Fui procurado por Fabiana
Moraes, jornalista do Intercept, pra responder a umas perguntas por conta de um
artigo a ser escrito por ela e publicado uns três dias depois. Eu estava em
Niterói, tinha vindo com o pretexto de tomar uma vacina anti-covid, que foi
suspensa porque acabou, buscar material de trabalho, imprimir o mais que
pudesse – a mesa de impressão é muito pesada, na área onde estou ainda não
tenho espaço nem condições pra levar. Vou levando aos poucos, conforme o
caminhar das coisas. Mas voltando ao assunto, disse a ela da minha correria, na
noite seguinte partiria pela Dutra e iria respondendo por áudio. E a correria
continuou, separando ferramentas pra levar, papéis, telas, roupas, arrumando
tudo, até a noite seguinte. A saída foi uma e meia da manhã, chovia muito e a
estrada exigia toda a atenção, ou seja, não deu pra responder. Chegamos
amanhecendo o dia, eu estava bem cansado, tanto que não consegui dormir até
umas nove da manhã. Caí das nove às quatro da tarde, acordei meio zonzo, o
braço inchado – ah, não falei que eu tive uns bernes no braço, tirei com babosa
e tava tratando, quando peguei um sabonete medicinal e uma pomada com base de
própolis que tinham, sem que eu soubesse, um componente que tem me dado uma
reação violenta, me incha a cara e várias partes do corpo, dá uma coceira enorme.
Por ser um componente mínimo no total, a reação não foi tão violenta, mas
estendeu em muito o tratamento, que até se tornou meio cotidiano. Quando
acordei, não tava nada bem. E por um tempinho, esqueci completamente das
perguntas, ocupado em tratar – chá de gengibre, alho cru e mastigado, babosa no
braço, chá de sempre-viva (que muitos chamam de “penicilina”), cabeça pesada,
um sono danado, dormi. Quando acordei, já ia longe o último prazo que eu tinha
pra mandar as respostas, eu tinha me desculpado com ela por não ter gravado na
Dutra e ela me disse que se eu mandasse pelo menos uma resposta até o dia
seguinte antes de meio-dia, daria pro artigo. Mas não deu, não pude, não tava
bem, foi muito em cima e num momento difícil mesmo pra dispor um tempinho de
cabeça fria pra concatenar as idéias. De qualquer forma, o artigo saiu, eu li
hoje e... puxa vida. Muita desinformação e distorção. Fui misturado à direita e
a “gurus”, me colocaram opiniões que não são minhas, distorções não sei se
intencionais ou não, mas distorções. Como é um artigo do intercept, que
respeito desde as revelações da vaza-jato – inclusive comprei o livro – resolvi
fazer um apanhado no que foi publicado a meu respeito e manifestar minha opinião,
sem querer ofender ninguém, só tentando esclarecer. Trouxe aqui apenas a parte
que me diz respeito, entre aspas.
“A mão pesada da digitalização
vai capturar, vejam só, mesmo aquelas e aqueles que, em nome do juízo e da
espiritualidade, procuram se manter “fora” da internet. É o caso do artista e
palestrante Eduardo Marinho, que possui uma significativa base de fãs e
seguidores nas plataformas: um de seus perfis no Instagram, o
@eduardomarinho.viacelestina (mantido por um apoiador), conta hoje com 386 mil
seguidores, enquanto o documentário “Observar e Aprender” (2016) tem mais de 3,3
milhões de visualizações no YouTube.”
Primeiro, não procuro me manter
“fora” da internet, já que tenho páginas no feice – uma pessoal e duas
fanpeiges – e um canal no youtube, aberto por mim no ano passado, de tanto ouvi
pessoas comentando sobre “meus vídeos”, sem que eu mesmo tivesse feito nenhum.
Eram todos feitos por pessoas ou coletivos que postavam em seus próprios
canais. O primeiro computador me foi dado, sob a alegação de que eu “precisava”,
e ficou desligado um tempão – pensando “não sei mexer nisso, posso estragar, se
quebrar não tenho grana pra consertar, então deixa aí”. Mas logo amigos do meu
filho me ensinaram a ligar pra ver o gúgol, depois abri um endereço eletrônico
e comecei a me corresponder, encontrar pessoas que tinham passado pela minha
vida e sumido, contente da vida. Então conheci Márcia, ativista social, que me
intimou com o dedo na cara, “tu tem a obrigação de escrever tudo isso que fala”.
E abriu um blogue, o observareabsorver.blogspot.com. Isso tudo por conta de um
vídeo gravado comigo enquanto eu expunha meu trabalho na rua, no bairro de
Santa Teresa, no Rio. Havia trinta anos que vivia do meu trabalho, sempre
vendendo nas ruas, nos bares, nas praças, em frente a escolas, e estava
satisfeito, um trampo que provocava reflexão, questionamento, conversas
produtivas, enfim, tava satisfeito. Mas a internet caiu na minha cabeça sem eu
chamar e, quando vi, estavam me reconhecendo por aí, de vez em quando.
O instagram Via Celestina foi
aberto e administrado sempre pelo Hare Brasil – que foi quem Fabiana procurou
pra me contactar. Já nas filmagens do primeiro filme, Via Celestina, ele
tentava me convencer a abrir um instagram e eu recusava. Já tinha ocupação
demais com internet e precisava trabalhar pra me manter, porque nunca aceitei publicidade
nas minhas coisas, nada meu é “monetizado”, ou seja, não banca minha vida e
minhas despesas. Meu trabalho é exclusivamente manual e precisa de tempo pra
ser feito. Como o Hare percebeu que eu não iria abrir instagram nenhum, sugeriu
ele mesmo abrir, pra divulgação do filme. Tanto que Via Celestina está no
título. Nunca fiz uma postagem, nem controlei, o Hare sempre fez o que quis.
Lembro de uma única postagem que vi e discordei, pedi pra tirar e ele tirou.
Nem lembro o que era. Depois disso, pouco vi a mais, ficou por conta dele.
Quando fazíamos já a viagem do segundo filme, Transição, ele usou o insta pra
várias coisa, inclusive “ao vivos” pra arrecadar grana, pois a viagem foi
interrompida pela pandemia e ficamos seis meses em Cavalcante, na chapada. Ali
ele me pediu pra “autenticar” o insta, pras pessoas verem que era eu mesmo por
trás daquela página. Passei dados pessoais e o sinal verde foi concedido. Assim
foi terminado o filme, a covid começou a chegar por lá e resolvemos voltar.
O Hare foi pra Santa Catarina,
trabalhar com música, que é mais o que ele quer na vida. O que tínhamos pra
fazer, havia sido feito e não foi pouca coisa. O instagram ficou “autenticado”,
cheguei a falar com ele pra “desautenticar”, mas parecia impossível, teria que
apagar a página segundo ele, eu podia pedir outra autenticação pra página que
minha filha tava abrindo pra mim, mais próxima, e não se desautenticou. Senti
um desconforto, afinal foram dados pessoais que passei pra a empresa lá colocar
um sinal “autenticando”. Mas como não teve jeito, não disse mais nada. Cada um
tomou seu rumo e sua vida pra cuidar. Eu vim pra uma terra que uma filha minha,
depois de viver no exterior, trabalhar em navios de cruzeiro e se estabelecer
de volta no Brasil, comprou mas nunca ocupou. Nem cerca tem por aqui, estou
começando do começo, já que não dá pra expor e aglomerar, que era do que eu
vivia.
O documentário Observar e
Absorver – citado no artigo – foi feito em 2015, por Carlos Marques Júnior, o
Júnior SQL, no embalo de uma série de vídeos que eram feitos comigo, na rua
mesmo, por diversas pessoas. E antes tive participação em outro, pouco
conhecido, “Escafandristas – cifrões, padrões e exceções”, de Victor Belart, um
média metragem que acho valer a pena assistir, tem utilidade coletiva.
“Marinho vem há décadas
circulando pelo país e falando, seja nas ruas, nos bares ou em auditórios,
sobre desigualdade social, a crueldade de nossa elite política e econômica, os
resultados desastrosos de uma sociedade que fomenta e privilegia a competição.
São críticas extremamente necessárias e também bem comuns no campo da esquerda.
Articuladas em nítida separação da esfera política e centradas na ação
individual, no entanto, elas vão se encontrar com o discurso perpetrado
por bolsonaristas e afins: se no fim, “é tudo ladrão”, vamos quase todos em
busca de um Messias. E estamos sentindo na pele que essa estratégia não dá
certo.”
“Circulando pelo país” é tão
genérico, superficial, não dá a menor idéia da história. Depois de anos na
estrada, já com uma filha pequena, fazendo brincos, pulseiras, colares, sapatos
de criança, bolsas, pão integral de vários tipos, cheguei em Salvador sentindo
necessidade de colocar no meu trabalho o que me engasgava na realidade que eu
estava vendo. De colocar o que eu sentia, o que eu pensava, pra expor ao mundo
e viver disso. Não eram “críticas”, embora haja espaço pra essa interpretação,
não era isso o que eu sentia. Era o que eu via, o que eu sentia, o que eu
pensava diante do mundo, usando também pensamentos de outros que dissessem o
que eu pretendia que fosse visto no meu trabalho. Esse papo de “é tudo ladrão”
nunca saiu da minha boca, minha visão sobre a política institucional é algo
mais profunda que isso. O que vejo é o esmagamento do poder econômico-financeiro
determinando políticas ditas “públicas”, é o Estado como um Robin Hood ao
contrário, permanentemente roubando a maioria mais pobre pra dar a podres de
ricos já privilegiados demais diante da miséria. Que existem pessoas bem
intencionadas, honestas e conscientes lá dentro, é óbvio. Exceções há em
qualquer coletividade. E há serviço em toda parte, não vejo a política exclusivamente
partidária, que me parece mais um teatro macabro de marionetes, dominado dos
bastidores com o apoio total da mídia.
Meu trabalho é político, onde
há qualquer comunidade há política, onde há polis, há política. Essa indução de
que só há política nos partidos é apenas uma a mais, validando a estrutura
dominada, como se vê, como se estampa com a existência permanente da miséria,
do abandono, da sabotagem da educação, dos crimes constitucionais cometidos
pelo Estado contra a população desde o império, desde a colônia, desde que
chegaram por aqui os europeus. Esperando um “Messias”? Aí eu desconfio que a
Fabiana não me viu mesmo falando, sempre rechaçando essa história de guru,
várias vezes afirmando que não sirvo de exemplo pra ninguém, sempre deixando
claro que o olhar de admiração não me aumenta em nada, do mesmo jeito que o
desprezo que encarei por trinta anos não me diminuía em nada, eu sabia bem que
não tinha sinais sociais de respeito, artista de rua, mangueador e pobre – o desprezo
partia de mentalidades bem conhecidas, induzidas, condicionadas a respeitar a
propriedade, não a pessoa. Não tinha porque me abalar.
“Várias falas de Marinho
apontam para isso: ele sugere sempre que a solução dos problemas não está no
sistema político (“podre”), critica a medicina (“é patrocinada pelos
laboratórios”, diz no documentário citado), critica o pensamento intelectual
(“teórico não gosta de ir para a rua”, no mesmo doc). Assim, joga fora não só a
água suja da banheira, mas também o bebê dentro dela, contribuindo para o
discurso anti-universidade e anti-ciência que, por exemplo, foi propalado pelo
infelizmente inesquecível ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub.”
Eu não sugiro “solução dos
problemas” nenhuma, não tenho um plano infalível pra derrubar o capitalismo.
Não digo que o sistema político é podre – mais uma generalização e uma
atribuição falsa – digo que a estrutura social é injusta, perversa, covarde e
suicida. E que a política partidária é uma encenação safada, onde as minorias
privilegiadas têm amplo acesso aos poderes e a população é amplamente enganada,
excluída e sabotada. Não vejo solução nem saída, vejo um caminho sendo seguido
pela humanidade há milênios, vejo mutação permanente em tudo, nascemos num
processo de mutação e morremos nele, temos umas décadas pra participar desse
processo multimilenar que não começa quando nascemos e não termina quando
morremos.
A medicina e seus cursos são
infiltrados por laboratórios e pela indústria da medicina, é minha opinião
mesmo. Daí o modelo de medicina lucrativa, que não se interessa por saúde - não dá grana -, que despreza a medicina preventiva - pois é a doença que dá lucro. E
não só a medicina que está dominada, a academia, como centro de produção de
conhecimento, não seria deixada de fora do controle social pelos parasitas
sociais. Daí a gente ver tanta arrogância, tanto afastamento da população,
tanta disputa de egos, tanta fragilidade social. O que vale são as exceções
acadêmicas, e eu conheço muitas, em geral discriminadas, ironizadas, às vezes
perseguidas e excluídas.
Ainda na minha opinião, o
conhecimento é restrito a uma “elite intelectual” minoritária, que são os que
vão comandar, administrar, supervisionar a massa roubada em seus direitos,
construída pra ser mão-de-obra barata, profissionais de baixa qualificação,
gente explorável, enganável, conduzível pelo massacre midiático, publicitário e
ideológico. O acesso dos periféricos, dos sabotados, roubados no seu direito
constitucional ao ensino pleno, é fundamento pra se pensar em harmonia social
no futuro.
Abaixo a moça continua me
atribuindo equívocos, pra dizer o mínimo. Eu fragilizar a universidade? De onde
vem isso? “Simplesmente implodi-la”? Eu queria que a universidade se abrisse a
todos os que quisessem, em vez de formar “elites”, inflando egos e egoísmos,
orgulhos e vaidades. Queria que ela se abrisse geral, que conscientizasse os “formandos”
da responsabilidade social de quem acessa direitos negados à maioria. As
afirmações da jornalista estão longe da minha realidade. E ainda me liga a esse
presidente aí... fico imaginando se é dificuldade de interpretação, ignorância
ou má-fé.
“Assim, Marinho também
fragiliza a universidade, que pode ser um caminho para amenizar a desigualdade
social que ele critica (como professora de uma no interior de Pernambuco, vejo
esse fenômeno acontecer constantemente). Também não aponta que uma maior
participação de grupos que estiveram historicamente afastados da política
institucional – mulheres, pessoas negras, pessoas indígenas, pessoas
transsexuais, etc – seja uma das formas de modificá-la por dentro, em vez de
simplesmente implodi-la. Foi esse sentimento de destruição que, no fim, nos
trouxe Bolsonaro, e não há fractal, chá de hibisco, cordel ou jejum detox que
neguem isso.
A romantização da pobreza e o
elitismo também são marcas das celebradas falas de Marinho. Em uma aparição no
programa Pânico, da Jovem Pan (forte apoiadora do presidente Bolsonaro), ele discorre
sobre sua experiência de abandonar a classe média para viver nas ruas. “Eu
queria não ter nada. Eu queria me aproximar dos pobres e não conseguia. Deles,
eu só via olhar de igualdade quando estava com aspecto mendigo também”, diz em
um trecho.”
Quem marcou a entrevista na
Jovem Pan foi o Hare, eu só tomei consciência de onde estava quando cheguei no
estúdio – até na portaria a kombi foi barrada, até os caras da rádio mandarem
liberar. E contrastou demais com os carros na garagem. As falas estão
deslocadas aí, cada uma tem um contexto diferente. Tô achando que a intenção da
mina era me difamar mesmo. Ela é quem deve saber dos seus motivos, porque eu
ignoro. E também não me importa, porque difamação já tive bem piores, mais
profundas e doloridas. Mas quando leio que “a romantização da pobreza e o
elitismo também são marcas” das minhas “celebradas” falas, percebo uma
distorção completa e um talvez motivo pra toda essa distorção do que sou, faço
ou quero. “Celebradas” demonstra um incômodo com a receptividade do que digo há
quarenta anos, trinta sob desprezo e dez sob admiração exagerada. Pra mim, é
óbvio tudo o que falo, tá na cara de quem quiser ver – muito embora poucos
queiram de verdade.
“Em uma animação baseada em uma
palestra do artista, publicada em dezembro de 2019 no perfil
@eduardomarinho.viacelestina, ele explica que a pobreza (“estas pessoas”, como
o artista se refere), por falta de acesso a uma melhor educação, tem
“bloqueada” a capacidade da racionalidade. No lugar desta, a população de menor
renda tem desenvolvida a sua “intuição”. Aqui, o homem que abandonou uma vida
de conforto para construir uma existência na pobreza anti-sistema fomenta uma
clássica hierarquização na qual pessoas pobres – e também mulheres – são
conduzidas não também por suas capacidades racionais, mas pela emoção. Esse é
um argumento classista, machista e racista já visto no discurso de nomes como
Paulo Guedes, para quem filho de empregada doméstica e de porteiro não devia
entrar na universidade. No artigo “A emoção é negra, a razão é helênica?”, o
pesquisador Deivison Faustino analisa justamente essa questão pelo viés racial.”
Intuição no lugar da razão?
Mais um disparate. Não há como acontecer, são complementares, sentimento e
razão. O que disse é que, como quando se perde um sentido os outros se
desenvolvem, a sabotagem institucional do desenvolvimento racional, através de
uma educação que merecesse o nome, acaba causando o desenvolvimento intuitivo,
que foi o que mais admirei nos de baixo, além da força interna descomunal pra
encarar dificuldades materiais imensas e cotidianas.
“A questão é que o charme e o
apelo de ser contra-tudo-que-está aí não nos oferecem alternativas palpáveis de
ação e, sem elas, continua tudo-o-que-está-aí. A maioria da população
brasileira, que vive na pobreza, gostaria de ter à mão alguns “confortos”
possíveis à classe média brasileira da qual Marinho preferiu sair – e não estou
falando aqui de carros, geladeiras e processadores, mas de saneamento básico,
saúde e segurança, por exemplo.”
Mais uma vez a Fabiana me
coloca como um idiota, atrás de “charme” com o “apelo de ser
contra-tudo-que-está-aí”. Totalmente fora da realidade. Não fosse pelo
intercept, nem responderia nada, só desprezaria esse texto como inútil. Mas é
mais que inútil, é mal intencionado, é mau caráter, afirma a meu respeito
desqualificações que não correspondem à realidade, tenta me ligar à essa figura
nefasta que ocupa a presidência da república, força a barra de aproximar meu
pensamento da mentalidade rasa, ignorante e agressiva dos seus seguidores e
apoiadores. Faltou honestidade, sobrou distorção e veneno.
Só pra encerrar, reafirmo. Não
tenho e nunca tive intenções de visibilidade – o que aconteceu não foi por
iniciativa minha, eu só estava sendo o que sou quando vieram câmeras e fizeram
vídeos. Depois foram os convites pra palestras – que eu até estranhei, “ué, não
tenho nenhuma qualificação acadêmica, que que cês querem comigo?” perguntei
logo na primeira chamada. Não ganho grana com vídeos, não procuro seguidores,
não faço “turbinamentos”, não me preocupo com essas coisas, não sou um “youtuber”
como tantos por aí, ninguém me viu pedindo likes, curtidas, sininhos e sei lá o
quê mais. Vivo do meu trabalho manual há quarenta anos e continuo vivendo, é
minha fonte de renda. Não estou me comunicando por interesse, mas por espírito
de serviço coletivo. A única coisa que ganho é a satisfação de ver pessoas
dando proveito. Não estou preocupado em agradar ninguém nem de manter “seguidores”
em lugar nenhum. Nem essa palavra me agrada.
Se me pedirem, publico as
perguntas que a Fabiana Moraes me enviou, com as devidas respostas. Eu ia
mandar pra ela mas, depois que li o artigo, desisti. Não vale a pena. Acho que
ela não percebe que tá me dando um cartaz de graça, com essa difamaçãozinha.
Seria melhor me ignorar, irmãzinha, afinal eu sou só um artista de rua, sem
qualificação nenhuma, olhando o mundo e dizendo o que tá vendo. Sem referências
de ícone revolucionário europeu-acadêmico, só no atrevimento da inguinorança.
Link do artigo completo - https://theintercept.com/2021/05/04/entre-cloroquina-namaste-conheca-direita-gratiluz/