O Zé Jorge falou que "é muito difícil alguém abrir mão dos privilégios da sociedade opressora, para defender a sociedade dos oprimidos , como o Eduardo Marinho, sabendo ainda que, muitos desses oprimidos sustentam esses opressores."
Não é tão difícil quando se percebe que esses "privilégios", na verdade, são resultado das injustiças e dos crimes sociais contra a população. Há incomparavelmente muito mais oprimidos do que opressores, o que faria mais exato dizer "sociedade oprimida" sob "poderes opressores" de um punhado de podres de ricos, parasitas sociais e controladores do Estado e das comunicações. De qualquer forma, minha atitude não foi pra "defender a sociedade dos oprimidos", mas sim conhecer o chão, a base, os alicerces da sociedade - de dentro, porque de fora só se vê a superfície e qualquer impressão é pouca. Em meio à pobreza e ao submundo, percebi uma riqueza imensa e, até então, desconhecida. Do tipo que se pode distribuir sem nunca acabar, do tipo que se leva da vida, quando ela acaba. Aí estão os privilégios verdadeiros, que satisfazem a alma, e não o ego - diante de uma visão de mundo onde se vale o que se tem, ou o que se ostenta.
Por fim, os "oprimidos" que "sustentam esses opressores" não têm seus direitos respeitados, sobretudo na formação humana, de senso crítico e auto-estima, e nas informações do jornalismo mercenário, pra perceberem o que estão fazendo. Culpar as vítimas, quando não é uma estratégia de distorção da realidade, é uma arrogância de superfície que cega os olhos da percepção verdadeira - o que, aliás, é muito mais cômodo pra encerrar o assunto e mudar o foco pra assuntos mais agradáveis, embora longe de entender o funcionamento desta sociedade injusta, perversa e covarde em sua estrutura.
Há quem prefira pensar no carnaval, no seu time de futebol, nos entretenimentos dispersivos, no seu "hobby" ou em qualquer assunto mais superficial. Isso é estar de acordo com as induções programadas que desviam a atenção das raízes das mazelas sociais.
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