domingo, 16 de fevereiro de 2020

Eduardo Marinho - Nem esquerda, nem direita, a força tá na periferia.

A dita "esquerda" pode ter uma proposta menos injusta, mais igualitária, menos perversa e mais solidária, mas não tem a condição prática pra fazer isso. Programada pelas induções sociais, se arroga a capacidade de determinar como transformar a sociedade, sem se perceber condicionada e muito menos fazer a necessária revolução interna que lhe daria humildade e esta lhe permitiria perceber que os mais capazes de construir uma sociedade nova são exatamente os que constróem a sociedade todos os dias. Mesmo que tenham sido induzidos a sentir inferioridade, incapacidade e desvalor, da mesma forma que os que tiveram acesso são induzidos a sentir superioridade, sem reconhecer a dependência completa do trabalho braçal, em todos os espaços da sua vida. Os mais fortes não são os apontados pela sociedade ainda desumana, esta é apenas mais uma mentira social. Os mais fortes são os que se sentem mais fracos, são os que superam dificuldades enormes na sua rotina de vida, que convivem com todas as sabotagens - na educação, na saúde, no transporte, no trabalho...- e encaram os piores trabalhos, os mais duros e mal remunerados. É uma questão de tomar consciência. Tanto entre os instruídos quanto entre os sabotados. Sentimentos de superioridade e inferioridade falsas são construídos estrategicamente no subconsciente coletivo, com a função de afastar o conhecimento da capacidade de resistência, de impedir o encontro do saber com a sabedoria. A arrogância ou a humilhação são muros intransponíveis. Mas não são indestrutíveis.

6 comentários:

  1. Bom e abençoado dia. Eduardo fico feliz em saber que a "verdadeira" revolução vem de dentro para fora, da base, da massa oprimida e realmente conhecedora da justiça social. Paz e Luz.

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  2. Fico nostálgico a cada palavra que da sentido a vida vivida pela maioria de nós dita pelo Roberto... fã.

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  3. Terceiro texto que leio e que me leva a refletir, mas também a agir mais. Nadar contra essa maré do que já é dado (o sistema) é "morrer" institucionalmente na maioria das vezes, mas te ressuscita por dentro! Quem quer pagar esse preço desse grau de liberdade?

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  4. Parabéns amigo fiquei fascinado com sua história de vida ,o bom da vida é ganhar sofrendo e gastar gosando ,e quem quiser que corra atrás dos seus objetivos

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