“É horrível, uma tosse que não pára. Te impossibilita de respirar e te faz ter dores que você não imaginaria. Não aguento mais essas dores, ficar em uma sala de isolamento para poder melhorar e nada mudar. Qualquer coisa que você faça, já fica cansado, sem ar. Se cuidem, fiquem em casa, não é gripezinha. É real e está muito perto de todos.”
Foi a última mensagem de Diogo nas redes sociais, no último dia que a dona de casa Eromar Azeredo Polo Boz, de 55 anos, viu o filho.
Em Osasco, Eromar cuidava dos trâmites da liberação do corpo de Diogo, sem direito a velório nem enterro por causa do risco de contaminação. O jovem foi cremado. As cinzas, conta a mãe, serão entregues em 24 de abril à família, um dia depois da data que o rapaz completaria 28 anos.
“Vou ao supermercado e vejo gente falando que quer trabalhar, que a economia não pode parar. Eu preferia ficar na miséria do que ter perdido meu filho. Dinheiro, coisas materiais, a gente conquista. Meu filho não volta mais.” "
Sem muito a dizer. Com muito a sentir. Sem raiva. Com perplexidade. Não diante da pandemia, que dessa já me dei conta, é mundial, artificial ou não. Mas perplexo, espantado diante da renitência, da insistência, da não percepção da roubada que nos foi imposta a todos, pela manipulação mental, como a conseqüência não só da sabotagem por décadas da educação pública, como do enquadramento da educação privada, das classes médias e altas. A realidade não entra na carapaça mental criada pelos condicionamentos sociais. Há uma "realidade" fabricada em laboratórios de pensamento e implantada tão profundamente no inconsciente coletivo, que se cria um campo de força intransponível por qualquer evidência. E se a evidência for inegável, detona-se uma agressividade invencível, um rancor destrutivo, um ódio sem freio nem direção que explode em inconsciência, ignorância e destruição. Aqui eu uso essa palavra no mais profundo e sincero significado: triste.
Bom lembrar que tristeza não me leva à depressão ou à desistência. Leva, sim, à digestão dos primitivismos no meu meio, à reflexão, a outras compreensões e atitudes. Sempre na função do serviço. Vida e trampo são a mesma coisa.
https://www.pragmatismopolitico.com.br/2020/04/diogo-azeredo-polo-morre-coronavirus.html?utm_source=push&utm_medium=social&utm_campaign=artigos
Bom lembrar que tristeza não me leva à depressão ou à desistência. Leva, sim, à digestão dos primitivismos no meu meio, à reflexão, a outras compreensões e atitudes. Sempre na função do serviço. Vida e trampo são a mesma coisa.
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Vida trampo,coisas diferentes.
ResponderExcluirViver pro trampo,outra coisa!
Pra mim, não. Mas cada um vê com os olhos que tem, cada um forma sua visão a começar pela própria vivência. Nâo dá pra impor visão de mundo, do mesmo jeito que é impossível não formar essa visão - a partir seja do que for. Tendo o respeito como princípio, toda diversidade se harmoniza.
ExcluirVerdade. Vivemos num período de retrocesso científico, negacionista, como se apenas a vontade fosse capaz de transformar em realidade aquilo que a pessoa desejasse. Qualquer outra visão causa um ódio insano e perigoso. Difícil...
ResponderExcluirhttps://fumaca.pt/laura-mattos-existe-no-governo-e-na-sociedade-uma-cultura-favoravel-ao-controle-de-ideias/https://fumaca.pt/laura-mattos-existe-no-governo-e-na-sociedade-uma-cultura-favoravel-ao-controle-de-ideias
ResponderExcluirBoas Eduardo! Achei esse artigo num jornal alternativo português talvez você ache maneiro. Um grande abraço
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSe nao conseguuir aceder basta escrever no google jornal fumaca portugal e vai achar o artigo com a Laura Mattos.
ResponderExcluirMuito triste a situação que descreveu e sei que isso o fará a continuar a trampar e viver sempre na "função de serviço" força Eduardo. Paz
Olá Eduardo, espero que esteja bem.
ResponderExcluirTem como escrever mais sobre essa parte aqui? "tristeza não me leva à depressão ou à desistência. Leva, sim, à digestão dos primitivismos no meu meio, à reflexão, a outras compreensões e atitudes."
Isso está me fazendo pensar bastante.
Oi, 7DQS, qual o teu nome?
ExcluirOlá Eduardo, me chamo Guilherme.
ExcluirEduardo, como colo o Guilherme, achei muito interessante essa essa parte, podes escrever mais sobre...
ExcluirSou Cleudemi. TXAI...
E isso aí Eduardo vamos ficar em casa galera
ResponderExcluirEDUARDO infelizmente o Ser humano foi contaminado por uma doença bem maior. A polarização da política em primeiro lugar. Em vez da preservação da vida estão criar um curral eleitoral. E partindo pra defender seus políticos de estimação. A preservação da vida em primeiro lugar.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEduardo boa noite.
ResponderExcluirAonde eu consigo comprar a sua arte?