O tempo não pára de passar e nada permanece como está. Lá pra frente, no futuro, será uma lembrança, será história o tempo em que um punhado de podres de ricos (e terá que se explicar o tipo de riqueza de que se está falando), por trás de instituições - mercado financeiro, forças armadas militares e civis, câmaras legislativas, governos "representativos", comunicações por todos os tipos de mídia...- controlavam todo o sistema social, formando mentalidades, mentindo e iludindo as populações pra manter a miséria, a criminalidade, a alienação, enquanto roubava dinheiros e patrimônios públicos pra viver privilégios, luxos, riquezas e poderes sobre tudo e todos. Nossa humanidade caminha há milhões de anos, uma vida tem algumas dezenas, o processo vem de longe e vai pra longe, nós apenas participamos dele. Assim como o mundo está em mutação pelos milênios, nós, por nossa vez, também estamos em mutação em nossas décadas de vida. É a mutação de tudo e de cada um que forma a mudança permanente de tudo, minerais, vegetais, animais e gente, mudança social, mental, espiritual e, por conseqüência comportamental, em cada um e no coletivo próximo - e no amplo.
Sei que não vou estar aqui pra ver quando as pessoas não souberem mais o que é corrupção nas instituições e ouvirem espantadas nas aulas de história como era o mundo hoje. Talvez eu renasça pra continuar a evolução coletiva e planetária, a partir da minha própria. Talvez nascimento e morte sejam portais entre dimensões. Aí vai ser bom. Mas talvez não seja nada disso, seja outra coisa ou não seja nada. Na verdade, não me importa muito se for ou não for. Acho que eu seria a mesma pessoa e viveria da mesma forma, crendo ou não. Mas sinto que é assim, porta de entrada, porta de saída. E que sair é muito mais fácil que entrar (nascer), quando se passa anos em dependência completa, mais anos sob controle e pressão dos mais velhos, até poder assumir a vida e decidir o que fazer com ela. Na saída (morrer), a freqüência pessoal sintoniza a dimensão. Sentimentos, pensamentos, caráter, valores, desejos, senso de justiça, essas coisas, sintonizam o ambiente, o coletivo, a... digamos assim... região onde se fica e se relaciona.
E, se no final das contas, não houver nada, só o apagão geral, sem problema nenhum. Afinal de contas, eu não vou ficar sabendo de nada, mesmo. Se eu soubesse disso, não mudaria em nada o meu caminho. A vida tá valendo.
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