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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
Modelo de educação
A educação "oficial" tem um modelo empresarista dividido em três. O primeiro, vasto e destinado à esmagadora maioria, não tem como objetivo instruir, mas criar trabalhadores desqualificados e de baixa qualificação, a chamada mão de obra barata, explorável e descartável. O segundo é preparador dos gerentes, dos administradores diretos da massa desqualificada, originários das classes médias, com a instrução pautada em valores de consumo e propriedade, na visão de mundo distorcida da chamada "meritocracia", altamente empresarial e socialmente ignorante. O terceiro, extremamente reduzido, se destina à formação dos filhos das elites financiadoras de campanhas eleitorais, publicitárias, midiáticas e ideológicas, para serem os exploradores - parasitas sociais que dispõem de condições de controle sobre o aparato público, dominando o Estado na manutenção dos seus privilégios e poderes criminosos, além do modelo de sociedade onde o patrimônio vale mais que a vida e os lucros, mais que o bem estar coletivo.
Complicado e muito complexo modificar esse quadro!!!
ResponderExcluirEnxergar em profundidade, em extensão e de forma abrangente já é um serviço pra algumas gerações. O desenvolvimento de alternativas as mais variadas será um processo paralelo a essa percepção. O foco agora é desvendar, destrinchar e expor os mecanismos sociais ocultos que fazem do Estado uma organização criminosa contra o próprio povo, a serviço de um punhado de podres de ricos mundias com a cumplicidade das elites locais. Que foram formadas pelos colonizadores, desde a colônia, passando pelo império, até agora na dita "república", no desprezo pelo próprio povo e na subalternidade aos colonizadores, "primeiro mundo", "sociedades desenvolvidas", prontas a entregar as riquezas aos exploradores às custas da miséria, da pobreza, da exploração, de todas as perversidades sociais facilmente extinguíveis, se houvesse interesse, ou melhor, permissão pra isso.
Excluirvisão clara, lúcida e sem rebuscamento da linguagem, voltado para o esclarecimento do trabalhador, a conscientização do trabalhador simples, pobre e ignorantizado. Grande Eduardo Marinho, filósofo da rua, da vida e do mundo! Me inspiro no seu exemplo como arte-educador-filósofo-andarilho, espalhando arte, semeando ideias que transformar.
ResponderExcluirA educação não tem como objetivo real armar o cidadão para uma guerra, a da competição com os demais. Sua finalidade, cada vez menos buscada e menos atingida, é a de formar gente capaz de se situar corretamente no mundo e de influir para que se aperfeiçoe a sociedade humana como um todo. A educação feita mercadoria, reproduz e amplia as desigualdades, sem extirpar as mazelas da ignorância. Educação apenas para a produção setorial, educação apenas profissional, educação apenas consumista, cria, afinal, gente deseducada para a vida. MILTON SANTOS, O ESPAÇO DO CIDADÃO Só pra contextualizar
ResponderExcluirO sistema não instruí, ele domina a instrução!
ResponderExcluirA coletividade ta escassa. Infeliz atualidade de tempos.
Estou pensando que o observador está preferindo ser observado. Poderá ser, ele, absorvido.
ResponderExcluirNão se imagina o que o observador quer. Muito menos o que ele prefere.
ExcluirSalve Eduardo, sou de Brasília, sou formado em Biomedicina, filho de pais com ótimas condições e vejo que entre meu ciclo de amigos seu nome é pouco ou nada conhecido.. isso concretiza cada vez mais nas minhas ideias, que a elite é nada preocupada com a realidade e pouco se importa com o que acontece. Tudo o que voce diz é claramente óbvio e visível no meu ciclo de conhecidos, a alienação e arrogância acadêmica, o que me conforta de certa forma, por muitos não concordarem com as ideias que tento difundir entre eles.. Durante minha faculdade, ja lia bastante seu blog e via que mesmo as pessoas que tinham baixas condições economicas que estudavam comigo, não davam muito ouvidos as coisas que eu tinha a dizer quanto a alienação, controle social, mídia controladora, a importância dessas pessoas na sociedade, psicologia do inconsciente etc, demonstrando a sabotagem que voce tanto cita em seus textos, vídeos.
ResponderExcluirEu vi por varias vezes, pessoas travando quando mostrava seus vídeos, que muitas vezes concordavam mas não queriam expor que eram de acordo, pois podiam se ver em situações que voce colocava como condicionada e não por vontade própria.
Enfim, quero te parabenizar pelo seu trabalho longo e intenso, é realmente maravilhoso tudo que voce escreve e tambem agradecer por ter aberto os meus olhos pra esse cenário falso em que vivemos, pra perceber também o quão arrogante as pessoas são ao ter uma formação acadêmica e nenhum conhecimento da realidade..
Acredito também na mutação constante e que não veremos a mudança que queremos, e sim faremos parte dela.. e você, com certeza será lembrado por uma eternidade com seu trabalho!
Grande abraço!!!
Sou professora na educação pública e procurando lidar com minhas angústias diante de um sistema educacional tão emperrado encontrei a sua palestra e a do Murilo Gun (Escolas que matam), por meio do Youtube. Vejo de perto o sabotamento das escolas e, o pior, das mentes que dela participam. Todos os dias é da mesma forma: duas aulas de 50 minutos cada; intervalo de 20 minutos e uma expressão no rosto de todos (professores e estudantes) de "liberdaaaaadeeee", um banho de sol, um lanche; retorno para mais aulas... É bem semelhante a uma indústria, a um presídio. A escola é considerada organizada se todos estão engaiolados em salas e se os os professores cuidam para que os estudantes não causem "baderna".
ResponderExcluirMeu maior desejo é de que os estudantes consigam ter autonomia e se percebam como responsáveis por seu próprio processo de aquisição do conhecimento, mas sou sufocada e não consigo encontrar dentro dessas instituições atividades que realmente os façam chegar a esse patamar. Vejo claramente dentro desse engenho que se esse é meu desejo, então que eu me vire, pois quanto mais heterônomos forem, menos irão contestar o que lhes é imposto.
Adoro grupos de discussões e tento promover isso nas minhas salas de aula, mas muitas vezes me deparo com estudantes tão alienados/sabotados, que desejam apenas ver um vídeo ou ler algo, no entanto sem precisar discutir sobre isso, sem necessitar participar e isso é o que mais me incomoda, não a imaturidade deles, mas a falta de vontade de participarem, de serem apenas expectadores. Eles são apenas a ponta do crime de todo esse sistema educacional e talvez seja por isso que a escola não faça o menor sentido da forma como está formatada em pleno século XXI, também muito semelhante ao século XVIII.
Parabéns, Eduardo, você clareia a mente de muitos.
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