quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Que democracia?




                         O estado democrático é uma falácia, um engodo, uma farsa, uma fraude. É a ditadura do poder econômico, o domínio das estruturas sociais pelo mercado financeiro e pelas grandes empresas. A administração pública, a começar pelos três poderes, executivo, legislativo e judiciário, está dominada pela influência de uma minoria ínfima da população, desviando as prioridades do estado para os seus interesses econômicos, negligenciando as funções principais de servir à coletividade como um todo.
                         Mantém-se o povo ignorante, desinformado, desmoralizado e amedrontado. Ignorante, negando-lhe uma educação que mereça esse nome. Desinformado pelo controle da mídia e das comunicações, distorcendo informações, omitindo, deturpando, de acordo com os interesses econômicos de poucos. Desmoralizado, pela criminalização e perseguição de qualquer movimento que agregue, esclareça, conscientize e defenda a maioria, pela divisão e isolamento das pessoas com a ideologia da competição e do consumo compulsivo, através de uma publicidade massacrante, repetitiva, insidiosa, desonesta. Amedrontado, entre o empobrecimento, a exclusão social e o aparato da “segurança pública”.
                         Periodicamente, alimenta-se a farsa, simulando-se eleições “democráticas”, obrigando à votação em massa, após campanhas publicitárias milionárias, mentirosas, onde o único compromisso que se pensa em honrar é com os financiadores dessas campanhas, esquecendo-se os eleitores. São estatísticas.
                         O povo, sabotado em instrução, em informação, em consciência, em dignidade, não consegue discernir para escolher, não percebe o jogo de interesses ao qual é submetido. Muitos entram no jogo, negociam vantagens, migalhas... e sustentam o controle do jogo. Outros, não querem “nem saber de política”, querem é consumir, desfrutar, possuir, ostentar, ainda que seja sua própria miséria, sua própria pobreza mal disfarçada, sua média classe, sua mediocridade. São os prisioneiros da publicidade, dependem de estímulos externos para sentirem alguma razão no existir. São a grande maioria das pessoas.
                         Há outros e muitos tipos, mas poucos interessados no que fazem nossos empregados – os políticos, executivos e funcionários públicos em cargos de chefia - e como controlá-los e mantê-los a serviço da coletividade como um todo, priorizando as situações de fragilidade e não os interesses dos mais ricos entre os mais ricos.
                         Que não me venham falar em democracia. A ditadura se impõe, insidiosa ou descarada, sobre a ignorância onde é mantida a maioria. O resto é jogo de cena.
                                                                                                                                        Eduardo Marinho

13 comentários:

  1. Um murro no estômago direto para nos acordar para a realidade! Ótimo texto!

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  2. ótimas palavras cara, parabéns!
    Reconheco que apesar de pensar da mesma forma, não teria tal habilidade para expressar de forma tão correta todos esses pensamentos.
    Grava um outro vídeo pro Youtube no estilo daquele, assuntos como esse precisam chegar ao máximo de pessoas possíveis e lá é uma ferramente que acredito eu ter maior alcançe do que aqui.
    Abraço!

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  3. Não fui eu quem fez aquele. Eu só respondi à perguntas, que foram feitas com habilidade pela Rona Cavalcante, jornalista pernambucana aqui do Rio (e isso não é uma contradição).

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  4. Excelente texto e linda ilustração. Ainda não conheço bem o seu blog, mas pelo pouco que vi gostei muito. A Internet é algo que me fascina desde os seus primórdios, mas às vezes é entediante diante de tanto lixo que circula facilmente, então, é ótimo quando encontramos vida inteligente disputando espaço com os "entulhos'. Mas o mais interessante é que eu não teria chegado aqui se não fosse através de um exemplar do “Pençá”, um jornalzinho ao saudoso estilo “pasquin”. Observe que usei “n” no final em alusão a sua origem (França) e utilização, não como os nossos dicionários traduzem “pasquim”.
    Desculpe ter me empolgado e excedido a apenas um breve comentário.

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  5. RS...Gosto disso... a visão foi tirada de muitos. a VERDADE foi deturpada... Se todos a conhecessem de fato seriam livres (Foi Jesus que disse isso)... Mas por vezes quando mostramos a verdade a alguem (que diga-se de passagem não é uma verdade absoluta, pois é parte de mim) quem ouve se recusa aceitar pois todos estão preparados pela industria midiatica a viver cinematograficamente suas vidas na esperanca de um mundo melhor que nao seja o nosso. (Paraiso) entao mtos dizem: Deixemos como estar, a recompensa vem com a morte!

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  6. Finalmente amigo!!! Consegui permissão para acessar o seu blog. Não foi fácil, mas agora estarei antenado aqui também.
    Abaixo à ignorância política a que somos sucumbidos!!! Vamos resistir e continuar lutando, cada um com suas armas, cada um em seus grupos, espalhando cada vez mais a necessidade de enxergar, de interagir, de ``observar e absorver`` e de não aceitar o vômito que nos é jogado diariamente através dessa mídia podre!

    Ricardo Torres.

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  7. Aí, Ricardôncio, bela fala. Valeu. E bem vindo à barca.

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  8. Cara, fiquei sem palavras...
    Hj pela manhã assistindo ao noticiário comentei com @lucasalegrete que de nada adianta as coisas começarem a aparecer se serão sempre os mesmos a chegarem ao poder...
    A nossa democracia acaba onde começa a idiocracia do povo que se vende por bolsas isso ou aquilo, e elege pessoas que só querem (independente de orientação política) fuder com o povo.
    Boa postagem, obrigada por compartilhar conosco seu pensamento..

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  9. Simplesmente fantástico! É exatamente o que meu marido e eu temos observado. Ele é professor do ensino de jovens e adultos e, recentemente, constatou que um político da região, embora tenham sido provadas e divulgadas várias de suas faltas, continua a ser modelo para toda uma comunidade. O dinheiro fácil soa muito mais belo do que o honesto. Esse é o nosso país de brinquedo...

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  10. obrigado por saber q naum estamos sos e um dia coseguiremos mostrar aos confundidos e perdidos q naum o ter e sim o ser o quanto o simples eh a forma de alegria duravel pois num mundo como esta onde reis governantes eram pra cuidar de nos nos escraviziam confundem e colocam nos ums contra os outros sendo q somos tds um pois de td q precisamos jah foi dado td de graça e os manipuladores governantes toman conta daquilo q nos fazem sobreviver querem tomar o lugar de deus mais para td ah um tempo e o tempo muda e agente devemos ser nos mesmos naum uma maquina programada para trabalhar conquistar ter e vender td por causa de dinheiro e estamos esquecendo os verdadeiros valores do trabalho trabalhar pela humanidade por nos naum para aqueles q nos escravizam uzando a emganação meios macabros mais eh issu ai eduardo marinho parabems pelo blog sua art filosofia de vida e por seus trabalhos flow fika com deus ...

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observar e absorver

Aqui procuramos causar reflexão.