sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Arte de "portas abertas", em Santa Teresa


Era sábado, saí de casa pelas dez e meia, onze horas, como de costume, pra expor meus desenhos. Fui de ônibus - às vezes vou de bicicleta, mais rápido e mais barato, só exige mais esforço. Mas eu sabia do evento, o bairro estaria diferente, provavelmente proibido aos que expõem nas calçadas e paredes, cheio de guardas municipais pra impedir os expositores de rua, como acontece todas as vezes. Os comerciantes e os artistas mais abastados promovem o evento e dão um jeito de proibir a exposição na rua, pelo menos no circuito mais freqüentado, nos eixos principais do bairro. Quando o micro começou a subir a Almirante Alexandrino, espinha dorsal do bairro, que começa quase nos Arcos da Lapa e vai até quase o Corcovado, fui olhando as arrumações.

Cartazes, estandartes coloridos, Santa Teresa parecia uma festa, com faixas, cores, desenhos, em cada loja ou ateliê, nos restaurantes. Por baixo da aparência, eu percebia a ausência dos expositores de rua. Havia uma tirania por trás da simpatia ostentada nos banners, cartazes, faixas e outros visuais. Um apelo hipócrita apresentando o bairro como o supra sumo dos artistas do Rio de Janeiro. Havia turistas e visitantes aos montes, carrões, pessoas com roupas caras, visivelmente as classes mais ricas da sociedade. Fui chegando ao Largo do Guimarães, desci do ônibus, olhei a calçada, ninguém expondo. O largo estava cheio de guardas municipais, há um escritório deles ali. A parede onde exponho, vazia, eu poderia ir direto nela, já tirando os desenhos da pasta e colocando rápido. Até eles se darem conta e chegarem junto eu teria já uns seis a dez desenhos colados e o impasse estaria criado. Mas, eu pensava, seria entrar num clima tenso, desagradável, estar pronto pra qualquer conseqüência, ou seja, uma apreensão ou coisa pior. Além do mais, pensava na rapaziada excluída que deveria estar, como sempre, escondida no alto da Felício dos Santos, uma rua secundária onde passa muito pouca gente e que a organização do evento “libera” pros expositores usuais das ruas de Santa Teresa e os que vêm pro evento. Resolvi abordar os dois guardas do lado da banca de jornais.

Na base do “com licença, boa tarde”, perguntei se eles tinham instrução de não permitir a exposição por ali e eles, reconhecidos pela consideração, explicaram que não podiam permitir a colocação de nenhuma mercadoria nas calçadas. Eu expliquei que expunha desenhos ali naquela parede – e mostrei a parede -, todo final de semana, mas sem nada na calçada. Eles ficaram meio confusos, “nosso trabalho é garantir a passagem nas calçadas”, e recomendaram falar com “aquele pessoal de jaqueta escura, escrito ‘Chave Mestra’, da organização do evento”. Eu já os tinha visto, representavam a empresa contratada para a realização. Não me agradou a idéia de falar com eles, conhecedor da ideologia e dos mecanismos dessas empresas, sempre em função do lucro, da consideração por quem tem mais grana, num desprezo franco e profundo pelos não privilegiados, os lutadores mais pobres. Mas fui. Havia um grupo deles no ponto de bonde, do outro lado da rua. Pela disposição, postura corporal e expressões, dava pra ver a hierarquia entre eles.

Fui na direção de uma mulher de uns trinta e cinco anos, intermediária entre o grupo e o chefe, ela imediatamente me indicou uma moça mais nova, claramente subalterna. Logo na primeira frase – eu exponho naquela parede ali todo sábado e domingo – ela demonstrou ignorância e chamou o chefe. Eu já o tinha visto antes, morador do bairro, era um chefete de grupelho, nada importante na empresa, apenas uma cooptação pra liderança de grupo. Ele interrompeu minha fala, dizendo que não poderia expor ali, porque ia juntar gente e poderia causar algum acidente com os carros. Era um menosprezo pela minha inteligência, ou ele era burro, mesmo. Respondi “ah, sim, grupos como aquele ali em frente ao bar do Mineiro” e apontei o monte de gente bebendo e conversando na rua, em frente ao bar lotado, “ou aquele outro’, apontei pro lado oposto, em plena Almirante Alexandrino,”esperando pra comer no Sobrenatural, né? Tá na cara que o motivo não é esse, né, meu irmão?”

Ele hesitou diante do óbvio, mas argumentou que no largo era diferente, mais perigoso, num ridículo absurdo que confirmava minha hipótese sobre sua inteligência. A rua estava toda lotada, de pedestres e carros, o que ele dizia não fazia o menor sentido. Parei de falar e olhei bem pra ele, enquanto ele falava. Só o confronto, mesmo. Mas lembrei da rapaziada que devia estar na Felício, os excluídos, e me deu vontade de estar entre eles. Interrompi o cara, já impaciente, “onde é que tá a feira alternativa, é na Felício, mesmo?”. Ele mostrou alívio, “tá lá em cima”, e juntou os dedos da mão, “tá bombando”, numa mentira tão descarada que parei de olhar pra ele e fui logo, pra não responder.

A rapaziada estava tão escondida que não dava nem pra ver, da Pascoal Carlos Magno, um dos eixos do bairro, onde passa o grosso dos visitantes. No ano anterior, pelo menos dava pra ver, aí algumas pessoas mais curiosas vinham ver e atraíam as outras, virava uma feira, mesmo, com gente fazendo som, dançando, mercadorias bonitas, criativas, bancas de bom gosto, pinga, música. Por isso eles resolveram proibir o maior pedaço da Felício, pra que a feira não ficasse visível. É a mentalidade mesquinha da ânsia de lucro, excluindo sempre os mais pobres, com pretextos pra esconder sua própria desumanidade. Engraçado é que quem determina é a empresa, mas quem faz cumprir é o poder público. É de dar nojo, mesmo.

Tive que expor num muro desigual, mais difícil, nem tinha espaço pra expor tudo. Mas o clima estava bom, encontrei conhecidos que só expunham no “portas abertas”, gente de outras cidades e outros bairros, além de vários expositores de sempre. Foi agradável, divertido, mas as vendas foram poucas. Ficamos até escurecer. Fui pra casa aborrecido com a injustiça, todos deveriam ter respeitado o direito de expor decentemente.

No dia seguinte, domingo, já desci do ônibus direto pra parede, no largo do Guimarães. Abri a pasta, fui tirando os desenhos que já estavam com a fita crepe, pra por nas partes de cimento – há as portas de metal, também, mas aí tem que cortar a fita adesiva, primeiro, demora mais e eu precisava de rapidez. No sexto desenho já tinha um guarda me abordando, daquela maneira sempre “criativa”, “boa tarde, o senhor tem autorização para expor essa mercadoria?” Era o guarda com quem eu havia falado no dia anterior, eu estava disposto a um confronto “gandhiano” com as instituições privada e pública. Expliquei que expunha naquela parede sempre, que não ocuparia a calçada, mas exporia. Disse também que não queria faltar com o respeito, nem seria agressivo com a guarda, sabia que eles cumpriam ordens, entendia perfeitamente que eles não tinham responsabilidade sobre elas e que seriam punidos se não as cumprissem. Mas que eu me sentia no direito de expor ali, que uma empresa não tinha o direito de me impedir e que, se houvesse a ordem de apreender os desenhos, eu não reagiria contra eles, nem os insultaria. Que cumprissem com sua consciência, pois eu cumpriria o que me dizia a minha.

Ele ficou sem saber o que dizer ou fazer, pediu pra esperar enquanto ele consultava a chefia. Eu esperei ele se afastar e continuei pondo os desenhos. O pessoal da “chave mestra” já estava se movimentando. Uma menina paulista, com o jaleco da empresa, chegou pra falar, ouviu meus argumentos, sorriu compreensiva e, depois de olhar em torno e não ver ninguém da empresa perto, disse “cê tá certo” e foi pro outro lado da rua, no ponto de bonde. Vieram outros com o tal jaleco, tentando me demover, ameaçando a apreensão. Quando ouviam que poderiam apreender, se quisessem, “vai ser interessante apreender desenhos a nanquim, num evento que se entitula ‘arte de portas abertas’”, ficavam furiosos e iam buscar novas instruções. Os guardas se postaram ao lado e eu falava calmamente com eles, enquanto ia colocando mais desenhos, com o cuidado de não expor os aquarelados, que dão muito mais trabalho. A apreensão era uma possibilidade real, eu preservava os coloridos, arriscando só os em preto e branco.

Os guardas haviam sido trazido de áreas distantes – meu medo era que fossem os do centro da cidade, acostumados às operações violentas de apreensão em grande escala, em conflitos ferozes com os camelôs, com gases, pancadaria, não raro tiros e pedradas. Mas eram de Guaratiba, do Recreio e outras áreas de balneários, onde o serviço era mais pacífico e de acordo com as funções reais da Guarda Municipal, de proteção ao patrimônio público – e não de caça aos ambulantes. Com minha ação pacífica eles simpatizaram comigo, acostumados a insultos e desconsiderações, e me deram toda razão. O pessoal da “chave mestra”, sobretudo os graduados, me olhava feio. O mesmo cara mentiroso do dia anterior veio me cobrar, “mas ontem você foi pra lá”, e eu, “mas não vendi, e eu não posso ficar sem vender. Não tenho, como você, um salário pra cair na minha conta uma vez por mês”. Ele insistiu, “uma vez por ano, o que custa não expor aqui?” Eu ri, “pra mim, custa não vender. E o que custa eu expor aqui, pra sua empresa?” Ele saiu inconformado, avisando que iriam apreender. Eu disse que preferia estar do meu lado e perder os desenhos, que estar do lado da empresa e fazer o papel de repressão sobre quem luta com dificuldades. Mas ninguém veio apreender. Em duas horas, senti segurança e expus os aquarelados. Vendi mais que o normal.

No fim de semana seguinte (o evento era em dois finais de semana), eu esperava alguma ação no sentido de impedir minha exposição. Desci um ponto antes, vim andando no meio das pessoas, o bairro novamente lotado. Achava que estariam à espreita pra me abordar antes de colocar o primeiro desenho. De longe, observei o largo. Não parecia haver nenhum esquema pra minha chegada, ninguém junto à parede, quantidade normal de uniformizados. Ao me aproximar, vi que havia uma faixa larga, esticada no exato lugar onde eu exponho. Era uma faixa informativa, com informações sobre o evento, com tamanho suficiente para ocupar todo o espaço. “Covardes”, pensei.


No chão, água, mochila e a pasta de desenhos. Se a intenção fosse informar, a altura da faixa seria bem maior.

Parei na frente da faixa. Olhei em volta. Do outro lado do largo, um uniformizado da “chave mestra” me olhava, de braços cruzados. Era o que tinha ficado mais furioso comigo, no domingo anterior. Algo se movia em meu estômago. O Largo do Guimarães estava cheio de gente. Levantei a voz e o braço, “senhores!”, várias pessoas me olharam. “Quero denunciar aqui a hipocrisia de um evento que se chama arte de portas abertas, que na verdade fecha as portas pros artistas que expõem nas ruas do bairro, todo final de semana!” O cara descruzou os braços, atônito. Ficou meio desnorteado, eu continuei. “Eu exponho há mais de dez anos em Santa Teresa, pelo menos há seis nessa parede aqui” e batia a mão sobre a faixa, “e hoje estou impedido de expor porque não faço parte dessa CURRIOLA que mancomuna a empresa responsável pelo evento com a guarda municipal, que devia servir ao município, e não aos interesses mesquinhos dos que impedem trabalhadores da arte de expor o seu trabalho!” O cara, depois da palavra curriola, gritada em sua direção, entrou pela porta da administração do bairro, a sub-prefeitura, onde devia estar sediado o comando da “chave mestra”. Em seguida, surgiu na porta com mais três pessoas, duas de uniforme e uma loura baixinha e gordinha que parecia a chefe geral.

Eu levantava a pasta com os desenhos, “dentro desta pasta tem meus desenhos, feitos a nanquim e aquarela, arte pura, e estou impedido de expor pelo conluio dessa chave mestra com a prefeitura, impondo regras ridículas, injustas, que só servem aos seus interesses ignorantes e desumanos, só visam o seu lucro e o dos abonados do bairro!” A loura começou a falar no celular, ostensivamente, achei que pra me intimidar. “Ela não me conhece”, eu pensei, rindo por dentro da minha indignação, “agora eu tô incomodando”. Passou o Jean, com seus tambores, me cumprimentou, eu me dirigi ao monte de pessoas que estava no largo “esse aí é o Jean, que expõe aqui no largo e hoje está impedido de expor também! Várias pessoas que expõem aqui estão impedidas porque são pessoas sem disponibilidade de grana, não fazem parte do grupinho dos privilegiados e são desprezados pelo poder econômico que está promovendo esse evento hipócrita! São artistas de alta qualidade, que têm beleza e sensibilidade pra oferecer e estão excluídos do evento por serem artistas de rua!” Jean, parou, colocou os tambores no chão, em solidariedade. Várias pessoas paravam pra ouvir, muitos apoiavam, ouvi comentários sobre o absurdo, “portas abertas pra quem?”, eu berrava. “Portas abertas pra quem vem gastar dinheiro, mas fechada pros artistas tradicionais no bairro!”

A loura entrava no escritório, pra aparecer logo depois de novo, olhando pra mim e falando no celular. Gesticulava, eu não sabia se era teatro pra me intimidar ou se ela estava armando alguma. Mas não estava nem aí. “Vou ficar aqui denunciando a falcatrua de um evento que se diz de portas abertas, numa afronta à inteligência, e proíbe a exposição dos mais pobres!” Várias pessoas paravam, ouvindo, e me apoiavam. Algumas foram pedir explicações no escritório, eu via a loura nervosa, falando e gesticulando com as pessoas que, visivelmente, estavam achando um absurdo aquilo. Funcionários entravam e saíam do escritório, celulares nas orelhas, me olhavam com ódio impotente. Um deles me fez um sinal ameaçador, mas eu já estava tomado pelo espírito guerreiro, “tô no meu direito de falar, rapaz, o que foi? Vai mandar me prender? Eu teria vergonha de estar no seu lugar, de perseguir trabalhador a serviço de um patrão safado e desumano! Tem algum ser humano aí?”, eu provocava, lá do outro lado da rua e do ponto. “Se tiver tem que estar morto de vergonha! Mas é esperar muito, o normal é cada um se importar consigo e os outros que se fodam! Ainda mais se os outros são pobres! Cadê a humanidade de vocês, deixaram em casa pra fazer esse papel ridículo?” E continuava, falando aos passantes, “estou denunciando aqui a hipocrisia...” O Jean já tinha ido pro lugar que ele arrumou pra expor, pagando 100 reais. Mal conseguiu dinheiro pra pagar, foi ruim pra ele.

Outros da rapaziada, ao passar, me viam ali, discursando, paravam, surpresos. Via seus olhos brilharem, “é isso aí, Edu, resistência!” E se deliciavam quando eu apontava o escritório da “chave mestra”, na administração da prefeitura, “a base desse evento mentiroso, repressor, fazendo cara de bonzinho, como a mídia, enquanto exerce seu vampirismo escondido”. Já haviam se passado umas duas horas, eu parava por uns minutos, conversando com algumas pessoas, depois voltava à carga. Alguém me deu um pedaço de gengibre, acho que Rogério, o poeta, “é bom pra garganta”, ele disse.

Iberê me convidou pra expor no muro ao lado da casa dele, a uns trezentos metros de distância dali, na Almirante Alexandrino. Ele estava expondo em seu carro, habitualmente parado em frente ao prédio onde mora, seus mapas estrelares, fases lunares e outras mercadorias. Iberê é um cara “espacial”. Os guardas foram pra cima dele, também, mas ele persistiu e ficou, com argumentos fortes. Morava ali, o carro ficava estacionado junto à calçada, ele se recusou a tirar e ninguém pôde fazer nada. Eu lembrei que precisava expor. Ali estava bom, mas eu não estava vendendo. A proibição de expor era em toda a rua, mas quando fui pra lá, ninguém me impediu. Achei que eles estavam dando graças por eu ter saído do largo do Guimarães e preferiram não me perturbar mais. Expus sábado e domingo e vendi muito bem.

Na semana seguinte, viajei ao Paraná, a convite do centro acadêmico de geografia, para o evento “A geografia dos excluídos e os excluídos da geografia”. O assunto era “cultura e arte subversivas” e eu era um dos palestrantes. Passei a semana toda e não expus em Santa. Quando cheguei, soube que no meu lugar haviam posto banheiros químicos, numa clara retaliação. Achei uma graça amarga. Então os serviçais do sistema estavam me retaliando, usando os recursos hipócritas do aparato público. "Covardes", eu ri.

Não precisei me mover. Durante o fim de semana que não fui, os próprios moradores trataram de reclamar da estupidez de colocar os banheiros na calçada, obrigando os pedestres a passar pela rua. Então não havia um lugar discreto, onde colocavam banheiros químicos nos eventos do largo? Por que colocaram no meio do caminho, se o lugar usado normalmente era muito mais indicado? Foram tantas as reclamações que não puderam repetir a dose. Quando cheguei, na outra semana, não havia banheiros. Expus sem problemas. E ironizei, “não pude dar a eles esse gostinho, estava viajando”.

                                                                                                                                    Eduardo Marinho



26 comentários:

  1. genial.

    Tenho um site que exponho minhas múicas.

    É um convite.

    www.marcelosantiago.com.br

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  2. Sua coragem sempre me motiva. Parabéns pela voz, Eduardo. É bom ler seu blog sempre que eu penso no estado do mundo pra termos a esperança da consciência, da mobilização. Vc sabe como te admiro! Abraços

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  3. Quanto mais aprendemos, melhor enxergamos o tamanho da nossa própria ignorância. Só faz sentido andando nessa direção. E espalhando água pros sedentos.

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    1. gostaria de saber o local que vc expõe suas obras. obrigado!

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  4. Já pus seu blog até na barra dos Favoritos...
    de tanto que me interessa, ver o seu brilhante, humilde, sincero, respeitoso... trabalho.
    Admiro muito sua força de vontade e seu dia a dia, de coraçao mesmo.
    Abraçao meu amigo !

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  5. Eduardo foi um prazer te conhecer no sabado passado em Santa Teresa. A vida é assim, somos admirados pela força mas como custa caro isso heim...
    Ando lutando feito louca para captação de $$ que minha ONG BENDIZER - apoio a pacientes de câncer possa pelo menos pg aluguel, contador e afins. Neste proximo fds vou promover um bazar/brechó tudo doação para levantar um dim dim. É minha semana de repouso depois de 05 fazendo quimio, preciso fazer desta semana 01 mês para por tudo em ordem. Um abraço Apertado

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  6. Melhor e mais esclarecedor só se eu estivesse ao vivo no local!
    Excelente narrativa e ponto de vista. A arte é uma expressão humana e não institucional. Como cultura deve ser aberta e extendida a todos! Pena morar tão longe senão muitas outras reclamações teriam chegado aos ouvidos da "loirinha"... Abraços e os mais sinceros votos de Paz e Vida!

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  7. Mandou muito bem!

    O que me dá mais raiva, é como o capital joga uns contra os outros. Com certeza, os guardas municipais não ganham bem... e, até, talvez, nem os caras do jaleco(a não ser a loirinha HAhaha).

    Assim como acontece com os praças das polícias militares e das forças armadas, colocam pobre para combater pobre! E o normal é aceitar essa ideia, caso contrário, é tirado de vagabundo. apenas, por defender seu direito ao trabalho, moradia, terra etc. E esse tipo de pensamento sai, principalmente das instituições estatais e da mídia,e vai se sedimentando, até mesmo, nas camadas mais pobres da sociedade, a ponto de virar senso-comum.

    Pelo menos a plateia que te ouviu pareceu esclarecida à tua causa. Talvez por Santa Tereza ser um bairro mais "cult". Se fosse em outro lugar, talvez a reação não fosse a mesma...

    Continue na luta!

    Abraços!

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  8. Se fosse em outro lugar, eu teria que usar uma outra língua - e não me refiro apenas à falada. Mantendo o conteúdo, claro.

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  9. Eduardo, você se supera a cada episódio. Muito bom. Nos dias de hoje dominados pelo capitalismo selvagem, precisamos de pessoas como você, lúcidas e conscientes de sua condição social.

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  10. Continuemos na luta, Edu! Ótimo texto! Inspirador...

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  11. Edu, parabéns pela força e coragem. O Brasil precisa de pessoas como você (DETERMINADAS), que expressem seus pensamentos, sem medo de serem repreendidos... Afinal, quem acredita sempre alcança. Beijos =]

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  12. Parabéns pelo trabalho Eduardo, importante a subversão artistica, se todos nós nos vários campos da vida tivessemos a compressão critica do que é imposto pelo sistema. seriamos mais verdadeiros uns com os outros. Admiro seu trabalho. Abraços

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  13. Infelizmente vivemos hoje um período de prostituição da arte. Depois de vários séculos de vivência e sobrevivência da arte pela arte (onde passamos por vários movimentos artísticos que estudavam técnicas e formas de expressar sentimentos), agora vivemos um momento da arte meramente conceitual. Tudo é arte e nada é arte, ao mesmo tempo, depende do conceito que se dá, e, obviamente, quem diz o que é e o que não é arte é uma "elite" grosseira e sem educação, que fecha as portas praqueles que realmente expressam sentimentos em suas obras, em detrimento do valor financeiro. Realmente uma pena, porém nada mais natural numa sociedade que há muito deixou que a esfera econômica dominasse as demais esferas (social, cultural, familiar, etc.)

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  14. Parabéns pelo teu trabalho e pela tua forma de levar a vida. Dificilmente encontramos pessoas que entendem o que há de errado em nossa sociedade e decidem viver marginalmente a isso, sem cair na ignorante mentalidade de anarquismo total, respeitando, SOBRETUDO, a pessoa! Que tu sirvas de inspiração a muita gente, como serviu pra mim.

    Abraço!

    Gustavo Alves Andrade
    Pelotas-RS
    prg.gustavo@gmail.com

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  15. Vamos por parte. Parabéns pelo seu TRABALHO e suas palavras quando não metralhadas para todos os lados. Sou um funcionário público realmente buscando uma mehor forma das pessoas viverem (dentro das atribuições do meu ofício). Mas se não houvesse ordem/legislação acerca das feiras de artes, as pessoas exporiam em qualquer lugar. Por exêmplo - não gostaria de ter uma dupla de repentista diariamente na porta da minha casa, pois trabalho diariamente e tenho que ter meu descanso semanal. Mesmo assim, caso solicitasse a presença dos órgãos responsáveis pela mantença da ordem, acredito não estar pactuando com as "oligarquias qua massacram o trabalhador", entre outros adjetivos que "fodem" os menos favoráveis. Sempre estudei em escola pública, me formei em escola pública, estudei em biblioteca pública e hoje sou funcionário público (com muito orgulho). Não podemos satisfazer a vontade nem tampouco os anseios de todos.

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  16. Dupla de repentistas na porta de casa não tem nada a ver com o que falo. E se alguém negar a influência - quando não controle - do poder econômico sobre a estrutura da sociedade, a partir das instâncias públicas, passa uma declaração de, no mínimo, alienado. A coisa pública está imersa na privada. Às exceções do serviço público, àqueles que mantém o respeito e mais, a solidariedade ao público tão sabotado em seus direitos, meus parabéns, minha solidariedade (no sofrimento e na discriminação sofrida) e meus votos de ânimo. O reconhecimento que nos é realmente imprescindível é o da própria consciência.

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  17. Resumindo:
    Você mostrou que tem "aquilo roxo" !

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  18. Ô, herético. Aquilo roxo? Como o pleibói das Alagoas?
    Isso me traz tristes lembranças...

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  19. rs...também lembrei.
    Só que o seu "aquilo" é roxo de sangue mesmo.
    O dele estava roxo era de vontade de faturar nossas poupanças (as duas)...rs

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  20. Sempre bom saber...que não andamos sozinhos...

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  21. Excelente trabalho de conscientização.

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  22. "Um boi para não entrar; e uma boiada para não sair". Dá-lhe! Nada mais apavorante para os brutos que o poder das palavras inteligentes. Bravo!

    Aliás, li em algum lugar alguém te sugerindo escrever um livro; li aqui, também em algum lugar, vc falando sobre a ideia de publicar teus causos e histórias. E fiquei pensando em te dizer isso um dia e, lendo agora este teu texto, decido dizer agora mesmo: por que não um áudio-livro?

    Tua forma de se expressar, a maneira como vc concatena tuas ideias, tua voz, teu sotaque, as entonações que vc dá, a força da tua vontade e da tua personalidade, explícitas no modo de falar, talvez atingissem um público muito mais interessante que apenas o público atingido por letras impressas. Sem falar que os custos de produção talvez fosse bem menores e a distribuição, certamente, bem mais democrática.

    Tua escrita é clara, precisa, bem trabalhada, e tem um tecer narrativo muito bem amarrado mas, a tua fala, a tua fala é impressionante e tem um poder brutal, pois, seguindo seu fluxo de pensamento e expressão verbal, não há como não ser embalado pela tua 'fé' nas coisas. Enfim, uma sugestão. Bj.

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  23. Edu, você é um cara fundamental.

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