segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Olhamos pro outro lado, sem querer ver...

A inconsciência não nos protege, é uma ilusão isso. Ao contrário, nos martiriza, nos angustia, enquanto procuramos paliativos, válvulas de escape, ou apontamos "culpas" pra todo lado. Tomar consciência pode causar algum desconforto externo, por um momento, mas traz um conforto interno sem comparação. Quando mudamos, o mundo muda.

Os profissionais se orgulham em produzir desejos, consumos, comportamentos. Subliminarmente, valores, objetivos de vida, visões de mundo distorcidos de acordo com interesses de poucos. É a perversidade institucionalizada.

Esse vídeo dá um sacode na visão sobre nós mesmos, fundamento pro trabalho na coletividade. O trabalho interno possibilita o externo. E o externo é estéril se não tem por base o interno. Assista-se e eu continuo depois.




Quantas coisas olhamos pro outro lado... não queremos ver, ou vemos da forma que nos convém. Sempre que se analisa algum assunto com interferência da própria vontade, chega-se a conclusões convenientes, não necessariamente próximas à realidade.

Fácil é entender a origem da miséria, do abandono, da precariedade dos serviços públicos, do não atendimento pelo Estado aos direitos da população estabelecidos na "carta magna", a Constituição Federal. Como aceitar o não cumprimento da lei máxima do país pelo próprio Estado brasileiro? Não pensamos nisso, olhamos pro outro lado. Empresas e bancos comandam a tragédia "democrática" e as pessoas continuam vivendo suas rotinas, conformadas e impotentes conforme dita o pacote de condicionamentos pelo inconsciente desse exército de publicitários, marqueteiros e todas as profissões que tenham utilidade neste serviço nefasto à maioria. Conjugado, sempre, com a sabotagem do ensino público fundamental e médio, com a criação de ignorância, com o enquadramento aos padrões vigentes nas escolas particulares, "de qualidade".

O que a mina fala no vídeo, com relação aos animais, se aplica num sem número de situações no dia a dia de cada um de nós. Ao invés de apontar "culpas" pra todo lado, seria mais útil, mais proveitoso e menos conflituoso se olhássemos pra dentro de nós mesmos e trabalhássemos em nossas próprias mudanças.

13 comentários:

  1. Me formei em marketing. Nunca pratiquei a profissão. Nas primeiras linhas de qualquer livro sobre publicidade está escrito para se abrir mão da consciência, que o mercado é competitivo, que o objetivo primordial é induzir as pessoas ao consumo. Convivi na faculdade com gente muito boa mesmo, como já li por aqui - São profissionais altamente capacitados -. Os professores também cobram isso. Não é de se estranhar. Abs

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  2. "Eu não tenho dúvidas de que é parte do destino da raça humana, na sua evolução gradual, parar de comer animais, tal como as tribos selvagens deixaram de se comer umas às outras quando entraram em contato com os mais civilizados."

    Henry David Thoreau - "Walden ou A vida nos bosques", Capitulo 11

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    1. Mermão, que vídeo; franqueza brutal. Altamente desmascarador; visceral. Muito obrigado pelo compartilhamento, parceiro. Bom dia!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. É muita competência mesmo dessa galera do marketing conseguir fazer com que a cultura de um povo evolua a ponto de tornar coisas tão crueis e sanguinárias como o consumo de animais se torne algo tão normal e cotidiano. Vamo abrir a cabeça e pensar por nós mesmo galera, perceber que tem muita coisa imposta pela cultura (e aí a publicidade entra forte) que na verdade não faz o mínimo de sentido para um ser dito civilizado e dito inteligente.

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  6. Obrigada! Pensei que estava sozinha nesse mundo.

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    1. Ninguém tá, irmãzinha, ao mesmo tempo em que todo mundo tá.

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  7. Há m novo link para o vídeo? Procurei no youtube e não encontrei. Abs. Arthur Nobre.

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  8. Há m novo link para o vídeo? Procurei no youtube e não encontrei. Abs. Arthur Nobre.

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  9. Eu me tornei vegetariano ao assistir a carne é fraca do instituto Nina Rosa e abracei o veganismo ao ver terráqueos. Os animais coisificados de hoje são os negros escravos de ontem, a subjugação de uma "raça" por outra supostamente superior.

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    1. Há escravos humanos até hoje, cumpade, não há escravos de ontem. A escravidão continua hoje, como sempre.

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    2. Sim, eu sei disso, bem como tenho ciência de nossa condição escrava enquanto trabalhadores do sistema fiduciário. A escravidão nunca acaba ,ela apenas se moderniza. Eu tenho pra mim que só haverá uma transformação relevante na sociedade quando todos os movimentos emancipatórios forem reunidos numa única frente. Direitos humanos, direitos animais, direitos ambientais, tudo isso se resume numa só intenção: o respeito mútuo pela vida alheia mediante o reconhecimento de que cada indivíduo, seja ele bípede, quadrúpede,tenha patas,penas ou escamas, humano ou não...cada vida é uma finalidade em si mesma. Você é um cara iluminado Eduardo, sua presença entre nós é um tapa na cara dessa sociedade medíocre e não estou de bajulação, espero ver muitos outros como você por aqui.

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