domingo, 1 de junho de 2014

Okilombo recebe Eduardo Marinho

Chamado por Raphael Galvano, esse foi um papo, não uma palestra, em que as pessoas deram o rumo dos assuntos. Ficou rica a conversa e é preciso algum esforço pra ouvir as perguntas e intervenções porque só haviam dois microfones, um comigo e outro na câmera. Mas dá pra ouvir, aumentando o volume quando não sou eu quem fala.

Encontrar pessoas reflexivas é sempre um privilégio, um alimento pra seguir na lida. A evolução das coisas e a evolução pessoal caminham juntas. É o caso do Raphael e de toda essa turma que compareceu ao encontro.

A sensação de impotência prevalece entre as pessoas que desejam mudança no mundo mas não se dispõem a mudar internamente, a construir seus valores em vez de exercer os valores impostos, a escolher seus comportamentos em vez de seguir os comportamentos induzidos, a refazer objetivos de vida, a reformular a visão do mundo distorcida pela mídia e seu jornalismo desonesto. Os acomodados caminham em direção à frustração, à mediocridade, à vida sem sentido, vazia e angustiante. Os laboratórios agradecem - dá-lhe rivotril, lexotan e outras porcarias anti-depressivas. O medo plantado pela mídia, pela cultura do consumo, da forma sem conteúdo, paralisa. Mas não se tem medo de uma vida sem sentido, de chegar na velhice com a sensação de ter vivido em vão. Quando se percebe, é tarde e não tem volta. Melhor perceber antes. Foi esse o medo que me moveu as buscas, pra viver daquele jeito, eu preferiria não viver, como disse com 19 anos. Fui buscar um sentido pra vida e dizia que ou iria encontrar ou iria morrer procurando, porque a vida que se apresentava na minha frente não fazia, pra mim, o menor sentido.

Ganhei sentido quando percebi que meu trabalho produzia reflexões, atraía e revelava pessoas sensíveis e pensantes. Individualmente, vendendo nas mesas dos bares, nas ruas e praças onde expunha, sem ambições maiores. Já estava satisfeito com esse efeito, quando apareceu a primeira câmera pra gravar minha visão de mundo e a coisa se ampliou. E eu comecei a entender porque não morri cedo, como tinha certeza que aconteceria quando peguei a estrada, mochilinha murcha nas costas, procurando a razão da existência nesta nossa sociedade tão injusta, tão perversa, tão covarde com a maioria da nossa família humana.



PARTE 1 - https://www.youtube.com/watch?v=SvXj7fMIZI0
PARTE 2 - https://www.youtube.com/watch?v=5wR_99DWM5U
PARTE 3 - https://www.youtube.com/watch?v=vkEIIiyISZ4
PARTE 4 - https://www.youtube.com/watch?v=pPsWOqdaIEc
PARTE 5 - https://www.youtube.com/watch?v=XGxRJSEaoXA

3 comentários:

  1. Eduardo, bom vê-lo voltar com carga total! É assim, mesmo; uma palavrinha aki outra lá e, de repente, começa uma certa "limpeza" dos conteúdos arcaicos arraigamos no pensamento do animal humano e, que ainda tentam nos impor, pois são altamente favoráveis aos status quo. O importante é se tentar fazer exatamente o que SENTIMOS, não é mesmo?
    Um abração!

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  2. Tem uma parte em que você estava falando sobre experiências que teve com o sobrenatural. Tive a impressão que você estava começando a contar um relato, mas então foi interrompido por alguém e mudou de assunto.
    Eu fiquei curioso, você pode fazer esse relato?
    Aqui ou num outro post, tanto faz.

    Abraço

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    Respostas
    1. Nem lembro... teria que assistir e agora tô numa lanrause, em Visconde de Mauá, na correria pra ver as coisas acumuladas aqui.

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observar e absorver

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