domingo, 23 de abril de 2017

A barragem dos metais pesados nas águas do finado rio Doce

Em fevereiro de 2016 estive na parte capixaba do rio Doce, encontrei uma transposição do rio Doce, feito pela então Aracruz Celulose, hoje Fibria, que levava água para o rio Riacho, que não estava dando vazão às necessidades da fábrica de celulose. Isso por volta de 2009 ou 10, não estou bem certo, e contra a vontade da população, que se organizou, protestou, mas perdeu pros interesses empresariais, reprimidos pelo poder dito "público". 

Com a chegada dos metais pesados, nocivos à maquinaria, construíram uma barragem com filtros, que tirava os metais pesados da água, de modo que ela voltasse a servir na produção. Filmei, corri atrás de edição, analfabeto internético que sou e, finalmente, em julho, publiquei o vídeo. É a segunda vez que o trago a público, desta vez em foco principal.

A questão era: se há possibilidade de filtrar essa lama de rejeitos da mineração, por quê não se fazem filtros como esse desde lá de cima, no rio Gualaxo do Norte, onde estourou a barragem, e pelo rio do Carmo, até o encontro com o Piranga e a formação do rio Doce? Por que não se fazem quantas barragens dessa forem necessárias, na busca de uma diminuição no sofrimento dos cerca de três milhões de pessoas que vivem às margens do rio assassinado? Por quê as máquinas têm prioridade sobre as pessoas?

Perguntas fáceis de responder, quando se vê no Estado e em suas instituições uma grande farsa, a serviço dos poderes econômicos, na guerra das empresas contra os povos, uma guerra de dominação e conquista, de poder e controle, que cria ignorância e desinformação pra manter o sistema social sob a ditadura financeiro-empresarial em que se encontra.


12 comentários:

  1. Até te "encontrar" pelo caminho eu estava achando que precisava de um tratamento, mas hj vejo alguém que tem a mesma linha de pensamento e sei que eu não sou doida por ser diferente, é o mundo que está muito igual.
    Cara eu estou te acompanhando e confesso que te replico diariamente:
    -É isso, vc externa meus pensamentos, os antecipa, e quando vc materializa Seja em arte ou em vídeo eu penso:
    -Eu diria isso.

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  2. Boa noite Eduardo, Há Alguns dias atrás um amigo meu comentou sobre você num café no trabalho e eu tive a curiosidade de ver seus videos, de lá para cá me fascinei pelos seus ideais. Parabéns pelo seu trabalho e pela luta de viver dessa forma desafiadora, oprimida pelo estado, Porém, vivendo, e feliz.
    -Voce tem alguma agenda dos seus trabalhos/palestras?
    - Por que não se candidata a algum cargo político(Prefeito, Dep Federal, Governador, Vereador) e luta pelos interesses coletivos sociais? seria um desafio trabalhar com tantos opressores ao lado mas tenho certeza que o estado estará bem representado com voce representando-o.
    abraço

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    1. Não sei bem que ideais são esses, mas tuas perguntas já foram respondidas em postagens neste blogue. A "agenda de palestras" vai se fazendo por si, até julho eu tenho todo o tempo tomado, setembro e outubro também, não só por palestras, mas pela vida e suas atividades.
      Abraço.

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  3. Eduardo, boa noite. Tudo bem? Me encontro em um paradoxo mental nos últimos tempos. Paradoxo o qual gostaria de compartilhar contigo:
    Sou um excelente vendedor de sonhos. Quando falo isso, quero dizer que sou uma pessoa que consegue se colocar em quase qualquer profissão. Não sou rico, muito pelo contrário, vivo entre altos e baixos em minha vida financeira. Ultimamente ando muito pobre, mas isso não tem me incomodado, mesmo sabendo das consequências que uma vida financeira pode ter quando falamos a respeito de moradia, comida e saúde. O que venho compartilhar contigo hoje é um dos assuntos mais profundos e de maior valor para mim.
    É possível se desprender do óbvio? É possível se desprender daquilo que constantemente somos condicionados?
    Para essa resposta, basta olhar um pouco para você (Eduardo) e para tantos outros como você. Mas a verdadeira questão é: é possível se desprender de tudo isso e viver, sem antes ferir ou decepcionar a muitos ou todos à sua volta?
    Acredito que existem seres humanos com um certo tipo de empatia única. Uma empatia que faz com que você não se preocupe com você para que você possa ver o outro feliz ou confortável (mesmo que por alguns instantes). Nessas condições eu me coloco e pergunto novamente: é possível se desprender de tudo?
    A angústia e o medo do que vem depois do desprendimento me assola, e o pior: não é o medo das consequências financeiras ou de alguns "status". Se trata simplesmente de decepcionar e de deixar de lado aquela "empatia" que outrora fazia a felicidade (mesmo que por alguns instantes) das pessoas à minha volta.
    Não peço que resolva esse paradoxo, pois como o próprio nome diz, ele não pode ser resolvido. Mas peço que me responda se já passou por isso, ou ao menos pensou. Caso sim, compartilhe comigo, pois estou realmente interessado. Esse é o último e mais importante caso que eu gostaria de resolver.
    Um grande abraço.
    Mateus Prado.

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    1. Isso é papo pra mais de metro. Muito o que fazer aqui, parceiro, coisa demais, trabalho à mão. A vida é um caminho. Cada um faz o seu.

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    2. Valeu parceiro. Sorte e felicidade por aí.
      Grande abraço.

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  5. é o cisnismo das instituições...
    fico imaginando esse pessoal do CREA (o conselho dos engenheiros), será que eles não se sentem responsaveis, há punição pra esses engenheiros que assinam esses projetos?
    mas não é só o crea, são varios conselhos de varias categorias profissionais. uma vergonha.

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  6. E aí Eduardo, quando você estará em Sta Tereza??

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  7. olá..amigo.. sou de salvador-BA tenho visto seus videos ,tem gostado muito de sua forma de ver a vida
    agora amigo tenho uma duvida grande e gostaria muito que vç mi respondesse sobre as pessoas como vç que vivi tentando ficar fora do condicionamento mais anda pedindo comida e dinheiro as pessoas totalmente condicionada...isso parece contraditório

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  8. O mundo precisa de mais pessoas como você. Obrigado pela sabedoria compartilhada🙏

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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