sexta-feira, 11 de junho de 2010

Resumo da minha vida (até há pouco tempo)



Meu pai era militar e minha mãe, funcionária pública, do IAPC, depois INPS, depois INAMPS, depois... Ele sertanejo (de Nova Cruz, fronteira entre Paraíba e Rio Grande do Norte), ela mineira (descendente de alemães e portugueses).

Nasci no Espírito Santo, saí de lá com um mês de idade, pro Rio de Janeiro. Mas minha primeira lembrança da infância é de Corumbá, no Mato Grosso. Soltei o freio de mão da kombi do meu pai (ele me deixou sozinho, por um instante) e ela desceu de ré a ladeira onde morávamos, indo bater num poste no meio de uma avenida lá embaixo, assustando um burro que puxava uma carroça de abóboras, que empinou e virou com a carroça, espalhando as abóboras e provocando uma confusão danada, com gritos e correrias. Abri um enorme berreiro, com o dedo na buzina (naquele tempo a buzina funcionava, com o motor desligado), até meu pai descer correndo a ladeira e me pegar no colo. Lembro que ele riu da minha cara apavorada e também de alívio. Hoje eu digo, pra descrença geral, que bati o carro do meu pai quando eu tinha três anos. Morávamos lá, em 64, enquanto davam o golpe "militar". Mudamos pro Rio em 66, onde estudei, com minhas irmãs, num colégio de freiras.

Em 68 fomos pra Feira de Santana, onde eu aprendi a comer com farinha (até hoje), moramos afastados da cidade, em área rural, na vila militar dos oficiais. Meu pai era o comandante do 35º Batalhão de Infantaria. Dali voltamos ao Rio, de 71 a 73, e eu fui para o Colégio Militar. Morávamos na Tijuca, ao lado do Clube Municipal. Eu já fazia vários esportes.

Em 74 fomos pra Brasília. Ali, com 15 anos, fiz concurso e entrei pro Banco do Brasil. Pedi demissão dez meses depois, pra espanto geral. Na época, quem entrava pro Banco dava graças a deus e não saía mais, até se aposentar. E foi justamente esta idéia que me apavorou, viver ali a vida toda me parecia um horror. Foi a primeira vez que me chamaram de louco. A próxima experiência foi o exército. Entrei (via concurso) pra escola preparatória de cadetes do exército, pra alívio da família, que imaginou que eu estava com a vida resolvida. Ali eu tomei ojeriza da hierarquia forçada, artificial e sem sentido. E do papel do exército dentro do conjunto da sociedade, depois que me peguei com um fuzil na mão, apontando pra uma manifestação de estudantes desarmados, em frente ao quartel. Havíamos chegado de um exercício de campo brabo, com campo de concentração e tortura, caminháramos 90 km pra chegar de volta no quartel, 2/3 da tropa caiu pelo caminho, o estado interno era deplorável, eu ia dormir quando tocou o alarme, me deram de volta o fuzil e as balas, eu deitei na barricada com a arma destravada e louco pra atirar. Eu era da equipe de tiro, acertava um alvo a 600 metros, a manifestação era, no máximo a 200 m, coloquei o cara do megafone na alça de mira e pedi ordem de fogo, "tenho o líder na mira, tenente". Ele não deu a ordem e eu fiquei puto. Depois, chegou a polícia de choque e dispersou a manifestação, gás lacrimogêneo, cacetetes, gritos, correria. E pudemos ir dormir. Quando acordei, lembrei e fiquei estarrecido comigo mesmo. Saí do exército, pra comoção geral na família.

Meu pai e minha mãe se aposentaram, meu pai foi trabalhar na Eletrobrás do Espírito Santo, e eu conheci o estado onde nasci. Ali, fui corretor de imóveis, mergulhador (captura e criação de lagostas), surfista, maconhófilo, capoeirista e estudante de direito. Na faculdade, conheci os filósofos (ótimos) e seus seguidores (péssimos). Ao ler Marx, disse "é isso!" Mas não durou muito tempo, os marxistas me deram no saco, era muita certeza pra minha cabeça duvidosa. Além do mais, novamente uma hierarquia ridícula se fazia presente. Eu vinha de um ano e meio de exército, tinha cortado um dobrado, vinha um bando de filhinhos de mamãe que tinham tudo na mão e nunca tinham ficado por conta própria querendo exercer superioridade, talvez por saber muito mais textos decorados e se suporem portadores da verdade. Eu desconhecia. Fiz algumas ações de sabotagem, cortei uns fios, pichei uns muros, contestei o sistema daquela maneira lá. Me desentendi com o movimento estudantil, na época controlado pelo PC do B (stalinista). Abracei o anarquismo, depois achei fraco, também, as pessoas eram superficiais. Pregavam, mas não viviam aquilo. Aí eu me desliguei da escola "não quero ser dotô", botei umas coisas na mochila (poucas) e fui experimentar o que é não ter nada, fui procurar um sentido pra vida. E a família me baniu, e não era uma metáfora. "Pode esquecer que teve família um dia", "você não faz mais parte da família", "não nos procure para nada, em nenhuma circunstância". Isso depois de passar por um psicólogo, um psiquiatra e um padre, de última, pra me exorcizar (se eu não tava desequilibrado, nem louco, só podia estar endemoniado). Foi um rompimento geral, não só pai e mãe, mas a família inteira. Eu tava com 19 anos. E aí começou a história...





...continuando...





Passei alguns anos só viajando, de cidade em cidade, às vezes só na estrada, dormindo nos acostamentos, sob as marquises dos postos de gasolina, em construções, casas abandonadas, ruínas. Quando tinha fome, pedia o que comer em casas, restaurantes, postos, onde tivesse, trocava em serviço ou pedia simplesmente, pra seguir viagem. Andava sem dinheiro nenhum, tranqüilamente. Logo nos primeiros tempos, perdi os documentos (que ainda me davam alguma proteção contra as investidas da polícia). Em seguida fui preso pela primeira vez. Acusação: vadiagem. Na verdade, tirei uma onda com uns PMs em Salvador, e eles não gostaram. Como a geral não revelou nada, vadiagem foi o pretexto. Sagrada prisão. Tive que lavar um camburão e fiquei conhecendo o motorista (ou melhor, ele ficou me conhecendo), com quem eu insisti pra abrir a caçapa. Queria lavar lá dentro, depois de lavar toda a viatura. Ele não abriu, mas achou a maior graça de eu fazer tanta questão de lavar lá dentro.

Meses depois ele me salvou numa geral de cana certa, eu carregava umas gramas pra uns gringos meus vizinhos esporádicos na ilha de Itaparica (estava morando em Mar Grande). 50 gramas de preto, de "massa" ou "chá", na Bahia da época.

Na Bahia, também, eu descobri que primeiro cê ouve o zumbido, depois o tiro, numa carreira desabalada ladeira abaixo, em outro "avião". Dessa vez os PMs tavam a pé, e os tiros foram um estímulo tão grande que eles me perderam de vista em seguida, pois eu saí voando. Eu já tinha uma filha, Brisa do Outono, que nascera numa passagem em Vitória. Depois dessa, parei de fazer avião.

Na Bahia tive outra filha, Adhara, quando morava na Aldeia de Arembepe, numa casa toda de palha, minha primeira casa própria, onde vivi dois anos, ao norte de Salvador.

Depois, morei na Boca do Rio, ainda em Salvador, durante uns seis meses ainda, de onde saí por falta de pagamento das contas, mas só depois de ficar sem água nem luz.

Pegamos a estrada e viemos descendo, pouco a pouco, até chegar no Rio, em 85/6. Morei em Saquarema, num sítio de um alemão da Lufthansa que só tinha latinoamericanos de língua espanhola. Depois passei um tempo nas ruas do Rio, morei numa ocupação em Jacarepaguá, depois em Petrópolis, onde perdi o pouco que tinha na enchente de 87 pra 88, e fui pruma comunidade alternativa em Montes Claros, MG, já durante a gravidez de Ravi.

Partimos quatro meses depois e passamos por muitas cidades, até chegar em Sete Lagoas. Ali, ficamos hospedados no Hotel Vitória, por um mês, a convite, sem pagar. Dali fomos a uma cidadezinha satélite de Sete Lagoas, Prudente de Morais, onde moramos por 4 anos (não havia morado tanto tempo num lugar só, ainda). Aí me separei e fiquei com três crianças, sem a mãe, por escolha delas. Fui pra Visconde de Mauá e me escondi no mato, saindo pra vender minhas coisas e bancar as pequenas despesas que tinha. As crianças foram crescendo, eu casei de novo (com uma cearence que hoje é juíza e mudou o nome do filho que nós tivemos, de Manu Moreno pra Emanuel) e mudei pro Rio, desta vez pra um apartamento em Copacabana, um conjugado. Ela me dispensou e voltou pras suas "regalias" de família rica, cansada da minha pobreza material, queria babá, creche, empregada, e me deixou no fundo do poço, de onde eu tirei aquela frase que vendo até hoje, “quem chega ao fundo do poço, precisa lembrar que o fundo é o melhor lugar do poço, pra se tomar impulso”. Morei em Santa Teresa um ano e depois, me estabeleci em Santa Rosa, onde moro até hoje. Aí, já fazendo desenhos a nanquim, pintura a óleo, cenários pra teatro, sempre focado em esclarecer, sensibilizar, questionar, conscientizar.

E estamos aí.

37 comentários:

  1. esses play boy( vamos falar dessa forma),só querem dinheiro e um quer ser melhor que o otro e ter mais carros e conta no exterior e blá blá blá,toda essa porra ai,e não dão valor para origens as coisas mais simples,a humildade,e só se estressando,e elas querem nos julgar por fazer escolhas nossa própia escolha e mmanieira de viver,eles não percebem que oque importa é cuidar do nosso mundão e ter só oque nessecita e um ajudar o outro e vivendo na paz,preservar nossa natureza,as nossas aguás,a nossa terra!
    eles fazem pelo contrário,desmatão as florestas,desperdiçam nossa aguá e sempre ganhando dinheiro encima disso.Gostaria de volta ao tempo quando não existia dinheiro,politica,poder.
    ADMIRO VC BROTHER!
    fica na Paz!

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  2. O desenho de um caminho próprio, de um lugar não-delimitado nem dado de antemão, de um semblante livre, isso não é tarefa cômoda, mas é tarefa só sua. Negócio é que você inspira e faz a gente sonhar de novo, Eduardo. E eu fico sabendo que também tenho a minha tarefa. Grande abraço de um covarde fraterno.

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  3. poucos tem essa coragem de fazerem o q qrem e o q gostam

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  4. Então você é tipo um buda braliseliro do terceiro milênio. Pode crer!

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  5. Radical, mas quem disse que isso é ilegal.
    Só fico triste por ter deixado na beira do caminho pessoas que te amavam mesmo assim: "louco" e as vezes parecendo "insano".
    Bem vindo a sociedade dos pensadores livres.
    * Posso até discordar de algumas de suas idéias, mas não discordo de seus ideiais.

    Um abraço

    Luciano Zamboni

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  6. tenho uma pergunta
    vc já bebeu ayuasca?
    pelos desenhos suponho que sim.
    abraço cara

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  7. Sua história (e que interessante história) me lembra o filme "na natureza selvagem"... já assistiu?

    Legal seu depoimento no vídeo do youtube... Escreva mais e compartilhe seus pensamentos conosco... Virei sempre visitar seu blog...

    té mais!

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  8. Tem pessoas que simplesmente fazem a diferença por ter a coragem de seguir suas programações interiores. São estas que inspiram e passam a ajudar em alguma mudança, você fez isto, com algo tão singelo saiu criando uma teia de despertar. Toda mudança gera uma outra corrente de mudança, continue sempre sendo fiel, talvez algum dia esta teia seja tão forte que a superficialidade do sistema despenque. =) Abraços.

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  9. Muito interessante ler suas palavras e saber da inquietação que fez com que buscasse, na vida, caminhos que poucos teriam a coragem de seguir. Identifiquei-me com muito do que disse e, não por acaso, sou também artista plástica. Mas, enfim... somos todos parte de um mundo corrompido, aceitemos ou não, marionetes de um sistema massacrante, impiedoso, cruel; vítimas de nossos próprios desejos, medos, apegos...
    Só posso desejar que a luz esteja sempre sobre sua cabeça e que a Consciência seja sua Mestra!
    Sabedoria é experiência e não tem rótulo, marca, cor... ;)
    Gostei do seu trabalho!
    Abraços,
    Cristiane

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  10. Num país em que a liberdade não passa de um ato formal, são raros os que buscam na simplicidade humana força pra descobrir os verdadeiros valores, mas ainda sim existem, podem não ter tido essa determinação que vc teve.
    Continue assim pois "identificar a felicidade quando ela está a seus pés,ter a coragem e a determinação de se abaixar para pegá-la
    e para mantê-la, é a inteligência do coração,inteligência sem a inteligência do coração é apenas lógica e isso não é grande coisa." *pelo menos é no que acredito
    É isso ai estamos juntos e misturados nesse Grito Urbano ^_^

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  11. Eduardo, gostaria de saber se você poderia dar uma palestra na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, durante a Semana Acadêmica de Engenharia Química, gostaria muito que me respondesse, meu e-mail é: victorufrrj@yahoo.com.br

    Nosso engajamento, é voltado para o mesmo que o seu. O refletir do ser humano atual, sobre os pensamentos da sociedade.

    Grato pela atenção.
    Tudo de bom pra ti.

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  12. lição de vida uma porra! lição de vida é ver um pobre lutar e vencer na vida conseguir dar uma vida digna aos filhos, que ele mostre com atitudes. Meu irmão pare de falar merdas, pois muitos ricos já trabalharam em faxina, como camelô, etc.

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  13. gostei do seu trabalho sim. muitos pensamentos batem com os meus

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  14. ufaaaaaaaaaaaaaaa
    li num respiro só. Caramba.
    Ontem comentei com meu filho que "um grande marginal, um honrado crítico disso q vc contexta" havia morrido, daí ele mandou ess link e uns vídeos.A sociedade sem crítica torna-se mais cruel ainda.
    Mentes inquietas normalmente produzem arte...
    por Saramago (o crítico q me referi a pouco)
    "SE PUDERES OLHAR, VÊ. SE PODES VER, REPARA.
    Retrato do desmoronar completo da sociedade causado pela cegueira que aos poucos assola o mundo, reduzindo-o ao obscurantismo de meros seres extasiados na busca incessante pelo poder. Crítica pura às facetas básicas da natureza humana encarada como uma crise epidémica. Mais do que olhar, importa reparar no outro. Só dessa forma o homem se humaniza novamente. Caso contrário, continuará uma máquina insensível que observa passivamente o desabar de tudo à sua volta."
    Inté, fica bem

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  15. Apesar da maconha, da zombaria com os "homi" e do tráfico, admiro tua conduta....de buscar o que lhe convém...
    Nada mais justo.
    Boa sorte, camarada =]

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  16. Cara, um amigo meu me indicou o seu blog. E eu posso dizer à você que superou todas e quaisquer expectativas.
    Essa sua historia de vida, é fantastica. Eu gostaria muito de um dia, ter uma história que chegasse perto dessa para contar.
    E vendo suas atitudes e os seus pensamentos, eu acho que posso concluir um pouco da sua personalidade, que me faz sonhar mais ainda para um mundo melhor. Parabéns, sua historia é muito inspiradora.
    Se puder dar uma passada no meu blog fique à vontade.
    Com toda a certeza, voltarei com frequência por aqui. Abraços, Felipe Foroni

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  17. Dejan, a história de vida dele, não se olha ou retrata como no mundo capitalista. Ele procurou alternativas para saciar as vontades dele de achar um lugar melhor para produzir a vida. Fumar Ganja, morar no meio da floresta, ser batido pela polícia, e conhecer o seu País de um jeito totalmente inusitado, não é coisa de vagabundo. Mude os seus conceitos Dejan, eles te retratam como uma pessoa arcaica e antiquada. Como diz Gabriel O pensador: " muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente, a gente muda o mundo na mudança da mente. "

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  18. Tudo que se falou são questões que moram latentes em minha consciência, sei que faço pouco da minha valiosa vida, minha existência é breve, e às vezes me vejo vazio, sem sentido ao me perceber enquadrado como uma peça nessa imensa engrenagem.
    Mas dou meus pulos, e fujo na minha medida das armadilhas desse mundo.
    Foi muito bom ter te ouvido falar, estava precisando

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  19. Caramba! Eu estou admirada com tudo que estou lendo no Blog! Eu nasci e vivo no "presidio" do condominio fechado, com pais riquinhos que tem aquela velha opiniao de que a vida e feita de um bom diploma, uma mansao, carros bons, etc. etc. e o que vc diz faz parte de uma realidade que pouquiissimos conhecem! De fato, nos precisamos aepnas dos A's pra viver... Tanto que o mal do seculo 21 e a depressao. Porque de que adianta ter grana, diploma, sucesso, se o que ha de essencial na alma nao existe?
    To adorando seu blog! Infelizmente eu moro "no fim do mundo" (interiorzao) entao nao tem como conferir a sua galeria de arte (vi no video) mas vc e um grande artista! Parabens!

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  20. Só digo o seguinte: vi um vídeo teu em um outro website por acaso. Soco no estômago. Me fez restaurar algumas vontades de "luta". Parabéns. Estou a linkar teu website ao meu. Vamos trocar ideias.

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  21. "Acasos", às vezes, oferecem oportunidades, não? A reação irada e agressiva de alguns é sintoma de algum reconhecimento, ao mesmo tempo em que se nega, veementemente. A discordância legítima se manifesta com calma; a raiva e a ofensa sinalizam que não dá pra conversar, a vontade interferiu na visão e nas condições de diálogo. Não são poucos os que vêem a vida como querem e negam as realidades mais óbvias. Com esses, não perco tempo. Não quero convencer ninguém.

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  22. Eduardo...
    Eu gostaria de entrar em contato contigo.
    Percebi que tu é um cara que defende o que acredita ser correto, age primeiro pela consicência.
    Mas vejo um grande erro na tua filosofia. Você pulou da panela, mas caiu no fogo, na minha opinião.
    Eu gostaria de debater alguns assuntos contigo, vou te deixar meu e-mail, se interessar conversar a respeito.
    jaysonrosa@hotmail.com

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  23. Sábias palavras Eduardo! Pena para que para alguns a alienação seja mais reconfortante e sedutora.

    Abraço!

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  24. Reconfortante e sedutora por um trabalho minucioso, ardiloso, insidioso e massacroso (só pra manter a linha do oso). Mas o preço tá ali na frente, em angústia, em frustração, a cada vez que se faz silêncio (segundas-feiras à noite, por exemplo, pra maioria), surge um enorme vazio, a falta de sentido na vida. Não é à toa que se consome tanto anti-depressivo.

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  25. Parabéns pelos ideais e, principalmente, por não deixar que eles morressem diante das adversidades da vida.
    Aluna do Colégio Militar, meu contato com o Exército foi importatíssimo pra perceber uma tamanha "racionalidade" que, paradoxalmente, leva à total irracionalidade.
    É vendo trabalhos como o seu que reafirmo toda minha visão do cotidiano a que somos submetidos pela sociedade de massa atual.

    Vc ainda expõe seu trabalho em Santa Teresa?
    Abraços, fica com Deus!

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  26. Exponho em Santa, sábados e domingos, se não chover.

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  27. Sou de ARACAJU/SE. Tenho 18 anos, a cada dia que passa, a ignorancia que me rodeia me come por dentro,nao sei o que busco muito menos o que sou,estou prestes a fazer vestibular ,sei que nao quero fazer e sou "obrigada",eu nao quero nada disso. na verdade ainda busco minha ideologia.gostei muito de saber sua historia,me deu uma esperanca de vida.Parabéns pelo que vc é e pelo seu trabalho. Positividade em sua vida.Abraço

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  28. De onde vem toda essa coragem, cara? Responde essa.

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  29. Coragem? Que coragem? Tem coragem, não. O que tem é uma enorme necessidade interna, algo que não me permite aceitar, simplesmente, essa enxurrada interminável de mentiras que me contam desde que nasci. Algo que me torna impossível a naturalidade dos privilégios negados à maioria, algo que me constrange e envergonha e me torna fundamental a busca pelo respeito próprio, pelo sentimento isento de superioridade ou inferioridade com base no externo, na forma.

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  30. Eu faço quimioterapia há algum tempo. Hoje, inclusive passei por mais uma sessão. E por acaso descobri o seu blog, e conhecendo o seu trabalho.Muito marcante. E vou aderir a sua frase: “quem chega ao fundo do poço, precisa lembrar que o fundo é o melhor lugar do poço, pra se tomar impulso”.
    Obrigada pelo estimulo, agradeço, pois foi a frase certa lida no momento exato.

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  31. "era muita certeza pra minha cabeça duvidosa..." (Perfeito)... a certeza so pertence aos fracos...

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  32. Olá, é um prazer estar aqui no seu blog e viajar por sua vivências, com sua resistência, com a sua rebeldia, com sua coragem, com suas reflexões, sentindo a sua sinceridade, seu amor e sua humanidade! Um viagem original! Um viajante que observa e está atendo a todos os tipos de paisagens,todos os detalhes do caminho, atento aos rostos e suas histórias, a vida e suas memórias. Nada escapa ao olhar do menino curioso, teimoso que quer saber. Ele se aventura, enfrenta, paga para ver. Ele quer participar do mundo, ele quer ser gente e vibrar com outras gente. Quer ver a beleza espalhada em todos os lugares, quer a certeza da paz em todos os lares. Vislumbrar não o futuro mas o agora com justiça e dignidade, sem maldade.
    Ele está vivendo a vida, sentindo-a na pele.
    Viver é sentir, sem sentir não faz sentido. Vive as experiências querendo sorver todos os significados, reflete! Sente a dor de todos os injustiçados. Ele faz o seu caminho enquanto viaja. Deixa seu rastro de esperança com sua arte, reparte e segue viagem!
    Parabéns!!
    Namastê!
    http://atoderefletir.blogspot.com

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  33. Essa foi de arrepiar. Valeu, atoderefletir. Valeu, pessoa.

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  34. Adoro sua reflexões.Gostaria de ter a mesma "coragem" de me libertar.
    Parabéns

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  35. "Há um único recanto do universo que podemos ter certeza de melhorar: o nosso próprio eu".
    Aldous Huxley

    Muito instigante essa sua odisséia rumo a si-mesmo (muitos pensam em fazer essa viagem,porém não resistem ao canto das sereias), quantas coisas meu caro, deves ter observado e absorvido!
    Mas alguns podem dizer: esse homem tinha tudo, porque tudo isso!
    Contudo, só quem sente na pele a indiferença da sociedade, pode falar de seus contrastes. Tenho prazer em compartilhar contigo essa riqueza interior, a riqueza do pensamento, da sensibilidade para com o humano.
    É preciso combater a desordem atual, sem esperança de sucesso, ou então se desinteressar dela, o que equivale morrer espiritualmente.

    Graças pelo comentario no blog,abraço amigo.

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  36. Eduardo, antes de tudo quero te parabenizar. Tenho 23 anos, moro no RN e queria te dizer o que disse pra uma colega quando ela me mandou o link do seu vídeo no youtube. Fiquei de cara com o que vi por que era como se eu estivesse me vendo no vídeo, daí então falei pra ela que nossas vidas tem muita coisa em comum. Só uma sinopse, aí vai.
    Entrei nas forças armadas(uma ironia, uma vez perguntei a um superior para que serviam as forças armadas e ele me disse: "pra manter a paz e a ordem.")como forma de buscar um sentido e domesticar essa inquietação individual e ao mesmo tempo social, resultado, só aumetou. Eu tinha como superiores aspirantes a oficial recem saídos de escolas militares que não conheciam (desculpe a intensidade) PORRA nenhuma da vida dizendo o que eu tinha ou não tinha que fazer, insatisfeito dei baixa como eles chamam, daí, nesse meio tempo fui ser segurança de supermercado, vendedor, asg, estagiário, secretário de escola municipal, efim... E cara, nada disso eu passei mais de um ano, eu não aguentava, cada função que eu exercia me aprisionava de uma forma diferente. Então parei e por influêcias externas comecei a refletir no meu futuro, foi então que resolvi fazer vestibular para história, passei, super empolgado liderava grupos de estudo sobre as diversas correntes de pensamentos e ideais sociológicos, mas depois o tempo foi passando e foi caindo a ficha, mais ou menos como a música "Como nossos Pais" de Elis Regina que diz: "Hoje eu sei
    Que quem me deu a idéia
    De uma nova consciência
    E juventude
    Tá em casa
    Guardado por Deus
    Contando vil metal...
    Desencantei, desisti, fiz novamente vestibular, dessa vez pra Belas Artes só que aqui na UFRN se chama Artes Visuais, estou cursando há um ano e já posso assimilar a futilidade de todos esses professores e teorias contemporâneas que nada mais retratam senão a hipocrisia moderna. Bem, essa não é uma grande história se comparada a sua, mas, sem dúvida, são experiências que me colocam exatamente num lugar privilegiado(demorei pra entender isso), ou seja, nenhum lugar. Ouvi e ainda ouço bastante, pessoas dizerem coisas do tipo: "Isso pra mim é covardia, medo de encarar a vida", ou "Precisa se aproximar de Deus pra se orientar, tomar um rumo", ou ainda, "Quero só ver quando ficar velho". Em "outros tempos" isso me afetava, então eu me perguntava se a ignorância não era uma dádiva. Hoje sei que não. Questionar, por à prova, refutar, são ações que todos deveriamos ter, caso contrário nos tornamos inconcientemente soldados do sistema, prontos para podar, ridicularizar a exemplo do nosso ilustríssimo Sr. Dr. Dejan. Então é essa a mensagem, foi muito bom, Eduardo,compartilhar de suas experiências... E a todos que visitam esse templo de Espíritos Livres, que tenhamos essa insatisfação como libertação(literalmente).
    Abraço a todos!

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  37. Casulodaarte, tem um endereço no cabeçário do blogue. Por ali, nóis se comunica. Abraço,

    Eduardo.

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