sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Estamos em guerra - as empresas contra os povos.




Oficialmente o Brasil está em paz. A foto na Maré, há poucos dias, mostra o quanto a verdade oficial é mentirosa.

Estamos em guerra mundial. Em toda parte, em qualquer lugar. Onde se levanta a resistência, a repressão cai em cima, impiedosa. Os poderes da sociedade não se declaram, há uma infinidade de pretextos, biombos, cenários e discursos pra esconder as reais motivações de tamanha barbárie, tamanho inferno imposto a bilhões de seres viventes que apenas desejariam viver em paz.

Enquanto isso permanece a estrutura social infame. E nela vamos vivendo, pressionados, angustiados, ameaçados e submissos a valores falsos, correndo atrás de cenouras na ponta da vara, como burros puxando carroças. Romper essas barreiras é mais fácil do que nos fazem parecer. A vida não é uma competição permanente, vencer na vida não é um objetivo natural. Não nascemos pra vencer - essa é só mais uma mentira em que acreditamos idiotamente -, mas pra viver em harmonia na coletividade humana. A estrutura foi montada assim pra privilegiar elites e, pra isso, é preciso roubar direitos e distorcer a realidade de tal forma que não se enxergue o que acontece. Pra isso, é preciso falsear a realidade. E pra ter sucesso na farsa, é preciso impedir a instrução e a informação da maioria, é preciso impor sob ameaça o enquadramento nos comportamentos condicionados, dominar as comunicações e discriminar ou reprimir os que não se submetem.

Eu teria vergonha de querer o que me mandam querer, de viver como me mandam viver, de ser como me pressionaram a ser.

Há furos na blindagem informacional. Alarguemos esses furos. É preciso buscar as informações nos meios alternativos - a mídia comercial é desmascarada todo o tempo, mas ainda com pouco alcance, embora seja  bom lembrar que antes da net não havia alcance nenhum. Estamos em processo.

Seria mais um auto de resistência. O sobrevivente teria ido pra cadeia como bandido. Mas havia um celular ligado. O do morto.

Isso aí acontece geral, aos montes, nas periferias. Ali é situação de guerra declarada, a polícia atua de forma bárbara, agressiva, arrogante, ignorante de qualquer tipo de cidadania. São milhares e milhares de mortos, torturados, estuprados, feridos, espancados, contem-se os tais "autos de resistência". Nesse caso, por "azar" dos policiais, um celular gravava tudo e não foi percebido - se fosse, o caso passaria batido entre tantos, o negro evangélico não teria como se defender das acusações absurdas, mas cotidianas, repetitivas, que justificam os assassinatos em massa. Não duvido nada da estratégia de extermínio, como um planejamento do punhado de cima da sociedade, os poderes "ocultos", acima do teatro político. Pobre se reproduz demais, é preciso um controle populacional e a saúde pública não dá conta de matar o suficiente. Daí a brutalidade dos treinamentos das forças de segurança, desumanizando e preparando psicologicamente seus agentes pra uma guerra sem trégua aos pobres. Se não são bandidos ou cúmplices, são coniventes. E são culpados, até prova em contrário que os inocente. Se a prova não for detectada, porque se for é destruída. Prevalece a versão policial, correu, morreu. Nessas áreas, correr é suspeito. Ou é "prova" de bandidagem.



Enquanto isso, os idiotas teleguiados, os cérebros lavados, enxaguados e entorpecidos seguem acreditando nas mentiras e encenações. Ouço idiotices contundentes, "se tá preso, alguma coisa fez", "se tomou tiro, foi porque mereceu" e outros absurdos.



Estamos numa sociedade torta, primitiva, carente de muita lapidação. O trabalho, porém, começa por se enxergar a realidade e suas raízes, no inconsciente de todos em maior ou menor grau. Uma estrutura construída, dominada e controlada por poucos podres de ricos em seu próprio benefício, sacrificando, enganando, sabotando, explorando, roubando a grande maioria, por trás de uma fachada mentirosa de democracia, por cima dos valores falsos, implantados no inconsciente coletivo e que tornam a vida um inferno de medo e ansiedade, de angústias e frustrações. Trabalho interno. Pra evitar, o medo é implantado junto, no pacote de condicionamentos, pra imobilizar. Todos sob ameaça, paralisados de medo.



Foi o medo que moveu minha vida. Não o medo implantado, mas o medo de viver uma vida sem sentido, como a vida que me foi apresentada pra viver com a "aprovação" social.



Como compartilhar os valores de uma sociedade tão indigna? Não houve ameaça que me fizesse recuar, pra viver como um zumbi, acreditando nessas mentiras descaradas. Eu preferia nem viver. Teria vergonha de me comportar como me era indicado, induzido, condicionado, imposto e cobrado, nessa ordem. A discriminação e a perda dos relacionamentos de até então foram o meu "prêmio". O preconceito e o desprezo social me ajudaram muito a ver o mundo como vejo, selecionaram meus relacionamentos e arrancaram a capa colorida que cobre a barbárie social. Pra fudido a sociedade não finge, mostra sua cara medonha sem constrangimentos. Afinal, os fudidos não têm voz e, se por um acaso da sorte tiverem, não terão crédito. A não ser que gravem tudo no celular...



A sociedade, nas pessoas desses policiais, apresentaria esses garotos como bandidos, sem vergonha, sem remorso, sem o menor pudor - porque é um comportamento cotidiano, rotineiro - e o caso não teria maior repercussão numa sociedade anestesiada, sabotada em instrução e em  informação. São milhares e milhares de casos, todo dia morre pobre nas mãos do Estado - um assassino a serviço de banqueiros e mega-empresários, cada vez mais descarado.



Aí eu me pergunto... como assimilar os valores, os comportamentos, os padrões desta sociedade? Como querer vencer na vida, subir na vida, como aceitar a visão de uma arena competitiva onde são todos contra todos? Como se enquadrar numa coletividade que abandona pessoas à mais absoluta miséria e ignorância? Como acreditar em tantas mentiras óbvias tratadas como verdades inevitáveis? Como aceitar o trabalho como sacrifício e deixar pra viver nas horas vagas - os recreios da vida? Como se deixar conduzir como gado, do nascimento à morte?



A polícia afastou os policiais e ordenou investigação. Não por terem o costume e a prática de atirar e matar inocentes - e mentir, criminalizando as vítimas -, mas por terem sido flagrados por um celular que ficou ligado, passou despercebido e veio a público, provando a mentira descarada. Serão punidos, não pelo assassinato, mas pelo fato ter vindo a público, com provas irrefutáveis. Esses assassinatos são rotina e contam com o tal "auto de resistência", aberração jurídica pra livrar os assassinos que se escondem nas fardas das forças de segurança. "Foi um caso isolado", dirão os pilantras, os covardes e os imbecis. Não foi. É prática cotidiana e é pra isso que as forças de segurança são treinadas, pra combater, enquadrar e reprimir as vítimas dos crimes de estado contra sua própria população - seqüestrado como é pelos maiores criminosos, os vampiros da humanidade, que saem nas colunas sociais e são apresentados pela mídia como exemplos de empreendedorismo. Nessa linha, esses criminosos são "benfeitores" que não exploram até o talo, sem piedade, os seus funcionários, mas sim "dão empregos". Tampouco articulam a expulsão de comunidades pobres, famílias inteiras aos magotes, dos locais onde tenham interesses empresariais, não importa há quantas gerações estejam ali. Não, os vampiros "trazem desenvolvimento". Eca.












segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

17 minutos de Eduardo Marinho no lançamento do documentário Malucos de Estrada, do Rafael Lage.

Editado por Álvaro Barbosa Silva.

Eu sou um convidado distraído. O tema era o filme, as relações da malucada com a sociedade. E eu saindo do tema toda hora. O Álvaro tirou o suco das minhas desviadas.

Tem hora até que o Rafael puxa um cigarro, na impaciência de ver o assunto se distanciar compulsivamente. Mas outras horas vejo que ele gosta, tomara que uma coisa compense a outra.



observar e absorver

Aqui procuramos causar reflexão.