O ministro da saúde escandalizou vários setores ao dizer que "é preferível morrer a perder a liberdade". No caso, "perder a liberdade" seria ter exigido um cartão de vacinação pra entrar em lugares fechados e cheios de gente. Uma distorção realmente escandalosa, mas que não surpreende nem um pouco. Um ministro aí de educação afirmou diante das câmeras, em público, que a educação superior "não é pra qualquer um", que é só pra elites, mesmo. Os ministros da saúde, que foram trocados vários durante a pandemia que só matar, matou mais de seiscentas mil pessoas. Sequelou outras tantas e deixou centenas de milhares de órfãos que dependiam de seus pais.
O que está sendo dito por essas "autoridades" só espanta por que não é coisa que se diga, apesar de ser a realidade. Todos esses absurdos são ditos pela realidade, pela sociedade, vejo isso há mais de quarenta anos. Não pela boca de ministros, mas sim pela prática cotidiana, no dia a dia do trato entre a população e os serviços públicos - saúde, educação, transporte, saúde, saneamento, moradia, segurança... (todas essas palavras mereciam aspas, porque na realidade não merecem os nomes, por sabotagem institucional de todas). O que no microfone e diante das câmeras causa indignação, me é dito no cotidiano, no dia a dia, esfregado na minha cara pela própria sociedade.
O que a realidade fala pra mim, desde que me entendo por gente, é isso mesmo que esses caras tão falando. Não são apenas bizarrices, absurdos, lamentáveis, inaceitáveis. São revelações, são demonstrações de que os cargos públicos, por mais de mando que sejam, não são os poderes verdadeiros, mas sim dominados por poderes econômico-financeiros, por gente podre de rica, que controla os poderes públicos e os holofotes das mídias - e por isso nunca ou quase nunca aparecem. E o que essas marionetes bizarras dizem é o que seus patrões, seus superiores, essa classezinha podre de rica, entre banqueiros, mega-empresários, financistas e similares pensam. É o que querem, o que impõem às populações e aos territórios, sempre em nome de seus interesses, controle, domínio, saque, exploração e escravidão. Pra isso é necessária tanta ignorância, tanta desinformação, tanto estímulo a egos, a vaidades, a disputas e conflitos.
Este estado de coisas, pouco a pouco, dá sinais e acende luzes sobre as correntes subterrâneas do controle sobre os poderes ditos "públicos", em todos os setores do aparato administrativo, legislativo, judiciário, com os poderes dos meios de comunicação, com a mídia dominante e o "jornalismo" comprado e vendido no mercado das consciências. Cada vez mais claro.
Esse enxergar é como um rastilho de pólvora, se alastrando, pouco a pouco, geração a geração. Num ritmo que vem se acelerando a olhos vistos e com a participação de eventos planetários no processo, produzindo situações que obrigarão à solidariedade como um fator de sobrevivência. Nas periferias já é assim há muito tempo, as dificuldades impõem a solidariedade, no dia a dia, como ferramenta de sobrevivência coletiva. Estão chegando tempos em que será preciso a nível planetário.
Porque a harmonia planetária se impõe e sinto que será alcançada. Se não por escolha coletiva da humanidade, será pelos sacodes catastróficos que se anunciam há muito tempo, anúncios vários, mas pouco vistos, escondidos pela mídia em nome, sempre, dos poderes econômicos. As mudanças climáticas, as secas, as inundações - sem falar no nível do mar, dos vulcões explodindo em todo o planeta, terremotos, mudança no eixo da terra, derretimento das calotas polares -, é cada vez mais difícil deixar de ver. Quem ainda não vê, porque não quer ou porque não consegue, pouco a pouco verá, embora alguns possam morrer negando. O período de aparente desarmonia, de tragédias, migrações e sofrimentos variados é parte da fermentação, da pressão nas mudanças necessárias em todos os campos, em todas as áreas. Em todo o planeta.
Agoniza um modelo social. Em sua morte vai estar formado o embrião de um outro modelo que nascerá, pouco a pouco, a seu tempo. Com as coletividades lapidadas em dificuldades e superação, solidárias, fraternas, generosas, com mais espírito de família irrestrita. Mas isso é pra gerações mais à frente, o privilégio e a necessidade agora é trabalhar neste sentido, como tantos ao longo de toda a história da humanidade.
Está próximo, vejo as primeiras luzes do amanhecer, depois de uma noite fria, tempestuosa. A percepção de que o dia vai amanhecer me dá a certeza da manhã. Se não vou estar mais ao amanhecer, verei cada momento clarear, pouco a pouco, e a certeza de que o sol está chegando me conforta. Quero ser só um bom passo no caminhar permanente da humanidade em direção ao sol.
As autoridades de agora serão esquecidas, talvez lembradas apenas nos livros escolares de história, com espanto, horror e repulsa. Pra se ter como lição, no aprendizado da sabedoria coletiva, dos saberes históricos sobre a formação das coletividades. Serão um pé de página, diante de figuras históricas de muito mais luz, hoje escondidas, mas que então já serão reconhecidas - não como ídolos, mas como referências, sem nunca abrir mão do senso crítico. Sem confundir, como é frequente, senso crítico com julgamento. Nem com chatice, com encheção de saco inútil.
Chove na montanha, não pude descer pro terreno. Há um alicerce pra terminar, há um barraco a construir. Mas estava chovendo, fiquei vendo coisas no computador, acabei escrevendo esse texto. Agora parou de chover. Já posso dar continuação lá.
Bom Dia Eduardo!
ResponderExcluirLembrei de um provérbio, cujo diz: Um país sem um bom governo, caí em ruínas, mas com um sábio pode se manter. Mas o ponto é interessante sobre reflexão da escritura, tem a ver, mas... " Cria- se " a ideia de uma pessoa sentada, num trono de um Palácio comandando um povo. Claro pode haverem líderes, mas desde que estes não deixem de cumprir em primeiro lugar os direitos constitucionais por completo do povo, dando-se o descumprimento por qualquer cargo público que seja a penalização de perda do cargo em grau de punição a ser analisado até em prisão, por descumprimento da lei. Mas infelizmente ainda numa grande parte que não percebem a indução perversa do poder, grande parte ainda acredita que existe um herói do futuro.
Mas como escrevi, algo neste sentido sobre a coletividade, uma frase que diz:
Não Existe um herói do futuro.
O Herói do Futuro é o povo,
para o bem ou mau de si mesmo!
Tomara que estejamos caminhando para o bem. Se ainda dá tempo. Grande Abraço! Vc vai preparar o terreno, e eu vou ser explorado aqui na capital, duros trabalhos , carne 100r$ o kg ontém no mercado, gasosa acima de 6r$, reportagem estes dias de uma senhora que ficou no fundo de um corredor com a perna esticada numa cadeira de rodas e morreu após esperar por 3 horas atendimento, fui estes dias no INSS a perita gritou comigo, dizendo que estou louco por causa de síndrome do pânico e disse que não teria mais direito de afastamento de uma empresa de telemarketing vendas, cujo as pessoas ligam reclamam super arrogantes por comprar produtos caríssimos e tratam funcionários sem respeito , gritam e etc, pelo vício em consumo. Ainda não aprenderam a cobrar quem deve. São muitas histórias! Gostaria de uma live, se possível rs. E tem a música, num episódio em que, um amigo foi tocar num dia destes, jogo final com palmeiras, cancelaram no local o trabalho dele por causa da gritaria do povo na rua , um fanatismo que vai além das divisões coletivas , onde o apoio ao desequilíbrio e os privilegiados são idolatrados, pela ignorância dos direitos pessoais de cada um , e que não saem nas ruas para falar ou gritar por detalhes dela em equilíbrio destes próprios direitos e cumprimento de constituição.
Bom Dia!
Observar pra absorver como forma de provar para prover.
ExcluirSó um adendo do texto rsrs
ResponderExcluirA Carne tem que pagar em Carnê se quiser nós periferia comprar. tinha uma que tava 300 paus ...Em Carnê em duas Reencarnêções...
Os média procuram sempre medir a "força/peso" de cada sector da sociedade. A "noticia" já nāo é informaçāo, mas sim a opinião do mais "forte" do sector com mais "peso"... um combate entre o bem com o mal, onde os "bons" estao ameacados pelos "maus", mas no fim o bem vencera (parece religiao).. e a noticia acaba tambem. Gosto muito do Gabriel Pensador... porrada porrada... o programado é você....
ResponderExcluirEduardo, que facas umas boas fundacoes nessa casa, e Duka, tem esperanca, o preveligiado é fraco, tu não, tu és forte.
Olá Tito Boa Noite irmão! Concordo!
ExcluirA comunicação desperta. Que façamos dela a maior força para o despertar desenvolvimento e melhoria cidadã. Obrigado! Vamos na fé a ação seguindo. Grande Abraço, irmão
É energizante ler o que tu escreve. Cada palavra consigo sentir como foi pra você escrever. Olha! Você falando o que pensa e com toda essa intensidade, vai desanuviar as mentes de muitos. Riquíssimo tudo. Sei que pra você foi tudo muito novo esse lance de mídia social, mas é uma plataforma que tu vai conseguir muito rápido tatuar o teu recado. Parabéns, querido!
ResponderExcluirParabéns.
ResponderExcluirEduardo Marinho eu gosto muito do que vc escreve.
ResponderExcluirse possível entre em contato... israelpmrn@gmail.com
israelpmrn@bol.com
ResponderExcluirTe encontrei hoje por acaso
ResponderExcluirTens canal oficial no you tube?
Estou encantada com tanta profundidade e humildade ,como expressa seus sentimentos e ensinamentos (me fez lembrar o querido professor Francisco Costa que não está mais entre nós )
No youtube, Observar e Absorver. Sem publicidade nos vídeos do canal. Tem os aderidos, mas são de outros canais, monetizados e tal.
ExcluirObrigada por responder
ExcluirNo seu canal oficial faz algum tempo que não posta ,me inscrevi ,porém te acompanho no reflexões motivacionais(com o peseudonimo Kallaryan)incrível como me identifico com sua história,tmbm larguei tudo e fui morar em um acampamento do MST onde conheci as melhores pessoas e estou até hoje aprendendo ...mas deixa pra lá...Cara vc é incrível parabéns de novo um forte abraço
Parabéns pela sua luta e pelos seus ideais!
ResponderExcluirCerta vez ouvi: 'nunca devemos parar pois não sabemos a quem estamos incentivando".
Suas análises são muito profundas, dignas de serem escritas em um livro. Já pensou nisso?
Eduardo, espero que esteja bem.
ResponderExcluirAcompanho seus pensamentos e gostaria de adquirir alguma obra de arte sua,
Como isso seria possível? Teria algum telefone ou e-mail para contato?
Abraço
observareabsorver.em@gmail.com
ExcluirSe quiser ver a "galeria", com dimensões e preços, http://observareabsorver-vendadetrabalhos.blogspot.com/
Olá Eduardo.
ResponderExcluirMeu nome é Sandra.
Gostaria de convidá-lo para uma entrevista on line (via telegram) com o autor e coordenador da 1Ficina Marcelo Ferrari.
Vou deixar aqui o site para contato:
https://www.1ficina.com.br/sobre/
A 1Ficina é uma escola de auto ciência. A proposta da 1Ficina é esclarecer sobre o funcionamento do ser humano.
Agradeço sua atenção e espero ver você sendo entrevistado na 1FICINA.
Abraço 1mano.
Assistindo todos os dias antes de dormir. Obrigado Eduardo.
ResponderExcluirEduardo, o meu camarada se puder entrar em contato comigo te agradeço wagnerluizmendesjunior@gmail.com.
ResponderExcluirOi Eduardo, assisto seus vídeos, compartilho das suas ideias, também reflito muito sobre a vida, muitos também me acham estranho, porém, como você diz, para mim é que estou no caminho certo. Tenho 35 anos, fui um jovem que veio da periferia, e comprou a ideia de ralar muito para conquistar bens materiais. Acabei perdendo minha alma no caminho, mas resgatei, pois meu foco inicial lá trás era adquirir vivência, conhecimento, não um monte de porcaria que só nos rouba tempo. Na pandemia, decidi com minha esposa, tomamos coragem, para abandonar uma vida que sempre nos angustiava, fomos para Paracuru, Ceará. O que a gente tinha investido, compramos uma casa, e nossos valores hoje, em grande transformação, já divergiu bem do que todo mundo corre atrás, temos uma aliança com a natureza aqui. Se alguém dissesse que me pagaria para comer todos os dias no restaurante mais caro de SP, mas tivesse que abandonar a natureza, não aceitaria, em condição nenhuma. Ver o pôr do sol, a cor do mar, o cheiro, as árvores, enxergar toda vida acontecendo fora do nosso mundo, é um sentimento que não tenho como descrever, de tão bem que me faz. Meu pesadelo recorrente é estar na onde morava antes, na mesma vida, e não conseguir voltar pra cá. Estamos criando nosso filho aqui, livre, para ser criança, é recompensador, pois até isso foi roubado delas, os pais produzem pequenos adultos hoje, não crianças. Se um dia vier para esses lados, gostaria que ficasse na nossa casa, quero muito a oportunidade de trocar pensamentos com você, principalmente escutar opiniões suas que quase ninguém toca, como a vida no universo. Falei muito, não sei se vai ler, mas fica minha admiração. Vou encomendar um trabalho seu, mas quero entregue em mãos pra gente. Grande abraço.
ResponderExcluirestas sao ideias que eu tenho.
ResponderExcluirhttps://mega.nz/folder/3FRCVSgL#niemLefvlpg5B3dxNUKFRA
spoiler alert: algum conteúdo sensível.
ps: a parte de opinioes nao e necessario ler.
a ideia nao e ser tudo implementado algumas ideias estao fora da realidade brazileira, entao espero que alguem lute por elas um dia