quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Rafael Correa por Julian Assange - os poderes por trás dos "poderes", as informações por trás das "informações"

Julian Assange é pioneiro do Wikileaks, o saite que leva a público as tramas dos intestinos dessa realidade que vivemos, documentos, telegramas, comunicações escondidas, envolvendo crimes contra soberanias, populações, governos, traições, mentiras dos meios de comunicação de massa, campanhas mentirosas, etc. Há uma publicação a respeito dele neste blogue. Provavelmente mais de uma.

Obviamente é perseguido sob qualquer pretexto para que se cale. Está refugiado na embaixada do Equador, em Londres, cercado pela polícia londrina, que ameaçou mas não se atreveu a invadir a representação.

Ele mantém um programa de entrevistas e, neste, entrevistou Rafael Correa.

Rafael dá um espetáculo de clareza e concisão. Tem espírito o cara.

Começa falando das relações com os Estados Unidos, explica depois a expulsão da embaixadora, coisa escondida por nossa mídia que tratou o assunto como uma loucura ou tirania do governo do Equador - não assisti, apenas suponho.

Explica também aquele movimento policial que chegou a fazê-lo refém por uns momentos. A infiltração da CIA nas forças de segurança é impressionante, embora não surpreendente. É prática cotidiana nas atribuições que esta agência se dá, ao violar soberanias no interesse das empresas que comandam seus governos. Sua existência é conhecida, reconhecida, denunciada, desmascarada inúmeras vezes na história mundial. Não há país latinoamericano que tenha escapado disso.  E nenhum se livrou por completo, apesar de vermos processos avançados, sempre malditos pelas mídias privadas do mundo inteiro - Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua e alguns países caribenhos formam a ALBA, alternativa de união para mútuo apoio e criação de independência econômica e política das imposições de sacrifícios às populações para benefício do punhado mais rico, acostumado a fazer e desfazer, de acordo com seus interesses, o que bem entendem com as sociedades.

Rafael Correa comenta o assunto crucial que tenho levantado. Acredito ser determinante, neste estado de barbárie, a atuação da mídia, das comunicações controladas por interesses econômicos. O governo do Equador apresentou ao congresso uma proposta que divide o espaço das comunicações em três setores iguais. Um terço para a mídia comercial, outro terço para atividades comunitárias e o último para o poder público, incluídos os poderes federais, estaduais e municipais. A proposta está no congresso equatoriano mas não é votada, porque a maioria parlamentar deve serviço aos magnatas da mídia e de outros poderes econômicos, sempre associados à mídia privada por interesses comuns, sobretudo de se servir do que é público. É como no Brasil.

Ele coincide comigo em estabelecer a diferença entre os que servem à população e os que se servem dela. Eu ainda faria diferença entre os que pretendem servir, mas não sabem como, os que não conhecem a população e seus códigos, os que querem mas em troca de cargos dirigentes e os que servem no cotidiano, sem querer nada pra si, além da satisfação de ver as coisas caminhando para melhorar, através da conscientização geral, da tomada de decisões por assembléias informadas e em condição de decidir.

Aponta a diminuição do poder das corporações imperiais - "sobretudo o financeiro" - e pede pro Wikileaks publicar tudo o que achou sobre o Equador - e ilustra com uma passagem significativa de comunicados secretos entre a embaixada e o governo dos Estados Unidos sobre o governo equatoriano. Declara a inevitabilidade do confronto em algumas áreas. Mas confrontos com a corrupção, com a exploração, com a interferência indevida, com o predomínio dos interesses privados sobre as sociedades.

Pra quem não sabe, existe um Wikileaks Brasil e inúmeros outros espalhados em outros países, não posso dizer em todos, mas tomara fosse.

Desnecessário afirmar a necessidade de divulgação deste material no acendimento de luzes no mundo.




Sobre Julian Assange, abrir a reportagem abaixo ("mais informações") e clicar sobre o nome Assange escrito em vermelho. Vários artigos a respeito.

Assange: “Barack Obama é um lobo em pele de cordeiro”

7 NOVIEMBRE 2012 
Julian AssangeObama parece ser uma boa pessoa e é exatamente esse o problema. Um cordeiro com pele de lobo é melhor que um lobo com pele de cordeiro”, afirmou Assange. E previu novos ataques contra o saite WikiLeaks por parte do governo estadounidense.
“Toda a actividade dos Estados Unidos contra o WikiLeaks começou durante a administração Obama”, acrescentou.

Assange apelou aos USA para libertar Bradley Manning, o soldado acusado de revelar uma enorme quantidade de documentos secretos militares y que está em confinamento solitário numa prisão militar há mais de dois anos

“A eleição de Barack Obama coincide com o dia 899 da prisão de Bradley Manning”, disse Julian.

O WikiLeaks enfureceu Washington em 2010, ao revelar milhares de documentos dos Estados Unidos sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão e constrangedoras comunicações diplomáticas das embaixadas estadunidenses, no mundo inteiro. Julian Assange foi detido no mesmo ano.

O jornalista australiano, que está refugiado na embaixada do Equador em Londres, nega as acusações de delitos sexuais que lhe são feitas. Afirma que se é extraditado para a Suécia, pode ser enviado depois aos Estados Unidos, onde enfrentaria un tratamento igual ao de Manning, ou mesmo la pena de morte.
Na semana passada, o WikiLeaks começou a publicar mais de cem arquivos confidenciais ou de acesso restrito do departamento de defesa estadunidense, revelando normas e procedimentos em prisões sob custódia militar dos Estados Unidos.

 (Tomado de RussiaToday) Tradução - Eduardo Marinho, em 8.11.12.

2 comentários:

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