Uma sociedade tão injusta, perversa e covarde só pode produzir instituições da mesma índole. Fosse um terreno de um banco, de alguma mega-empresa ou de um desses riquíssimos empresários mancomunados com o falso poder público e a marinha ia procurar outro lugar. Ou o governo indenizaria regiamente o proprietário, com todo o respeito e consideração. Constrangedor, de envergonhar ou revoltar qualquer um - menos, parece, aos que se dispõem a ser instrumentos, como no caso, os militares, que assumem a violência, os interesses e a mentalidade perversa dos poucos que controlam o Estado, escondidos sob o manto escuro do "mercado financeiro-industrial". O ódio e o desprezo que emanam de suas ações são característicos dessa gente (gente?).
Quem puder participar, na Bahia, taí a oportunidade e a necessidade. No mínimo, de denúncia. Os que estiverem longe, é possivel sempre divulgar pra desmascarar esse simulacro safado de democracia.
Dia 27 último representantes do governo federal foram à área e garantiram aos moradores a sua permanência por, pelo menos, mais cinco meses. Duvido que investiguem o assédio moral, as ameaças, as violências praticadas contra os habitantes do lugar. Imagino que a repercussão obrigou a tal ato, com o objetivo de tirar o assunto da pauta da imprensa, para esfriar. Depois, provavelmente, farão uma ação rápida para retirada da comunidade e, quando vierem os protestos, o fato estará consumado e a justiça tratará de deixar o tempo, muito tempo, passar, até que se esqueça e fique desse jeito, terras roubadas do povo que vivia nelas. Espero estar errado, mas é o procedimento padrão quando o assunto vem à tona. O tempo dirá.
E tá dizendo, olhaí. Dia 4 de março:
http://movimentodesocupa.wordpress.com/2012/03/04/marinha-recua-mas-a-resistencia-precisa-continuar/
É indignante ver a violação dos direitos do homem, pessoas que só querem viver e que moram há 200 anos nessa terra, agora sendo espulsos com toda sua história e cultura, sem ter nenhum lugar pra ir, por uma instituição (que se diz nos defender)que é um dos instrumentos de opressão do sistema,e que chegou depois dos moradores do quilombo.Revoltante viu!
ResponderExcluirDia 4 vou tá lá!
Bem,
ResponderExcluirO meu comentário não é nada relacionado ao vídeo e ao texto desse post. É sobre um vídeo que você fala:" Não boto ideia para brigar". Eu não absorve direito essa afirmação porque eu acredito que deva existir um debate de concepções, ideias e opiniões sobre determinados assuntos, por isso, ocorra o debate. E quando você escuta essa frase parece que você está sendo fechado a outros elementos, espero que não seja isso. Creio que eu tenha explicado para você o motivo do comentário, mas eu faço um pedido que você fale um pouco mais dessa frase, fiquei bastante curioso.
Eu estaria curioso quem fizesse eu comentário; então, eu vou explicitar um pouco quem sou.
Estudante de História da UECE, tenho 18 anos, faço parte de um Coletivo do Movimento Estudantil, estou agora no segundo semestre do curso.
Abraços.
Lucas Inocêncio
É muito simples, Lucas. Discordância não gera necessariamente hostilidade. Debater um assunto não comporta insultos e sentimentos desequilibrados de ódios, raivas. Debater como quem compete é o que acontece na maior parte das vezes. Chego às minhas idéias com calma, reflexão e o máximo de isenção que consigo - e não me apego a elas, mudo assim que percebo algum equívoco. No entanto, dou muito mais valor ao que se faz, o que se vive, os valores e comportamentos vivenciados, os sentimentos emanados, do que a "ganhar" discussões. Quem se concentra muito nas discussões teóricas, em geral, fica na teoria e não vai à prática, a não ser muito esporadicamente, superficialmente. Quem se atira à lida cotidiana, vive o que pensa, com as conseqüências que disso decorrem, não se preocupa muito com essas disputas. Pra mim, a prática é o fundamento. Na academia, em geral, não. Isso sem comentar que as idéias costumam ser repetições de pensadores europeus, numa subalternidade intelectual histórica com a qual não tenho paciência. Certezas me dão um certo enjôo, prefiro as convicções, mais elásticas e prontas pra reconhecer e corrigir erros. Certezas me lembram os fanáticos religiosos.
ResponderExcluirDa próxima vez, use o endereço no cabeçário do blogue, o arteutil.
Abraço.
O povo mantém os militares com impostos e assim eles agem com a classe mais necessitada de direitos básicos.
ResponderExcluirSe fosse mansões de milionários, pediriam desculpa e sairiam com o rabo entre as pernas.
Caros Eduardo e Lucas, sobre essa discussão a respeito de teoria e prática, lembro o que disse Engels: "Um grama de ação vale uma tonelada de teoria". Sobre a Academia tem-se que ter muita paciência mesmo para se fazer qualquer curso de forma pensante.
ResponderExcluirabs,
José Rosa.
Sou de sao paulo e aqui também a especulação imobiliária tem deixado suas vítimas através do uso de força militar, no caso, a pm. ilustrados muito bem por episódios do pinheirinho e da cracolândia.
ResponderExcluiralém disse existe o fator da truculência também usados nesses e no episódio da desocupação da reitoria da universidade de sao paulo.
é lamentável e assustador que militares novamente estejam tomando o poder através da força, se aproveitando da vulnerabilidade dos cidadaos.
Atualizando:
ResponderExcluirhttp://movimentodesocupa.wordpress.com/2012/03/04/marinha-recua-mas-a-resistencia-precisa-continuar/
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=CG2MkuoxgtM