terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Na cara de todo mundo...

Tô vendo o nível do descaramento, esperando a "inteligentzia" brasileira se ligar no que acontece e sair da superfície. As instituições não funcionam pelo povo, mas contra ele. Os governantes seguem as ordens dos mega interesses estrangeiros e desmantelam a sociedade, ponto a ponto, amarrando e amordaçando a população nas instituições falsamente "democráticas". O país está claramente em caos, o setor público sendo saqueado, direitos parcos e conseguidos com muito sacrifício de muitíssima gente sendo destruídos no focinho de todo mundo. Tô esperando os instruídos, os investidos em cargos, os honestos, bem intencionados que têm legitimado as "instituições democráticas" tentando inutilmente mudar suas atuações anti-democráticas, se manifestarem publicamente e fecharem com os trabalhadores da base, os periféricos, os informais, os encanadores, faxineiros, ajudantes de pedreiro, diaristas, gente que convive e supera cotidianamente dificuldades e obstáculos, desprezo e exploração. Aí começa um movimento avassalador, invertendo a vassalagem, a submissão e a opressão pra liberdade.
Quanto mais será preciso pros bem intencionados dons quixotes da institucionalidade - uns poucos entre pulhas - assumirem a realidade? Os mais fortes são mantidos na ignorância e na desinformação, no controle mental e no policial. Pessoas em condições degradantes, sem direitos humanos - e constitucionais - respeitados, com todo potencial a ser desenvolvido na formação de uma sociedade menos injusta e desarmônica. Populações inconscientes da sua própria força e capacidade de superação.
Multidões convencidas de uma inferioridade e uma impotência falsas, impedidas no desenvolvimento humano integral que lhes é de direito, na formação criminosa das legiões mais indispensáveis ao funcionamento de toda a sociedade - os trabalhadores braçais, a chamada "mão de obra de baixa qualificação".
Informar e instruir os que tiveram esses direitos negados é uma obrigação social, não caridade ou ajuda. É interesse de todos os que desejam uma sociedade menos injusta, sem miséria, ignorância e abandono - por conseqüência, com baixíssimos índice de violência e criminalidade. Investir em repressão e encarceramento seria uma estupidez, se o objetivo fosse a harmonia social. Seria necessário investir na população, além de acabar com o controle das comunicações por empresários e torná-las de fato públicas. Servir de instrução não enquadradora e de informações verdadeiras a todos é uma necessidade social pra harmonizar as relações sociais. Em verdade teria que ser um programa de Estado, no resgate das vítimas de crimes sociais, roubados por gerações em seus direitos humanos.
Mas a harmonia social está longe de ser o interesse de quem controla a sociedade, dos seus bastidores, escondidos dos holofotes da mídia. Ao contrário, a instrução, a informação, a união, a solidariedade e a consciência da grande maioria é seu terror. Eles cairiam sozinhos das costas dos povos, sem precisar ninguém derrubar, porque são fracos e dependem dos mais pobres todo o tempo, pra tudo. Fácil entender os porquês das estratégias desumanas, do controle midiático, da destruição da educação, da criminalização e perseguição da resistência, do controle da farsa política.
Autonomia é o desenvolvimento a se levar adiante. A pulverização impossibilita a concentração e o controle. Autonomia mental, pra começo de serviço, já é o alicerce necessário. A limpeza nos próprios condicionamentos, valores, visões de mundo, desejos, objetivos de vida, comportamentos e formas de relacionamento com as pessoas, com o mundo e com os acontecimentos. Aí está a chave de ignição da tomada de controle sobre a própria vida. Dentro de si em primeiro lugar, no coletivo por conseqüência.

14 comentários:

  1. como é bom ler seus textos e sempre refletir junto com sua reflexão. gratidão por essa oportunidade. enquanto o caos se instala pelo Brasil e pelo mundo, que sigamos do lado oposto com a força da luz guiando as nossas ações de transformação. luz na sua caminhada!

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  2. Eduardo, onde te encontro? Adoraria dividir uma cerveja com você meu amigo"

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  3. "Sinto-me feliz todas as noites quando ligo a televisão para assistir ao jornal. Enquanto as notícias dão conta de greves, agitações, atentados e conflitos em várias partes do mundo, o Brasil marcha em paz, rumo ao desenvolvimento. É como se eu tomasse um tranquilizante após um dia de trabalho."

    (Presidente Médici)

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  4. Estou aqui no Espirito Santo e o caos só se tornou caos porque agora atingiu a elite.. Esse caos que esta ocorrendo no centro sempre existiu nas periferias sempre houve assassinatos, assaltos e barbáries mas isso nunca teve importância para ninguém porque para a elite da sociedade a periferia só serve para oferecer trabalho braçal. A violência na periferia foi planejada e é fomentada pelo sistema corrupto afim de menosprezar a população periférica e manter o controle. Assim como antigamente os escravos não recebiam instruções e educação para não se rebelar e a historia se repete nos tempos de hoje. Estou aqui no Espirito Santo e vejo que a periferia não esta tão abalada com os fatos que estão ocorrendo pois aqui na periferia o policiamento nunca esteve presente assim como nunca esta presente no restantes dos bairros periféricos do pais.E quando se encontra presente não e para proteger e sim para reprimir descriminar e esculachar. O caos sempre existiu só que agora ele se expandiu e afetou os suposto órgãos principais da sociedade capixaba...Não estou aqui defendendo os roubos e saques as lojas só estou aqui dizendo que o policiamento a educação e a saúde nunca esteve presente na periferia. A madame esta em panico não porque não pode sair na rua ela esta em panico porque a empregada domestica dela não esta indo trabalhar por falta do transporte coletivo que esta paralisado. A madame esta com medo porque o porteiro o segurança o motorista e o restante dos que ela julgava serem inferiores não estão lá para servi-la. O medo da elite não e a insegurança e perceber que eles dependem quase que inteiramente da periferia. E a periferia não nota a insegurança pois essa sempre fez parte do nosso cotidiano.Forte abraço a todos."Espero que a dor que a elite esta passando deixe de ter o aspecto dramático e passe a ter o aspecto didático"

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  5. Uma possível explicação:

    https://youtu.be/_IN0vXT3QI8

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  6. Eduardo, essa inteligentzia que vc cita tem relação com os escritos do Noam Chomsky? ontem estava lendo uma entrevista feita por ele e ele repetidamente fala desse termo e tem muitas relações entre seus escritos e os dele, vc até pode não conhecer o Noam, mas são amigos íntimos. Aliás, somos. Da mesma família. hoje no documentário observar e absorver me deparo com vc. me emocionei bastante pq vc é um impulso e estímulo para não nos sentirmos sós em nossas experiências e pensamentos. Procurei outras palestras, entrevistas suas e estou imerso nesse grau de reconhecimento, força e coragem. eu moro em salvador. tb gostaria de te conhecer. vc fica na Bahia até qdo?

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    1. Inteligentzia é uma palavra italiana, usada pra definir as cabeças mais respeitadas de uma nação, em geral acadêmicos de "alto nível", de notório saber. Representam a inteligência da nação. Pra mim leva alguma ironia também.

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  7. O Brasil é um país governado por falsos democratas. Eles defendem a ideia de ser um país laico, mas acredito q até essa afirmação é pautada na mentira. Se for parar p pensar, a maioria dos feriados nacionais são impostos pelo catolicismo. Entao é mais uma problemática de muitas, em q a constituição defende uma coisa, mas na prática é outra. Por esse motivo, como uma estudante de Direito, q eu penso que o importante não é o que está escrito, mas a forma como se aplica o q está escrito. Amo suas reflexões, e torço para q a sociedade não se adapte ao caos, e nem se aceite como inferior ao ponto de não buscar seus direitos por se conformarem c sua realidade imposta por esses ladrões não só de dinheiro, mas de sonhos. Só tenho 19 anos, e sua visão de mundo clareia minha mente como um clarão no fim do túnel. Que segundo você, é o melhor lugar do poço para se pegar impulso. Obrigada!

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  8. Na Boa o camarada que se proclama "contra" o sistema e não faz o maior e todos as manifestações que é o voto que cada cidadão têm, perde todo sua plenitude de indivíduo. Do que vale remar contra a maré e não fazer algo que que mude a vida das pessoas. Preguiça?....... duvido que consiga viajar tanto nesses pensamentos sem o uso daquelas porcarias. E sabem do que estou falando. Ahhh mas o esquerdistas tem justificativa pra todas as maconhas da vida. Não esqueçam. Na ditadura Militar ninguém esteve proibido de estudar, trabalhar, reinventar e seus "opressores" morreram pobres. Mas segue o barco

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  9. Eduardo meu Bom, minha identificação com tudo onde posta, com as realidade e a indignação que vê nas mazelas de suas andanças me faz ter ainda maior vontade em te conhecer. Quando estiver de passagem pela região de Barbacena terra do "Loucos" da um toque. Minha casa está à sua disposição para um pouso e um bate papo meu prezado.

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  10. Olá Eduardo.Meu,queria sentar e bater um papo com um cara como vc,quando eu te ouço falar lembro de um dos livros mais fascinantes que li que é do Augusto Cury "O caçador de sonhos" é como se eu visse aquele personagem que tanto me fascinava em vc.Adoro seus vídeos.O mundo está carente de pessoas como vc.Humildes pensantes.��

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    1. Vem p Bragança Paulista SP.Avise porque quero muito ir em uma palestra sua.grande abraço.

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  11. Uma possível forma de se "redistribuir a renda", ainda que seja a muito longo prazo, é negar gradativamente o dinheiro falso que o governo impõe. O dinheiro dos banqueiros. Dinheiro de verdade é aquele dinheiro que os comerciantes locais de uma comunidade criam para estabelecer trocas entre si. Produtores, comerciantes, artesãos, técnicos... todos eles criam ou escolhem algum tipo de objeto como moeda. Isso é um processo totalmente espontâneo e natural em qualquer comunidade primitiva de comércio. O governo, sabendo disso, pega a moeda e se apropria dela fazendo se tornar uma moeda oficial e diz que só ela pode ser usada. A população cria uma dependência não natural desse papel moeda. Talvez redistribuição de riquezas signifique duas coisas. Primeiro, que riqueza não é apenas material. Segundo, que riqueza material não se restringe a um papel moeda de circulação forçada. Claro que é impossível fazer essa transição de moedas de uma hora pra outra, porque a maioria dos comerciantes certamente será contra a adoção desse dinheiro espontâneo, e vai preferir o dinheiro falso do governo. (Quando digo comerciantes, quero dizer qualquer pessoa que queira comerciar. O comércio é natural). No entanto, se aos poucos, gradativamente as pessoas forem adotando moedas alternativas, isto secaria a fonte de renda dos políticos e militares. A governança seria local, baseada em valores da comunidade, mais fácil de fiscalizar. Os grandes industriais das grandes corporações só existem e só conseguem se manter porque as pessoas dependem de um dinheiro específico, de um papel-moeda específico, forçado pelo governo, para fazer as pessoas acharem que dependem do industrial "empresário". Se as pessoas simplesmente parassem de querer correr atrás desse papel moeda, nenhuma máfia, nenhuma grande empresa poderia obrigar as pessoas a querer comprar o seu produto, porque a moeda desregulada e pulverizada em vários formatos possíveis tornaria inútil um assalto a banco, por exemplo. "O ladrão não saiu para roubar pois sabia que não ia ter onde gastar". Ladrões de banco só estão acreditando que aquele papel moeda vale alguma coisa porque ainda não entenderam que não precisam dele. É tudo uma questão de fé. A gente às vezes fica atacando os galhos sem entender que o problema está no tronco, como diria um músico famoso. A moeda estatal é o sangue que alimenta besta. É a moeda que os bancos usam para prender as pessoas em falsas esperanças. É a moeda que os bancos, em comum com o governo, usam para aprisionar as pessoas, por fazê-las acreditarem que não há outro tipo de dinheiro. Que dinheiro não pode ser criado espontaneamente dentro de uma comunidade, dentro de uma localidade. Mas o dinheiro foi inventado assim. Se a gente vencer esse problema do dinheiro, já é um grande passo. O ser humano nunca vai ser 100% perfeito, mas destruir essa estrutura, embora não resolvesse todos os problemas, eliminaria uma série deles. Claro que se começa aos poucos, devagar, num processo lento e discreto. Não pode se chamar atenção. A ideia de fazer uma revolução armada ou entrar em confronto direto com o governo não funciona, porque o governo tem poder bélico, artilharia, serviço de inteligência, contra inteligência espionagem, contra-espionagem, etc.. Não adianta bater de frente com estado Golias. A gente só pode vencer a besta discretamente devagarinho, como a floresta que cresce silenciosa, deixando de alimentá-la, para matá-la de fome.

    Pra isso é preciso ajuda mútua. De que adianta "lutar pra vencer sozinho na vida"? Sozinho ninguém consegue nada. É a ajuda mútua que permite não depender do governo. Depender do governo é o que o governo mais quer. E o que o governo mais quer é o que as grandes empresa grandes bancos querem. Mas não as pequenas, não as pessoas comuns, isto é, a maioria das pessoas. Onde eles achariam gente pra lutar em seus exércitos, pra se submeter a seus caprichos, se as pessoas simplesmente parassem de achar que têm que vencer na vida sozinhos? A ajuda começa na família, depois na comunidade.

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