Outro documentário fundamental pra quem quer se esclarecer é "O Século do Ego", que mostra como os conhecimentos a respeito do inconsciente foram usados pro condicionamento das populações. Não percebemos o quanto somos condicionados, o quantos somos impregnados de valores falsos. É preciso criar nossos valores, comportamentos, desejos, mudando tudo. Assim a vida terá sentido e assim, um dia, mudará o mundo. Pois somos nós que o fazemos da forma absurda que ele é.
Este é um documentário que fala do mundo como um só e do ser humano como uma única família. É preciso cuidamos uns dos outros e não aceitar, nunca, a existência de miseráveis, onde quer que seja. Toda miséria tem causa e a causa mais freqüente é a ganância dos controladores do mundo, dos fazedores de guerras, dos exploradores de recursos e de seres humanos. E somos todos coniventes, em maior ou menor grau.
Tá tudo no youtube. É só procurar.
Bom proveito.
Esse me chegou hoje, dia 7, enviado pelo Victor, do "Escafandristas..." e vai na mesma linha de mostrar o que acontece no mundo pra haver tanta miséria e sofrimento. É preciso entendimento, há um despertar, toma-se, aos poucos, consciência. O "Vozes contra a globalização" fala em espanhol, francês, inglês, português, vozes do mundo todo - feio e bonito, esse filme. A mídia só é citada no finalzinho. Acho que seria preciso cada um vasculhar em si mesmo os condicionamentos que nos levam a sustentar essa estrutura, desde nosso inconsciente, nos valores, nos desejos, nos objetivos de vida e, sobretudo e conseqüentemente, nos comportamentos. O filme dá uma bela pista a percorrer e no final aponta uma causa das mais importantes, criada, desenvolvida e usada pelos mais ricos do mundo - a mídia. Há décadas, gerações e gerações.
Eduardo, acompanho suas idéias ha algum tempo, e digo que a resistência ainda luta! fatos vergonhosos da nossa sociedade vem incomodando até o mais frio cidadão. a mudança virá!
ResponderExcluirA mudança tá acontecendo o tempo todo. Agora há uma específica, a tomada de consciência, que tá acontecendo.
ResponderExcluirSabe conheci hoje seu trabalho, suas idéias e me sinto numa situação parecida. No meu ponto de vista a maioria das pessoas nascem verdadeiramente boas. É só reparar na criança. Brinca pula inocente não há tempo ruim! Acho assustador o que a sociedade faz com todos. "Votem, trabalhem, andem na linha, não usem drogas, assistam TV, sigam a moda, comprem um carro, obedeçam as leis e os policiais. Agora repitam: vivo numa democracia, sou livre." E vou te ser sincero, retirar isso de nossa cabeça é muito difícil. Falo isso por mim. Nosso ego, nossa pseudo-personalidade e pseudo-caráter é muito forte.
ResponderExcluirE não acho que com revoluções externas, tipo as que aconteceram na Rússia ajudam em muita coisa. Não me considero religioso e nem sei o isso significa, mas leio muito o que buda disse. Ele falava que a melhor revolução é a interna. Você domar seu ego e sempre se questionar.
Tem um vídeo muito interessante no youtube os mestres do dinheiro:
http://www.youtube.com/watch?v=ScE1614KwcM
mostra como é a escravidão do dinheiro. Muito triste. E tem gente que diz que isso é teoria da conspiração.
Um abraço amigo!
O que tem valor costuma ser difícil, mesmo. O fácil não vale nada.
ResponderExcluirÓtimas dicas de documentários. Aos poucos estou assistindo aqui e me atualizando.
ResponderExcluirOlá Eduardo,
ResponderExcluirEu gostaria de compartilhar uma reflexão sobre o que você disse: Nós aceitamos crenças que tratamos como óbvias e inquestionáveis, mas essas crenças não são simplesmente enfiadas na nossa cabeça. Nós escolhemos abrir a porta para que elas entrem, e nesse sentido temos uma parcela de responsabilidade. Não é tudo cupa de alguns indivíduos em posições de poder, porque se eles caíssem, os debaixo rapidamente os substituiriam. Também assisto muitos documentários interessantes, porém compreendo que o processo de tomada de consciência é mais complexo do que parece.
Recomendo também outros documentários do Adam Curtis, como o recente "Tudo vigiado por máquinas de graça adorável". Mas é preciso assistir com certa criticidade. E quem não tem essa criticidade, como faz? Eu me esforço para contribuir ao máximo para o desenvolvimento do pensamento crítico nas pessoas, mas é difícil. Como você bem disse: "Não percebemos o quanto somos condicionados, o quantos somos impregnados de valores falsos". É preciso mudar tudo, mas há muitos modos de mudar tudo. Alguns modos são destrutivos e outros são construtivos. É preciso discernimento e ponderação. As pessoas precisam de referências, e isto é o que está sendo tirado delas, estão sendo privadas da chance de ter boas referências para caminhar num mundo sombrio.
Abraços
Janos
Quando chegamos ao ponto de "escolher", Janos, já estamos impregnado de condicionamentos. O trabalho nefasto e desumano de condicionamento abrange todas as faixas e se foca, principalmente, nas crianças, na mais temprana idade. E os adultos, plenamente condicionados, ajudam a condicionar as crianças.
ResponderExcluirNão trabalho com o conceito de culpa, mas de responsabilidades. E aí, há cotas de responsabilidade, não para serem cobradas, mas para podermos trabalhar a parte que nos toca e que podemos modificar.
A tomada de consciência é altamente complexa pra quem o faz apenas com a razão. E muito mais simples quando aprendemos a usar o sentimento, a intuição. Na academia, impregnada de racionalismo europeu, há mesmo quem afirme que isso não existe. rs A soberba inferiorizante da razão, do saber, impede a percepção do que há de mais sagrado, mais profundo, mais bonito no ser humano. É preciso sentir, muito mais que saber. Este, quando chegar a ter sabedoria, será mais útil à coletividade. Por enquanto, o que vejo é arrogância, egoísmo, orgulho, desperdício. Prefiro o linguajar direto das ruas, prefiro trabalhar conscientizando os da base, que constróem, mantêm e sustentam a estrutura social. Sem perspectiva de ver grandes resultados, apenas pra dar valor à minha vida. Pequenos resultados compõem, com o tempo, os grandes.
Eduardo,
ResponderExcluirConcordo que a criança começa a ser civilizada bem cedo. Já na barriga da mãe ela pode receber estímulos que vão provocar certas disposições. Mas isso também envolve escolha: a escolha dos pais, que são os responsáveis pela criança. Não vem diretamente da sociedade, como acontece no Admirável mundo novo, do Huxley. É como uma maldição hereditária, mas em certo ponto nós escolhemos perpetuá-la e passá-la para frente.
Eu acho que o conceito de culpa e de responsabilidade devem ser ambos usados. A culpa é como a dor, ela indica algo errado, e o problema não está nela em si, mas na culpa sem sentido, na culpa indevida. A responsabilidade, por si só, pode ser aceita ou rejeitada pelo "responsável". Significa apenas a capacidade de responder pelos seus atos, mas não implica em dizer se essas resposta será positiva, negativa ou neutra.
Do mesmo modo, eu acho que a intuição sem a razão é tão vazia quanto a razão sem a intuição. Temos a tendência de associar a razão à complexificação e a intuição à simplificação. Isso também é uma crença que deve ser questionada, porque parte da razão moderna. Infelizmente, há pessoas por aí convencidas de que estão certas por causa da força do sentimento que as move, e estão caminhando para um abismo. Porque o coração sem o cérebro é cego, e o cérebro sem o coração é inútil. Há mais complexidade na simplicidade do que na complexidade. Em 2008, quando estava no Carnaval Revolução, e me perguntaram o que deveríamos fazer para nos livrar dessa prisão sem paredes chamada civilização, eu dei uma cambalhota no chão e disse: ouça o seu corpo, ele sabe o que fazer. Acho que tinha um grau de verdade nisso, mas também havia uma confusão, uma solução que poderia dar num problema ainda maior. Estou ciente desse problema hoje em dia.
Eu concordo com você, a soberba da razão nos cega para o valor da vida humana, tanto o valor sagrado quanto o valor profano. Mas a intuição não intui a sua própria importância. Quando se diz que sentir é mais importante que saber, isso é um saber. E se você quer saber, eu SINTO (já que sentir é o que conta) que há uma armadilha nessa afirmação, que precisamos evitar. Eu entendo sua preferência, seu desgosto, sua desconfiança em relação ao mundo acadêmico, e eu talvez seja um representante deste mundo para você. Mas estamos do mesmo lado. Eu sei o quanto o mundo acadêmico é doentio, e há jovens se adoecendo lá que também precisam de ajuda. Como eu disse, nos falta um critério. Este modo de vida está nos privando de ter um critério para caminhar saudavelmente na vida.
Meu caro, você sabe "quem" criou esse sistema financeiro? Será por acaso é a mesma instituição que participa da maioria das 100 corporações que governam o comércio no mundo ? E que através de "sociedades secretas e místicas" (maçonaria e afins) indiretamente governa os governos em grande parte do mundo. Pense bem e verá a raiz de todo esse mal através da história, pois muito provavelmente vc estudou em um colégio dessa propria instituição.
ResponderExcluirAbraço -
É cada dia mais clara a existência desse grupo dominante, há dinastias, séculos, no domínio da sociedade mundial, domínio que evolui e se aprofunda com o desenvolvimento das tecnologias em todos os campos. No entanto esse grupelho sabe que precisa manter a maioria entorpecida, ignorante e desinformada - no que tem tido sucesso - ou perderá seu poder e controle. Em vários lugares do mundo vemos a luta pelo esclarecimento, pela denúncia do controle financeiro da política, que há muito tempo serve a esses podres de ricos (e bota podres nisso) em prejuízo das populações. Há um processo em curso, lento, dificultado ao máximo pelos poderosos, que tentam contê-lo a todo custo, através da mídia, de legislações feitas a seu serviço, das forças de segurança pública e privada, da desinformação, da sabotagem da educação. Mas os vazamentos são cada vez maiores, as informações estão se espalhando. Eles estão preparados pras contestações, pras denúncias, pras manifestações. Mas não estão preparados pra consciência. Não é preciso derrubar o opressor. Basta deixar de colaborar com ele - retirando os condicionamentos do nosso comportamento, dos nossos valores, da nossa visão de mundo, planejados em laboratórios multinacionais e implantados no inconsciente individual e coletivo, principalmente pela mídia.
ExcluirNão importa quem criou, importa que nós é que mantemos, nós construímos, nós sustentamos e nos comportamos como se não houvesse alternativas, como se essa fosse a única estrutura possível, como se a miséria e a ignorância fossem "naturais" e "inevitáveis". A propaganda é esmagadora. Mas o trabalho de esclarecimento acontece, sem alarde, se espalhando aos poucos pela base, inexorável apesar de imperceptível pra quem não anda pelo chão da sociedade. É o lento despertar, o caminho inevitável da evolução planetária e universal. Esse é o trabalho que dá sentido verdadeiro à vida, que elimina a angústia do vazio, que nos integra ao coletivo.
Acho que temos que tomar muito cuidado para não entrar no terreno pantanoso da teoria da conspiração. Ninguém nasceu para ser dominado, e nem dominador. Neste ponto, são todos vítimas de um processo que nos afasta da nossa naturalidade. É preciso também saber lidar com a raiva que surge quando olhamos para essa realidade. Isso parece clichê, mas tem uma verdade nessa frase: o maior inimigo é você mesmo. É importante que a vida tenha sentido, mas também é importante que este sentido tenha sentido, quero dizer, sentido em relação ao todo.
ExcluirTeorias da Conspiração é um termo estratégico lançado pra fazer frente às denúncias, junto com inúmeras teorias mais ou menos estrambóticas que se misturam com denúncias reais, desmoralizando-as e confundindo as pessoas, em sua tendência generalizadora. Que há controle financeiro sobre os governos, me parece óbvio. Que esse controle não é obra do acaso, idem. A dominação, a sabotagem, a exploração e o controle de massas estão aí, mesmo. A coisa pública está sob poder privado. Se esses magnatas das multinacionais e do sistema financeiro não conspiram para manter e aumentar seu poder, então ache outra palavra. Pra mim, é conspiração mesmo e não há tese que me prove o contrário diante da vivência dessa realidade que venho mantendo há décadas. A prática se impõe à teoria. Mas a teoria não se conforma.
ResponderExcluirUma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Sim, concordo que há controle financeiro sobre os governos, mas não quer dizer que a base do sistema de controle seja a elite economicamente privilegiada deste mundo. O sistema de controle não controla apenas as massas, ele também controla as elites. Quem é o agente desse controle. Ninguém, todo mundo, é complexo. Você assistiu o filme Instinto? Sabe aquela cena que mostra o sistema de controle feito com cartas de baralho? É disso que estou falando.
ExcluirToda prática é a prática de alguma teoria. Toda teoria é a teoria de alguma prática.
Bom dia, Eduardo.
ResponderExcluirJá conhecia o Eduardo Galeano, mas nunca tinha visto esse vídeo. Obrigado pela indicação!
Você já leu alguma coisa do Henry David Thoreau?
Abraço!
Li A Vida nos Bosques. Nada de novo. Muito boa a visão do cara sobre as evidências sociais.
ExcluirSim, esse é o mais conhecido.
ExcluirEle tem alguns textos soltos que também são muito bons. O mais conhecido chama "A Desobediência Civil", deve ser tranquilo de achar aí pela internet.
Opa!
ResponderExcluirEntão, eu tava procurando esse vídeo para te mostrar, humildemente sem imaginar sua capacidade de não só já ter postado ele, assim como ter escrito um maravihoso texto sobre essa questão. Parabéns!
Abraço!
Eduardo,
ResponderExcluirnão sei se quando vc fala do documentário "Criança - a alma do negócio" está se referindo a este aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=qqBydTtn6-k
Se não for esse, essa é a primeira parte de sete. Vale a pena.
Abraço!