domingo, 30 de junho de 2019

Aviso a comentantes e opinantes



Em caso de ignorância na opinião, não mando se informar melhor, focalizar e pesquisar o assunto. Não digo nada, embora o meu pensamento e desejo seja exatamente esse. Porque a recepção costuma ser ruim, na maioria das vezes, defensiva, às vezes agressiva, a interpretação mais comum é de afronta, ofensa, desprezo e não a sugestão simples que é, apenas pra cobrir as próprias ignorâncias da realidade no opinar. É uma solidariedade, mas percebida, muitas vezes, da forma “socialmente” programada, como estopim de confronto. Por isso, no geral das vezes, é melhor calar. Não tenho tempo a perder com discussões improdutivas, que não me despertam, não trazem nenhum proveito, no final das contas, e que muito frequentemente acabam em brigas e ressentimentos, rompimentos, afastamentos e destruição, literalmente. Quando há tranquilidade, interesse verdadeiro, possibilidade de proveito, a conversa flui, as coisas acontecem, as sintonias aparecem. E naturalmente os proveitos se dão.

É preciso perceber as conveniências do falar ou calar e questionar qual o proveito ou prejuízo nessa escolha. O estímulo social ao conflito, à disputa é estratégico, porque dispersa o assunto em discórdias pessoais ou ideológicas e cria barreiras pra entendimentos em outras ocasiões. Além do mais, cada um tem seu caminho, suas vivências a viver, seus plantios e suas colheitas, assim como eu mesmo. Quem eu penso que sou pra escolher por outros? Com os demais, sempre que posso, me comporto como gostaria que se comportassem comigo.

Na minha área pessoal está o espaço onde minhas opiniões, opções e escolhas podem e devem tomar decisões, com efeitos imediatos. Aí, e só aí, eu tenho poder de interferência. Se houver um proveito coletivo das minhas escolhas, percepções, pensamentos, sentimentos e opiniões – que expresso, por extensão, no meu trabalho –, esse proveito não será por decisão pessoal arrogante e pretensiosa, cheio de sentimentos de superioridade que cegam e afastam a gente. Estes sentimentos impedem percepções, aprendizados e melhorias que só a humildade pode proporcionar. Se houver proveito, será como conseqüência da observação do mundo, conseqüência da própria receptividade, da busca permanente que move as consciências, as que vão se apurando no caminho da compreensão das coisas, caminho sem fim pelo menos à vista.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Sofrimento coletivo e anunciado - quanto mais embaixo, pior


Os poderes sociais revelam psicopatia geral. Ignoram-se as advertências, escondem-se as evidências, campanhas mentirosas enganam o público, a produção de miséria, criminalidade, escravidão, exploração extrema é permanente. Mantém-se longe do centro das atenções e importância o ser humano em si, a prioridade fundamental da miséria, da ignorância, da desinformação, da formação de seres humanos lúcidos, capazes de entender e decidir com a coletividade a solução dos problemas é cuidadosamente afastada, esses problemas são a base de existência dos privilégios de um punhado. Um punhado de podres de ricos psicopáticos, não só indiferentes ao sofrimento que causam, mas interessados em manter esse funcionamento anti-social da sociedade, criminoso contra as populações, sobretudo periféricas, excluídas dos seus direitos humanos.

As próximas gerações terão de tratar com as conseqüências, em meio ao sofrimento anunciado que fará parte da caminhada planetária, essa é a mutação permanente em que vivemos por poucas décadas cada um, num caminho coletivo que se perde nos tempos, tanto pra trás quanto pra frente. Imagino o quanto estará mudado daqui a cem, duzentos, quinhentos anos. O hoje será uma fumacinha no tempo, digno de calafrios nos historiadores. Mas passará, como tudo passa no tempo. O agora é a nossa participação nisso tudo.

Os endinheirados terão como se cuidar, ao menos de início. A maioria mais pobre, não. Quanto mais pobre, piores as condições, maior o sofrimento e mais profundas as conseqüências. Não se espere que se morra asi, no más. As reações virão em violência, em criminalidade, em revolta, em crueldade. São muitos e muitos milhões nestas condições.

Os poderes deixarão de ser poderes quando a multidão se desinteressar das instituições, não for mais lá, abandonando empregos e se juntando pra trabalhar e resolver seus problemas da melhor forma, em cooperação plena. O tempo mostrará como se farão as coisas. Os anúncios são terríveis. As soluções serão inevitáveis - e passam longe das instituições. Elas estão no meio de nós. Somos uma família que ainda não se reconheceu como família. Questão de tempo. E peleja. Tamo caminhando. O que vier, tem que encarar.


O planeta está a caminho do “apartheid climático”, adverte a ONU

Compartir


As empresas privadas devem ter um rol fundamental na luta contra as mudanças climáticas que o mundo enfrenta, mas não se pode confiar nelas para cuidarem dos mais pobres, segundo um informe apresentado no Conselho de Direitos Humanos da ONU, por Philip Alston, relator especial dessa organização sobre pobreza extrema.
A reportagem, publicada na última terça-feira, afirma que o planeta se dirige ao “apartheid climático”, onde os mais ricos podem se permitir maneiras de evitar a influência da crise climática, enquanto os pobres não podem e são os mais afetados.
Uma dependência excessiva do setor privado” – assinala o relator especial da ONU – “poderia conduzir a um cenário de apartheid climático em que os ricos pagariam para escapar do aquecimento global, da fome e dos conflitos, enquanto que o resto do mundo sofreria”.
Alston também afirma que confiar só neste setor para se proteger das futuras condições climáticas extremas e do aumento do nível do mar “quase garantiria violações massivas dos direitos humanos, com os ricos atendidos e os mais pobres abandonados”.
Inclusive no melhor dos casos, centenas de milhões enfrentarão a insegurança alimentar, a migração forçada, as doenças e a morte”, ele diz.
O especialista comenta o caso dos novaiorquinos que ficaram sem eletricidade nem atenção sanitária durante o furacão Sandy, em 2012, enquanto a sede do Goldmar Sachs – grupo banqueiro de investimentos e valores – funcionava com eletricidade do seu gerador e estava guarnecido por milhares de sacos de areia.
Trinta anos de convenções sobre o clima parecem ter sido pouco, nesse lapso “a linguagem tem sido notavelmente similar, à medida em que os Estados continuam caindo”.
Neste sentido, o informe critica os governos por fazer pouco mais que enviar funcionários a conferências para fazer “discursos”, apesar de cientistas e ativistas do clima estarem dando voz de alarme desce a década de 1970.
Alson condena as tentativas de Donald Trump de silenciar as afirma
ções da ciência a respeito do câmbio climático e critica Jair Bolsonaro por suas promessas de abrir a selva amazônica para as empresas mineradoras.
O especialista da ONU ressalta também acontecimentos positivos, como os casos legais contra companhias de combustíveis fósseis – petroleiras –, o ativismo de Greta Thunberg, as greves escolares e o movimento britânico Extinction Rebellion.
Para Alston, a resolução mais recente do Conselho de Direitos Humanos sobre a crise climática não reconheceu que o desfrute dos direitos humanos por um grande grupo de pessoas está gravemente ameaçado e que, se o objetivo é evitar uma catástrofe climática, é necessária e urgente uma profunda transformação econômica e social.
(Con información de Reuters y The Guardian)

Tradução – Eduardo Marinho


observar e absorver

Aqui procuramos causar reflexão.