Há um documentário, Sagrada Terra Especulada, sobre a terra indígena do Santuário dos Pajés, onde ocorre uma luta pelos direitos dos remanescentes dos povos massacrados desde o genocídio na época da colonização – em curso até hoje. No final do documentário, os originários comemoram o reconhecimento legal, pelo Estado, dos seus direitos e das ilegalidades cometidas por empresas imobiliária, obcecadas na construção do bairro Noroeste, em sua ânsia de lucro a qualquer preço, mesmo a vida da natureza e dos habitantes ancestrais. Era uma vitória, sem dúvida.
Mas os empresários, quando derrotados nos impulsos destruidores da sua ambição, não desistem. Apenas recuam até que as coisas esfriem, rosnando no escuro e atiçando seu departamento jurídico para estar alerta a qualquer possibilidade de reverter a decisão, sempre a qualquer custo, desde que seja custo a outros e não a si mesmos. Desta vez não foi diferente.
Quinta-feira de manhã, dia 13 de outubro, máquinas entraram na terra indígena, derrubando a mata. Indígenas e apoiadores se dispuseram a impedir, mas foram atacados por cerca de 30 seguranças contratados pela construtora. Houve vários feridos, entre homens, mulheres e adolescentes, uma área foi desmatada a 100 metros da aldeia. Ver matéria em http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&action=read&id=5847
Há um histórico e um respiro na matéria de 14 de outubro, sem que se possa esquecer que a vigilância deve ser firme. A dívida com os povos originários é vergonhosa para nossa sociedade, para a humanidade inteira e de cada um.
Aos que puderem prestar solidariedade ou se manifestar a respeito, agora é a hora para essas pessoas que há tanto tempo lutam em condições adversas, sendo invariavelmente criminalizadas, difamadas, perseguidas, sabotadas, mas que permanecem lutando contra os inimigos gigantes, cruéis e covardes. A desigualdade da luta pede a solidariedade de todos, a indignação de todos. Esse “desenvolvimento” mentiroso e destrutivo deve ser revelado e eliminado. Precisamos nos solidarizar com os povos originários e perceber como são desprezíveis os argumentos de seus desumanos algozes do momento, que perpetuam o genocídio indireto que mata a alma dos povos. Um desenvolvimento a esse custo não vale a pena, assim como há benefícios materiais que não valem, nem de longe, os prejuízos morais, ambientais, sociais e, nesse caso, culturais.
Eduardo Marinho, em 14 de outubro de 2011
Um absurdo! Uma verdadeira imoralidade... É brasil né...
ResponderExcluirÉ humanidade. Isso ocorre em toda parte, inclusive entre regiões e países do planeta. Veja "Piratas da Somália", por exemplo, ou "Revolução dos Cocos", ambos no youtube.
ResponderExcluirÍndios habitavam em paz as suas ocas
ResponderExcluirAté que as raposas deixaram suas tocas
Vieram pelo mar com a cruz e a espada
Pra roubar e violentar a nova terra imaculada
Pretenciosos, senhores da razão
Queimaram na fogueira o valor da intuição
Extermínios, catequeses e a 'Santa' Inquisição
São séculos de crimes, tortura e escravidão
Navios negreiros não cruzam mais o oceano
Mas o trabalho e o dinheiro continuam escravizando
Impondo ao mundo a cultura do capital
Materialismo, acumulo e o pensamento individual
Abstrairei os ataques da propaganda
E os valores egoístas que eles vêm para pregar
A mentira secular de trabalhar para viver
E a rotina angustiante de viver pra trabalhar
A concorrência de mercado e a histeria produtiva
A sociedade de consumo e seu sentido sem sentido
Marginalizam o ócio e a vida contemplativa
Sufocando almas num deserto criativo
Navios negreiros não cruzam mais o oceano
Mas o trabalho e o dinheiro continuam escravizando
Impondo ao mundo a cultura capital
Materialismo, acúmulo e o pensamento individual
O sangue e o suor os povos do mundo inteiro
São oferendas colocadas no altar do Deus dinheiro
Mas essa forma de existência desumana e limitada
Será em breve abolida e pelo amor superada
Um fato sabido é que o luxo só existe às custas de muita miséria e o bem-estar social é privilégio de poucos que se pratica uma lavagem cerebral disfarçada com o nome de entretenimento, mas mesmo diante da maior das atrocidades não experimentaremos sentimentos como o ódio e o desprezo ao invés disso nossos corações transbordarão amor e compaixão.
Escala Latina - Forfun.
Talvez devéssemos nos organizar e atacar os opressores. Como podemos aguentar tanta violência em nome do lucro?
ResponderExcluirAcho que é preciso repassar o que realmente está acontecendo para todos. Tentar tocar a sensibilidade dos que ainda são humanos para tentar partir para uma mudança. Como diz o Eduardo, conscientazi-vos uns aos outros.
ResponderExcluirEu,acho um absurdo....querer acabar com a natureza.e quem faz parte dela os indios...enfim passar por cima,querer ganhar a qualquer custo,e o pior numa batalha desleal..e sem se importar,com o bem estar de seus ocupantes...e sim com riquezas,lucros em cima de lucros..fico indignada...
ResponderExcluirEu,nem sei escrever direito com palavras dificeis...QUERO DIZER QUE ADMIRO TD OQUE VOCES ESCREVERAM....E ESPERO QUE SEJA TOMADO PROVIDENCIA QUE BENEFICIE OS INDÍGENAS...