822-03:00A vida no Bolsonistão<p> </p><h2 style="color: #bd2400; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; font-weight: normal;"><p class="name hyphenate" style="color: rgba(0, 0, 0, 0); font-size: 0px; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">Rodolfo Salm</p><p class="cargo hyphenate" style="color: rgba(0, 0, 0, 0); font-size: 0px; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">PhD em Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia, formou-se em Biologia pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Atualmente é professor da Universidade Federal do Pará.</p></h2><div class="s2s_supra_contenedor lang_directon_right s2sdefault align_left s2s_balloon_bottom" style="clear: both; color: #5c5b60; float: right; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif;"><div class="s2s_contenedor btn-group" style="margin: 4px; user-select: none;"><div class="s2s_pinterest btn btn-default btn-sm" style="background-color: whitesmoke; background-image: linear-gradient(rgb(255, 255, 255), rgb(230, 230, 230)); background-repeat: repeat-x; border-color: rgb(187, 187, 187) rgb(187, 187, 187) rgb(162, 162, 162); border-image: initial; border-radius: 4px; border-style: solid; border-width: 1px; box-shadow: rgba(255, 255, 255, 0.2) 0px 1px 0px inset, rgba(0, 0, 0, 0.05) 0px 1px 2px; color: #333333; cursor: pointer; display: inline-block; font-size: 13px; line-height: 18px; margin: 0px; padding: 0px; position: relative; text-align: center; text-shadow: rgba(255, 255, 255, 0.75) 0px 1px 1px; vertical-align: middle;"><a href="Rodolfo Salm PhD em Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia, formou-se em Biologia pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Atualmente é professor da Universidade Federal do Pará." style="color: #bd2400; cursor: pointer; display: block; font-size: 1.4em; list-style: none; padding: 4px 8px; user-select: none;"><span class="fa fab fa-pinterest" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: inherit; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 1; text-rendering: auto;"></span></a></div><div class="s2s_linkedin btn btn-default btn-sm" style="background-color: whitesmoke; background-image: linear-gradient(rgb(255, 255, 255), rgb(230, 230, 230)); background-repeat: repeat-x; border-color: rgb(187, 187, 187) rgb(187, 187, 187) rgb(162, 162, 162); border-image: initial; border-radius: 4px; border-style: solid; border-width: 1px; box-shadow: rgba(255, 255, 255, 0.2) 0px 1px 0px inset, rgba(0, 0, 0, 0.05) 0px 1px 2px; color: #333333; cursor: pointer; display: inline-block; font-size: 13px; line-height: 18px; margin: 0px; padding: 0px; position: relative; text-align: center; text-shadow: rgba(255, 255, 255, 0.75) 0px 1px 1px; vertical-align: middle;"><a style="color: #bd2400; cursor: pointer; display: block; font-size: 1.4em; list-style: none; padding: 4px 8px; user-select: none;"></a><a style="cursor: pointer; display: inline; font-size: 1.4em; list-style: none; padding: 4px 8px; user-select: none;"><b style="background-color: transparent; color: #666666; font-size: 14.4px; font-style: italic; text-align: left;">Rodolfo Salm</b></a><span class="fa fab fa-linkedin" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: inherit; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 1; text-rendering: auto;"></span></div><div class="s2s_tumblr btn btn-default btn-sm" lang="pt" style="background-color: whitesmoke; background-image: linear-gradient(rgb(255, 255, 255), rgb(230, 230, 230)); background-repeat: repeat-x; border-color: rgb(187, 187, 187) rgb(187, 187, 187) rgb(162, 162, 162); border-image: initial; border-radius: 4px; border-style: solid; border-width: 1px; box-shadow: rgba(255, 255, 255, 0.2) 0px 1px 0px inset, rgba(0, 0, 0, 0.05) 0px 1px 2px; color: #333333; cursor: pointer; display: inline-block; font-size: 13px; line-height: 18px; margin: 0px; padding: 0px; position: relative; text-align: center; text-shadow: rgba(255, 255, 255, 0.75) 0px 1px 1px; vertical-align: middle;"><a style="color: #bd2400; cursor: pointer; display: block; font-size: 1.4em; list-style: none; padding: 4px 8px; user-select: none;"><span class="fa fab fa-tumblr" style="-webkit-font-smoothing: antialiased; display: inline-block; font-family: FontAwesome; font-size: inherit; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 1; text-rendering: auto;"></span></a><a style="color: #bd2400; cursor: pointer; display: block; font-size: 1.4em; list-style: none; padding: 4px 8px; user-select: none;"><span style="background-color: transparent; color: #666666; font-size: 14.4px; font-style: italic; text-align: left;">25/11/2022</span></a><a style="color: #bd2400; cursor: pointer; display: block; font-size: 1.4em; list-style: none; padding: 4px 8px; user-select: none;"><span style="background-color: transparent; color: #666666; font-size: 14.4px; font-style: italic; text-align: left;"><br /></span></a><a style="color: #bd2400; cursor: pointer; display: block; font-size: 1.4em; list-style: none; padding: 4px 8px; user-select: none;"><span style="background-color: transparent; color: #666666; font-size: 14.4px; font-style: italic; text-align: left;"><br /></span></a></div></div></div><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi1EEeJZZczkjDZ-nQNBDv2Z9nP0Hpxq-fxPJEKN0R1IEoGvMQe0qIltvayaXwtwiT5IUKhOc4B9lJhtV4I1F0rZk1HX79Tss7PDWkJo5nzo2wmofAXn_0KP9R5__WppB0dTaarz1MVOd31_ORq93CGL2aXMhrWPB4dZgYhQDqvCuC-dJpSDcPZNwJo" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img data-original-height="530" data-original-width="747" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi1EEeJZZczkjDZ-nQNBDv2Z9nP0Hpxq-fxPJEKN0R1IEoGvMQe0qIltvayaXwtwiT5IUKhOc4B9lJhtV4I1F0rZk1HX79Tss7PDWkJo5nzo2wmofAXn_0KP9R5__WppB0dTaarz1MVOd31_ORq93CGL2aXMhrWPB4dZgYhQDqvCuC-dJpSDcPZNwJo=s16000" /></a></div><br />Altamira se tornou um dos principais centros do Bolsonistão. Se Altamira fosse o Brasil, Bolsonaro teria vencido no primeiro turno, quando alcançou quase 58% dos votos, contra 36,9% de Lula. No momento em que escrevi este artigo, havia um grupo de manifestantes acampados em frente ao 51º Batalhão de Infantaria de Selva, que fica no limite da cidade, pedindo uma “intervenção” – leia-se golpe militar. Em frente ao batalhão, várias churrasqueiras a pleno vapor. A churrascada foi prometida para a população caso Bolsonaro fosse eleito presidente. Com a derrota, a carne que falta na mesa de milhares de pessoas nas periferias de Altamira foi usada para agregar “simpatizantes” em torno do protesto golpista. Carne, refrigerantes e outros gêneros chegaram em caixas enviadas por comerciantes e empresários locais, o que ajuda a manter viva a revolta golpista contra o resultado legítimo das urnas.<p></p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">No dia seguinte ao segundo turno, registrei o protesto em vídeo duas vezes. Achei que estava passando despercebido. Neste domingo, fui mais uma vez. O celular foi tomado da minha mão. Enquanto eu protestava aos gritos, uma roda de amarelinhos se formou ao meu redor. Tive que negociar com um dos líderes da direita local a devolução do aparelho, em troca do compromisso de apagar o vídeo. Ele me disse que, nas ocasiões anteriores, havia pessoas prontas para me agredir. Descobriram meu nome e agora me atacam nas redes sociais. Fui avisado de que circula por WhatsApp a mensagem de um militar do meu bairro que disse ter vontade de me “dar um tiro”.</p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">Vivo em Altamira, uma das principais cidades do arco do desmatamento, na Amazônia, há 14 anos. É a primeira vez que estou assustado, a ponto de me afastar do debate político com a sociedade local. Vários dos empresários que financiam as ações golpistas enriqueceram com a grilagem de terras, através de fraudes em projetos de desenvolvimento regional da ditadura militar-empresarial (1964-1985). Vários deles hoje pleiteiam pedaços de terra já invadidos e desmatados na Terra Indígena Ituna-Itatá, onde há registro de presença de povos isolados, a cerca de 100 quilômetros da cidade. Quando contestados, dizem que os indígenas “desapareceram”. Claro, aterrorizados, com sua terra toda invadida por milícias armadas, eles se evadiram para áreas mais remotas.</p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">Em sua manifestação em frente ao quartel, os seguidores de Bolsonaro gritavam: “Liberdade, liberdade”. Quem vive na Amazônia sabe que a “liberdade” que defendem é a liberdade para invadir terras públicas, queimar, desmatar, garimpar, tirar madeira. Não é acaso o fato de Altamira ser a campeã em emissões de dióxido de carbono do Brasil, à frente inclusive da cidade de São Paulo. Há uma correlação explícita entre o arco do desmatamento da Amazônia, a área de maior intensidade de atividades predatórias destrutivas do meio ambiente, e as áreas onde Bolsonaro teve suas votações mais expressivas.</p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">Desembarquei na cidade em 2008, após ser aprovado no concurso para uma vaga de ecólogo na Universidade Federal do Pará (UFPA). Minha ligação com a região amazônica, porém, começou em 1996, quando iniciei meu contato com os Kayapó como estudante de biologia na Universidade de São Paulo (USP). Apaixonei-me pela floresta amazônica da bacia do Xingu e pela cultura combativa desse povo. Mas a realidade que encontrei em Altamira, anos mais tarde, foi totalmente diversa: uma cidade que odeia a floresta, despreza os indígenas e faz de tudo para renegar sua origem. Quase não há árvores pelas ruas, e as poucas que existem vão sendo rapidamente deletadas da paisagem urbana. Nestes últimos anos, fiz do entorno da casa que construí uma floresta, mas tive meu terreno invadido recentemente por um vizinho que envenenou algumas árvores que lhe cobriam parcialmente a vista do rio Xingu. Em vez de protestar, fui obrigado a me conformar calado, pois se trata de um grileiro que costuma resolver seus problemas à moda antiga. Gasto parte substancial do meu tempo de trabalho tentando jardinar e arborizar o campus da UFPA, com frequência em conflito com aqueles que consideram as árvores uma ameaça às estruturas físicas da universidade.</p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">Quando cheguei, o rio Xingu corria livre e belo em frente à minha casa. Altamira tinha um ritmo pacato, trânsito tranquilo e praias de areia branca onde o povo se divertia nos finais de semana. Isso até a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que transtornou a paisagem, com a inundação das praias, o apodrecimento do rio, a degradação urbana e social e a explosão da violência.</p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">A imagem do presidente Lula de mãos dadas e erguidas com Tuire Kayapó é, para mim, a síntese da campanha eleitoral de 2022. Tuire ficou mundialmente conhecida em 1989 ao encostar seu facão no rosto de um diretor da Eletronorte, José Antônio Lopes, quando ele defendia a construção da hidrelétrica, chamada na época de Kararaô. Lula, por outro lado, que chegou à presidência pela primeira vez cercado por grandes expectativas para a conservação da maior floresta tropical do planeta, decepcionou indígenas e ativistas ambientais ao desengavetar aquele antigo projeto da ditadura.</p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">Enquanto o país crescia sob inegáveis avanços sociais proporcionados pelos governos petistas, em Altamira nós denunciamos repetidamente a inviabilidade técnica e econômica, assim como as terríveis consequências socioambientais daquela que era considerada a maior obra do setor elétrico do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em 2010, fomos reprimidos pela Força Nacional quando tentamos protestar durante a visita do então presidente Lula à cidade, onde desembarcou para defender Belo Monte. Ironicamente, na ocasião, Lula confraternizou com muitos dos que hoje o caluniam, lutaram contra sua eleição e circulavam pela churrascada golpista diante do quartel do Exército. Belo Monte materializou-se no Xingu, e todas as nossas piores previsões se confirmaram.</p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">Somente uma reviravolta política tão grande para converter os opositores de Belo Monte em fervorosos defensores da eleição de Lula. A forma criminosa como o atual governo, sob responsabilidade direta de Jair Bolsonaro, agiu diante da pandemia, foi responsável pela morte de quase 700 mil brasileiros. Perdi dois amigos de Altamira e do Xingu: o maravilhoso repórter fotográfico Lilo Clareto, que morava na cidade retratando as violações ambientais e humanas causadas pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, e meu irmão na cultura Kayapó, o cacique Paulinho Paiakan, que no final dos anos 1980 foi a mais importante liderança na luta contra a construção da hidrelétrica. Bolsonaro só não foi denunciado pela CPI da Pandemia por crime de genocídio por uma tecnicalidade. Segundo alguns, o genocídio teria que ser uma ação voltada contra grupos étnicos específicos, enquanto os crimes de Bolsonaro na pandemia teriam sido contra todo o povo brasileiro. Aceitando-se tal definição, o conceito poderia ser aplicado ao tratamento dado por Bolsonaro especificamente aos povos indígenas.</p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">Bolsonaro prometeu durante a campanha de 2018 que não demarcaria nem um centímetro mais de terras indígenas, contrariando a determinação da Constituição de 1988, e cumpriu a promessa à risca. Pior que isso, incentivou o garimpo ilegal nas terras indígenas, tanto em suas falas quanto no desmonte dos órgãos de fiscalização e no aparelhamento da Funai. Várias aldeias na Terra Indígena Kayapó, que conheço mais profundamente, cederam às pressões e abriram seus territórios para o garimpo. Outras ainda resistem. Aukre, a minha aldeia, fundada por Paulinho Paiakan, aonde retorno todos os anos para me reconectar com a floresta, resistiu aos garimpos até aqui. Mas dificilmente resistiria a um novo governo Bolsonaro.</p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">Foi uma campanha eleitoral violenta, com abusos de poder econômico e do uso da máquina pública por Bolsonaro. Vi muita gente das classes D e E em Altamira com medo de expressar sua opção por Lula, andando nas ruas, a pé ou de bicicleta, atendendo nas lojas com medo do patrão. Mas até nisso Altamira é desigual. Só por ter um carro, sou considerado “rico”. Achei que estaria me arriscando ao encher meu carro de adesivos de Lula. Mas não, tudo o que ouvi foi o apoio de pessoas que lamentavam não poder fazer o mesmo. Por medo.</p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">Quem sofreu por isso foi meu filho adolescente, que matriculei naquela que imaginava ser a melhor escola da cidade. Quando seus colegas viram os adesivos no meu carro, ele passou a sofrer bullying de boa parte deles, filhos de bolsonaristas. Chegaram a cercá-lo dizendo que, se ele é “esquerdista”, não poderia ter celular. Fico preocupado com uma juventude que apoia a destruição da floresta e defende um político que enaltece torturadores.</p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">Altamira me faz lembrar da famosa frase de Bertolt Brecht: “A cadela do fascismo está sempre no cio”. Hoje, em Altamira e no Brasil, essa cadela está ávida e feroz. Apesar do soluço de alívio representado pela vitória de Lula, a Amazônia ainda está por um fio.</p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">Rodolfo Salm é professor da Universidade Federal do Pará.</span></p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;"><span color="rgba(0, 0, 0, 0)" style="font-size: 0px;">odolfo Salm</span></p><p class="cargo hyphenate" style="color: rgba(0, 0, 0, 0); font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; font-size: 0px; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;">PhD em Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia, formou-se em Biologia pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Atualmente é professor da Universidade Federal do Pará.</p><p class="hyphenate" style="color: #5c5b60; font-family: HelveticaNeueHeavyCondensed, HelveticaNeue-Heavy-Condensed, "Helvetica Neue Heavy Condensed", HelveticaNeueHeavy, HelveticaNeue-Heavy, "Helvetica Neue Heavy", HelveticaNeue, "Helvetica Neue", TeXGyreHerosCnBold, "Arial Narrow", Arial, sans-serif; line-height: 1.5em; margin: 5px; padding: 0px 0px 5px; text-align: justify;"><strong>Publicado originalmente na Revista <a href="https://sumauma.com/a-vida-no-bolsonistao/" style="color: #bd2400; cursor: pointer; font-weight: normal; list-style: none; text-decoration-line: none;">Sumaúma</a>.</strong></p>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-89871011624633430272022-10-27T14:03:00.001-03:002022-10-27T14:03:09.548-03:00As "instituições democráticas" estão ameaçadas. Democracia ainda não houve.<p> <span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Não estamos tentando salvar "a democracia", mas sim as "instituições democráticas" - o que é muito diferente. A democracia ainda precisa ser construída. No conhecimento, na instrução, na informação verdadeira que são direito da população, sistematicamente negado. (Assim como alimentação e moradia decente, com saneamento, energia e segurança.) As instituições estão não só ameaçadas, mas desmoralizadas, a meu ver. Mais que nunca, porque desde o início dos anos 80 eu </span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">desacreditei no aparato estatal, em todas as suas áreas. Percebi as determinações dos poderes econômicos de um punhado de podres de ricos, inclusive no meu pensamento, na minha visão de mundo, nos meus desejos, objetivos e até nos sentimentos. E sacudi tudo fora. Agora olho, espantado e calmo, a reação violenta a um esboço de inclusão social, ao atendimento mínimo de alguns direitos de parte da população roubada em seus direitos constitucionais e excluída dos benefícios do desenvolvimento e da tecnologia. A sabotagem e cooptação da educação pelo "mercado", o controle das informações, a criação deliberada de ignorância, desinformação, superficialidade mental e agressividade competitiva criou o campo pro estímulo ao ódio, ao confronto, ao conflito que estamos vendo em toda parte. A ameaça é séria, assustadora, não só às "instituições democráticas" mas também, e principalmente, na situação social, às condições de vida, em todo o território nacional, da maioria da população - leia-se fome, desabrigo, violência e criminalidade miúda. E, pelo outro lado, da repressão estatal, do aumento da população carcerária, da destruição de vocações e de vidas, alimentando as "empresas" do crime organizado, municipais, estaduais, regionais, nacionais e internacionais.</span></p>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-57088208724110357912022-10-02T14:16:00.000-03:002022-10-02T14:16:33.827-03:00Eleições de 22 - ponto de passagem, não de chegada.<p> Não estou impregnado desse clima de festa, dessa "alegria da vitória", não me sinto "feliz de novo", não participo de comemorações, nem vejo a luz no fim do túnel. Só estou vendo as trevas espessas que cobriram o aparato estatal se dispersando, pouco a pouco. As revelações foram feitas, a maldade escondida tomou coragem de se mostrar, a perversidade se assumiu perversa, covarde, indiferente a injustiças e sofrimentos alheios. Os cargos públicos nunca se mostraram tão claramente vendidos, movidos a montanhas de dinheiro público, em plena pandemia, em pleno processo de empobrecimento e desemprego, em meio à fome e o desabrigo crescentes. É preciso dar proveito a essas revelações.</p>O que espero é o restabelecimento das instituições, pra recomeçar a tentar colocá-las no verdadeiro serviço público, no cumprimento da Constituição, no atendimento pleno de todos os direitos da população. Em todo esse período desde 2016, o que se viu foi o desmonte de várias estruturas industriais, de um sem número de programas que atendiam, ainda que mal e pouco, direitos básicos, humanos e constitucionais da maioria historicamente roubada nesses direitos. As instituições foram ocupadas pela bandidagem e foram invertidos os seus procedimentos. Protestar ou denunciar ficou mais perigoso do que sempre foi. A impunidade foi instalada, o incentivo aos crimes, maior que nunca.<br />Volta à cena o velho teatro de marionetes. Agora mais visíveis as forças econômicas tenebrosas que ainda dominam as câmaras - de vereadores, deputados tanto estaduais quanto federais e senadores -, os governos municipais, estaduais e federal, o judiciário por vias tortas e as comunicações, dominando todas as mídias e capturando a audiência da massa da população, em todas as suas formas. É preciso levar em conta que política não é só partidária. Política é muito mais que isso. Vem de polis, vários, muitos, e trata da existência coletiva buscando harmonia social. Tratar de entender como funciona a estrutura social, como funciona uma prefeitura e suas secretarias, o país e seus ministérios, como são compostos os orçamentos, de onde vêm e como são aplicados, em que setores e por quê, isso é tratar de política. E deveria ser ensinado nas escolas, desde os primeiros anos, adaptados, claro, ao linguajar e à realidade de cada fase do desenvolvimento.<div><br />É preciso criar espaços de encontros coletivos, pra falar sobre as necessidades do coletivo, pra resolver problemas e apresentar aos "poderes públicos" o que precisa ser resolvido, ainda que no passo a passo. Conhecer as formas de pressionar o atendimento dos direitos, contar com uma imprensa honesta, que não venda sua consciência - as empresariais priorizam interesses econômicos, não a verdade. É preciso também abrir espaço pras comunicações, geral, desde as comunidades periféricas às escolas, associações, sindicatos, universidades, enfim, detonar o domínio empresarial sobre o espaço das comunicações no país.</div><div> <br />O controle dos territórios, as decisões finais sobre o que acontece neles devem ser dos que vivem nesses territórios. A sabedoria periférica, de sobrevivência e superação dos que formam o alicerce da sociedade, deve se impor em condições de igualdade aos saberes restritos a poucos e, em sua maioria induzidos a um sentimento de superioridade ilusório e intencionado na criação de barreiras e afastamento entre o saber e a sabedoria. </div><div><br /></div><div>Este é o grande temor da classe dominante, que o saber e a sabedoria se unam na busca de uma sociedade menos injusta, mais igualitária, menos perversa e mais solidária. Pra manter as coisas como são, é preciso ignorância e desinformação, consumismo e alienação, competições e disputas, miséria e exploração. É preciso espalhar o saber, sem restrições e com humildade. E a humildade, por sua vez, é o melhor veículo pra aquisição de sabedoria. </div><div>A necessidade da aproximação requer, do saber, respeito, humildade e disposição de aprender. E da sabedoria, consciência das próprias capacidades, auto-estima e respeito próprio. </div>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-28899024622610505532022-09-16T23:24:00.001-03:002022-09-16T23:24:26.088-03:00Corrupção e caminhada<p> <span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">A corrupção está no Estado, na estrutura social viciada. Nasce no poder econômico de um punhado, os corruptores, e se desenvolve no aparato de administração estatal, incluindo sobretudo parlamentares aos magotes, os corruptos - que ainda dominam a cena, em qualquer governo. Os corruptos são menos importantes que os corruptores, mas estes dominam também as comunicações e não são mencionados, a não ser quando é "briga de cachorro grande", com milhares de pessoas se danando do </span><span style="color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">lado do cachorro que perde. Muito poucas e raras essas brigas. E o perdedor apenas some de vista pra lamber suas "feridas" entre privilégios ainda grandes diante da situação da grande maioria.</span></p><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Não há governo que dê jeito nisso, é o desenvolvimento da consciência popular o que pode dar fim nas injustiças e covardias que esta sociedade pratica todo o tempo. Consciência contamina. O processo está em curso, há milênios. Cada passo tem sua hora, cada hora tem seu passo.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">E cada um faz da sua vida o seu passo nessa caminhada infinita.</div>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-65491959217295948032022-08-30T08:04:00.005-03:002022-08-30T08:04:51.374-03:00Consciência popular <div>Consciência pede instrução, informação, senso de justiça e sentimento de integração coletiva - ou de família humana e planetária.</div><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/GeQwDtV4L_o" width="480"></iframe>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-37362124631254984382022-08-28T20:35:00.001-03:002022-08-28T20:35:36.226-03:00Vida, sociedade e política com Eduardo Marinho<iframe style="background-image:url(https://i.ytimg.com/vi/v_FYWly4hdE/hqdefault.jpg)" width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/v_FYWly4hdE" frameborder="0"></iframe>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-73727266614561741472022-08-26T19:34:00.002-03:002022-08-26T19:36:10.353-03:00<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Masculinidade "tóxica". O que é isso?</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzDV_YNntZxvh8LDmZXXxhGra5vMJau70M_t9J36S2OcnBB-Sat2WPSfVvHdgTqw2oyjhxrsidE6rKAymBQ7w' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /> <p></p>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-6511237764910744442022-08-23T15:05:00.001-03:002022-08-23T15:05:20.074-03:00Eduardo Marinho com Ailton Godói.<iframe style="background-image:url(https://i.ytimg.com/vi/On_QPlnK46Y/hqdefault.jpg)" width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/On_QPlnK46Y" frameborder="0"></iframe>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-91712087800119885232022-08-17T12:25:00.000-03:002022-08-17T12:25:05.211-03:00Conversa com exceções de Rio das Pedras - 16.08.22<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/7ZAsdnS-KKQ" frameborder="0"></iframe>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-16362469338747879402022-07-29T08:30:00.003-03:002022-07-29T08:30:40.273-03:00A humanidade aumenta a percepção do universo, permanentemente.<p> <span style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; white-space: pre-wrap;">Em 2019 a Marinha dos Estados Unidos convocou a imprensa e declarou que os OVNIS, seres de outros planetas, eram uma realidade e que a humanidade teria que aprender a tratar com isso. Hoje, no jornal da Cultura, saiu que o Pentágonou criou um departamento exclusivo pra examinar e estudar as naves que surgem cada vez em maior número. Há tempos eu vejo declarações de pilotos, de militares do mundo inteiro, que dizem ser maior o número de avistamentos e contatos em áreas onde há bases de mísseis nucleares - e que essas naves teriam a capacidade de desativar, ao menos por um tempo, todas as armas atômicas.</span></p><div style="font-family: inherit;"><div class="" dir="auto" style="font-family: inherit;"><div class="ecm0bbzt hv4rvrfc dati1w0a e5nlhep0" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id="jsc_c_co" style="font-family: inherit; padding: 4px 16px;"><div class="j83agx80 cbu4d94t ew0dbk1b irj2b8pg" style="display: flex; flex-direction: column; font-family: inherit; margin-bottom: -5px; margin-top: -5px;"><div class="qzhwtbm6 knvmm38d" style="font-family: inherit; margin-bottom: 5px; margin-top: 5px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh a8c37x1j fe6kdd0r mau55g9w c8b282yb keod5gw0 nxhoafnm aigsh9s9 d3f4x2em iv3no6db jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id hzawbc8m" dir="auto" style="color: var(--primary-text); display: block; font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A humanidade se aproxima do tempo em que se dará conta de que o universo é todo habitado, em que começará a se relacionar com outras civilizações de outros sistemas solares - que se contam às centenas de bilhões em cada galáxia, que também se contam, as galáxias, aos bilhões e bilhões até onde alcançam os telescópios mais avançados. Que não alcançam nada parecido com um limite ou um fim do espaço universal.</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Estamos em tempo de transição e o planeta, a humanidade, terá que entrar em outra freqüência, em outra vibração, pra alcançar o nível pra se relacionar com outras humanidades, muito mais avançadas. A harmonia social e planetária virá como uma necessidade evolutiva pra que alcancemos tais vibrações. Daí a necessidade de expurgar as agressividades destrutivas, os conflitos, os desequilíbrios, as perversidades. Daí a migração planetária tão falada por sensitivos de todo o tipo, religiosos ou não. Muitos passarão a um planeta mais novo, que está num estágio onde a agressividade e a indiferença com o sofrimento alheio são elementos de sobrevivência. Não é castigo, é sintonia, adequação vibratória. Certamente levarão no inconsciente muita informação útil ao desenvolvimento de outras humanidades mais primitivas, ainda no tempo do animalismo.</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Não tenho apego a essa idéia, mas sinto estar mais próxima da realidade que muitas das interpretações religiosas - principalmente as que levam à discriminação dos que não lhes partilham as crenças, que produzem preconceitos, julgamentos e sentimentos de raiva e repulsa a outras pessoas, gerando conflitos, violência e sofrimentos. </div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Diante das centenas de milhares de anos que tem a nossa humanidade, uma vida é um estalinho no tempo. Gerações passarão nessa transição dos nossos tempos. Tempos de revelações, de definições, de colheitas. E de novos plantios.</div></div></span></div></div></div></div></div><p><span style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p><span style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p><span style="color: var(--primary-text); font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p><br /></p><div style="font-family: inherit;"><div class="stjgntxs ni8dbmo4 l82x9zwi uo3d90p7 h905i5nu monazrh9" data-visualcompletion="ignore-dynamic" style="border-radius: 0px 0px 8px 8px; font-family: inherit; overflow: hidden;"><div style="font-family: inherit;"><div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;"><div style="font-family: inherit;"><div class="l9j0dhe7" style="font-family: inherit; position: relative;"><div class="bp9cbjyn m9osqain j83agx80 jq4qci2q bkfpd7mw a3bd9o3v kvgmc6g5 wkznzc2l oygrvhab dhix69tm jktsbyx5 rz4wbd8a osnr6wyh a8nywdso s1tcr66n" style="align-items: center; border-bottom: 1px solid var(--divider); color: var(--secondary-text); display: flex; font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; justify-content: flex-end; line-height: 1.3333; margin: 0px 16px; padding: 10px 0px;"><div class="bp9cbjyn j83agx80 pfnyh3mw p1ueia1e" style="align-items: center; display: flex; flex-shrink: 0; font-family: inherit; height: 22px;"><div class="gtad4xkn" style="font-family: inherit; margin-left: 7px;"><span class="tojvnm2t a6sixzi8 abs2jz4q a8s20v7p t1p8iaqh k5wvi7nf q3lfd5jv pk4s997a bipmatt0 cebpdrjk qowsmv63 owwhemhu dp1hu0rb dhp61c6y iyyx5f41" style="align-items: inherit; align-self: inherit; display: inherit; flex-direction: inherit; flex: inherit; font-family: inherit; height: inherit; max-height: inherit; max-width: inherit; min-height: inherit; min-width: inherit; place-content: inherit; width: inherit;"><div aria-expanded="true" class="oajrlxb2 gs1a9yip mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 nhd2j8a9 mg4g778l pfnyh3mw p7hjln8o tgvbjcpo hpfvmrgz esuyzwwr f1sip0of n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql pq6dq46d btwxx1t3 abiwlrkh lzcic4wl dwo3fsh8 g5ia77u1 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv gmql0nx0 kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso l9j0dhe7 i1ao9s8h du4w35lb gpro0wi8" id="jsc_c_cq" role="button" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; 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min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><br /></span></div></span></div></div></div></div><div class="tvfksri0 ozuftl9m jmbispl3 olo4ujb6" style="font-family: inherit; margin-left: 12px; margin-right: 12px;"><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 pfnyh3mw i1fnvgqd gs1a9yip owycx6da btwxx1t3 ph5uu5jm b3onmgus e5nlhep0 ecm0bbzt nkwizq5d roh60bw9 mysgfdmx hddg9phg" style="align-items: stretch; box-sizing: border-box; display: flex; flex-flow: row nowrap; flex-shrink: 0; font-family: inherit; justify-content: space-between; margin: -6px -2px; padding: 4px; position: relative; z-index: 0;"><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 cbu4d94t d2edcug0 hpfvmrgz rj1gh0hx buofh1pr g5gj957u n8tt0mok hyh9befq iuny7tx3 ipjc6fyt" style="box-sizing: border-box; display: flex; flex-direction: column; flex: 1 1 0px; font-family: inherit; max-width: 100%; min-width: 0px; padding: 6px 2px; position: relative; z-index: 0;"><br /><div aria-label="Envie isso para amigos ou publique na sua linha do tempo" class="oajrlxb2 gs1a9yip g5ia77u1 mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv nhd2j8a9 mg4g778l pfnyh3mw p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x tgvbjcpo hpfvmrgz jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso l9j0dhe7 i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of du4w35lb n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql pq6dq46d btwxx1t3 abiwlrkh p8dawk7l lzcic4wl" role="button" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; 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transition-property: opacity; transition-timing-function: var(--fds-animation-fade-out);"></div></div></div></div></div></div></div><div class="cwj9ozl2 tvmbv18p" style="color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 4px;"></div></div></div></div>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7792421741724370008.post-86767628295570998952022-07-29T08:22:00.013-03:002022-07-29T12:31:36.095-03:00Curtinhas do Feicebuque<p> <b>Cidadão de Bem</b></p><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">É uma diferença brutal.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Quando ouço falar em "cidadão de bem", em geral estão falando de "cidadão de bens" - nada a ver com o bem geral, nada a ver com senso de justiça, nada a ver com sensibilidade, com solidariedade. Muito ao contrário. É a pregação do egoísmo, da indiferença com as injustiças sociais e com o sofrimento causado por elas a milhões e milhões de sabotados - em educação e informação de verdade, em alimentação, em moradia decente, em consciência social, enfim, em vida.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"> <b>Respeito Próprio</b></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Não quero fazer o que nunca foi feito. Não quero ser iniciador de nada. Quero fazer o que eu goste, o que eu respeite, o que minha consciência aprove. Quero ter prazer em ver o que fiz, aprender com isso e fazer outras coisas, no mesmo critério. Não busco aprovação, a não ser a da minha própria consciência. Gostar do que faço e do que andei fazendo é uma necessidade minha. Com a humildade de reconhecer eventuais erros, enganos e vacilos. E disposição pra reparar ou compensar os prejuízos causados por esses erros, sempre que possível. Por isso tudo, o único respeito do qual não posso abrir mão é o meu próprio respeito. Os demais são muito bons, mas não são fundamentais.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"> <b>Intuição e Crença</b></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Perguntam se eu acredito em Deus. Respondo que à minha maneira. Não preciso acreditar em nada. Com o tempo, vou ficar sabendo. Não comecei quando nasci, não vou acabar quando morrer. É o que sinto. Só precisa respeitar, como respeito as religiões e crenças, sejam quais forem. Já os religiosos, depende da atitude - alguns se especializam em distorcer "escritos sagrados" pra atender seus interesses, materiais ou pessoais, do próprio ego. Não respeito nada que agrida, discrimine, nada que produza sentimentos destrutivos, que ameace ou crie conflitos. Isso me determina exercer a espiritualidade no meu dia a dia, nos meus sentimentos, nas minhas relações pessoais e sociais, nas minhas escolhas, nos meus valores e comportamentos. E me impede de seguir qualquer religião. Mesmo as que afirmam, mentirosamente, não serem religião - mas mantêm as ameaças, cobranças e julgamentos, "em nome" do que quer que seja.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"> <b>Ser radical é preciso</b></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto">Radicalismo não é extremismo, não é agressividade, não é intolerância. Radicalismo é a prática de buscar as raízes, as causas dos problemas, é pensar profundo, é questionar a realidade e as informações postas.</div><div dir="auto">Distorcer o significado desta palavra é uma estratégia social do mercado financeiro, dos podres de ricos que dominam a sociedade, na construção da mentalidade superficial, rasa, consumista, competitiva que mantém a miséria, o desabrigo, a ignorância e a desinformação neste modelo social injusto, perverso, covarde e suicida.</div><div dir="auto">O sacode planetário está apenas começando - e vai durar algumas gerações em mutação acelerada.</div></div>Observar e absorverhttp://www.blogger.com/profile/02314866102775937984noreply@blogger.com5