quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O poder real, por trás dos poderes públicos. Ou por cima.

O livro, "Confissões de um assassino econômico", discorre em detalhes todos os dramas internos, além dos procedimentos do poder financeiro sobre os países, que passaram em seu sentimento. A culpa e o conflito interno sempre existiram enquanto ele cumpria seu papel corporativo, dentro do esquema. O livro foi escrito nessa base. E é precioso, pelas informações que espantam alguns, mas não surpreendem, por explicar porquê a sociedade é tão injusta, porquê se tem tanta miséria, ignorância, abandono e sofrimento. E porquê a "política" é tão corrupta, a partir dos corruptores.

Estamos com a “terrível presença do norte” em nossas almas. Esse vídeo faz o resumo de um livro que li alguns anos atrás, “Confissões de um assassino econômico”, de John Perkins (esse mesmo do vídeo), que explica de forma simples e clara de como funcionam as coisas mundiais. John foi um executivo das multinacionais. Um economista que fazia planos de infraestruturas nacionais, sendo construídas pro desenvolvimento dos países, na verdade uma forma torpe de atrelar financeiramente os países aos poderes econômicos. Quem construía eram empresas dos Estados Unidos, o dinheiro nem chegava nos países, eram passados diretamente às construtoras que se escondiam sob o governo, comandando-o.

Não questionamos se o que desejamos é o que nós desejamos mesmo, ou o que nos fizeram desejar. Não percebemos toda a rede de convencimento, de criação de idéias, de valores, de visões de mundo. Exercemos valores e comportamentos condicionados, que servem à manutenção dessa estrutura social. Uma rede criada por um punhado de pessoas que perceberam formas de controlar e dominar a sociedade, de criar vontades e opiniões a seu serviço. Há televisões em todas as casas, formando opinião, empurrando uma visão de mundo que só serve aos poucos riquíssimos, donos de bancos e mega-empresas. São esses que plantam os desejos de consumo, o julgamento de valor humano pela forma, pela roupa ou classe social, os que vivem da angústia das populações, explorando, enganando, controlando políticos e mídia, a televisão, o rádio, os jornais... A vida é um inferno pra grande maioria. É preciso questionar a nossa própria visão de mundo, é preciso pesquisar entre as nossas vontades, entre os nossos valores, quais nos foram implantados? Quais são realmente nossos? De quantas mentiras a gente se deixou convencer? Quanta coisa que a gente acredita que é simplesmente mentira? Eu mesmo não tenho a menor pretensão de “vencer na vida”. A mim me basta viver. Não quero ser melhor que ninguém, se possível gostaria de ser melhor do que eu fui, ontem, de estar aprendendo e melhorando como possa.

Somos nós quem sustenta essa porra toda, somos nós quem pode realmente mudar alguma coisa. Individualmente antes, coletivamente por conseqüência. Essa é a razão da educação pública ser uma merda. Os que comandam têm pavor da idéia de um povo instruído, informado e com um nível de consciência alto, capaz de debater, resolver e decidir os rumos da sociedade. Por isso as escolas públicas não são de qualidade, ai do político que se atrever a investir dinheiro público em educação, ai do que servir à maioria. Há uma televisão na casa de cada um, cada família, mentindo barbaridade, distorcendo a realidade, superficializando o pensamento, induzindo ao consumo como valor social, entre tantos crimes morais, senão legais. Somos (nós, a maioria) mantidos ignorantes e desinformados por decisão dos que dominam, dos que ostentam luxos e desperdícios, convencidos da sua superioridade humana. É preciso perceber o nosso próprio valor. É preciso não se deixar convencer pelos absurdos que a mídia propaga – é preciso ver a mídia como inimiga pública, enquanto for empresarial. Não pra desprezar ninguém, mas pra não se sentir inferior como nos mandam. Dignidade não é arrogância, é preciso não confundir as coisas. Humildemente, não me sinto inferior a ninguém. E se me aparece um convencido da própria superioridade, eu acho é graça. Nem discordo e, se for preciso, faço uma reverência pra ele ir embora. Tenho mais com o que me ocupar nessa vida. O sentimento de inferioridade que se propaga por aí não me toca. O valor é humano, é sentimento, é pensamento, é integração na coletividade humana, é consciência. O problema é confundir valor com preço.

As escolas ensinam a consumir, a disputar, a competir, a querer ser melhor que os outros, a criar conflitos e viver confrontos, com sentimentos de vitória e derrota, ambos deprimentes, cada um à sua maneira. As instituições estão dominadas através do poder “político”.
Pra ter sentido na vida, é preciso andar na contramão.

“Hoje há mais escravidão no mundo do que nunca existiu antes”.  John Perkins

Hoje os escravos fazem fila pra se escravizar.



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O vídeo deixa uma questão em aberto. Acima dos vampiros da humanidade, dos megadominadores, há um poder maior, exercido por todos. É a nossa concordância geral o que sustenta esse sistema social espúrio, criador de sofrimentos pra grande maioria. É preciso ver por si, pensar por si, escolher por si o que se quer da vida. É preciso conferir até onde os próprios valores não foram implantados por artimanhas da publicidade midiática, os comportamentos, os objetivos de vida... há muita coisa pra se criar, pela frente. No mínimo dar um sentido à existência, além das fumaças da ilusão do consumo.

9 comentários:

  1. Muito bom todo esse material, mas eu não consigo mais me surpreender com esses casos a tamanha ganância desses "grupos", a facilidade com que criam formas de permanecer estruturando suas manipulações, e sabendo de tudo isso, não consigo ver a televisão sem dar muita risada mas uma risada de desgosto, ao ver tanta notícia que busca mascarar tanta coisa, que coloca a culpa de situações como a fome, a insegurança, a pobreza sobre quem mais sofre. Agradecido pelo compartilhamento de conhecimento e visão de mundo meu amigo !

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  2. ''se o mundo não acordar eles irão conseguir a nova ordem implementar lá no topo da pirâmide...''

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    1. Não creio. Em sua arrogância, esse grupinho de vampiros não percebe suas fragilidades e dependências, não está enxergando a onda que se forma e pensa que as forças de segurança serão suficientes e eficientes na contenção das populações. O próprio planeta prepara os sacodes necessários à mobilização coletiva, ao desmonte das estruturas viciadas que foram armadas por grupos dominantes através dos séculos. A desestruturação psicológica será antecipada pela desestruturação física.

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  3. Não sei se acontece com você também Eduardo, mas as pessoas te vêm, ou você consegue sentir que elas te vêm, tipo: "de onde saiu esse cara?" Se você é educado elas te criticam. Se é honesto te repudiam. Se tem informações fora do contexto dizem que é louco. Às vezes digo que sou feliz por ter nascido no séc.XX. Mas será que esta idade moderna difere tanto daquela "idade mérdia"? AGORA É PIOR!!! Lá sabia-se que era a igreja que apitava, agora você não conhece seu inimigo. Pode até ser seu melhor amigo que conspira para lhe puxar o tapete, (abra o olho), vai entender. O gozado de tudo isso é que as pessoas acham legal pegar fila pra tudo: comida, cinema, transporte, tudo, tudo, tipo matadouro sacou??? -condicionamento...
    Broder, te admiro te aplaudo de pé sem constrangimento, mas toma muito cuidado. Os urubus são muitos e te observam esperando o momento da tua fraqueza. Acredito que como eu muitos te admiram e ocultamente canalizamos as forças que nos unem nesse laço fraterno-universal, é só não vacilar na estrada, Broder. Estamos aí...

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    1. No garimpo humano, como no mineral, o que vale são as pedras preciosas, as pepitas, exceções em meio ao cascalho da inconsciência humana. A diferença pro garimpo mineral e que a preciosidade humana contamina, contagia e se espalha.

      Grande abraço. E não se preocupe. Morremos todos, mais cedo ou mais tarde - e é forçoso reconhecer que mesmo mais tarde não pode ser tão tarde assim. O que são 10, 50 ou 90 anos?

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  4. Muito bom o post e queria deixar uma dica, mas provavelmente você já sabe. Este depoimento está em um documentário Zeitgeist Addendum e é um execelente documentário, que mostra como o círculo se fecha para oprimir a galera que têm uma sensibilidade maior. Abordam a alienação religiosa, o modo como o sistema financeiro é uma farsa e como a galera do 1% põe as coisas para funcionar de modo que o status quo se perpetue.

    Te conheci a partir de uma palestra do TED. Você é muito corajoso!!

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  5. Sim, concordo e sinto-me pequena e de mãos amarradinhas...Sou advogada e estou procurando uma resposta para um artigo de pós graduação que estou escrevendo e ainda não consegui nenhuma solução. Acabei encontrando seu blog. Gostei. O professor quer nossa opinião sobre a ineficiência da Constituição de 1988. Caramba, só vejo problemas para todos os lados! Acho que o pior de tudo é que o texto da lei pode até ser coerente mas o que prejudica mesmo são os interesses da macacada que está por trás de tudo...cada um querendo ver o seu lado e deixando o povo de lado. Tem dias que acordo triste, pensando que a ignorância sobre tudo isso, no final das contas, pode até ser bem vinda. Sei que é absurdo. Esse sentimento logo passa e volto a estudar para tentar mudar as coisas. Abraços!

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  6. Socialismo: Estado corrupto;
    Capitalismo: Propriedade mais que privada e exploradora.
    A solução seria o anarquismo, comunismo?

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  7. Uma contaminação deste tamanho dessa proporção, será que um dia o povo acorda pra essas questões?

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