Havia combinado com Ravi que eu iria pra Visconde de Mauá, entre Rio e Sampa, exporia um fim de
A descendência, em Mauá. Moram lá Brisa, à esquerda, Ravi, à direita, Alice, de boné, e Olívia, no colo de Alice. Foto: Helena Cristina |
Combinamos então que Ravi desceria a serra na terça e viajaríamos na quarta, pra chegar em Porto Alegre a tempo de participar do Conexões Globais (https://www.facebook.com/pages/Conex%C3%B5es-Globais/237310399670494). Deu terça, nada. Aproveitei que Adhara tinha subido a serra e mandei recado, porque lá o celular não pega em muitos lugares e, além disso, Ravi costuma esquecer de recarregar. Quarta-feira, perto das dez horas, o Ravi telefona do telefone de Adhara, dizendo que vai pegar o ônibus das onze, em Resende. Duas horas de viagem e ele estaria no Rio, três horas pra chegar em casa. Imaginei que ele já tava em Resende, que Adhara havia descido lá por algum motivo e ele aproveitara. Não perguntei onde ele estava - um erro.
Arrumei mochila, deixei tudo pronto, ele chegaria e nós sairíamos. Três da tarde e nada. Quatro, nada, já tô acostumado com essas coisas... Ligo o computador, penso em perder o Conexões. Desde o ano passado espero essa viagem. Mas a origem da idéia era a viagem com Ravi, há anos não viajamos juntos, estamos morando em cidades diferentes, seria um prazer e uma aproximação. Mas o incômodo da irresponsabilidade sempre dá sentimentos ruins. Estava escuro já e eu senti um brotar de raiva - "porra, isso já é sacanagem". Parei ao perceber. "Não quero sentir isso". Que fazer? Eu tinha duas opções. Podia pegar a mochila e me adiantar, pegar a estrada sem ele, seria bem de acordo comigo, natural até - e foi o que ele imaginou, me disse depois. Mas podia esperar pra viajar com meu filho, e relaxar a respeito do evento em Porto Alegre. Preferi a segunda opção e aí o embrião do aborrecimento desapareceu.
Dez e meia da noite, toca o telefone, é Adhara. Diz que Ravi ligou do telefone dela quando estava no alto da serra, que tinha perdido o ônibus e ido pra estrada tentar carona. Ah, entendi, às dez da manhã ele disse que pegaria o de onze em Resende e não estava, como eu tinha imaginado, na rodoviária de Resende, mas sim no alto da montanha. E não contava com nada garantido pra chegar no horário. A viagem começou incerta, não tinha como saber quando ele chegaria - se desse azar, poderia demorar indefinidamente. Deu até um desânimo, mas como tinha mudado de postura, aceitei calmo a situação. Agora seja o que deus quiser, a gente vai na hora que der. Dançou a chegada no Conexões.
Conversando com a Claudia pela net, expus a situação e ela, como mãezona que é, começou a se preocupar. Parecia não entender a minha calma. Já ia assumindo a preocupação, "mas até essa hora...", "tá demorando muito...", essas coisas de mãe noiada, enquanto eu dizia "conheço meu eleitorado, esquentar a cabeça é queimar a mufa de graça. No auge do desespero, eles aparecem com cara de 'ué, o que que tá acontecendo'". Tava falando com ela, ouvi o barulho no portão. "Só pode ser ele". Em instantes ele entra no quarto, olho meio arregalado e sorriso, na expectativa de ver como tava o meu humor - ele já esperava que eu estivesse brabo. Mas eu tava calmo - quem já tava ficando nervosa era a Cláudia, que sentiu um alívio com a chegada. E já me dispensou na hora, "vai cuidar das tuas crias". Quase desligou na minha cara.
Ravi sentou pra conversar. Contei que depois que Adhara disse que ele ligou da estrada, na montanha, e que tinha descido de carona, eu relaxei, mudei até a rota da viagem e não tinha mais Uruguai no caminho. Que eu tinha imaginado que ele telefonou de Resende, vendo o ônibus das onze. E que, já que tinha perdido o Conexões, mudara a rota da viagem, tirando o além fronteiras. A cara de decepção dele me fez incluir de novo o Uruguai - "não tenho nada resolvido, cara, decidi sem falar contigo porque não tinha como falar contigo. Mas nada tá definitivo não, a gente vai conversando e resolvendo". Aí entra Adhara pela porta, riso de quem "enganou um bobo na casca do ovo". Eles tinham vindo juntos, no carro dela. Ri também, que jeito... "tá se divertindo, né Adhara..."
Bueno, estamos saindo, primeira parada Floripa, depois Porto Alegre. Em Florianópolis temos a casa de um filho afetivo pra nos abrigar, se der pra expor devemos ficar uns dias.
Primeira parada, Floripa. Foto: Juliana Lehmen |
Boa viagem! Como sempre cheio de disposição e todo lindo, divirta-se!
ResponderExcluirObs: Você é um cara admirável rsrs :)
Excluir... cara, quem tava descendo a serra desde às 11 da manhã, não tinha como não ter chegado já aquela hora, fiquei pilhada mesmo, os meus me deixam assim, e porque não os seus ... queria ter visto os dois rindo da tua cara hahahahha que embora conhecendo o "eleitorado" , todas as vezes que nos falamos dizia :" e o Ravi, nada ..." num tom, sim, de preocupado, é inerente à nós, e mandei ir lamber as crias mesmo, tem coisa melhor que isso ... enfim, mochilão nas costas e pé na estrada, ninguém melhor que você conhece o debruçar sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, alguns tão iguai e outros tão diferentes, como as paisagens ...
ResponderExcluira vida, Edu, é o que fazemos dela, "as viagens são os viajantes, o que vemos, não é o que vemos, senão o que somos, e no que nos tornamos"já dizia Pessoa ...bacio
Spero che
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ResponderExcluirBoa viagem, Edu! Espero ansiosamente sua volta ao Rio, estou lhe devendo uma visita em Santa, a semente que você lançou a 5 anos começou a germinar agora! Abraço!
ResponderExcluirBoa viagem estimados... :D
ResponderExcluirCara, fui pra Santa Tereza (e me apaixonei pelo bairro, o melhor do RJ, pra mim), mas não te encontrei. Queria ter dito o quanto eu mudei depois que vi aquele famigerado vídeo (juntamente com os filmes do Zeitgeist). Conhecer o óbvio é um desafio. Obrigado a você e àqueles que filmaram - e que filmam! Você é um ser humano foda que me fez franzir a testa (do alto do meu pedantismo). Muito amor pra sua vida, cara.
ResponderExcluirE aí Eduardo, já chegou ao sul, mais especificamente em Floripa, eu e o meu mano (André Lohn) queremos trocar mais ideia com vc...
ResponderExcluirAbraçosssss...
Tô área, parceiro, por uns dias. Hoje exponho no centrinho da lagoa, de noite, numa parede ou porta de loja fechada por lá. Vou postar nos outros dias onde estarei. Abraço.
ExcluirEduardo,eu lhe acompanho a bastante tempo,sou muito fã do seu estilo de vida,filosofias e a sua ''incorruptibilidade''. Espero ao longo do tempo alcançar esse nível de conhecimento,maturidade,seja lá o que for esse seu ''nível'' espiritual. Desejo mudar o mundo,desejo mudar a injustiça. Abaixo coloquei meu blog e ficaria muito agradecido se você pudesse dar a sua opinião sobre como eu abordo os assuntos e criticas seriam muito bem vindas :)
ResponderExcluirhttp://exerciteseusolhos.blogspot.com.br/
Vem conhecer a Rádio Comunitária Campeche em Floripa! Liga pra gente no sábado de tarde entre 16h e 17h que estaremos lá! O telefone é 48 3237-2022, seria legal se a gente pudesse te entrevistar! beijo grande
ResponderExcluirqualquer coisa meu e-mail é biavelloso@hotmail.com, a gente pode te ligar tbm se mandares o contato por e-mail!
ResponderExcluirGrande Eduardo. Tu é uma inspiração! Quando chegares em Porto Alegre, lança no blog, terei prazer em te achar, tomar uma ceva e prosear. Dale! Boa viagem!
ResponderExcluirnão sei se estou muito atrasado, mas também terei prazer em prosear, lança no blog quando estiver em Porto Alegre.
Excluircara onde tu taaa!!!! to te procurando aqui em floripa....
ResponderExcluirHoje exponho no centrinho da Lagoa, de noite, véio. Aparece lá. A prosa deve ser boa, palestra boa, a de rua...
Excluirmano, estando em foz, rola pegar oTransMuleque até SP...fmz total!
ResponderExcluirPo, vi tarde demais!! Eu sou de porto alegre e não achei que virias para cá
ResponderExcluirFala Eduardo!!! Boa Tarde galera!! Moro em Buenos Aires e queria ver a exposição e também conhecer vc Eduardo. Vai passar pelo Uruguai ao final? Gostaria de saber assim me programo para tentar chegar....grande abraço a todos!!!! vlw!!!!
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