Chegando em Floripa, a primeira parada foi na tv Floripa, uma emissora nada comercial, alternativa, fora do padrão - não fosse assim e acredito que jamais eu seria entrevistado com tanta liberdade. Juliana, que me encontrou no aeroporto, me passou ao Guido, um arquiteto que dá pinta de mau humorado, quando discorda de alguma coisa, mas que tem um coração do tamanho dele mesmo, que me levou à tv Floripa, pra essa entrevista aí. Eu não sabia, nem esperava. Mas foi como uma recepção de boas vindas a Florianópolis. Como sempre, foi no improviso. O Sílvio tem o pique, não tinha pauta nem nada, foi levando na criatividade e na percepção. Num clima fantástico de humanidade e descontração, em alguns minutos começamos a gravar. O que vi de problema foi o pouco tempo, característica desse tipo de comunicação. Televisão tem sempre o tempo contado, tudo programado, alguns minutos de excesso, além do previsto, e atrapalha toda a programação. Tanta coisa pra dizer, tanto assunto pra tratar, acabei atrasando o Sílvio em alguns poucos minutos, na minha compulsão palavrória. E ele foi tolerante, sereno e não reclamou. Assisti depois e gostaria de ter acrescentado muitas coisas, colocado melhor tantas outras, mas o improviso é isso, sai do jeito que vem. Que tevê maneira essa, gostei muito do ambiente, da freqüência, do clima humano e ligado.
A palestra na UFSC foi gravada por uma figuraça com quem não pude conversar porque ele foi embora antes do final, tinha um compromisso e não previu a extensa duração - em volta de três horas -, mas cuja vibração me era muito simpática. Falei um pouco e depois as pessoas participaram, com perguntas, colocações, opiniões, abordagens de vários assuntos, isso faz o papo seguir sem previsão de final, a Juliana foi quem teve que dar por encerrado, ela foi quem tratou o auditório com a administração e sabia das limitações. Pela expressão dela, quando expôs a necessidade de finalizar, já havia extrapolado em muito o tempo previsto, ou combinado com os burocra da universidade - e já tinha sido um sufoco pra arrumar, doze assinaturas, professores, departamentos, a burrocracia planejada pra dificultar ao máximo a autonomia das pessoas em usar os aparelhos que deveriam ser e carregam o nome de públicos. A Ju imagina que em dez a quinze dias o cara edita - comé mesmo o nome dele, Ju? - e aí ela manda. E eu publico na seqüência, aqui nesta mesma postagem.
Bueno, em 27 de agosto, Juliana manda sua arrumação do que foi feito com a câmera cinematográfica do João e o que ela gravou na câmera fotográfica, depois de acabar o filme. Enorme.