quinta-feira, 28 de março de 2013

Carta de um veterano de guerra, à beira da morte, para W. Bush e Dick Cheney

Relevo aqui toda a desinformação, toda a visão deturpada de mundo, diante do sentimento profundo exposto na consciência da traição. Na consciência de ter sido enganado e estar diante da morte, sem possibilidade de redenção. No Afeganistão os princípios são os mesmos, os motivos alegados são deboche à inteligência. O atentado às torres gêmeas ainda não teve suas causas reveladas, embora a intuição já as possa detectar. Pretexto pra tomar petróleo, pra catalisar as energias da população e criar apoio a qualquer guerra, a qualquer genocídio, como o praticado no Iraque.

Assista "Fahrenheit 11 9". Ou "A verdade sobre o 11 de setembro". Há outros. E é óbvio. Tudo orquestrado, até a eleição do "negro" Obama, tudo dentro do roteiro programado. Somos todos feitos de otários. Mas aos poucos e sob a pecha de loucura, vamos acordando. Num mundo como o nosso, é preciso ser louco pra ter um pouco de lucidez.

Relevo a ingenuidade em meio à tomada de consciência.




24 MARZO 2013
George Bush
A besta-fera do apocalipse, George Bush

















A George W. Bush e Dick Cheney
De Tomas Young
Escrevo esta carta no décimo aniversário da guerra contra o Iraque, em nome dos meus companheiros veteranos de guerra. Em nome dos 4.488 soldados e fuzileiros que morreram no Iraque. Escrevo em nome das centenas de milhares de feridos e em nome daqueles cujas feridas, físicas e psicológicas, destruíram suas vidas. Eu sou um desses feridos graves. Fiquei paralítico num ataque da insurgência, em 2004, na cidade de Sadr. Minha vida está chegando ao fim, vivo aos cuidados de um hospital para pacientes terminais.

Escrevo em nome de homens e mulheres que perderam seus companheiros, das crianças que perderam pais e mães, dos pais e mães que perderam seus filhos e filhas e em nome daqueles que se preocupam pelos milhares de companheiros veteranos que sofreram lesões cerebrais. Escrevo esta carta em nome dos ex-combatentes cujos traumas e culpas pelo que viram, sofreram e cometeram no Iraque os levaram ao suicídio e em nome dos militares em serviço ativo que cometem, em média, um suicídio por dia. Escrevo esta carta em nome de aproximadamente um milhão de iraquianos mortos e incontáveis feridos deste país. Escrevo em nome de todos nós, o lixo humano que voltou da sua guerra, aqueles que passaram suas vidas marcados por uma dor e um luto intermináveis.

Escrevo esta carta, minha última carta, a ti Bush, e a ti Cheney. Não o faço porque acredite que vão compreender as terríveis conseqüências humanas e morais das suas mentiras, das suas manipulações e da sua sede de riqueza e poder. Escrevo porque, antes de morrer, quero deixar claro que eu, e centenas de milhares de companheiros veteranos, milhões de compatriotas, de iraquianos e gente do Oriente Médio sabemos perfeitamente quem são vocês e o que têm feito. Vocês podem escapar da justiça, mas aos nossos olhos ambos são culpados de gravíssimos crimes de guerra, de saque e, por último, de assassinato, inclusive o assassinato de milhares de jovens estadunidenses - meus companheiros - cujo futuro roubaram.

Sua posição de autoridade, seus milhões de dólares de riquezas pessoais, seus consultores de relações públicas, seus privilégios e seu poder não podem ocultar a falsidade da sua condição. Nos enviaram para lutar e morrer no Iraque, enquanto você, Cheney, fugiu da guerra do Vietnam, e você, Bush, desertou da Guarda Nacional. Sua covardia e egoísmo estão patentes há décadas. Não estavam dispostos a se arriscar por nossa nação, mas enviaram centenas de milhares de homens e mulheres jovens ao sacrifício numa guerra sem sentido, sem pensar mais que o tempo de jogar o lixo fora.

Entrei no exército dois dias depois dos ataques em 11 de setembro. Eu me uni ao exército porque nosso país havia sido atacado. Queria devolver o golpe a quem havia matado cerca de três mil concidadãos. Não entrei para ir ao Iraque, um país que não participou desse ataque em 2001 e que não representava nenhuma ameaça para seus vizinhos e muito menos para os Estados Unidos. Não me tornei militar para "libertar" os iraquianos ou para acabar com fictícias instalações de armas de destruição em massa, nem para implantar o que vocês chamam cinicamente de "democracia" em Bagdá e no Oriente Médio. Não entrei no exército para a reconstrução do Iraque, que naquele momento vocês nos disseram que poderia ser pago com o petróleo iraquiano. Em vez disso, esta guerra custou aos USA mais de 3 bilhões de dólares. Sobretudo não me uni ao exército para fazer guerra preventiva. A guerra preventiva é ilegal, pelo direito internacional. E ao ser soldado no Iraque fui, agora eu sei, cúmplice da sua estupidez e dos seus crimes. A guerra do Iraque é o maior erro estratégico da história dos Estados Unidos. Quebrou o equilíbrio do poder no Oriente Médio. Instalou em Bagdá um governo corrupto e brutal, favorável ao Irã, um governo que consolidou seu poder com o uso da tortura, dos esquadrões da morte e do terror. E posicionou o Irã como força dominante na região. Em todos os âmbitos - moral, estratégico, econômico e militar - o Iraque foi um fracasso. E foram vocês, Bush e Cheney, quem iniciou esta guerra. São vocês que devem arcar com as conseqüências.
Eu não escreveria esta carta se fosse ferido combatendo no Afeganistão, contra as forças que levaram a cabo os ataques de 11 de setembro. Se fosse ferido ali continuaria um miserável, por minha deterioração física e minha morte iminete, mas teria ao menos a tranqüilidade de saber que meus ferimentos foram conseqüência da minha própria decisão de defender o país que amo. Não estaria na cama com o corpo entupido de analgésicos, minha vida se apagando e consciente do fato de que centenas de milhares de seres humanos, inclusive crianças, incluindo eu mesmo, fomos sacrificados por vocês apenas pela cobiça das companhias petroleiras, por sua aliança com o sheiks do petróleo da Arábia Saudita e por sua demente visão do império.

Tenho padecido, como tantos outros ex-combatentes incapacitados, da deficiente e inepta atenção proporcionada pela Administração de Veteranos. Compreendi, como tantos outros, que nossas feridas mentais e físicas não lhes interessam, nem a nenhum político. Nos usaram. Nos traíram. E fomos abandonados. Você, Bush, se esforça para fingir que é cristão. Mas mentir não é pecado? Assassinar não é pecado? Não é pecado o roubo e a cobiça? Eu não sou cristão. Mas creio no ideal cristão. Creio que o que se faz ao menor dos irmãos é o que se faz a si mesmo, à própria alma.
Para mim chegou a hora da verdade. A sua também chegará. Espero que se ponham à prova. Mas sobretudo espero, para seu próprio bem, que encontrem a coragem moral para enfrentar o que nos fizeram, a mim e a muitos outros que mereciam viver. Espero que, antes que acabe o seu tempo nesta terra, assim como se acaba o meu agora, encontrem força de espírito para se colocar diante do povo estadunidense, diante do mundo e, em particular, diante do povo iraquiano, e lhes peçam perdão.

6 comentários:

  1. Acho que é querer demais esperar que os senhores da guerra peçam perdão.

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  2. Me fez lembrar deste vídeo:

    http://www.youtube.com/watch?v=JFOmnAjk1EQ

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  3. Quase tudo é certo, menos o patriotismo alienado que não entra à minha cabeça. Ele ama o país, e, por isso, entra em uma guerra? Ele ama o país e, primeiramente, atende aos pedidos de Bush. Soldados, em qualquer lugar do mundo, são máquinas feitas para matar, são treinador para isso. O que me assusta, também, é o fato de que mesmo todos sabedores de tudo isso, são coniventes, xenofóbicos, nacionalistas e patriotistas estúpidos. E o Brasil os imita. Lastimável.

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  4. Eduardo, obrigado pelo conhecimento compartilhado, é bonito ver que ainda existem pessoas com valores, que entendem que conhecimento não é uma ação e sim um valor. A detenção do conhecimento é defendida em uma sistema competitivo como o nosso, o seu trabalho é de extrema importância para uma mudança radical da humanidade. Não querendo lhe "sugar" mais do que já faço diariamente ao ler e reler seus posts, gostaria de lhe fazer um pedido. Será que tinha como você indicar uns filmes para nós vermos? Estou aqui com a minha namorada no google e ela me deu essa ideia.

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    1. "O Século do Ego", da BBC.
      "Conversas com Milton Santos - a globalização vista pelo lado de cá", do Silvio Tendler.
      "Criança, a alma do negócio", não lembro de quem, mas tá no iutube.
      "O Povo Brasileiro", do Darcy Ribeiro.
      "Sicko", de Michael Moore.
      Tem um porrilhão de outros.

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  5. Obrigado, estou começando a ver o seculo do ego, fiquei intrigado ao ver que o primeiro filme é um doc da BBC. Pretendo assistir todos.

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