É da consciência incomodada, unida com o apego aos privilégios, que parte a discriminação, a inferiorização dos pobres. Cria-se um sentimento de superioridade humana, com base em referências sociais, e acredita-se (voluntariamente) que a miséria e a pobreza são males inevitáveis e que a “culpa”, em grande parte, é dos próprios pobres e miseráveis. Eles não se esforçam, são vagabundos e não querem nada.
Essa “superioridade” é plenamente "justificada", diante da visão superficial, pela educação mais refinada, qualificada, por um padrão de consumo bem acima da maioria, pelo acesso a um volume de informações exageradamente superior e inúmeras outras facilidades, condições restritas a minorias tanto menores quanto mais altos forem os padrões. E se confirma de forma irônica, pela necessidade que há de serviçais para manutenção desses padrões. Ao invés de perceber a fragilidade e dependência expostas, prefere-se distorcer a realidade e apresentar a exploração do trabalho mal pago como um “benefício”, o fato de “oferecer empregos”. Esconde-se a dependência e a fragilidade, maquiada, é apresentada como fortaleza – “eu pago!”
Indivíduos. Grupos. Povos. Planetas. Estrelas. Galáxias. Todo o Universo se encontra em constante e eterna evolução. |
Uma fortaleza falsa e frágil, fácil de desmascarar (desde que haja interesse real) com simples, leves e pacíficos golpes de consciência. Apesar do seu aspecto indestrutível e ameaçador, a fortaleza tende a desmoronar, quando lhe retiramos o consentimento e a colaboração. É neles que a relação de superioridade/inferioridade se sustenta. Existe preparação para o ataque direto, a contestação violenta. Mas não para a conscientização. E é a consciência que, efetivamente e a partir de dentro, possibilitará a mudança para melhor do ser humano, suas relações pessoais, das sociedades e das relações com o mundo.
Concordo.Existe uma corrente de pensamento que diz que tudo o que você dá, é o que você recebe.
ResponderExcluirPode ser que funcione em um ambito espiritual lá,budista, mas as pessoas torcem o conceito para que possam dar de ombros ao sofrimeto alheio, sedando a consciência com um vai saber, quem sabe mereceu...
Justificativa é o instrumento muito forte,e quase desconhecido da Fazem o tempo todo, mas não sabem.Quando as pessoas desenvolverem a consciência de que nem tudo é justificável, quem sabe, a humanidade progrida.
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ResponderExcluirEduardo eu queria que um dia você falasse sobre um assunto que me deixa cheio de duvidas. É o seguinte: Antigamente eu saia para estas festas e shows, pagava 180 reais no camarote pra ficar num lugar "mais de boa". A questão ai era o seguinte, ir na pista onde ia o "povão", ressalta exatamente essa questão de separação social. O fato é que ficar na "pista" era um tanto chato porque o "povão" é(ou era) muito mal educado, dezenas de brigas e etç. O fato de ficar no camarote onde só tinha riquinho bunda mole era melhor nessa ocasião porque apesar de eu estar num ambiente arraigado de "falsa superioridade" e orgulho material, eu não era incomodado pela ignorancia e falta de educação dos menos favorecidos.
ResponderExcluirE quero ressaltar que eu não tenho mais esse tipo de pensamento( e nem vou mais nesse tipo de festa), eu acompanho seu blog a um tempo e está me fazendo pensar e mudar as minhas atitudes. Não quero que você se engane de achar que eu sou uma dessas pessoas cheias de orgulho que você tanto fala, mas o que eu disse é um fato, é uma realidade pra quem vai nesse tipo de evento. Obrigado ai cara! t +
Oi Eduardo,
ResponderExcluirLeia isso !!!
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/estudante-de-direito-e-vitima-de-racismo-na-puc-de-sao-paulo.html
"golpes de consciência" muito bom Eduardo. Abraços
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ResponderExcluirBoa..
ResponderExcluirEu gostava do Didi Mocó quando cantava : "Super homem cascateiro, só faz força no banheiro". Mas Paulo Freire, claro, foi ainda mais profundo, com o perdão do trocadilho, quando disse: Ninguém liberta ninguém, nos libertamos coletivamente"
A força está na união, no coletivo, no braços dados.
É igual a balanço de madeira e as crianças brincarem. Se um monte de pessoas fica de um lado da madeira o outro lado fica em cima. Mas quem sustenta são as pessoas que estão embaixo. Gandhi provou isso na Índia e acho que não tem o que provar mais. Isso é como isso parece.
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