terça-feira, 30 de novembro de 2010

Relato de um morador do Alemão





O som no momento ainda é de tiro, talvez de calibres menores, pois aparentemente o confronto maior já cessou, se bem que eu aprendi que quando os tiros diminuem é que o perigo aumenta, porque essa é a hora que o morador da favela sai de baixo de suas camas, ou de seus abrigos de variações diversas, achando que a situação acalmou, e quando menos espera, bum! Volta o tiroteio de novo, sendo que agora os corpos estão de pé nos barracos, e o pior, despreocupados, e quando se está despreocupado é que o pior acontece, pelo menos no morro é assim, e já vi muito conhecido tomar tiro por causa dessa falsa sensação de paz. Ou seja, para se andar pelas vielas é preciso estar com o alerta ligado a todo tempo, independe do céu estar repleto de estrelas, ou infestado de balas traçantes.

Ah, perdão, nem me apresentei, é o nervosismo por causa da trilha sonora do horror. Para quem não sabe a trilha sonora do horror não consiste apenas em barulho de tiros; mixado junto aos tiros se encontram os latidos de cachorros, a gritaria (geralmente das crianças), e às vezes alguma voz gritando. Por conta desses fatores, comecei euforicamente a escrever e me esqueci de dizer quem sou, se bem que isso não tem muita importância, já que sou apenas mais um no meio da multidão favelada; igual a mim com certeza existem milhares, de mesma cor, de mesmo histórico familiar, de mesmos sonhos não realizados. Mas por questão de educação irei me apresentar mesmo assim.

Meu nome é Sebastião, é nome de velho, mas eu sou jovem, tenho 19 anos, herdei esse nome do meu finado pai, por isso os amigos e familiares me chamam de Júnior, me soa melhor, e para falar a verdade eu não tenho nenhuma cara de Sebastião, quando me chamam de Tião então, aí é que eu fico mais puto, minha mãe tem mania de me chamar assim quando faço algo que ela não gosta, mas não há nada que me tire mais do sério do que a guerra da hipocrisia, tipo essa que está rolando atualmente, e por isso resolvi escrever, não sei direito o porquê, mas como eu também não sei direito o porquê de tantas coisas, resolvi escrever assim mesmo.

Sou morador do morro do alemão, onde atualmente explodiu uma guerra, antes nunca vista no Rio, digo nunca vista, porque aparentemente dessa vez o objetivo é outro, e a causa também; afinal, por que antes de se falar em Copa no Brasil e olimpíada no Rio, nenhum Governo se preocupou em pacificar favelas? Antes o pensamento era: deixa esse povo se matar. Agora, pelo visto, a situação está um pouco diferente, pelo menos um pouco.

Nasci aqui, cresci aqui e vivo nesse morro até hoje, não sinto orgulho disso, mas também não sinto vergonha, afinal, teria eu, orgulho de quê? Vergonha de quê? É o que me resta morar aqui, é a única herança que tenho, o barraco que foi de minha avó e que hoje é uma humilde, porém aconchegante casa.

Por enquanto ainda não dá para morar no asfalto, mas não me sinto mais ou menos gente do que eles que moram lá em baixo; porém, me sinto mais digno do que alguns membros fardados que se dizem representantes do Estado, e que atualmente estão sendo aclamados como heróis por grande maioria da sociedade, aliás, nunca consegui entender direito os critérios que a sociedade em que vivo usa para escolher os seus heróis, talvez eu vá morrer sem entender.

Agora pouco fui à janela dar uma espiada no movimento do morro e pude ver alguns deles caminhando e ostentando seus armamentos e suas caras de mau, pude até ver alguns com os rostos pintados, como se tivessem preparados para uma verdadeira guerra do Vietnã, mas dessa vez os vietcongs a serem caçados não tinham cabelos lisos muito menos olhos puxados.

Pude ver no meio deles alguns conhecidos, eram poucos é verdade, já que a tropa invasora é formada em sua grande maioria por policiais de fora da área, mas os que puder reconhecer são frequentadores assíduos do morro, vira e mexe estão aqui para vender armas e até mesmo drogas que apreenderam em morros rivais, alguns eu vejo toda sexta-feira, pois é o dia que eles religiosamente comparecem ao morro para pegar a propina para que o baile funk possa rolar na paz. Eu sei disso tudo pois minha casa fica em uma área estratégica, posso dizer que moro numa linha imaginária do morro, pois a partir dali a polícia sabe que não pode subir, e desde que moro aqui poucas vezes vi eles passarem daquele local, a não ser em casos extremos, como quando morria algum repórter, e a mídia fazia pressão até encontrar o assassino, ou então agora, nessa guerra copeira e olímpica. E é por essas e outras que eu não consigo achar heroísmo nesses homens fardados que se dizem representantes do Estado, já que a maioria das armas que atualmente está sendo mostrada na TV como sendo apreendidas por eles não estaria aqui se os próprios não tivessem trazido e vendido para os próprios traficantes que agora estão caçando.

Às vezes a sociedade se pergunta quem financia todo esse caos, geralmente quem toma essa culpa é o viciado, mas eu sei bem quem é o verdadeiro financiador e quem sai lucrando com essa guerra.

Só que dessa vez está tudo diferente, os policias que antes eu via circulando no morro agora estão andando com policias federais, com militares do exército e marinha, não que eles sejam menos sujos, não que eles não fossem se vender diante de uma oferta tentadora de um traficante, mas eles não são daqui, e o momento é outro, agora o objetivo também é outro, antes eles vinham pra buscar dinheiro e fazer falsas apreensões para mostrar na TV que estavam trabalhando, e a população em sua maioria acreditava naquela cena toda, mas hoje não, hoje eles estão vindo para realmente fazer valer a presença do Estado (anos ausente), dá para perceber isso nos olhos dos soldados, dos policiais; se eu não fosse morador daqui até acreditaria que eles são realmente heróis, acho inclusive, que até eles estão se enganando achando que são heróis de alguma coisa, quando na verdade passam longe disso.

O fato deu estar criticando os policias não quer dizer que eu apóie os bandidos (estou me referindo aos traficantes), já que usar o termo bandido para discernir o policial do traficante pode ficar um tanto confuso, pelo menos para mim fica.

Criticar a polícia não consiste em um apoio ao tráfico, uma coisa não tem nada haver com a outra, já que para mim são dois imbecis lutando por nada, ou melhor, por interesses financeiros próprios que no final resulta em nada, só que por esse nada muito sangue escorre e muito inocente acaba morrendo. É a guerra do bandido X bandido, só que agora um bandido virou herói e o outro virou mais bandido ainda.

Quero estar vivo para ver esse morro realmente pacificado, pois polícia andando nas vielas e bandeira do Brasil fincada no alto do morro não quer dizer sinônimo de paz para mim. Quero estar vivo para ver o dia em que o Governo investirá pesado na educação, pois aí sim, as coisas poderão começar a mudar. Quero estar vivo para ver minha mãe poder vir dormir em casa todo dia sem se preocupar em ter que levar roupa para dormir no trabalho caso haja tiroteio no morro. Quero estar vivo para poder realmente apertar a mão de um policial e finalmente olhar dentro do olho dele e o ver como um verdadeiro e digno herói.

Por hora vou terminando este escrito, até porque a trilha sonora do horror voltou a tocar, e eu preciso me refugiar. A guerra de fato ainda não terminou, e está longe disso, sinto até pena dos que acham que agora a guerra terá realmente um fim.

Confesso que não estou com uma impressão boa, talvez por isso tenha resolvido escrever, pois apesar de estar no local mais seguro da casa, as balas estão cada vez mais ousadas, e não existe barreira para elas, talvez alguma me encontre hoje (aquela mesma que a mídia insiste em chamar de perdida), ou algum dia qualquer, sei lá; mas as minhas palavras permanecerão no papel, eternizadas enquanto o tempo não as destruir. Espero um dia poder abrir este papel para ler sobre um tempo não mais vivido, e poder finalmente escrever alegremente um texto de outro título. Esperarei ansiosamente pela chegada de meus verdadeiros heróis, e para eles terei o imenso prazer de escrever e dedicar a paz em primeira pessoa.

Rio de janeiro (purgatório da beleza e do caos) - 28/11/2010


Autor: Bruno Rico.

35 comentários:

  1. Poxa, que texto bombástico!

    Realmente é uma perspectiva mais que verdadeira... Parece que os policiais viram Tropa de Elite 3, de como poderiam ganhar mais fazendo milícia, e pensaram: Caralho! É mesmo! òtima idéia!!!

    ResponderExcluir
  2. Salve Edu !
    Sem palavras, para expressar o que estou sentindo agora, apos minha breve e pouco rapida leitura sobre o mesmo... PACIFICAR FAVELA haha É mole... afinal ali nao se encontram os VERDADEIROS BANDIDOS...

    QUERO VER PACIFICAR O CONGRESSO NACIONAL... Querido ai sim FUDEU DE VEZ !!!

    GRANDE Abraço para Bruno Rico (mesmo sem o conhecer...)

    ResponderExcluir
  3. Discordo do segundo cometarista. Por acaso você gostaria que pacificasse a Barra da Tijuca??
    Você chegou a ler que foram encontradas mais de 300 motos roubadas??
    Você acha que um lugar onde se econtram 300 motos roubadas é um lugar tranquilo???!!!
    Vá viver lá então, ah seu voto contou na última eleição!!

    Edu, valeu por mais uma reflexão!!

    ResponderExcluir
  4. Excelente post, esse! Mas acho que deverá haver grande cuidado com a tão esperada educação, porque educação do Estado (seja de que país for) significa lavagem cerebral.Cuidado!

    ResponderExcluir
  5. Lavagem cerebral é na educação particular, feita pros formadores de opinião. O foco é o mercado de trabalho, não a formação do ser humano. Já a educação pública, hah, essa, com raríssimas exceções, não merece nem o nome de educação. É uma tragédia, uma safadeza, um crime contra a humanidade.

    ResponderExcluir
  6. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  7. Parabens pela postagem! sensacional! o blog esta na minha barra de favoritos da internet!

    ResponderExcluir
  8. Muito bom o texto. Inclusive já encaminhei para alguns amigos meus.

    ResponderExcluir
  9. >> Daniele O <<

    Se informe melhor sobre o que voce esta dizendo, afinal, para voce OS VERDADEIROS BANDIDOS ESTAO AONDE ?????????????????????????????????????????

    ResponderExcluir
  10. Estão segurando os fios das marionetes políticas que fingem administrar a "coisa pública". Bem, há verdadeiros bandidos em todas as classes, o que varia é o estilo e o alcance do mal provocado. Eu me refiro aos maiores, cujos crimes alcançam milhões de vidas, por estarem encastelados e infiltrados na estrutura do Estado, impedindo-o de cumprir sua própria constituição.
    Daniele, não tenha dúvidas de que me informo. Não pra confirmar opiniões que me agradem, mas pra perceber o que realmente acontece por trás de tanta mentira nos meios de comunicação. Aliás, não defendo minhas opiniões, porque não gosto de nenhuma delas - pelo menos no que diz respeito à nossa sociedade injusta, covarde e suicida.
    Você pode discordar, que eu não vou ficar agressivo com você, não sou chegado a insultos.
    Trabalho com honestidade e franqueza suficientes pra estar tranqüilo diante dos que se enchem de fúria ao saber o que eu, simplesmente, penso, com base nas minhas experiências, observações, experimentações e análises. Não me pretendo o dono da verdade. Apenas me esforço por me aproximar dela.

    ResponderExcluir
  11. Obrigada Eduardo, vou postar lá no blog! Abraço Cynthia/ Desabafos Niteroienses

    ResponderExcluir
  12. Esse texto ta simplesmente fantástico.
    É um retrato descrito do que acontece todos os dias.

    Gostei mesmo, vou mais uma vez compartilhar um post desse blog fantástico.

    ResponderExcluir
  13. Ahá! o Estado deve ter gastado milhões nessa investida contra o tráfico, em contra partida deve ter se investido 0,00R$ em saúde, educação, etc para essa população...o enquanto se ignorar os problemas da sociedade carente e apenas ouvir apenas a mente dos mais abastados sempre haverá brecha para o crime...pq o crime sim é organizado...os governos são umas verdadeiras zonas!

    ResponderExcluir
  14. Bruno rico simplesmente d+!

    Parabens. Eduardo e Bruno

    ResponderExcluir
  15. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  16. Muito bom o texto, infelizmente é exatamente isso que está acontecendo, o mérito está indo para quem não merece, como de costume nesse país.. É uma luta de bandido contra bandido, a troco de nada, a troco da mídia prestigiar a polícia, que por acaso acabei de saber que tais policiais enquanto procuram drogas nas casas dos moradores da comunidade, também roubam as coisas! Show de bola, não ? rs Vou compartilhar esse texto no meu blog! Parabéns Eduardo e Bruno!!

    ResponderExcluir
  17. continue escrevendo. esse ponto de vista que tu relatas é algo que não temos acesso. É o lado encoberto pelo Estado e, inclusive, pela mídia. Parabéns pela iniciativa.
    E, não posso deixar de desejar, fé e esperança para ti. Não esqueças que não podemos perder nunca as esperanças, pois são elas que nos guiam nesse mundo de incertezas.
    Forte abraço. Força!

    ResponderExcluir
  18. Embora eu viva em terra mais traquilas pude sentir por um momento o que é estar no morro diante das bem escritas e detalhadas frases que aqui me deparei...

    Texto sensacional, realidade infeliz!

    ResponderExcluir
  19. Nossa meu Deus! Quem tá dentro sabe que é bem diferente, que as coisas não são como a midia diz, 'poucas' pessoas de fora sabem que não é como a midia e como os policias dizem. Sobre o assunto rs http://vouvivendoavidalevemente.blogspot.com/2010/11/stop-and-stare.html
    Beijo.

    ResponderExcluir
  20. O lance é desligar a TV e ir buscar as notícias na fonte. A mídia convencional só mostra que lhe é conveniente.

    ResponderExcluir
  21. Eduardo, obrigada por sua existência.

    ResponderExcluir
  22. O olhar de quem realmente está dentro do caos é totalmente oposto de quem está fora. É engraçado o quanto a mídia e a população enfatiza o trabalho dos policias e do governo. Quando ela deveria valorizar quem está dentro de tudo isso. Que são os moradores do morro. Esse artigo aí é fantástico. Se eu fosse editora de algum jornal, ou algo do tipo, com certeza publicaria. E com muito orgulho.

    ResponderExcluir
  23. Texto provocativo. Dois lados de uma mesma moeda. Na "cara" encontramos o sujeito que vive no morro, que não tem onde se apoiar, fica a margem do tráfico e da polícia. Na "coroa" o Estado, tentando "higienizar" o Rio de Janeiro para receber os gringos em mega eventos. É fácil dar a ordem pra invadir o morro, e sentar o dedo nos traficantes, quando vc não é um morador do espaço em conflito. Texto provocativo, mostra a ponta de um iceberg que se afunda em meio a corrupção e ganância humana.

    http://ztesis.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  24. otimo post esse

    realmente eu queria uma versão de quem MORA la dentro, porque o que a gente ve na televisão não é nada confiavel. Os policiais corruptos ao meu ver são um estrago tão grande quanto a ação dos traficantes. Tantas armas que eles tem a base da ignorancia e corrupção! e tudo isso por dinheiro. Um dinheiro sujo e indigno de se receber. Se os policiais fossem serios, se as politicas publicas aqui fossem seria nada disso estaria acontecendo.

    ResponderExcluir
  25. Até agora o que deu dinheiro para a elite foi o tráfico de drogas.
    Agora será a vez do investimento em "segurança".
    Mais tarde esse aparato policial será usado contra o cidadão comum.

    ResponderExcluir
  26. Ninguém ganha, numa guerra, todos perdem, estamos todos ligados. A realidade está nos números crescentes de demanda e consumo de droga, o resto é hipocrisia...

    ResponderExcluir
  27. Excelente texto, lúcido e corajoso. Poucas vozes têm dito coisas realmente importantes sobre a 'guerra' em curso. Outra dessas vozes é a do pesquisador Luis Eduardo Soares. Em muitos aspectos o Bruno diz a mesma coisa que ele.

    ResponderExcluir
  28. Aos caros amigos e em especial ao Junior.

    Nada é por acaso, e, estejam certos de que existem (muito) mais coisas entre o céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia e o que a NASA publica. Avançam suas "patinhas de gato" enquanto a "casa grande", com seus INTOCÁVEIS banqueiros, ganhando sempre, MILENARMENTE, de ambas as partes, da própria casa grande e das suas abjetas senzalas. Estão acima da lei, de qualquer uma lei que não lhes favoreça.

    Tudo muito bem arquitetado POR ELES e encoberto pela midiocracia de sua propriedade. Pesquisem mais e conectem os pontos...

    Nestes tempos de encobertos HAARPs, ULFs, ELFs, CHEMTRAILS, MONSANTOs e outras barbaridades dadas como "benfeitorias", muitos, certamente a grande maioria de nós, humanos, continua resistindo bravamente, ainda que, em grande parte, sem saber (AINDA) exatamente o que se nos acontece e prefira se anestesiar de todas as formas possíveis. Isso, por ressonância, pereniza A FORÇA QUE ELES, OS DOMINADORES, NÃO TEM.

    ELES SABEM ISSO, e nós não sabemos, e não sabendo aceitamos negar o que ELES chamam de conspiração... Quem conspira? Todos contra alguns ou ALGUNS contra todos?

    Nós é que os sustentamos 100% com a ressonância (coletiva) de nossa pouca fé ao não pedirmos nossa permanente limpeza sem expectativas DE (programas impostos milenarmente pelos escravistas) TUDO O QUE NOS AFASTA DE NOSSA DESDE SEMPRE INFINITA DIVINA PERFEIÇÃO.

    Psicopatas. O campo preferencial deles É A GUERRA, em todos os sentidos que pudermos imaginar para a palavra GUERRA.

    ELES NOS MANTÉM EM GUERRA CONTRA TUDO E CONTRA TODOS.
    E NÃO HÁ O QUE GUERREAR. NÃO HÁ O QUE COMBATER, NÃO HÁ O QUE COMBATER "LÁ FORA", fora de nós mesmos. Nós somos, cada um de nós que entrega a eles sua autonomia, por ressonância, os nossos verdadeiros carcereiros, TERRORISTAS e inimigos. E ELES SE DIVERTEM COM ISTO.

    Esse é o nosso maior desafio.

    Precisamo de uma severa faxina em nosso subconsciente. Deixar de vibrar a tudo o que os sustenta neste caótico programa "autorun" escravista de aceitação do que eles dizem ser mais verdadeiro (e melhor para o "nosso infantilismo") do que o que pensamos quando fora da MATRIX por eles doutrinada e imposta milenarmente.
    Este é o, ainda, invisível grilhão que nos infelicita.

    Não é muito fácil de VER e entender, mas... É simples assim. Somos espelhos ressonantes do que aceitamos como verdade...
    E a verdade é que somos infinitas pacíficas energias criadoras presas na crença da "lisura e boas intenções" dessa belicosa matrix escravista refletindo o que eles querem que sejamos e não o que de fato somos.

    Escolha libertar-se desses programas, a escolha é sempre individualmente... Assuma 100% dessa responsabilidade e ao final a CASA GRANDE ESCRAVISTA CAI SEM DISPARAMOS UM ÚNICO TIRO. Dias muito melhores com a paz que Junior e todos nós desejamos estão a caminho.
    Sou grato.

    ResponderExcluir
  29. Tenho que parabenizar pelo blog e os pensamentos postos aqui.
    É incrível e deprimente o conceito de herói que é divulgado hoje.
    O herói é aquele que depois de fomentar toda a sujeira vai varrer para debaixo do tapete, e que trava uma verdadeira guerra de agressões, jogando bomba naqueles que tem como função educar, e que são responsáveis pelo futuro deste Estado.
    Mais uma vez parabéns pelo blog.

    ResponderExcluir
  30. Texto é polêmico, inteligente e muito bem elaborado.

    De Parabéns.

    ResponderExcluir
  31. Eduardo, desde o vídeo postado no Youtube que me tornei seu fã. Parabéns!

    Gostaria, também, de comentar a foto apensada ao texto. De fato, ela me lembra demais a música do Chico Buarque "Acorda Amor". Nela, o Chico trabalha justamente essa ideia/estereotipo de o Estado dizer que os bandidos estão na favela.

    Ele conta que um homem e sua esposa dormiam calmamente em seu barracão, quando o primeiro ouve um barulho, olha pela porta do barraco e vê os policiais. Daí, aflito, acorda sua esposa: "chame o ladrão, chame ladrão".

    ResponderExcluir
  32. Parabéns ao autor Bruno Rico pelo texto bem escrito, repleto de verdade. Realmente policiais andando pelas ruelas e bandeira do Brasil fincada no alto do morro não são sinônimo de paz, pelo contrário.

    A "Ordem e Progresso" estampada no pano tremulante já nos dá a dica. Tal inscrição era um lema positivista que propagava a necessidade de uma ordenação forçada para se atingir um avanço (progresso).

    Na realidade, a verdadeira ordem (harmonia) é fruto de uma justiça social, ao contrário do que diziam os positivistas que criaram a bandeira brasileira e os milicos, de ontem e hoje, que a ostentam.

    Aliás, o símbolo da PM fluminense também é bastante retrógrado: duas armas cruzadas, com uma coroa em cima, envoltas por uma cana e um ramo de café - o Estado defendendo os grandes proprietários. Na época em que a então chamada Guarda Real da Polícia foi criada, sua função principal era caçar escravos fugidos. Na atualidade, será que muita coisa mudou em relação aos objetivos que tinha naquele tempo?

    (www.expressaoliberta.blogspot.com)

    ResponderExcluir
  33. o morador do alemão é um machado de assis, considerando que ele mora num morro, ta muito bem escrito.

    Eu não sei quem é mais ingenuo, uma senhora que apóia a policia subindo o morro pela tv, ou aqueles que criam teorias forçadas em uma situação complicada como o nosso mundo.

    ResponderExcluir
  34. É, realmente interessante! O mais interessante é que ninguem comenta benfeitorias da polícia ( seja ela qual for), dos políticos e nem dos demais ramos do funcionalismo público.
    sobre modo, o policial antes de mais nada é um cidadão,igual a cada um de vocês, não me recordo do dia em que uma nave espacial veio de marte e tenha trago consigo integrantes da polícia.
    Creio que ao invés de começar uma gama de assuntos "socio-histórico", deve-se comentar que em 2006 faziam aproximadamente 25 anos que havia défcit de verba na policia militar, onde muitas vezes o polícial tinha que tirar dinheiro do bolso para poder abastecer a viatura para que pudesse trabalhar, ou seja forçaram a polícia a "se virar", e ela conseguiu dar um bom "jeitinho". Sem mais ladainhas, creio que o cenário da polícia do rio só vai mudar com uma excelente política administrativa, onde valorize o polícial, e o puna de forma exemplar quando desviar a conduta.
    Não gosto de polícial, pelos mesmos motivos que cada cidadão não gosta, mas todos hão de convir que, sem sociedade safada não há polícia corrupta.

    ResponderExcluir

observar e absorver

Aqui procuramos causar reflexão.