quinta-feira, 6 de junho de 2013

Na mesma linha da copa. Como participar disso, alegremente?



Ali pelos cinco minutos começa a falar nossa língua. A África do Sul é o exemplo próximo passado, como diziam os antigos. Que se repete aqui, com mais apuro, mas a mesma vampiragem perversa.

O poder público e a mídia se unem na imposição de mentiras. Sacrificado é o povo, quanto mais pobre, mais sacrificado. Mas todos somos, cada um em sua vida. É preciso tomar consciência do que acontece. Pra que deixe de acontecer dessa maneira, algum dia. Por enquanto, esse trabalho dá sentido à vida. Se não de todos, mas de muitos e que se multiplicam, porque a maioria busca mesmo um sentido na vida.

Acima do poder público e de mídia está o poder econômico, um punhado determinando o destino de milhões em função dos seus interesses, banqueiros, mega empresários, vampiros vários que tornam o Estado incapaz de cumprir sua Constituição, de garantir os direitos básicos à sua população, infiltrado e dominado por tais figuras.

Carregamos valores plantados, impostos e falsos, pelo massacre midiático, publicitário, pelos costumes, pelas imposições sociais. Precisamos escolher os próprios valores, retirar os implantados, numa luta cotidiana e interna, como base pra existência externa.

Os mega-eventos carregam uma desumanidade implacável. Como se empolgar com isso?




Aqui um pedacinho de aula do Núcleo Piratininga de Comunicação. Aborda o procedimento de remoção, desde a colônia virando império, passando por todos os períodos da história. É preciso parar com isso, tomar consciência do absurdo. Aliás, de tantos absurdos que essa estrutura social nos impõe a todos. Qualquer um pode ver o inferno que a vida sob o poder da grana, das mega-empresas, dos bancos se tornou. Competitividade massacrante, ameaças de todo tipo, um Estado ineficiente no atendimento dos direitos básicos, favorecendo interesses em prejuízo da população, expoliada do ensino e do atendimento na saúde. Estímulo estremo ao egoísmo, à disputa, à cobiça, ao sexo, às ânsias. E o medo, a criminalidade descontrolada, dentro e fora das instituições, das empresas, o desemprego, a miséria e o abandono. Solidariedade é o que falta. E respeito pelo ser humano. "Não alcançamos o patamar de humanidade. Estamos ainda nos ensaios." (Milton Santos). O NPC trabalha nesta direção, a de atingirmos o tão necessário patamar de humanidade, no melhor sentido que se dá a essa palavra. Por uma sociedade mais humana.

10 comentários:

  1. Para mim essa copa só trouxe desgraça, eu me recuso a dar ibope pra isso.

    Não sei o valor dos ingressos, mas eu duvido que a maioria dos brasileiros possam assistir ao "espetáculo" em sua própria terra.
    é nojento.

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    1. Eles não precisam, nem pretendem incluir a maioria. Por isso proibiram isopores e ambulantes em geral num raio de cinco quilômetros de todos os estádios. Além de expulsarem os mais pobres, os que fizeram do futebol um esporte de massas, impedem que eles pelo menos arrumem um qualquer, no movimento externo - o desemprego dá seu jeito, e a coisa pública é posta a escorraçar quem tenta trabalhar. A parte mais importante da corrupção é a corruptora, não os corruptíveis. O próprio sistema foi desenhado pra ser corruptível, pois foram os corruptores que determinaram sua "arquitetura".

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  2. E olha como a Fifa é boazinha, Eduardo. Depois de muita reclamação, liberou (LIBEROU) o trabalho das baianas que vendem acarajé em volta do estádio Fonte Nova, em Salvador. Precisou da aceitação da Fifa pra produzir um patrimônio imaterial do país. E ainda nem se sabe quantas delas serão liberadas pra trabalhar no entorno e dentro do estádio.

    tribunadabahia.com.br/2013/06/06/fifa-libera-acaraje-na-arena-fonte-nova

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    1. Isso deixa claro que o sistema em que vivemos é comandado por empresas, desmascara essa falsa democracia. Imagina que divindade é essa que se dá o desplante de proibir ou permitir acarajé na Bahia. É o são cifrão, nossa senhora da privataria, a política é só fachada, tamos numa tremenda canoa furada. Abrir os olhos melhora a vida - é um inferno acreditar nessas mentiras.

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  3. Edu, eu li atentamente seu texto. Concordo plenamente com o que vc fala ,e gostaria apenas de fazer uma colocação, pois lendo aqui me reconheci em enorme contradição muitas vezes com o que acredito e faço. De fato, é muito difícil...as vezes enxergamos o cisco no olho alheio mas a trave que está pendurada nos nossos passa batido...

    Quando vc diz: ”É preciso parar com isso, tomar consciência do absurdo”, acho que esse é o único caminho: A tomada sincera e honesta de conciência, livrando-se, no sacode geral mermo, das armadilhas sutis do auto-engano.

    Pensando de uma maneira geral (para além desse inferno da Copa, Olimpiadas..) acho que cada um deve ver a parte que lhe cabe desse “latifúndio”. Nessa sociedade doentia, individualista e hedonista, todo mundo (ou quase, detesto generalizações) “esconde a p. de um cadáver no armário de casa” ...Não são só os alienados que sambam nas quadras das Escolas se Samba em cima do sangue alheio, ou os insensíveis que vão pro (ex) Maraca bater palminha branca na hora do gol, ou quem consome adidas naique, etc_ ou os que, como eu , ainda entram na Lojas Americanas depois dessa ter sido flagrada em trabalho escravo!

    Mas tb, creio eu, cada um de nós que (ainda me incluindo) alimentamos o corpo com vicios particulares, seja o cigarro Mallboro, o hamburger, ou o álcool, todas essa drogas de suas grandes empresas que o interesse econômico escolheu liberar e enfurnar de propaganda na cabeça da molecada desde cedo..

    Em nome da liberadade individual e do princípio filosófico de que cada um pode fazer o que bem entender com o seu corpo, está tudo certo então? Eu hoje honestamente, acho que não..

    Ou pele menos o seguinte: Se eu critico um garoto revolucionário que coloca aquele tênis de playboy, acho que tb não posso fazer isso, por exemplo, dando aquela tragada com gosto no meu “careta” de marca
    Como vc mesmo diz:”de tantos absurdos que essa estrutura social nos impõe, qualquer um pode ver o inferno que a vida sob o poder da grana, das mega-empresas, dos bancos se tornou e nos impõe”, beleza, concordo, mas as vezes a parada é muito sutil e nos dá uma “calça curta”, meu irmão..
    Aí eu acho que, não tem jeito, cada um tem que olhar mesmo é pra si e ver no que está colaborando com isso tudo.

    Como vc diz, as vezes cada momentinho nosso de "alegria", ali, custa, (ou financia acrescento) milhares de tristezas.. cada prazer é fruto de incontáveis sofrimentos tornados invisíveis nas artimanhas da mídia. A energia inútil que se gasta nessas festas consumistas daria pra mudar o mundo”
    Bebo minha cerva enchendo a Bramha de dinheiro? Então não sei se vou falar do “disinfiliz” que vai de bandeirola, sgora, papagaio e piriquito ver futebol enquanto o coro da remoção tá comendo solto..
    Ora, não estaria tb o consumo de alcool, cigarro, e outras drogas incluídos no rol dos estímulos ao egoísmo, à disputa, à cobiça, ao sexo, às ânsias de toda sorte?! Não estamos nós fumantes, consumidores de álcool ou de Facebook, sustentando essas marcas dos que vc chama (e eu concordo) inimigos da humanidade e até onerando muitas vezes o sistema público de saúde que tanto denunciamos a precariedade e o descaso do Estado?

    Você falou que a postura revolucionária não admite concessões, mas de quais orden seriam então? Delimitar o que dá o e que não dá nessa Sociedade Capitalista que nos sufoca a cada respirada na rua, que nos incita e agride e estimula a cada piscar de olhos, e até em sonhos quando dormimos, não me parece tarefa fácil não.

    Por fim, você diz: “Quem se diz contra o sistema - e nem procura saber como colabora com ele, como sustenta os males da sociedade - devia era criar vergonha na cara...”
    Eu concordo, e essa carapuça, mesmo que apertando aqui e ali, me serviu. As vezes sou extremamente crítico, e tenho sido um dos mais contundentes até com relação a Copa e as Olimpíadas, mas lendo aqui seu texto, me deu uma enorme vontade de no lugar de algumas cervas geladas nessa segunda-feira quente da cidade, ir tomar um pouco dessa tal de vergonha na cara.

    Valeu pelas reflexões,um grande abraço!

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    1. não li a escrita da postagem, mesmo assim seu comentário me parece muito coerente e fez sentido naquilo que entendo.
      parece fundamental ir descobrindo as hipocrisias e tomar a tal vergonha na cara, mesmo que em doses homeopáticas, que é pra não morrer pelo outro lado, tendo síndromes de abstinência.

      recebo com validade o que foi exposto, é útil a percepção.

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    2. Tomar vergonha não impede as cervejas...
      Eu não critico o pleibói, critico a mim mesmo. E meu cigarro não diminui o valor da minha luta. Quero causar reflexão, não julgar o comportamento alheio - até porque além de arrogante, é contraproducente.

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  4. Cara muito bom ,estou compartlhando esse video no face pra divulgar ,mancada é um video tão bom nãqo ter nem 1000views..

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  5. Olá Eduardo sou um grande fã das suas palavras, gosto das tais pelo simples fato de que já quis ir embora para descobrir meus valores e qual meu objetivo nesse mundo porém o medo mim fez desistir momentaneamente desse pensamento.Eu moro em Alagoas e queria muito que vc pode um dia podesse dar uma palestra na minha escola, porém sei q é QUASE impossível, então queria saber se tiria a possibilidade de vc algum dia nos tempos livres fazer um vídeo e nele citar o nome de Alagoas ou da minha escola queria muito acabar com a alienação q existe no meio onde moro, sei q existe a possibilidade de vc não ver esse comentário porém se vc ver mim responda por favor.
    Obrigado e sou um fã da sua filosofia dos seus conceitos

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  6. Olá Eduardo sou um grande fã das suas palavras, gosto das tais pelo simples fato de que já quis ir embora para descobrir meus valores e qual meu objetivo nesse mundo porém o medo mim fez desistir momentaneamente desse pensamento.Eu moro em Alagoas e queria muito que vc pode um dia podesse dar uma palestra na minha escola, porém sei q é QUASE impossível, então queria saber se tiria a possibilidade de vc algum dia nos tempos livres fazer um vídeo e nele citar o nome de Alagoas ou da minha escola queria muito acabar com a alienação q existe no meio onde moro, sei q existe a possibilidade de vc não ver esse comentário porém se vc ver mim responda por favor.
    Obrigado e sou um fã da sua filosofia dos seus conceitos

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observar e absorver

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