quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Florianópolis


 Chegando em Floripa, a primeira parada foi na tv Floripa, uma emissora nada comercial, alternativa, fora do padrão - não fosse assim e acredito que jamais eu seria entrevistado com tanta liberdade. Juliana, que me encontrou no aeroporto, me passou ao Guido, um arquiteto que dá pinta de mau humorado, quando discorda de alguma coisa, mas que tem um coração do tamanho dele mesmo, que me levou à tv Floripa, pra essa entrevista aí. Eu não sabia, nem esperava. Mas foi como uma recepção de boas vindas a Florianópolis. Como sempre, foi no improviso. O Sílvio tem o pique, não tinha pauta nem nada, foi levando na criatividade e na percepção. Num clima fantástico de humanidade e descontração, em alguns minutos começamos a gravar. O que vi de problema foi o pouco tempo, característica desse tipo de comunicação. Televisão tem sempre o tempo contado, tudo programado, alguns minutos de excesso, além do previsto, e atrapalha toda a programação. Tanta coisa pra dizer, tanto assunto pra tratar, acabei atrasando o Sílvio em alguns poucos minutos, na minha compulsão palavrória. E ele foi tolerante, sereno e não reclamou. Assisti depois e gostaria de ter acrescentado muitas coisas, colocado melhor tantas outras, mas o improviso é isso, sai do jeito que vem. Que tevê maneira essa, gostei muito do ambiente, da freqüência, do clima humano e ligado.





A palestra na UFSC foi gravada por uma figuraça com quem não pude conversar porque ele foi embora antes do final, tinha um compromisso e não previu a extensa duração - em volta de três horas -, mas cuja vibração me era muito simpática. Falei um pouco e depois as pessoas participaram, com perguntas, colocações, opiniões, abordagens de vários assuntos, isso faz o papo seguir sem previsão de final, a Juliana foi quem teve que dar por encerrado, ela foi quem tratou o auditório com a administração e sabia das limitações. Pela expressão dela, quando expôs a necessidade de finalizar, já havia extrapolado em muito o tempo previsto, ou combinado com os burocra da universidade - e já tinha sido um sufoco pra arrumar, doze assinaturas, professores, departamentos, a burrocracia planejada pra dificultar ao máximo a autonomia das pessoas em usar os aparelhos que deveriam ser e carregam o nome de públicos. A Ju imagina que em dez a quinze dias o cara edita - comé mesmo o nome dele, Ju? - e aí ela manda. E eu publico na seqüência, aqui nesta mesma postagem.

Bueno, em 27 de agosto, Juliana manda sua arrumação do que foi feito com a câmera cinematográfica do João e o que ela gravou na câmera fotográfica, depois de acabar o filme. Enorme.

Parece tanto tempo e foi tão rápido...






55 comentários:

  1. Fala Eduardo, pelo que consegui pesquisar a palestra vai ser amanhã 10/08 as 14hrs no Auditório da Reitoria da UFSC!
    Não vi muita divulgação, uma pena! Suas ideias são muito boas, admiro muito sua pessoa e com certeza muitos conhecidos também se identificariam com as ideias que tens para transmitir! Nos vemos amanhã, fica em paz e aproveita essa ilha maravilhosa, encontrará muitas pessoas de bem, abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sou amigo do Eduardo.
      Por favor me envie um email com material para divulgação dessa palestra do Eduardo. Gostaria de fazer um post no meu blog. (joserosafilho@hotmail.com).
      Abs,
      José Rosa.

      Excluir
  2. Valeu Cabra bom,
    Boa sorte ai em Floripa.
    Forte abraço,
    José Rosa.

    PS: Guilherme Gomes, por favor me envie um email com material para divulgação dessa palestra do Eduardo. Gostaria de fazer um post no meu blog. (joserosafilho@hotmail.com).

    ResponderExcluir
  3. Fala Eduardo, beleza??

    Só pra compartilhar, segue o link da entrevista na tv floripa!!

    http://www.youtube.com/watch?v=eJDFU8N7hYI

    Falou!

    ResponderExcluir
  4. Respostas
    1. Parece que volto chamado pelo pessoal de Monte Verde. Era a galera negra e mestiça que tava no meu lado esquerdo do auditório e que saiu antes de acabar, no finalzinho. Entraram em contato e vamo ver no que dá. É gente da periferia, com certeza. Minha área mais comum, mais afetiva e à qual pertenço.

      Excluir
    2. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
  5. A entrevista está muito bacana, parabéns a todos os envolvidos, só ressaltando que seus vídeos são sempre fontes enriquecedoras do conhecimento universal Eduardo!!
    E quando voltar novamente a Porto Alegre publique no blog para conferirmos suas novas obras.
    Boa estada pelo mundão!!

    ResponderExcluir
  6. Vai na Paz meu mais novo amigo... Cara nunca vou me esquecer daquela tarde de sexta que conversamos muito... e principalmente da tarde de Domingo quando a hora voou... Até me dar conta que já eram quase 20:00hs!!! E ainda tínhamos muuuito assunto pra conversar... Tempo muito proveitoso... Eduardão tu es como estrela na terra um dia vou até o RIO e quero conhecer tua família...
    Tentei ir até o aeroporto pra me despedir e te entregar outro presente, mas tive problemas pelo caminho e não consegui chegar até lá.... Mas valeu por tudo...

    Abraço meu amigo...

    ResponderExcluir
  7. Beleza Eduardo, a entrevista ficou show, os improvisos não poderiam ter saído melhor, muito bom, falou pouco, mas falou com profundidade, e isso você sabe fazer de melhor... parabéns, tudo de bom, e até a próxima....[abraços]

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Cumpade, essa foto... é tu mermo?

      Até confundiu a imagem que eu tinha. Muita gente, muita cara nova, muitos são pessoas de exceção, as imagens e as falas se misturam, fica um misturê confuso na memória. Muitos dos papos são interessantes, é uma quantidade constante em todos os dias que fico na cidade. Fora os fora do pensar, garçons, balconistas, motoristas, auxiliares, seguranças, faxineiros... não converso só em academia, converso todo o tempo (claro que há momentos de silêncio, interiorizado e reflexivo, ou um branco que dá por motivos que não alcançamos, mas em geral, no cotidiano...), espontaneamente e observando as conseqüências, os efeitos, e trabalhando com isso.

      Dá pra mandar a imagem de como tu tá agora? A do cara que eu vi? rs Acho que isso não vai te parecer estranho, como sei que há quem estranharia. Bueno, cada um sabe de si, né não? Mas eu sisquici de como tu se parece.

      Excluir
    2. Pow Eduardo, essa foto é antiga mesma, foto de reflexão,kkkkkk,sou o Tanaca, irmão do André, tomamos uma gelada numa tarde de domingo, numa pousada em Floripa, na verdade meu nome é Atanael, mas meu apelido é Tanaca...[abraços]

      Excluir
    3. Beleza Eduardo, mudei a foto de perfil, ficou melhor pra reconhecer ??? agora é mais recente, rsrrsrsrs, flw

      Excluir
  8. Grande Palestra Eduardo!
    Tive o prazer de ir na minha primeira e, certamente, gostaria de ir em mais quantas vezes puder. Definitivamente, sou amante da vida real, frente-a-frente, cara-a-cara. Facilidades virtuais são bons instrumentos, mas (na minha humilde opinião) não chegaram ao ponto de substituir uma conversa presencial. Como já esperado, a palestra, trouxe-me inúmeras reflexões, pude contar com a ida de vários amigos meus isso que me deixa mais feliz. Saber que estou rodeado de "pedras preciosas".
    Portas abertas floripa está pra você, espero que dá próxima vinda pra cá possa convidar-te a vir expor aqui no meu bairro (Monte Verde).
    Abraços e agradecido por mais uma vez ter proporcionado luz!

    ResponderExcluir
  9. Mais uma boa entrevista! Você fala que está sendo repetitivo, mas eu não acho não, porque você utiliza umas expressões e uma vibração de voz, bem bacana e é como se fosse a primeira vez que agente assiste.
    Eu sou aquele seu companheiro de vida de Lisboa, que tá indo ao Rio e queria te dizer que tem coisas que você fala, que penetram em minha alma e têm um sentido tão grande e tão verdadeiro que me fazem feliz, pelo simples facto de eu sentir que tem mais gente pensando como eu, acerca de toda esta manipulação, mentira, falsidade e valores deturpados em que vivemos. Um abraço e muita saude para continuar vivendo, é o que eu desejo para ti. O Mundo precisa de mais pessoas como tu, Eduardo! Parabéns pelo seu testemunho.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Se visse as outras palestras, compreenderia o que falo a respeito de ser repetitivo. Veja os vídeos no iutube, vários, é só escrever meu nome e aparecem. O mundo tá cheio de exceções funcionando, causando reflexão, movimentando os espíritos. Vida é mudança, é evolução.
      Grande abraço, parceiro.

      Excluir
  10. Como sempre muito boa sua fala! Como faz para te trazer para falar um pouco para não dizer palestra ?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fácil. Passagens, uma horizontal pra dormir, um prato de comida por dia e uma parede pra expor meus desenhos. Cê é de onde?

      Excluir
    2. Aliás, melhor falar por imeio, tá no cabeçário do blogue.

      Excluir
    3. Só não esquece de atualizar teu peradeiro pra gente te seguir aonde der... :)

      Excluir
  11. Mandei ai um email pra ti! Obrigado! Também to esperando o vídeo editado da sua palestra de Florianópolis. Valeu!

    ResponderExcluir
  12. Valeu eduardo, vá em paz!! a palestra foi mto boa, te admiro pela tua sinceridade, pelo respeito e humildade acima de tudo!
    ps: por um momento tua aura tava incrível cara!! não sei se foi viagem minha e de mais um amigo mas a gnt chego a conclusão que tu é um iluminado!! continue espalhando a luz por onde vc for, o verdadeiro conhecimento a verdadeira luz e a verdadeira rEVOLução ta nessas características que tu tem de sobra!!! continue espalhando essa luz!! abraço

    ResponderExcluir
  13. Eduardo, já te conheço véi. Sou aqui de Camaçari-BA. Aqui temos a gíria "avionar". Na hora de ir embora "vou avionar".

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Então avionar é ir embora, sair fora, dar linha, vazar. Não necessariamente entrar num avião pra viajar. Me conhece de onde? Ou conhece minha imagem, ouviu algumas coisas que eu disse ou leu alguma coisa que escrevi?

      Excluir
  14. Olha essa pessoal,

    Saí ontem do trabalho à tarde para comer alguma coisa com um colega de serviço, passei em frente a uma agência do BB e vi alguns manus vendendo trampo, acho superbacana, encostei para ver uma pulseira e puxei papo com o maluco, gente boa demais, meu colega me deu uns toques e falei para o Alessandro(artesão), nome do mano, esperar um pouco. Descemos e fomos lanchar, não acreditei no que ouvi de um cara formado em Sociologia e que já militou em movimentos sociais, e já passou perrengue, conhece a dura lida desse pessoal. Conheço ele há pelo menos 5 anos e só porque tá começando a ganhar dinheiro tá esquecendo de onde veio e que ser humano é gente? Pelo amor.... Vou transcrever exatamente da forma como ele disse enquanto comíamos:
    " Compra estas porcarias não Aleks. Cara te cobrar R$ 10 pau numa merda dessa. Isso ai só serve para fumar maconha, caçar encrenca, beber cachaça. Bando de Vagabundos que não querem dar um prego numa barra de sabão. Pergunta aí se tem alguém querendo trabalhar, plantar ou tirar a bunda do chão para fazer o que todo mundo tá fazendo nessa correria dos infernos, trabalhando que nem eu e você, se matando, enquanto esses caras ficam ai dando uma de iluminado, revolucionário. Tomar no cú! Mas para ficar sujo, fedendo na rua, sem tomar banho, criando os filhos que nem ratos eles querem depender do nosso dinheiro. Pergunta se eles não querem trabalhar. Tu acha bonito isso? Na verdade, é fácil ser socialista com o dinheiro dos outros deitado numa rede. Eu vim de Alagoas rapaz e vi que muita gente é vagabundo porque quer, pq tem pobre que cresce na vida, tem as coisas, luta e tá ai numa boa. Falam mal do dinheiro, do sistema, da mídia, mas precisam deles pra comprar remédio, tomar cachaça e fumar essa maconha ai deles, se divertirem e depois ficar enchendo o saco ainda de quem trabalha, brigando e indo contra tudo aquilo que defendem. Por isto deixei de acreditar nessa gente com esse papo, por ver que depois que eles tem a oportunidade se tornam iguais ou piores que aqueles que os escravizam."
    Eu perdi o apetite na hora, senti uma raiva do que esse cara falou que queria enforcá-lo e depois de ouvir isso, da forma como ele falou, do jeito que ele tratou aquele ser humano deixei ele na cadeira e falei numa boa pra ele que tinha perdido a fome, e depois a gente trocava uma ideia no trabalho e voltei para conversar com o Alessandro, fiquei lá, o colega passou e perguntou se eu não ia voltar com ele para o trabalho, eu disse que ia passar a tarde inteira trabalhando com o maluco e falei para ele dizer para o "chefe" que depois eu justifico a falta, ou pode descontar do salário porque estou aprendendo e trabalhando algo em Sociologia, o papo do cara é muito gostoso de ouvir, vc entende né? Meu colega ficou puto, me olhou com uma cara de ódio e sabe-se lá o que mais e seguiu caminho, hoje fiquei sabendo o que rolou lá na repartição e o que ele falou de mim. E à tarde vou ter uma reunião com o Boss, ele e algumas pessoas lá do órgão. Isto é muito bom porque tenho uma mensagem para eles e uma resposta ao colega de trabalho quanto a situação de ontem e ao que ele falou. Tô com um material legal aqui e vou pegá-los de surpresa, conheço a merda desse sistema público.

    Vamos ver no que vai dá.... Pelo menos o Alessandro me fez uma parada dahora com um búzio e uma ágata e me ensinou muita coisa, uma tarde que eu não tinha há alguns meses, alegria pura e boa energia, era R$ 10, paguei R$ 20,00 com o maior prazer e saí renovado e com esperança...

    Acredito que o Brasil continua como está por causa desse discurso vazio e infeliz de pessoas como meu colega e se for preciso explodir o sistema pelo lado de dentro, serei um homem bomba com todo o prazer, afinal, quebrando o sistema dentro dele e o usando contra si próprio é bem mais eficaz.


    Abraços turma e esse blogue se tornou meio que um caminho de volta pra casa no final do dia na selva de pedra..

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. "O Brasil" não é um bloco homogêneo. São muitos brasis, muitos meios, muitas diferenças, muita riqueza, criatividade e solidariedade, ao mesmo tempo em que o sistema cria suas formas impostas e sacrificas vidas, vocações e almas. É a gente que escolhe por onde andar, com o medo e os preconceitos amesquinhando a existência ou por conta própria e encarando a discriminação. No fim das contas, o preconceito, a discriminação e a desqualificação por mentalidades convencionais são elogios a quem não se submete a uma vida medíocre e sem sentido, cumprindo as rotinas que matam por dentro.

      Eu não teria me emputecido, mas sim me entristecido, por perceber a impossibilidade de manter a relação de amizade próxima. Caso, é claro, não conseguisse mostrar ao camarada o ridículo da opinião preconceituosa e convencional que ele tava demonstrando - o que seria mais que provável, embora eu sentisse obrigação em fazer a tentativa, sem nenhuma agressividade nem muita insistência. Tenho por esses caras o que eles não podem ter por mim, respeito as opiniões, por mais absurdas e pequenas que me pareçam. Se me doer, simplesmente me afasto. Afinal, há sete bilhões de pessoas no planeta, não vejo motivo pra manter relações com mentalidades que me incomodam e entristecem, sobretudo se reagem com agressividade às discordâncias.

      Excluir
    2. Fiquei pensando...teu amigo disse: "Por isto deixei de acreditar nessa gente com esse papo, por ver que depois que eles tem a oportunidade se tornam iguais ou piores que aqueles que os escravizam", ele tava falando dele mesmo, né? É isso, Aleksander, a gente faz escolhas o tempo todo. Você resolveu ficar aprendendo com o Alessandro, teu amigo escolheu voltar pro sistema (aliás, não saiu dele). Concordo com o Eduardo, são 7 bilhões no mundo, também não vejo motivos pra manter relações que incomodam... numa boa, sem drama. E tem tanta gente pensando parecido! Aqui no blogui a gente se encontra também! =)

      Excluir
  15. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  16. O mundo muda constantemente...é verdade. As pessoas que querem participar ativamente de mudanças mais profundas estão se encontrando, vejo organização nesse sentido pra todo canto! Óbvio que encontramos resistência, dos outros, da sociedade e de nós mesmos, afinal a tomada de consciência é dura! Deixar de lado toda a carga que nos foi implantada é difícil e mais difícil ainda é reconhecer essa carga. Vem mascarada de um monte de coisa...O ego se confunde com a verdade e muitas vezes nos sabota...Mas estamos aí, e ver que a contaminação é irrefreável me deixa bem empolgada! Acho mó bom te ouvir falar!!! Ainda te trago pra Brasília.

    ResponderExcluir
  17. Ei eu moro aqui em Floripa, perto da UFSC! Legal que você veio para cá, se quiser manter contato: valmourt@gmail.com

    ResponderExcluir
  18. Olá. Acabei de ver o seu vídeo, acho que nada do que eu diga vai fazer com que você entenda em quão bom momento esse vídeo apareceu. O quanto de alívio eu senti quando te ouvi dizer que tem 50 e ainda está procurando algo, porque eu tenho 25 e estava enlouquecendo porque achei que devia, por "obrigação", saber o que quero da vida. Eu ainda não sei o que quero, mas eu sei no que eu acredito, sei o que eu sinto e foi MARAVILHOSO e inspirador ouvir seu vídeo. O que me entristece, além de todo lixo, fome, capitalismo e desigualdade, é sermos minoria. Obrigada, obrigada e obrigada pelas palavras.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Menos que minoria, somos exceções. Daí uma grande responsa. Desacreditar o mundo como é estruturado, escolher valores e objetivos próprios é se expor à discriminação. E bem vinda discriminação, ela assinala que não andamos com o gado, aboiado em valores, comportamentos e tudo o mais. Éramos raríssimas exceções, há trinta anos, hoje somos exceções muito mais numerosas, percebo o poder de contaminação. E se não fosse por isso, vale o prazer de viver fora das correntes, das grades e gaiolas que nos apresentam como uma segurança, falsa e traiçoeira, mas imposta e cobrada com toda pressão social possível.

      Excluir
  19. Bom dia meus amigos. Espero que todos estejam bem, saudades aqui de casa. Mano Edu só plantando as sementes para libertar consciências em mano. A luta continua meu amigo. Esta foi uma semana da pesada aqui no Cerrado! Tive a reunião com as "autoridades"(como que se por natureza alguém estivesse sob autoridade de outrem...) do órgão público para o qual trabalho e com meu colega. Como prometi para o Alessandro que iria publicar aqui o ocorrido na reunião do dia seguinte para ele entrar e ver depois(passei o endereço do blogue, gosto de indicar para muita gente e fico feliz com as reações) Vou transcrever do jeito que ocorreu porque assim fica mais claro para a turma entender pelo que passei e pelas consequências ao longo da semana. Como é interesse quando você confronta o sistema com os argumentos dos próprio sistema e a reação daqueles que se acham superiores. Desafie-os e então vocês os conhecerão.

    Legendas:
    diretor do órgão: D
    O colega: B
    coordenador do Setor: C
    Eu: A
    Responsável pelo RH: R
    Gerente Jurídica da Repartição: J

    16/08/2013, 12:38h entro na repartição e vou em direção ao relógio de ponto, marco meu ponto, todo mundo me cumprimenta normalmente. Logo que entro na sala percebo os olhares de C e B que me olham com aquela cara - de quem pensa, agora tu vai ver mermão -, então como se nada tivesse acontecido A fala com entusiasmo e bom humor: - Boa Tarde C, Boa Tarde B, Tudo certo?

    Nota-se na repartição que o clima torna-se tenso após minha entrada. C e B agem naturalmente e quase que me ignorando e mantendo atenção na tela dos computadores avisam que vai haver reunião. Alguns minutos depois a secretária de D mandam chamar A, B e C para "sua" sala. A super tranquilo e com os argumentos preparados, afinal conheço a turma que convivo, só esperando as balas. A entra primeiro na sala de D e percebe sua expressão facial rígida, de desapontamento e irritado(como sempre) daí

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não entendi. Marcou de publicar como comentário num blogue? Isso não se encaixa num comentário, é um relato. Interrompido, mas um relato. Há tantas formas de comunicação, por que como um comentário? E ainda sem nada a ver com o texto... é uma concepção de comentário que não tinha me ocorrido.

      Mas pelo menos termina o relato, caceta. Deixar as coisas pelo meio...

      Excluir
    2. Tá... Eai?????? Vai deichar assim!!! No vácuo!!! A aprte que interessa são os argumentos do diálogo.... Até aí tu falo falo mas não disse nada!!

      Excluir
  20. cara me identifiquei muito com sua forma de pensar, se algum dia vier para São José do Rio Preto - SP ou Mirassol - SP para alguma palestra ou para visitar gostaria muito de te conhecer pessoalmente e até quem sabe trocar uma ideia.

    ResponderExcluir
  21. Mano Eduardo, pessoal, desculpa ae pelo relato-comentário-enorme-. Sofri um acidente e daí ferrou tudo por isso sumi e não terminei a postagem. Aqui o final:

    O chefe pediu para que sentassemos, olhou para a C e perguntou qual era o problema(como se ele não soubesse). Ela disse as seguintes palavras:

    - Ontem o A. saiu com B. para comprar um lanche e avisaram que logo voltariam. Acontece que B voltou e contou que A. falou para ele que ficaria a tarde inteira por lá conversando com um vendedor de rua e que só amanhã voltava a trabalhar. - Interrompendo ela o Colega dispara meio que tentando atenuar o clima:

    - Só disse o que tu falou Aleks, que ia ficar lá e só voltava amanhã. Não achei legal que tu fez cara, porque o setor não depende só de mim e precisa do seu trabalho p não sobrecarregar a gente...

    Isso o chefe só observando com a mão no queixo.

    A diz: Mas eu não disse que seria descontado do meu salário como se não tivesse trabalhado? Falei num tom de aviso e afirmei o que tenho direito, não é uma situação corriqueira, fiquei porque senti urgência.

    C retoma a palavra - urgência, bate papo? E o seu trabalho? O que é mais urgente é o funcionamento do setor para o qual você trabalha Aleksander, sem falar que existe uma lei que regulamenta suas atividades, não pode sair fazendo o que quer, quando quer, o órgão tem suas demandas. Isto foi uma falta de respeito e consideração pelois seus colegas de trabalho e pelo órgão.

    - Não, minha urgência era sair um pouco do órgão, eu precisava pegar um pouco de ar puro, limpo, tava com fome e decidi sentar e conversar com o trabalhador porque o assunto era agradável e estava servindo como uma terapia. - Disse olhando para C, B e D. Tentei não ser agressivo.

    - É brincadeira.... Diz C revoltada com minha reacao enquanto respondia.

    - Cara, eu também tenho meus problemas, minha vida, mas tenho horário para trabalhar e devo honrar com isso, dai você também não é nada parceiro. Revoltou-se C.

    - Pessoal... - D Interrompe minha fala, calamos e olhamos diretamente para ele.

    - É o seguinte. Recebe quem trabalha, quem não trabalha não recebe. Outra coisa Aleksander, se você quiser fazer estas gracinhas, vou te dar uma advertência e se quiser sair daqui do órgão, se não gosta daqui, faça o pedido e saia, mas aqui somos como uma grande família( hipócrita!) e precisamos que cada um faça a sua parte, senão como que funciona se todo mundo decidi sair a tarde para conversar com alguém quando devia está trabalhando? - Ele pega o telefone, disca o ramal e fala com J:

    - Vem aqui na sala e chame R, estou em reunião.

    Enquanto isso, me olham como um pária e isto gera um sentimento de revolta, raiva, (quantos galhos não quebrei para estes filhos da p? que batiam o ponto e vazavam para resolver os problemas pessoais), vontade de sumir dali e mais ódio ainda por terceirizar minha sobrevivência ao Estado e conviver com esta merda....

    - Senta ai R e J.

    Redigiu um ofício, alegando que tive conduta atípica e que deveria ver um médico( ele dizendo que estava me fazendo um favor porque trabalho aqui já um tempo, para não me prejudicar, porque se quisesse poderia descontar mais que um dia detrabalho) e que agora eu era pai, precisava era pensar na minha filha, esposa, pensar numa casa, num carro, em crescer, na minha família, em ser exemplo para eles(é mole?) pois tenho talento, capacidade e todas aquelas bobagens que se falam para você não desanimar e continuar trabalhando "feliz e crente que tudo vai bem".
    Disse que não é com essas atitudes que se consegue subir o salário e que se fizesse algo parecido novamente, R e J já estão avisadas que serei devolvido para o órgão central e sofrerei penalidade disciplinar ou um processo, pois não sou melhor que os outros que trabalham... Ao ouvir isso veio nao aguentei.

    ResponderExcluir
  22. - Eu sinto muito e peço desculpas pela atitude, compreendo o que fiz, mas acho isso um exagero, pois pedi desculpas e não é algo que acontece sempre, sem falar que que já segurei a barra pra.... - Interrompido de novo.

    - J já diz : Estamos aqui tratando sobre o que vc fez e não sobre fulano ou cicrano. Ilegal e passível de advertência pois você assumiu o risco conscientemente de prejudicar o andamento do trabalho e agiu de forma irresponsável e imoral com seus colegas....

    Sem querer mais falar nada e entendendo bem o sistema de quadrilha, perguntei se poderia sair, D acenou que sim e fui para a sala e fiquei pensando no que faria para sair dali, preciso de uma renda, mas acima de tudo preciso de vida, de amigos e de um lugar de humanos...

    Pronto, nos próximos dias eu saberia na CARNE o que significava falsidade, oportunismo, fofoca, hipocrisia, cinismo e um monte de merda que se esconde nas paredes limpas, nos sorrisos educados e nos por favores que você convive dia a dia no serviço.... O ambiente se tornou doentio desde então. 3 pessoas conversam comigo no máximo e sou visto como um louco ou subversivo, bagunceiro, mal caráter, irresponsável. Os olhares, os olhares deles para mim são como de prazer pela punição... Fiz uma ou duas vezes algo do gênero nos anos que trabalho aqui, seguro as pontas para muita gente quando precisam sair, faço até mais do que deveria pelo que ganho e num passe de mágica viro um monstro por fazer algo que é praticamente uma lei para estas pessoas que se julgam tão boas e corretas? Absurdo.
    Eu já vinha me desanimando com o clima do órgão, com a forma como os honestos eram colocados de escanteios enquanto os passíveis de serem comprados eram colocados em posições de superioridade e comando... O mais forte não defende o mais fraco, proporciona oportunidade para que outro mesmo fraco ou forte o abuse ainda mais.
    Desde então, tenho entrado mudo e saído calado do trabalho... O pior é ver os dois colegas de sala puixando assuntos como se NADA tivesse acontecido e comentando um montão de besteira entre eles. Ignoro e pergunto-me todos os dias, o que vou fazer com minha vida. Tendo tudo, sinto que é quase nada, e como Edu disse, garantido para muitos e fracassado para meu próprio ser... Liberdade vazia, mal exercida....

    ResponderExcluir
  23. Cara, quanto mais eu procuro estar atento aoi noticiário, ao que acontece no mundo com as pessoas, com os mais fracos e como a lei, a mídia, enfim, todo o aparato de controle é usado para manipular, usar, explorar ou senão matar, marginalizar, me deparei com um pessimismo que por estranho que parece eme trouxe alegria e esperança, pois agora vejo e a missão é com respeito, amor, educação passar minha mensagem. Agradeço a você mano pelos textos, pelos vídeos, por estar fazendo um trabalho desse e pelo pessoal que contribuiu para te ajudar a propagar a mensagem.

    Obrigado a todos e vou sempre tá por aqui, afinal, fui chamado pra cá pelos teus vídeos e agora fiz do blogue meu lar, portanto, uma casa onde habito com toda essa turma bacana, desculpa ai desrespeitar com tanto texto e pouco entendimento e me passa a vassoura que hoje é meu dia de limpar. rs

    Mês que vem vou fazer uma surpresa no trabalho - nada perigoso, mas que vai surpreender muita gente. Chega de engolir sapo mano, chega.( Sem violência, sem machucar ninguém, apenas os conceitos estabelecidos, de forma violentamente pacífica)

    Vou abrir um blogue chamado Encontro dos caminhantes e seria um prazer têi-los por lá vez ou outra, ouvindo, debatendo, pois com certeza sei que vou aprender com cada opinião de vocês. Minha única forma de combater é usando os meios formais de maneiras informais.

    Forte abraço e sem viadagem, um beijo na tua alma mano Edu. Você é uma inspiração ambulante mano. Você me motiva em cada postagem.

    Não tenho medo do sofrimento, pois pelo que vejo ninguém se arrepende do que passou ao buscar o que seus corações chamavam de sonho, vocação, missão, enfim...

    Aleksander

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
    2. Pesquisando aqui no google já achei algumas coisas parecidas com Encontro dos Caminhantes. Vou tentar mudar sem perder o clima. Garanti para o Eduardo que agora só vou falar pouco. No máximo 2 parágrafos...ehehehe Abração Juliana.

      Excluir
    3. Dois parágrafos, então...

      Com o que escreveu aqui já tá pra começar um blogue. Encontro de caminheiros é algo fugaz, ocasional, são os encontros nas viagens, uma refeição dividida, um abrigo pra passar a noite, depois os caminhos seguem. A maioria, a gente nunca mais encontra. Encontros de viajantes, de estradeiros, na grande estrada da vida.

      Excluir
    4. "sem viadagem". Kkkkkkkkkkkk és um brincante kkk

      Mas é isso aí parceiro..... Somos todos Buscadores... Cada um na sua busca... E sempre com algo em comum...

      Fica na Paz...

      Excluir
    5. Sempre algo em comum brother, isto que faz este lugar aqui(o blogue, a casa do Edu)sagrado e acolhedor. Pelo menos é o que sinto quando passo por aqui e leio as postagens, vejo os vídeos e os comentários.

      Abraços

      Excluir

  24. "Com o que escreveu aqui já tá pra começar um blogue. Encontro de caminheiros é algo fugaz, ocasional, são os encontros nas viagens, uma refeição dividida, um abrigo pra passar a noite, depois os caminhos seguem. A maioria, a gente nunca mais encontra. Encontros de viajantes, de estradeiros, na grande estrada da vida."

    Com isto aqui sim mano Edu já dá para começar um blogue.

    Abraços

    ResponderExcluir
  25. valeu Eduardo sempre mandando um papo consciente, muito bom. Depois da uma sacada na face, a página que eu criei, Garoto Anti-Propaganda, que toca exatamente nessa hipocrisia da publicidade. Parabens pela dedicação, o tema pode ser o mesmo, mas sempre vem novos insights.

    Abração

    ResponderExcluir
  26. No vídeo da TV Floripa, na parte em que falava sobre o sentido da vida, entendi que o sentido que você encontrou foi o de expressar o inconformismo pela estrutura social atual. Em outro vídeo pela internet, me lembro que disse que o sentido da vida era aprender. Tudo bem, compreendo e concordo com ambos. Minha intenção não é a de apontar erro de concordância nenhum.

    Gostaria de saber, Eduardo, se pelo seu caminho de vivência você encontrou/sentiu algo que explique/sugira um sentido para a vida que não seja subjetivo, um sentido que não é o próprio indivíduo que constrói e então é segue por determinado caminho, um sentido que explique a própria manifestação da vida, o porquê de existirmos, da vida existir, independente das intervenções humanas sobre a vida. Algo assim?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Uma coisa é o sentido que percebi na minha vida - que decorreu do aprendizado permanente. Outra é o sentido da vida em geral. Acho que estão ligados, é o mesmo sentido. Aprender e passar adiante é o fluxo que dá satisfação em viver. Pra mim, claro.[

      Quando ao segundo parágrafo, penso que ainda não temos condições de alcançar tamanhas grandezas. Vamos trabalhando as pequenezas, que a visão vai se ampliando, pouco a pouco. Sem pretensões, sem querer entender o (ainda) incompreensível, nem explicar o que não alcançamos. Isso as religiões fazem e o panorama é engraçado, cada uma se arrogando a posse da verdade e alijando todas as outras da paternidade divina. Forças há, pode-se sentir, mesmo intuir como tratar com elas. Mas nossa razão ainda é por demais precária, nossos sentimentos são na maioria primários, há muito o que desenvolver antes de adquirir capacidade de compreender tamanhas grandezas.

      Excluir
    2. Também sou inclinado a pensar que falta evolução - talvez de atributos racionais do ser humano - para alcançar a grandeza do entendimento sobre o motivo de tudo existir. Não temos condições perceptivas, - e se temos ainda falhamos na tradução para uma linguagem racional.

      Ao mesmo tempo que imaginar que há demasiada realidade incompreendida para o ser humano ainda captar me fascina, me frustra por não ter certeza se o que considero como "Eu (indivíduo) vivo" hoje irá desfrutar em algum momento de tudo o que ainda está como segredo, - na tal da realidade.

      Digamos que graças ao que aprendo, ao que acumulo na memória, é o que me proporciona a capacidade de criar questionamentos sobre o mundo à minha volta, é o que cria o meu fascínio e minha frustração sobre a realidade, é o que posso atribuir como o que faz eu ser o que sou. Meu! Que coisa de lôco. Se memória/lembrança fica na mente, em um espaço denominado metafísico, será então que ainda continua existindo mesmo depois que o cérebro junto com o corpo já eram? Será que algum fator perceptivo ainda continua? Toda a estrutura biológica apodrece e então e aí?!! Eu não tenho lembranças de onde estava ou o que era/fazia antes de nascer, antes de me perceber existindo. Eu hein...! Cê'besta dessa realidade, o que será que ela tá querendo?

      O sentimento é mais ou menos por aí. Diria que temos mesmo que seguir desenvolvendo nossa capacidade de sentir, observando as sutilidades da realidade e com o que captamos (absorvemos) podemos intuir e raciocinar a respeito. É bom ficar sempre atento porque tá tudo ainda muito estranho. Para mim, pelo menos.

      Excluir
  27. Eduardo boa tarde! Meu nome é Patrick sou de BH, tenho 23 anos e trabalho à 6 numa empresa e cujo meu superior é meu padastro. Sou calouro de História da UFMG, à alguns meses vi um vídeo seu no youtube e fiquei impressionado com as suas experiências. Angustiado à anos tomei a decisão de sair do meu emprego hoje (que eu odeio), e quero agradecer de coração a divulgação das suas ideias que me encorajaram a tomar esta decisão que à muito almejava.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Veja só, agora é que vi isso, Patrick. E hoje tá tudo mudado, né não?

      Excluir
    2. Deve estar. Quem absorve as ideias do Eduardo Marinho e do Helio Couto transcende o sistema.

      Excluir