Mês passado eu estava em casa de Brisa, Alice e Olívia, por uns poucos dias. Tratava de umas bolhas nas mãos, surgidas depois de movimentar uns caixotes empoeirados e esquecidos num depósito, certamente por alguma substância nociva deixada pela passagem de algum bicho que não pude saber. Restava uma feridinha ressecada, eu sem nada pra passar em cima. Só havia óleo de copaíba na casa, um poderoso cicatrizante e anti-inflamatório que eu já havia usado com sucesso mais de vinte anos atrás, numa ferida séria, com sucesso. Em 2011 usei novamente, mas percebi uma reação adversa, uma urticária que me levou a suspeitar que meu corpo não tava se dando bem com o óleo. Mas o tempo passou e eu resolvi usar a copaíba, porque o óleo amaciaria o ressecamento, como de imediato foi a sensação.
Então desci pra Resende, tinha a regulagem do motor pra ser feito. Seu Manoel Elias gosta de pegar o motor frio, por isso deixo a kombi na oficina à noite e ele faz o serviço de manhã. Pensei em dormir nela, mas teria que ficar preso na oficina trancada desde as seis da tarde. Então deixei lá e fui tomar uma cerveja, levando os desenhos e livrinhos pra eventuais vendas. Abri o computador, declarei minha situação e tentei arrumar um lugar pra dormir por ali. Não recebi resposta até a quarta cerveja, fechei o computador e caminhei na direção da oficina, junto à via Dutra - pensava mesmo em dormir na beira da rodovia, mas passando pela esquina da oficina lembrei que ali a estrada era urbana, não tinha a segurança do isolamento. E resolvi ficar ali na esquina, na calçada, próximo a um treiler de lanches que tava aberto na madrugada.
Deitei e ali comecei a sentir a cara inchada. De princípio não liguei, mas a sensação aumentava. Sem espelho, tirei fotos pra ver como tava. Inchada ainda só um pouco, não entendi o que acontecia, a princípio.
De manhã seu Manoel me viu entrar na oficina, "bom dia, seu Manel Elias", respondeu e ficou me olhando de um jeito que seria estranho, se eu não soubesse que minha cara tava inchada. "Tá inchada, né..." "O que aconteceu?", ele perguntou. "Não sei, inchou durante a noite, mas tá tranquilo, não dói." Ele riu, "isso é estresse, tu anda esquentando muito a cabeça, esse negócio de pensar demais..." Eu ri, também. "se fosse isso eu vivia de cara inchada".
Passamos à regulagem das válvulas, eu tentando aprender alguma coisa, não dava pra deitar debaixo do carro por causa da pressão na cabeça, mas fiquei abaixado olhando tudo. Quando terminou, embarquei rumo ao Rio, esperando que o inchaço não me impedisse de dirigir. Correu tudo certo, cheguei em casa assustando o Pepe, "que es eso, compadre?" "Sei lá, parceiro, tô achando que é reação a um óleo de copaíba que usei ontem."
Foi chegar em casa e a coisa desandou, o inchaço quase que fechou meus olhos. Se estivesse na estrada, teria dificuldade em enxergar o caminho. Pelo rádio ouvi um acidente acontecido na Dutra, minutos depois de eu ter passado na baixada, que parou a estrada. Quatro horas com a via parada, se eu demorasse alguns minutos a mais teria ficado lá, preso no congestionamento. Senti que fui protegido, deu um calafrio pensar que eu podia ter caído nas mãos do sistema de saúde pública, um risco enorme de morte. Aí a cara já tava toda inchada, o corpo tava pesado, comi alhos e tomei gengibre. Parou de inchar mas ficou inchado.
Apelei prum anti-histamínico de farmácia, sem condições de procurar alternativas, por ignorância e incapacidade de movimentação. E a coisa começou a reverter. Pouco a pouco voltei ao tamanho normal, carregando a pele grossa na cara e nas mãos. A sensação de que a pele tava morta se confirmou no descascamento que se seguiu.
Agora passou, estou ainda assimilando o recado espiritual, ou a advertência. É parte do trabalho interno estabelecer a comunicação entre as dimensões a que temos acesso, além da física. Esse contato é permanente, embora pra esmagadora maioria, inconsciente. Não pretendo a plena consciência, mas já não aceito a total inconsciência.
Segue a vida. Tenho até dia 25 pra preparar a viagem ao sul, começando por Sampa e até Porto Alegre, parando em Floripa e, talvez, Curitiba.
Melhoras, cara! Tudo de bom!
ResponderExcluirAinda bem que voltou ao normal! Reação alérgica braba... sei que tu não gosta de médicos e afins, mas tem um exame de sangue que te diz a quê tu é alérgico. Aí é só evitar o troço.
ResponderExcluirMelhoras Eduardo, e lembre-se, você não esta sozinho, tem um bocado de seguidores que te adora e te admira.
ResponderExcluirBeijos em seu coração
De sua amiga Marta
ResponderExcluirValeu, Marta. Te conheço?
ExcluirNão Eduardo, sou apenas mais uma de seus seguidores e admiradores aqui e no face, que esta escrevendo do tão tão distante interior de São Paulo (perto e Mato Grosso) em uma cidade chamada Mirandópolis.
ExcluirEntão prazer Marta e ficarei na expectativa de um dia conhece-lo pessoalmente.
Beijos e se cuida
Tá certo, então. Grande abraço.
ExcluirO Eduardo Marinho original é bem mais bonito. Cuide-se, foi uma alergia brava. Vc é teimoso, mas há médicos e médicos, há pessoas boas ainda, mesmo nesse ramo, é bom dar uma olhada se está tudo ok, de vez em quando. Mas é teimoso... já imagino a resposta. Fique bem!
ResponderExcluirÉ um garimpo muito arriscado. Inseguro procurar saúde pública, se der pra evitar. O risco é real e freqüentes ocorrências demais confirmam isso. Se tu tem um amigo do ramo, que tu percebe que é médico mesmo e não apenas formado em medicina, aí tá bom, dá pra confiar.
ExcluirMeu corpo reage exatamente assim quando tomo ácido acetilsalicílico, dipirona ou ibuprofeno. Não tomo mais, óbvio. Hehehe Mas só com anti histamínico que retrocede.
ExcluirMelhoras Eduardo, e lembre-se, você não esta sozinho, tem um bocado de seguidores que te adora e te admira.
ResponderExcluirBeijos em seu coração
Bhá, Eduardo a coisa ficou feia mesmo. Te cuida aí, a caminhada tem que continuar. Somos aqui do Sul, pertinho de Porto Alegre, nos deixa informados quando estiveres prá essas bandas. Eu e meu marido gostaríamos, se fosse
ResponderExcluirpossível te convidar para tomar um café e bater um papo. Um grande abraço. Assinado: Rosane e Mário Amaral Teixeira.
Já tô bão, por isso publiquei, que ninguém se preocupe. Vaso ruim não quebra fácil. É só um relato.
ResponderExcluirMelhoras p vc, Eduardo, e ficamos te esperando aqui em Florianópolis p trocarmos uma idéia!
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ResponderExcluirQue você continue sua jornada...mentes e ações como a sua são raros e necessários sempre e, sobretudo, no contexto atual.
ResponderExcluirEspero que melhore logo e que realmente possa vir a Sampa. Já tive esse tipo de alergia e não é nada agradável. Se precisar de estadia aqui, é só avisar. Será um prazer receber você e quem mais o acompanhe.
ResponderExcluirPodes falar mais da assimilação do recado espiritual ou advertência? Achei essa a parte mais interessante do texto. Abraço. Arthur Nobre.
ResponderExcluirIsso é pessoal e intransferível, parceiro. Cada vida traz os seus sinais, seus recados, suas lições e vivências didáticas. Só quem vivencia pode saber, na sua consciência, interpretar os recados da vida.
ExcluirQuero um dia chegar nesse nível espiritual, chegar nesse grau de consciência, estar presente, acessando o AQUI e AGORA, e vivenciar e interpretar os sinais da natureza. Valeu Eduardo !!!
ExcluirAs oportunidades tão em volta, cumpade, acontecendo. Tudo é motivo de reflexão, a partir da observação com profundidade e isenção.
ExcluirNossa admiro muito vc queria um dia ter o prazer de conhece lo pessoalmente
ExcluirValeu Eduardo, aquele acidente foi um tombamento de "Cerva" muita cerveja, rsrs
ResponderExcluirQue Deus te abençoe e te encha de sabedoria.
fala parceiro .... moro aqui no litoral sul de são paulo praia grande, o dia em que quiser vir ta convidado so chega tmj!!!
ResponderExcluirDia 29 tenho um papo aí em Praia Grande, cumpade.
ExcluirEduardo, conheci seu trabalho recentemente e compartilho da sua visão de vida, suas ideias e sua cabeça que está além do que a maioria busca e almeja nessa vida, tu é o cara! Vi que tais vindo para Santa Catarina, que vai passar por aqui, tem alguma previsão? Poderíamos trocar uma ideia em um boteco por aí, seria uma honra! Caso sua resposta seja positiva, deixarei meu e-mail ou telefone para que possamos combinar. Dependendo da situação, até rola pouso aqui em casa. Moro em Balneário Camboriú, uns 80km de Florianópolis. Um abraço e é uma honra poder escutar o que você tem a dizer!
ResponderExcluirGrande Eduardo!! Quando vier a Porto Alegre não esquece de avisar no face lá... Caso precise de lugar pra ficar é só dar um toque. Abração
ResponderExcluirEduardo, quais os planos de sua visita em SP? Gostaria muito de bater um papo pessoalmente...
ResponderExcluirLição do dia:
ResponderExcluirUse luvas na próxima vez que for carregar alguma coisa que possa machucar as mãos...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBah Eduardo, fiquei feliz em saber que vens pro sul. Se puder avisar quando é aonde vai estar quando vier a Porto Alegre, agradeço! Também tive esse inchaço no rosto e descobri q foi urticária da brava kkkk abraços e minha adimiracao pelo seu trabalho em distribuir conhecimento
ResponderExcluirSe vier para Curitiba, onde posso te encontrar? Seria uma grande honra conhecer você pessoalmente!
ResponderExcluirSempre acreditei que em algum lugar do mundo existia ao menos uma pessoa que compactuava das mesmas ideias que a minha. Muito grata por te conhecido. Continue sempre sendo esse compartilhador de conhecimentos. Quero trocar algumas ideias contigo. Vc tem e-mail? Abraço, jovem!
ResponderExcluirFORÇA AE BROUUUU...A CAMINHADA CONTINUA...
ResponderExcluirABRAÇÃO
Cuidado, Ricardo! Não use mais óleo de copaíba!
ResponderExcluirforça eduardo
ResponderExcluirforça eduardo
ResponderExcluirPq não vem à Joinville cara?
ResponderExcluirSalve mestrão
ResponderExcluirSou carioca mais moro em Porto Alegre há uns 5 anos... Admiro demais suas observações e conclusões sobre a vida... Muitos dos meus pensamentos instintos se confirmam com seus relatos... Terei uma imensa gratidão poder lhe receber por aqui no que precisar... Tomar umas cervejas, se alimentar e conversar... Satisfação Emanoel Ribas
Eu sei que já passou um bom tempo desde que isso lhe aconteceu, mas Eduardo, talvez lhe ajude procurar a bioneuroemoção ou bidescodificação quando você observar seu corpo apresentar algum sintoma ou doença. Vai encontrar tudo no Google. Também não confio em médicos e tenho me surpreendido ao verificar como meu corpo é afetado muito além do ambiente ou da comida. Paz pra você sempre!
ResponderExcluirTudo é caminho
ResponderExcluirAchei interessante que vc falou que que iria pensar
ResponderExcluirSe é um assunto espiritual ou uma advertencia é um ponto de ser pensar pq a maiorias das das vezes sao parte dos nossos conportamento ou algum sentimento que nos tem que faz nos trazer alguma doença.E isso é bom nos meditar e pensar o motivo que traz isso pra nos.
Eduardo, te conheci agora mas ja te percebia, algo que não se explica apenas sente. Suas mensagens ecoam daquilo que sei e insisto em perceber, cada vez mais. Parabéns!!! Curitiba tem pouso qnd precisar. É na paz que insisto em ficar...
ResponderExcluirQue bom passou e tudo mais, amo você e toda luz que emana de ti, forte abraço amigo do Sol.
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