Tomei essa liberdade por minha conta, mesmo, por achar algumas colocações incompletas, outras precárias, outras equivocadas, algumas mal colocadas, enfim, procurei lapidar a mensagem, sem querer tirar onda de superioridade - pensando na recepção, na absorção e na compreensão.
Abraços a todos,
Eduardo.
"Nascer" - óleo sobre tela, 53x68cm - Rio, maio/junho de 2000 |
Religião ou Espiritualidade
Há centenas de religiões, cada uma se proclamando portadora da verdade e desqualificando as outras.
A espiritualidade é apenas uma, em exercício permanente e sem forma única.
A religião possui templos para louvores e adorações.
O templo da espiritualidade é o ser, o mundo, o universo.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que despertam.
A religião é para aqueles que necessitam de um código externo e precisam ser guiados.
A espiritualidade é para os que ouvem e praticam o embrião da consciência, a voz interior.
A religião é um conjunto de regras e dogmas, não admite questionamentos.
A espiritualidade te leva à reflexão, a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.
A religião ameaça, amedronta, impõe e cobra.
A espiritualidade procura, desenvolve, liga causas e conseqüência, serenamente.
A religião aponta pecados e declara culpas.
A espiritualidade aponta a ignorância e toma o sofrimento como ensinamento.
A religião reprime, condena e acusa.
A espiritualidade transcende, compreende e esclarece.
A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião determina formas.
A espiritualidade desenvolve conteúdos.
A religião não indaga, nem questiona.
A espiritualidade duvida, experimenta, observa e procura absorver..
A religião é crença.
A espiritualidade é busca.
A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é ligação e não tem regras.
A religião divide, secciona e discrimina.
A espiritualidade une, respeita e abraça.
A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade, você precisa buscá-la.
A religião necessita do (e determina o que é) sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado, em tudo.
A religião se alimenta do medo e da ignorância.
A espiritualidade se alimenta na busca e no desenvolvimento da consciência.
A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com ser.
A religião ensina a evitar o mal por medo do castigo e fazer o bem por interesse na recompensa.
A espiritualidade ensina que o plantio é livre, mas a colheita é obrigatória.
A religião é adoração e temor.
A espiritualidade é reflexão e amor.
A religião tortura o presente com os valores do passado, ameaçando com castigos no futuro.
A espiritualidade vive o presente, levando em conta as lições do passado, fazendo o plantio do futuro.
A religião condena e encarcera a natureza.
A espiritualidade desenvolve a consciência para tratar com a natureza.
A religião manda crer na vida eterna.
A espiritualidade nos permite viver a eternidade da vida.
A religião promete o encontro com Deus depois da morte.
A espiritualidade busca o encontro com Deus dentro de nós mesmos, a cada momento.
A religião determina e inquieta.
A espiritualidade desabrocha e aquieta.
Religião é tirania espiritual.
Espiritualidade é consciência existencial.
Oi Eduardo,
ResponderExcluirbela reflexão. Já havia lido algo nessa linha:
"E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz." - Diferença entre Religião e Espiritualidade
Fala Eduardo. Tava conversando com um grande amigo sobre um monte de coisas e uma delas era sobre como é fácil saber o que é "certo" quando se busca o caminho da consciência. Como muito bem reescrito por você, apesar desse caminho não ter dogmas, regras nem leis, todos em busca dele caem no mesmo lugar de paz, amor e plenitude com o universo. Um lugar aonde fazer o certo não apenas o correto, mas a única coisa possível a se fazer, já que não há outra alternativa possível.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho de divulgação de coisas tão importantes. Abs
Hoje minha luta interna é não ter nem pena nem raiva dos religiosos e sim amar aqueles que tem "certeza" que eu vou para o inferno por ser ateu, pouco importando se sou espirituoso.
ResponderExcluirÓtimo texto Eduardo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRealmente, esta é a diferença entre religião e espiritualidade.
ResponderExcluirJá tentaram me tornar religioso na infância, cheguei até pensar em tal coisa, mas sempre houve uma rebeldia em minhas entranhas..
E é justamente isso que você reconstruiu que enxergo como um bom caminho.
Abraço!
talvez seja isso
ResponderExcluiralgo que as vezes eu me questiono é se realmente as pessoas fazem o bem querendo algo em troca no futuro, ou se fazem porque o consideram certo.
Eu nao me declaro religioso e nem sem religião. Apesar de não praticar, eu tenho uma vorte vertente Espírita, minha familia é e eu aprendi muita coisa no espiritismo. O mais importante que eu aprendi lá e que eu levo pra minha vida foram a maioria das virtudes que você citou sobre a espiritualidade.
O mais importante talvez seja que não é preciso praticar nenhuma religião especifica e nem acreditar em algum tipo de Deus, o importante é ser uma pessoa honesta e de bem, apenas porque é certo, e não por medo. E entao se depois existir uma continuação da vida, você estará bem, se não existir nada de qualquer forma você fez o bem para a comunidade em que vive.
Ótimo texto, ótimo blog, ótimo trabalho. E vamos continuar tentando enxergar as coisas de uma outra maneira... e passar isso pra frente!
ResponderExcluirCara, muito massa sua reflexão... Quando li pensei: nossa, quanta gente precisa ler isso meu Deus... E encamenhei esse texto pra alguns amigos (claro que com o link da fonte deste blog!)...
ResponderExcluirGrande abraço!!! E sim, menos religião e mais espiritualidade!
Caro Eduardo,
ResponderExcluirVi o seu vídeo no site ColunaZero (http://www.colunazero.com.br/2009/12/um-video-para-os-publicitarios.html). Obrigado por compartilhar conosco sua vida, sua arte. Coloquei um link para seu blog no meu, o ZEducando (http://joserosafilho.wordpress.com/). E vou colocar lá o seu vídeo. Quem me dera encontrar você numa dessas esquinas da vida... Sei que tem muito anos ensinar.
Forte abraço,
José Rosa.
Tanto a religião quanto a espiritualidade prevêem uma consequência para uma má ação. E se a pessoa se arrepender no caminho? Será que não há solução e que a colheita é tão exata?
ResponderExcluirtammyveloso@hotmail.com
Só os sapientes sabem o verdadeiro valor da espiritualidade, sem equilibrio tudo desaba.
ResponderExcluirGostaria de deixar uma pergunta no ar: por que tem médicos que fumam mesmo sabendo que faz mal? depois faria a mesma perguntaria trocando o fumo pela religião. Será que todos estão preparados para ter espiritualidade? Existem castas espirituais? quem tem consciência tem responsabilidades? A religião é o opio do gado? nada acontece por acaso?
ResponderExcluirObrigado e fiquem com De.us
Perfeito!
ResponderExcluirQueria eu ter tamanha inteligência e facilidade de expressão. Parabéns.
Liberdade para aprender... essa é a essência que captei da mensagem, linda mensagem.
ResponderExcluirQuando estaremos prontos para a maturidade como indivíduos, como humanidade, como consciencias...
Grande abraço, lindo trabalho.
Maravilhosa mensagem , vc é um exemplo muito forte para a juventude.Obrigado
ResponderExcluirSugiro uma releitura: espiritualidade poderia, também, ser lida como religiosidade - em sua função legítima, religare, a religião poderia não representar o que o texto descreve, ou seja, o uso que forças involutivas fizeram de um direito sagrado do homem.
ResponderExcluirReligar não é ligar outra vez? Pra religar não é preciso ter havido um desligamento? Onde o ser humano arrumou tamanho poder pra se "desligar" da criação (ou do "Criador")? Religar, pra mim, é um conceito nascido na pretensão humana de ser mais do que é, de poder mais do que pode e conceber mais do que consegue. Vamos tomando consciência e nos ligando mais e melhor, paulatinamente, pois nenhum ser está ou esteve desligado da totalidade do universo. À medida em que nos melhoramos, vamos adquirindo, muito pouco a pouco, maior capacidade de compreensão. É ingênuo querer alcançar onde não temos alcance, é estúpido não nos atermos em nossas próprias precariedades e incapacidades, até pra poder alçar vôos cada vez mais amplos.
ResponderExcluirCara! Isso é tão incrível!
ResponderExcluirA vida inteira eu senti diferente quando as pessoas começavam a falar de religião e eu nunca conseguia entender nada daquilo, ou melhor, do propósito daquilo! Daí, alguns meses atrás, caiu na minha mente essa ideia da diferença entre Espiritualidade e Religião. Putz! Na hora compreendi tudo que me atormentava a anos, assim como perceber que existem pessoas apenas religiosas (geralmente, as fanáticas), pessoas religiosas e espirituais, pessoas espirituais (e eu me encaixo nesse grupo), e pessoas nem um nem outro (as vazias de tudo, ou os ateus fanáticos).
E agora, pá! Leio tudo isso! Incrível! Simplesmente incrível!
Esse é um blog que vale a pena ler!
Olá Eduardo, talvez o texto original seja de Ed René Kivitz, escrito em 2007,seu texto é exatamente a essência do que ele escreveu. Parabéns pelo excelente trabalho.
ResponderExcluirAbraço
Bom texto, apesar de eu não ser ligado nem a uma coisa nem a outra. Pelo menos, não atualmente.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEduardo, religar pode ter - e tem outros sentidos, em especial no que diz respeito às nossas conexões com o Espírito, com realidades suprafísicas, com a multidimensionalidade...o fato de estarmos encarnados neste mundão 3D pode representar a nossa separação de uma realidade maior, da qual estamos dissociados e isolados. Religar, assim, pode estar associado à nossa recordação de quem somos, enfim, respostas às perguntas existenciais básicas, presentes na mente e no coração do Homem, a busca pela compreensão da vida, da realidade. Como disse o poeta (Raul Seixas) "ninguém morre, as pessoas despertam do sonho da vida"...
ResponderExcluirNo meu entender enendi bem o que o Eduardo quiz dizer em relação a Religar e ele esta certo não tem como se desligar do Criador seria prevenção estupida tinhamos que ser Superior so Criador......Mas acho que em outro contexto em outra otica quer dizer se afastar de Deus ou seja ir na contra mao do Criador ....talvez o termo foi usado equivocadamente. ...entende..
ExcluirMesmo assim nao desliga do Criador ...nem vc nem a formiga nem o peixe ...ninguem ta td ligado....Religar em outro sentido pode se querer dizer se afastar ...entende ..mas nao desliga nao tem como
ExcluirComo dizia o Milton Santos: "Toda doutrina que não se revê através dos tempos transforma-se em dogma e por conseguinte tem o sentido de emburrecer e não de esclarecer". Ele disse isso se referindo ao marxismo, mas acho que também se aplica às religiões. Creio que a espiritualidade é essencialmente auto-conhecimento. Só quem se conhece é capaz de saber seus limites e qual o seu papel frente ao mundo que o cerca. Evidentemente as religiões desprezam o auto-conhecimento pois ele significa uma ameaça aos dogmas.
ResponderExcluirTão lindo texto... *_*
ResponderExcluirQue bom que todas as pessoas se conscientizassem disso, e trocassem as amarras da insegurança proporcionadas pela religião por liberdade, equilíbrio e consciência.
muito bom.
ResponderExcluirOi Eduardo, parabéns pelo post.
ResponderExcluirA religião julga, condena, destroi e mata em nome de um DEUS.
A espiritualidade é neutra, liberta, constroi e cria em do Amor Universal.
Beijins e bom ano de 2011.
Iva Castro
Legal Eduardo!
ResponderExcluirAdorei o texto...
como gostei, deixo uma crítica. :)
Se refere à estrofe:
"A religião inventa.
A espiritualidade descobre."
Gostaria de propor o contrário:
A religião "des-cobre"
A espiritualidade "in-venta".
Isso porque o religioso acredita ter "DES-COBERTO" a realidade intrínseca do mundo, agora devidamente representada pelos seus dogmas "des-cobertos"...
Já a espiritualidade é um dialogar com o mundo marcado pela liberdade do pensamento - conforme você aponta.
Essa liberdade deve, de algum modo, assumir que não DES-COBRE exatamente a existência, mas IN-VENTA (ventar é só uma referência poética simples).
de algum modo, a interpretação de mundo é INVENÇÃO; uma invenção que se faz válida não por ter "DES-coberto" o mundo, como a religião pensa (e a filosofia moderna); mas sim por ser uma in-venção reflexiva, atenta, democrática...
enfim...
o que acha dessa forma de colocar; ela é bastante importante pra mim, desenvolvo projeto de pesquisa sobre a crítica a essa ideia de 'des-coberta', que esbocei aqui - que supõe um mundo unívoco previamente estruturado e pacível de ser etiquetado e emoldurado por uma teoria supostamente VERDADEIRA, ETERNA e IMUTÁVEL..
:D
caso esteja sem tempo, ignore o comentário. hehehe
abraços!
Ainda não atingimos um patamar de alcance e compreensão que possa digerir esses conceitos. Precisamos nos desenvolver mais e mais, em nossas mazelas e limitações, e, aos poucos, vamos desenvolvendo as capacidades, muito gradativamente. Os apressados caem no ridículo de definirem o indefinível e explicarem o inexplicável. Trabalhemos dentro do nosso real alcance e o trabalho poderá frutificar melhor.
ResponderExcluirBom, eu não tenho nem oque te dizer, parabéns, felicidades!
ResponderExcluirmaique_sf@Hotmail.com
Eduardo Marinho,
ResponderExcluirvocê me faz sentir
profunda alegria
obrigada por compartilhar
sua LUZ.
Oi Eduardo! Tudo bem?
ResponderExcluirFicou muito bom este post
Suas modificações foram excelentes
Parabéns
Abraços
Marcos
http://www.oagora.com/
Textos como este libertam.
ResponderExcluirO maravilhoso texto original é atribuído a Pierre Teilhard de Chardin, jesuíta, paleontólogo que pesquisou na China e descobriu o Pitecantropo (Homem de Pequim) e cujos livros foram inscritos do Index Librorum Prohibitorum (Santo Ofício da Igreja Católica), mas os manuscritos foram preservados sob sigilo e publicados posteriormente graças aos recursos pessoais da rainha-mãe da Bélgica (creio que fosse a mãe do rei Baldoin). Parabéns, Eduardo, por divulgar esse texto encantador ... como o era o próprio autor!
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