Esse vídeo foi feito por Victor Belart, do Escafandro. Ele foi um dos autores do documentário "Escafandristas - cifrões, padrões e exceções", já publicado neste blogue.
Eu estava lá. Vi a "juntada" covarde no policial que caiu com uma pedrada. Era o último da fila, quando caiu os outros não viram. Desacordado, foi espancado por um monte de possessos, pelo menos dois insufladores à frente, convocando os demais. Infiltrados catalisando o ódio de grupos violentos, uns por ideologia, outros pelo massacre cotidiano, outros por índole violenta estimulada pela cultura midiática... não há como procurar culpas, numa análise ampla que procura profundidade. Culpar é ficar na superfície. Vergonha, sim, isso senti, ao ver a covardia insana, praticada nos moldes que o próprio sistema fabrica. Mas isso não ofusca a grandeza da movimentação, impressionante por si, rios e mares de gente que não acabava mais. Não é nenhum gigante acordando, como a globo criou até um personagem. É uma manifestação, um sacode de insatisfação com alguma tomada de consciência e muito descarrego de pressão.
Não dá pra concluir. As manifestações, desde então, continuam. Nos ataques do dia 20, sobre o milhão de pessoas que se manifestavam, nas perseguições movidas em todo o centro do Rio, com a polícia colocada em todos os pontos estratégicos e atacando com gases e balas de borracha qualquer ajuntamento de pessoas, que era só o que havia, grupos tentando fugir. Ataques policiais por todo lado, até no largo da Glória. Na Lapa, na Cinelândia, na Marechal Floriano, Presidente Vargas nem se fala, Campo de Santana, rua do Lavradio, Rio Branco, cheio de destacamentos policiais postados pra pegar todas as saídas da manifestação. Como disse um policial, era a vingança da polícia pelo espancamento do policial no dia 17. Estavam todos com aquilo atravessado na garganta.
Chamei os espancadores de possessos, mas pelo menos dois eu vi que estavam ali por encomenda, eles partiam pra cima dos policiais e voltavam conclamando os outros, que iam. Esses possessos não têm a menor consciência de que estão servindo aos interesses do sistema, em jogar uns contra os outros, em criar clima de conflito, espalhar o medo e justificar os ataques indiscriminados das forças de segurança às multidões que manifestam a inconformação com esse sistema que sacrifica a população pra beneficiar bancos e mega-empresários. Sistema muito bem montado nas costas do Estado.
OBSERVAR E ABSORVER - observareabsorver.em@gmail.com - Pra ver o trabalho, com dimensões e preços, clique no link abaixo de "Ver o trampo".
domingo, 30 de junho de 2013
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Se eu pudesse falar com a esquerda...
O texto abaixo se deve aos últimos acontecimentos, a rejeição dos partidos e bandeiras nas últimas manifestações, as infiltrações sujas nos movimentos, o "apoio" cooptador da mídia, esvaziando as propostas reais com uma quantidade enorme de propostas vazias. Enfim, velhas táticas de dispersão.
Confesso que estou pegando antipatia pela palavra fascista.
É o insulto mais utilizado no momento pelos meus camaradas de esquerda, de
todos os tipos e variantes que podem ser classificados assim – embora alguns
poucos tenham a mesma postura intolerante, arrogante e agressiva dos fascistas.
Agora qualquer um que esteja envolvido na bandeira do país é taxado de
fascista. Qualquer rejeição aos partidos políticos é fascismo. Isso é uma redução simplória e capenga. Não é porque os fascistas se
apegam neste e em outros símbolos “pátrios” que qualquer um com a bandeira faça
parte desse grupo tão insignificante no meio da população tão vasta. Há quem
use a bandeira por amor, os siglescos e partidários parecem não perceber a
desideologização e os condicionamentos dominantes. Inclusive a rejeição à política e aos políticos.
Desde há muito tempo percebi a arrogância das esquerdas
doutrinárias. Estava ainda na faculdade, em 1980 – ao entrar me encantei com as
teorias esquerdistas, com os estudos que revelavam os porquês da pobreza, da
miséria e apontavam caminhos pra superar essas condições –, participando dos
debates, das discussões e de algumas ações de rua, meio espantado com a
rivalidade entre grupos que discordavam, violentamente, se insultando por pensarem
diferente, insultos pesados, morais. Sempre estranhei isso. Depois percebi a
falta de penetração nas classes periféricas, o isolamento em que essas pessoas
se colocavam, restritas às academias e às suas agremiações, o que fazia que
manifestações de rua fossem vazias de gente comum, a esmagadora maioria, e me
parecessem melancólicas, infrutíferas, sem nenhum resultado real de
contaminação e mobilização do que chamavam de “as massas”. Aquele monte de
bandeiras, palavras de ordem repetitivas, punhos erguidos – e as pessoas
atravessavam a rua pra evitar o contato. Eram como clubes fechados, barulhentos
e chatos. Os militares já agonizavam na gerência da ditadura e a mudança de
fachada era iminente.
Eu aproveitava qualquer oportunidade pra viajar de carona,
pras aldeias e povoados bonitos, cachoeiras e matas e praias, a descarregar e
pensar minhas angústias da vida, num momento tão decisivo quanto o final da
adolescência e o início da juventude – havia servido o exército dos 16 aos 17
anos. Não sabia o que fazer da vida e o que me ligava à universidade – estudava
direito, mas não tinha o menor pendor nem pretendia ser advogado – era muito
mais o sentimento de dívida com a família e o movimento estudantil efervescente,
que já começava a me desencantar. Nos momentos de convívio com os mais pobres,
percebia a distância entre aqueles “revolucionários” e a população. E o que
tinha me parecido solução pras injustiças sociais foi se diluindo aos meus
olhos. O grupo dominante na política estudantil, na época, era o PC do B,
stalinista – na época. Mas havia uma constelação de agremiações e fui pulando
de uma pra outra, sem nunca me filiar, encontrando sempre uma arrogância, uma
intolerância, uma certeza religiosa de saber o caminho certo (o “único”), que
me causava certa repulsa. Eu não tinha certeza de nada e me sentia
desrespeitado a cada vez que não me deixava convencer por aquelas certezas e
mantinha minhas dúvidas – as acusações e os insultos eram inevitáveis. Por fim,
me refugiei entre os anarquistas, me sentindo mais respeitado, mas percebi que
eles não respeitavam os outros grupos e os ridicularizavam e provocavam por sua
vez, da mesma maneira ácida e insultuosa.
Com o esboço de consciência que já tinha da existência da
enorme maioria despolitizada nas periferias, na pobreza, nas classes baixas e
médias, constatei a esterilidade social dos universitários, sua distância da
realidade popular – “por aí não vai”, concluí. Por esse e muitos outros motivos
pessoais, larguei a escola, pus uma mochila nas costas e “sumi no mundo”,
peguei a estrada. Aprendi artesanato e passei a viver nas periferias, vivendo
nas ruas e estradas, morando em casebres de taipa, de palha, em pardieiros e
puteiros, expondo meus trabalhos nas calçadas, nos bares da noite. Nestes, às
vezes, encontrava pessoas daquele tipo engajado, com suas crenças, mas já não
os levava a sério, onde eu vivia não se sentia seu cheiro, eram ausentes no
meio do povo, restritos ao meio acadêmico, ao meio partidário, aos auditórios.
Sentia agora, neles, preconceito, ingenuidade e a mesma arrogância de sempre, o
que confirmava minha impressão de que, por ali, jamais viria uma revolução de
verdade. Em minha própria arrogância, achava que se eles fizessem como eu e
fossem viver em meio à pobreza, as “massas”, com humildade e espírito de
serviço, haveria mais chance de conscientizar partes mais significativas da
população e espalhar uma visão mais clara da nossa sociedade. Mas não, fechados
em seus grupinhos socialmente insignificantes, discutiam e esbravejavam
disputando qual o caminho pra “conduzir as massas”, numa ilusão a meu ver
absurda e ingênua. Em seu sentimento de superioridade intelectual, não
aprendiam as linguagens da população e esperavam que esta os seguisse, por
algum motivo que não entendo até hoje. Com o tempo, percebi que eles também eram condicionados a terem medo das áreas pobres, das favelas, das periferias, por não as compreenderem, por não conhecerem seus códigos e costumes e pelo sentimento de superioridade intelectual, que também fragiliza. Como disse Darcy Ribeiro, em Confissões, há grandes e excelentes intelectuais analfabetos ou semi-alfabetizados - em outras palavras, mas isso mesmo (Confissões, pp 169).
Vivendo no meio dos despossuídos, sentindo em minha própria
vivência as precariedades materiais, aprendendo, ávido, os valores espontâneos
que brotam ali, os códigos de comunicação, o desenvolvimento intuitivo, percebi
a profundidade da penetração do sistema com a força da mídia, alienando,
distorcendo a visão de mundo, provocando sentimentos de inferioridade diante
dos “ricos”, os mais bem vestidos, os de curso “superior”, que moravam em casas
“boas” e tinham carro – um abismo intransponível. Apesar disso, fui crescendo
em respeito pela força que eu via na sobrevivência, no dia a dia, na capacidade
de superação de imensas dificuldades cotidianas, pelos saberes que
passam despercebidos dos revolucionários de auditório e academia. Peguei
antipatia daquelas bandeiras partidárias, dos gritos de ordem, dos punhos
fechados, dos grupelhos intelectualizados cheios de soberba e sem nenhuma
penetração no meio popular, afora algumas exceções insignificantes. Não era uma
antipatia pessoal. A identidade da motivação - a inconformação diante da
miséria, da exploração, das injustiças sociais - mantinha o afeto. Mas lamentava
sua distância da maioria, achava um desperdício tanto conhecimento da realidade tão incapaz de se comunicar. E percebia, à minha volta, o sentimento de
estranheza e repulsa com relação a esses mesmos grupos, que “falam uma língua
que a gente não entende e chegam querendo mandar”. As raras vezes que via
tentativas deles em se comunicar, era evidente a impossibilidade. Seu linguajar
rebuscado – e creio que essa é a melhor forma de manter o conhecimento restrito
a pequenos grupos, sem uma proibição formal – causavam imediato desinteresse na audiência já escassa. E
eles se retiravam irritados com a falta de interesse da população, “muito
ignorante e alienada”, voltando a se restringir às bolhas acadêmicas, sem
questionar a própria incapacidade de serem entendidos. Estavam ali pra ensinar, como quem faz um favor. O orgulho cega.
Continua...
Continua...
sexta-feira, 14 de junho de 2013
Demonstrações e agonia de um Estado cooptado que trai sua população
Olha essa
chamada no feicebuque:
ATENÇÃO: Somos pacifistas, mas estamos
unidos em solidariedade ao Passe Livre São Paulo.
Dada a proximidade do nosso espaço ao centro da cidade, organizamos aqui
na MATILHA CULTURAL um
pequeno posto de atendimento de primeiros socorros, com enfermeiros
voluntários, vinagre, curativos e água. Quem participar da manifestação e
precisar de abrigo para se recuperar ou chamar ajuda, pode contar com a gente:
Rua Rêgo Freitas, 542, pertinho da Igreja da Consolação/Praça Roosevelt. TAMO
JUNTO! R$ 3,20 É UM ASSALTO! PEI!!!!”
A situação é clara, quando é preciso montar uma enfermaria
de emergência antes de começar o movimento de protesto contra o aumento das
passagens. O Estado está claramente contra a população, obediente aos seus sequestradores
podres de ricos, os mesmos que, pra garantir seus privilégios, traem o povo
brasileiro e o entregam como escravo à exploração do mesmo punhado de sempre,
há dinastias. As forças de segurança, garras afiadas, cérebros lavados e enxaguados,
“desarmava” os manifestantes que chegavam ou os prendia, se encontravam armas
de defesa – vinagre, máscaras contra gases – ou de ataque – megafones, latas de
tinta. Ninguém podia se defender dos ataques que eles programaram, das suas
armas de gases e balas de borracha. Nada de manifestar o pensamento nos muros,
nas paredes, em qualquer parte, já que nos negam o direito à voz.
A criminalização pela mídia, pelos poderes vigentes e pelos “gerentes”
institucionais beiram o ridículo – seria cômico, não fosse criminosamente trágico
o resultado dessas mentiras descaradas.
A mentalidade conservadora encontra
respaldo nas tendências facistas da elite paulistana e seus admiradores, que
demonstram seu ódio contra as mais que justas manifestações.
Notícias no mundo a respeito das manifestações em várias
capitais brasileiras. Não se espere nada de bom da mídia nacional – exceção para
as mídias alternativas, de pequeno porém crescente alcance.
A BBC Mundo, Brasil, destrincha o sistema de transporte
coletivo brasileiro pra entender as manifestações populares. Não é mais contra
o aumento, mas a favor da cidadania que o Estado nega à sua população. Está em
español, não tenho tempo pra traduzir. Mas é língua irmã, fácil de ler e
entender.
Abaixo a cobertura do Brasil de Fato, jornal independente
dos poderes econômicos que tomaram o Estado e impõem a mídia comercial traidora
do povo a serviço dos grandes vampiros.
São Paulo:
http://www.brasildefato.com.br/node/13233
Um passante relata o que viu e viveu. Atribui a responsa toda a Geraldo Alkmin. Eu já acho que se trata de uma marionete de luxo, funcionando a serviço do pequeno grupo de elite em Sampa - tá, vá lá, ele é um integrante. Mas o poder não está no governo, está bem acima, nos bastidores se vê o rabo.
http://ronaldobressane.com/2013/06/14/por-gentileza-tirem-geraldo-alckmin-do-poder/
Um passante relata o que viu e viveu. Atribui a responsa toda a Geraldo Alkmin. Eu já acho que se trata de uma marionete de luxo, funcionando a serviço do pequeno grupo de elite em Sampa - tá, vá lá, ele é um integrante. Mas o poder não está no governo, está bem acima, nos bastidores se vê o rabo.
http://ronaldobressane.com/2013/06/14/por-gentileza-tirem-geraldo-alckmin-do-poder/
Porto Alegre:
No Rio, a polícia disse que haviam 2 mil manifestantes. A
foto demonstra a mentira.
Leonardo Sakamoto descreve bem os acontecimentos, suas
raízes e suas consequências possíveis:
Mais barbárie e truculência. Já que os manifestantes não
tomavam iniciativas que justificassem a agressão da polícia, ela mesma tomou a
iniciativa e iniciou os tumultos, pra não perder a viagem. Minha solidariedade
aos poucos policiais com humanidade e escrúpulos, esses que são desprezados e
traídos pela própria corporação. Em geral sofrem tremendas angústias e acabam
somatizando em problemas de saúde física ou psicológica, às vezes psiquiátrica.
Seria preciso desfazer essa e construir outro tipo de polícia, que em suas
instruções e formação tenham a base na cidadania, na inteligência, no respeito
aos direitos do indivíduo e do povo como um todo, com base na Constituição
Federal – que também precisa ser refeita, depois de tantos remendos (emendas)
que a transformaram num livro de piadas de mau gosto, um franquestein
constitucional.
As forças de segurança são um elemento de base pra que a
sociedade dominada por interesses empresariais cometa crimes continuados e
progressivos contra a maioria da população. Olhaí:
O provocador vê um efeito colateral importantíssimo. Agora a
luta é por uma pátria livre para todos:
Repercussão internacional - http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,atos-sao-marcados-em-27-cidades-no-exterior-em-apoio-a-protestos-no-brasil,1042556,0.htm
Controle
biguebrodiano mundial
O controle se intensifica, a polícia fotografa, filma e
marca as pessoas que se destacam nas manifestações – e não apenas os
quebradores, os pequenos grupos que se divertem quebrando coisas e tocando fogo
pelos caminhos. Essa é a cara atual das “políticas de segurança”, uma segurança
contra o povo, procurando cabeças pra cortar, contando com o apoio judiciário
na ridícula criminalização das pessoas que não se conformam com a barbárie
imposta pelos bancos e mega-empresas através do Estado e das suas instituições
infestadas pela influência das elites egoístas que desprezam a maioria apesar
de viver às suas custas – aliás, por isso mesmo. O desprezo é o disfarce da sua
fraqueza pessoal e dependência. Armados com o aparato “público” que roubaram ao
público, sentem-se falsamente fortes ao fazer com que o povo seja brutalmente
atacado por esse simulacro safado de democracia.
Os vazamentos de informações que denunciam as estratégias de
infiltração, controle e repressão continuam acontecendo. Agentes a serviço da
tirania que conseguiram preservar sua humanidade, quando descobrem os crimes a
que estão servindo, iludidos por distorções da realidade, denunciam, apesar de
saber das perseguições implacáveis de que serão alvos. Bradley Manning, soldado
da inteligência estadunidense, confiante na mentira de que seu país defendia os
povos que atacava, ao descobrir os inúmeros crimes de guerra e contra a
humanidade ao que servia, divulgou as informações sobre esses crimes a Julian
Assange, jornalista australiano criador do Wikileaks, que já publicou milhões
de informações demonstrando o comportamento criminoso das potências ocidentais.
Os dois são odiados pelo sistema, Manning há três anos preso entrou em
julgamento agora, como traidor da pátria, passível de prisão perpétua ou mesmo
pena de morte. Assange está asilado há dois anos na embaixada londrina do
Equador, país pequeno e valente de Rafael Correa. E é ele quem denuncia o
julgamento de Manning – no segundo link abaixo.
Mais recente, Edward Snowden, funcionário do sistema de
informações estadunidense, denuncia o processo de espionagem irrestrito em
implantação no planeta como um todo, vigiando como na profecia de George Orwell
cada um e todo mundo, em seus telefonemas e comunicações em geral, na vida
particular e em toda parte. Denunciou, largou tudo e foi pra China,
literalmente, na esperança de durar mais tempo, ou mesmo conseguir viver. Abriu
mão da própria vida, sabe que provavelmente nunca mais vai poder voltar ao
convívio dos parentes e amigos, mas fez uma opção de consciência, diante da
situação aterradora que viu sendo criada pra dominar e controlar os povos, por
parte daquele punhado de vampiros planetários e seus cúmplices regionais, as
elites locais.
O blogue anti-nova ordem mundial publica sobre a instalação
do PRISM, denunciado por Edward Snowden:
No parlamento dominado pelos poucos podres de ricos,
trama-se o enquadramento de manifestantes na lei anti-terrorismo que o império
vem forçando pra impor aqui, com o apoio dos vampiros locais, cachorrinhos de
estimação das corporações internacionais que tiranizam o mundo, seja
massacrando com seu poderio militar, seja se infiltrando com sua falsa
diplomacia e seu financiamento dos “políticos” e das políticas favoráveis aos
seus interesses, sempre lesando os povos, saqueando recursos naturais e
dinheiros públicos em claros crimes contra a humanidade, com pretextos
claramente demagógicos e mentiras midiáticas. O projeto de lei está em pauta no
parlamento que finge representar o povo brasileiro.
PL contra o “terrorismo”:
Remoções
Se houvesse alguma dúvida quanto à farsa dessa democracia
fajuta em que se sabota, engana, rouba e reprime qualquer manifestação de
defesa ou descontentamento da população, aqui está mais um procedimento onde
fica bem clara a função imposta ao Estado, de servir aos ricos os sacrifícios
do povo brasileiro. A hipocrisia é descarada. Mas estamos acordando, aos
poucos. As manifestações são um sinal e a conscientização, o enraizamento das
mudanças que não só são necessárias desde sempre, como estão se aproximando a
olhos vistos. Daí o desespero e a violência induzida nas forças repressivas –
não têm merecido a definição de “segurança pública”, pois defendem os
interesses dos exploradores e atacam sua própria população –, mentes lavadas,
brutalizadas, transformadas em usinas de ódio e brutalidade.
Junto com a copa das confederações, deprimente espetáculo de
ostentação, consumo e alienação, começa a copa da cidadania, do esclarecimento,
da contestação no estilo da alegria que não se deixa abater, debaixo das mais
incríveis violências e injustiças. É a resistência sem limites que a maioria
tem, debaixo dos condicionamentos de inferioridade imposta pela publicidade
criminosa, como criminosas são as mensagens sub-liminares de todas as novelas,
filmes e programas apresentados pela mídia privada, ainda esmagadora mas que
perde espaço e crédito, em seu desespero raivoso com o andar das coisas. Os que
pregavam o fim da história tentam bloquear, impotentes, as mudanças que vêm,
inevitáveis, caminhando através da própria história. Estamos escrevendo, cada
vez mais, com nossas próprias mãos.
Copa das comunidades ameaçadas de remoção:
terça-feira, 11 de junho de 2013
Recado dado ao governo de agora, pra posteridade.
Não pude deixar de publicar isso.
Belo Monte e a ocupação: "Vocês não evitam tragédias, vocês executam."
Foto: Campanha Munduruku |
Carta número 9: tragédias e barragens (a luta não acaba nem lá nem aqui)
Nós saímos da ocupação da usina Belo Monte e viemos dialogar com o governo. (Atraídos, mais uma vez, com mentiras.)
Nós saímos da ocupação da usina Belo Monte e viemos dialogar com o governo. (Atraídos, mais uma vez, com mentiras.)
Nós não fizemos um acordo com vocês. Nós aceitamos a reunião em Brasília porque, quanto mais nós dizíamos que não sairíamos de lá, mais policiais vocês mandavam para o canteiro de obras ( e isso significava violências, mais risco pra todos, muitos pais de família, todas as pessoas dos povos originários, os parentes). E no mesmo dia em que seríamos tirados à força pela sua polícia, vocês mataram um parente Terena no Mato Grosso do Sul. Então nós decidimos que não queríamos outro morto (por isso aceitamos vir falar com vocês, de novo, apesar das traições permantentes, como via de regra). Nós evitamos uma tragédia, vocês não. Vocês não evitam tragédias, vocês executam.
Viemos aqui falar para vocês da outra tragédia que iremos lutar para evitar: a perda do nosso território e da nossa vida. Nós não viemos negociar com vocês, porque não se negocia nem território nem vida. Nós somos contra a construção de barragens que matam a terra indígena, porque elas matam a cultura quando matam o peixe e afogam a terra. E isso mata a gente sem precisar de arma. Vocês continuam matando muito. Vocês simplesmente matam muito. Vocês já mataram demais, faz 513 anos.
Não viemos conversar só sobre uma barragem no Tapajós, como vocês estão falando na imprensa. Nós viemos a Brasília exigir a suspensão dos estudos e das obras de barragem nos rios Xingu, rio Tapajós e rio Teles Pires. Vocês não estão falando apenas com o povo Munduruku. Vocês estão falando com os Xipaya, Kayapó, Arara, Tupinambá e com todos os povos que estão juntos nessa luta, porque essa é uma luta grande e de todos.
Nós não trouxemos listas de pedidos. Nós somos contra as barragens. Exigimos o compromisso do governo federal em consultar e garantir o direito a veto a projetos que destroem a gente.
Mas não. Vocês atropelam tudo e fazem o que querem. E para isso, vocês fazem de tudo para dividir os povos indígenas. Nós viemos aqui dizer para vocês pararem, porque nós vamos resistir juntos e unidos. Estamos reunidos há 35 dias em Altamira, e por 17 dias nós ocupamos a principal hidrelétrica que vocês estão construindo. Junto dessa carta nós estamos mandando todas as cartas das duas ocupações que realizamos. Leiam tudo com atenção para entender nosso movimento. E assim respeitá-lo, o que vocês não fizeram até hoje.
O desrespeito não vem só nas palavras. Vem na ação de vocês.
Na região da Volta Grande do Xingu, tudo está sendo destruído e virado de cabeça para baixo, desde que vocês liberaram a construção da barragem Belo Monte. Todos estão muito tristes e apenas os ricos ficaram bem. Os parentes brigaram muito. Até os trabalhadores da obra sofrem.
No Tapajós e Teles Pires, vocês estão começando agora, mas já nos desrespeitaram muito.
Em agosto de 2012, os seus pesquisadores começaram a invadir nossas terras e pegar nossos animais e plantas e contar hectares e medir a água e furar nossa terra.
Em outubro, a Funai e a Eletrobrás disseram em reunião que as barragens iriam sair de qualquer jeito, com nós querendo ou não querendo. E que colocariam força policial na nossa terra se fosse necessário.
Em novembro, a polícia federal atacou e destruiu a aldeia Teles Pires, onde somos todos contra as barragens. Adenilson Munduruku foi assassinado com três tiros e outros 19 indígenas foram feridos. No final do mês nós fomos a Brasília denunciar a operação da polícia ao Ministério da Justiça, Funai e Secretaria Geral da Presidência da República. Também fomos ao Ministério Público Federal.
Em janeiro de 2013, fizemos uma grande assembleia Munduruku na aldeia Sai Cinza, onde foi entregue ao funcionário da Secretaria Geral da Presidência da República um documento com 33 pontos de reivindicação.
No mês seguinte, nós fomos novamente à Brasília exigir alguma resposta da Secretaria Geral da Presidência sobre os 33 pontos. Conseguimos encontrar o ministro, mas ele ignorou nossas reivindicações e tentou fazer com que nós assinássemos um documento aceitando as hidrelétricas do rio Tapajós.
Para garantir à força os estudos das barragens, em março de 2013 o governo baixa um decreto que autoriza a entrada das tropas policiais em nossas terras. Um dia depois nossas aldeias foram invadidas por pelotões de policiais.
No Teles Pires, foram encontrados ossos de parentes, muito antigos. Vocês estão destruindo um lugar sagrado. Nós não pudemos aceitar mais isso. Por isso, ocupamos seu canteiro trazendo nossa reivindicação, exigindo do governo o compromisso em respeitar os povos originários desse país, em respeitar nosso direito à terra e à vida. Ou, pelo menos, respeitar a sua própria lei – a Constituição e os tratados internacionais que vocês assinam. Mas vocês querem destruir as leis que protegem nós, povos indígenas, com outras leis e decretos novos. Vocês querem legalizar destruição.
E agora chegamos aqui com vocês. Esperando que afinal vocês nos ouçam, ao invés de ouvir aqueles que pagam suas campanhas. Ainda que vocês não estejam dispostos a aprender a ouvir, nós estamos dispostos a ensinar.
Canteiro de obras de Belo Monte, Vitória do Xingu, 4 de junho de 2013
Viemos aqui falar para vocês da outra tragédia que iremos lutar para evitar: a perda do nosso território e da nossa vida. Nós não viemos negociar com vocês, porque não se negocia nem território nem vida. Nós somos contra a construção de barragens que matam a terra indígena, porque elas matam a cultura quando matam o peixe e afogam a terra. E isso mata a gente sem precisar de arma. Vocês continuam matando muito. Vocês simplesmente matam muito. Vocês já mataram demais, faz 513 anos.
Não viemos conversar só sobre uma barragem no Tapajós, como vocês estão falando na imprensa. Nós viemos a Brasília exigir a suspensão dos estudos e das obras de barragem nos rios Xingu, rio Tapajós e rio Teles Pires. Vocês não estão falando apenas com o povo Munduruku. Vocês estão falando com os Xipaya, Kayapó, Arara, Tupinambá e com todos os povos que estão juntos nessa luta, porque essa é uma luta grande e de todos.
Nós não trouxemos listas de pedidos. Nós somos contra as barragens. Exigimos o compromisso do governo federal em consultar e garantir o direito a veto a projetos que destroem a gente.
Mas não. Vocês atropelam tudo e fazem o que querem. E para isso, vocês fazem de tudo para dividir os povos indígenas. Nós viemos aqui dizer para vocês pararem, porque nós vamos resistir juntos e unidos. Estamos reunidos há 35 dias em Altamira, e por 17 dias nós ocupamos a principal hidrelétrica que vocês estão construindo. Junto dessa carta nós estamos mandando todas as cartas das duas ocupações que realizamos. Leiam tudo com atenção para entender nosso movimento. E assim respeitá-lo, o que vocês não fizeram até hoje.
O desrespeito não vem só nas palavras. Vem na ação de vocês.
Na região da Volta Grande do Xingu, tudo está sendo destruído e virado de cabeça para baixo, desde que vocês liberaram a construção da barragem Belo Monte. Todos estão muito tristes e apenas os ricos ficaram bem. Os parentes brigaram muito. Até os trabalhadores da obra sofrem.
No Tapajós e Teles Pires, vocês estão começando agora, mas já nos desrespeitaram muito.
Em agosto de 2012, os seus pesquisadores começaram a invadir nossas terras e pegar nossos animais e plantas e contar hectares e medir a água e furar nossa terra.
Em outubro, a Funai e a Eletrobrás disseram em reunião que as barragens iriam sair de qualquer jeito, com nós querendo ou não querendo. E que colocariam força policial na nossa terra se fosse necessário.
Em novembro, a polícia federal atacou e destruiu a aldeia Teles Pires, onde somos todos contra as barragens. Adenilson Munduruku foi assassinado com três tiros e outros 19 indígenas foram feridos. No final do mês nós fomos a Brasília denunciar a operação da polícia ao Ministério da Justiça, Funai e Secretaria Geral da Presidência da República. Também fomos ao Ministério Público Federal.
Em janeiro de 2013, fizemos uma grande assembleia Munduruku na aldeia Sai Cinza, onde foi entregue ao funcionário da Secretaria Geral da Presidência da República um documento com 33 pontos de reivindicação.
No mês seguinte, nós fomos novamente à Brasília exigir alguma resposta da Secretaria Geral da Presidência sobre os 33 pontos. Conseguimos encontrar o ministro, mas ele ignorou nossas reivindicações e tentou fazer com que nós assinássemos um documento aceitando as hidrelétricas do rio Tapajós.
Para garantir à força os estudos das barragens, em março de 2013 o governo baixa um decreto que autoriza a entrada das tropas policiais em nossas terras. Um dia depois nossas aldeias foram invadidas por pelotões de policiais.
No Teles Pires, foram encontrados ossos de parentes, muito antigos. Vocês estão destruindo um lugar sagrado. Nós não pudemos aceitar mais isso. Por isso, ocupamos seu canteiro trazendo nossa reivindicação, exigindo do governo o compromisso em respeitar os povos originários desse país, em respeitar nosso direito à terra e à vida. Ou, pelo menos, respeitar a sua própria lei – a Constituição e os tratados internacionais que vocês assinam. Mas vocês querem destruir as leis que protegem nós, povos indígenas, com outras leis e decretos novos. Vocês querem legalizar destruição.
E agora chegamos aqui com vocês. Esperando que afinal vocês nos ouçam, ao invés de ouvir aqueles que pagam suas campanhas. Ainda que vocês não estejam dispostos a aprender a ouvir, nós estamos dispostos a ensinar.
Canteiro de obras de Belo Monte, Vitória do Xingu, 4 de junho de 2013
quinta-feira, 6 de junho de 2013
Na mesma linha da copa. Como participar disso, alegremente?
Ali pelos cinco minutos começa a falar nossa língua. A África do Sul é o exemplo próximo passado, como diziam os antigos. Que se repete aqui, com mais apuro, mas a mesma vampiragem perversa.
O poder público e a mídia se unem na imposição de mentiras. Sacrificado é o povo, quanto mais pobre, mais sacrificado. Mas todos somos, cada um em sua vida. É preciso tomar consciência do que acontece. Pra que deixe de acontecer dessa maneira, algum dia. Por enquanto, esse trabalho dá sentido à vida. Se não de todos, mas de muitos e que se multiplicam, porque a maioria busca mesmo um sentido na vida.
Acima do poder público e de mídia está o poder econômico, um punhado determinando o destino de milhões em função dos seus interesses, banqueiros, mega empresários, vampiros vários que tornam o Estado incapaz de cumprir sua Constituição, de garantir os direitos básicos à sua população, infiltrado e dominado por tais figuras.
Carregamos valores plantados, impostos e falsos, pelo massacre midiático, publicitário, pelos costumes, pelas imposições sociais. Precisamos escolher os próprios valores, retirar os implantados, numa luta cotidiana e interna, como base pra existência externa.
Os mega-eventos carregam uma desumanidade implacável. Como se empolgar com isso?
terça-feira, 4 de junho de 2013
Copa, olimpíada, "revitalização", limpeza social, desrespeito permanente.
Essas "realizações" alardeadas pela mídia, obras faraônicas, eixos viários, construção de infra-estrutura pro show da Fifa e grupos empresariais, são uma demonstração clara do sistema em que vivemos, que nos foi imposto, incrivelmente, como "democrático" e "livre", quando é exatamente o contrário. Assistir as forças de segurança atacando populações para retirar seus direitos constitucionais, sob as ordens dos que dizem representar o povo, nos lugares onde os interesses empresariais tem sua cobiça é revelador, pros que não se deram conta, ainda, das mentiras que acorrentam a sociedade. Obviamente, isso não se assiste pela mídia, mas acompanhando a realidade pelas vias alternativas, vivenciando a realidade.
Milhares de famílias estão sendo cotidianamente expulsas dos seus lugares. O domínio dos políticos, das instituições, do poder público pela força econômica dos mais ricos inventa justificativas criminosas, preconceituosas, mentirosas, pra tirar a pobreza - que é causada pelo sistema social - do caminho, das vistas, como se lixo fossem. Minha humanidade se agita, em desespero. Como não perceber a desumanidade da sociedade humana? Como aceitar a participação nisso, como não se envergonhar de ser parte integrada nesta coletividade? Como considerar esses eventos que têm base na ganância e, em seu nome, matam, prendem, expulsam, espancam, torturam milhares de famílias tornadas invisíveis nos meios criminosos de comunicação? Como vestir uma camisa de um time, amerdalhada com os nomes das marcas hipócritas, que destróem almas e vidas em nome dos ganhos materiais astronômicos, que influenciam os poderes públicos contra o próprio público, sem nenhuma sensibilidade humana, sem nenhum respeito pela vida das populações, ao contrário, manobrando seus políticos comprados nas campanhas para fazer o roubo, a espoliação e a perseguição parecerem justas, com o apoio da mídia?
Os que se dizem revolucionários, os que desejam mudanças, o fim das injustiças sociais, como justificam o entusiasmo com esse espetáculo produzido sobre a dor, a dissolução e a morte de tanta gente? Não dói olhar no espelho, não? Quem se diz contra o sistema - e nem procura saber como colabora com ele, como sustenta os males da sociedade - devia era criar vergonha na cara e, das duas, uma: ou assume sua alienação e apoio à estrutura social - claro que desde que "se dê bem" - ou deixa de ser otário e pára de gritar de entusiasmo diante dessa aberração, esportes sem alma a serviço dos negócios perversos, indiferentes ao sofrimento de que são causa direta, indireta, transversal, diagonal, de todas as formas. Muitos destes vão, abestalhados, ostentar as marcas dos inimigos da humanidade em suas camisas, torcer por equipes patrocinadas por estes mesmo inimigos. Volumes absurdos de dinheiro, enquanto a miséria campeia à nossa volta. A postura revolucionária não admite concessões e é por isso que a palavra revolução anda desmoralizada e os tais revolucionários não passam de uns chatos sem coerência, arrogantes e estúpidos. Seus preconceitos, sua precariedade moral e suas contradições flagrantes os desacreditam.
Não pretendo participar de tal espetáculo vampiresco, não considero nenhuma "seleção" como representante dos povos de seus países e, sim, das marcas ostentadas em seus uniformes. Não vejo mais que festas macabras sobre escombros da humanidade. Como se contagiar com isso sem abrir mão da dignidade humana? Cada "alegria", ali, custa milhares de tristezas. Cada comemoração simboliza milhares de lamentações, cada prazer é fruto de incontáveis sofrimentos tornados invisíveis nas artimanhas da mídia. A energia inútil que se gasta nessas festas consumistas daria pra mudar o mundo. Mas se atira no lixo mais desprezível, na inutilidade estéril das agitações de massa em torno essa orquestração vampiresca que exerce seu demonismo nas noites de ataques às comunidades consideradas empecilhos ou simplesmente feias para as paisagens artificiais de ostentação, consumo e especulação. Sempre o lucro acima da vida humana, não tá na cara?
Ensino público destruído, o privado posto em função do "mercado"(eufemismo pra um punhado de famílias podres de ricas - ver www.proprietariosdobrasil.org), as informações distorcidas, deturpadas ou mentirosas, a favor das empresas e contra os povos, população ignorantizada e desinformada, enganada, explorada, desprezada, inferiorizada, submetida - e reprimida, quando não se submete e reivindica direitos fundamentais. Estado criminoso, alto empresariado mandante, população massacrada. Como participar disso, sem abrir mão da consciência ou da moral?
O sofrimento de um deveria incomodar a todos. Que dizer do sofrimento de milhares, provocado pelo egoísmo dos privilegiados e a indiferença geral dos que podem se informar? A tolerância que dedico aos inconscientes desaparece quando se trata de quem reivindica uma relativa consciência da realidade, quem percebe as manipulações e as falsidades dessa nossa sociedade. Estes abrem espaços na própria consciência, com justificativas ridículas e condicionadas, pra se entusiasmarem com o circo e relevarem a vampiragem que sacrifica a parte mais frágil e exposta da população, justamente quem constrói, mantém e sustenta todo o sistema, por ser a imensa maioria.
Declaro minha repulsa a tais eventos, às ações hipócritas do poder falsamente público, à participação de todas as formas. Se não me dou o direito de desprezar ninguém, desprezo o apoio, a conivência, o envolvimento, mínimo que seja, a aceitação, mesmo a indiferença a esses acontecimentos. Pra mim, estão claramente cometendo crimes contra a humanidade, a rodo, planejados nos bastidores da sociedade, da alta sociedade que se esconde atrás da realidade mentirosa apresentada pela mídia, esta porta voz dos vampiros e defensora incondicional dos interesses econômicos que dominam a sociedade.
Abaixo republico o documentário "Domínio Público", onde se mostram com toda a clareza a utilização das forças públicas contra os abandonados pelo Estado, reforçando os crimes de lesa-humanidade, tratando as vítimas como criminosos, como lixo - produzido pelas mesmas disposições desumanas, pela concentração de riquezas, pelo desprezo pelo ser humano. O filme teve que ser feito através de colaborações, como se vê logo no início. Ou deve ser feito um bem maior, não sei bem. O que tem nele basta. Mas se vier mais, ótimo.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Alerta! Povos originários sob ameaça em Belo Monte!
Força Nacional na área. Até pouco tempo atrás, essa força federal só podia atuar nos estados a pedido do governador. Enfiaram mais uma emenda em nossa tão estuprada constituição e incluíram "ou ministro de estado" na frase da lei, e o governo federal adquiriu o direito de intervir em qualquer estado da federação com essa força armada especial. Uma irresponsabilidade, já posso imaginar situações de confronto entre as PMs estaduais e essa peême federal. Se os governos forem opositores ferrenhos ao governo central...
Belo Monte é uma preocupação - e uma obsessão - do governo federal porque é compromisso de campanha, em troca do "apoio" dessas mega-empresas multinacionais "brasileiras". O "consórcio" das empresas construtoras é constituído pelos que financiam as campanhas eleitorais, daí determinarem as políticas "públicas". São os encontros a portas fechadas, ou na calada da noite, em lugares distantes dos olhos e das lentes, entre financiadores e financiados, a hora de fazer os acertos. A velha falcatrua da "democracia", mantendo o povo na ignorância, na desinformação, enquanto o engana e tiraniza.
Assistir o vídeo mostra que os povos indígenas daquela área estão ameaçados de morte pelo Estado. É preciso divulgar, se manifestar, apoiar os povos originários e ribeirinhos, os povos das florestas.
Neste blogue há informações sobre Belo Monte, desde quando o desastre havia apenas começado, sob nebulosa divulgação da mídia dominante que o apoiava, contra os povos locais. Coloca Belo Monte na procura que aparece.
No mais, no mínimo, divulgar esse desdobramento, vai que se consegue impedir. Isso seria o ideal, no momento.
Belo Monte é uma preocupação - e uma obsessão - do governo federal porque é compromisso de campanha, em troca do "apoio" dessas mega-empresas multinacionais "brasileiras". O "consórcio" das empresas construtoras é constituído pelos que financiam as campanhas eleitorais, daí determinarem as políticas "públicas". São os encontros a portas fechadas, ou na calada da noite, em lugares distantes dos olhos e das lentes, entre financiadores e financiados, a hora de fazer os acertos. A velha falcatrua da "democracia", mantendo o povo na ignorância, na desinformação, enquanto o engana e tiraniza.
Assistir o vídeo mostra que os povos indígenas daquela área estão ameaçados de morte pelo Estado. É preciso divulgar, se manifestar, apoiar os povos originários e ribeirinhos, os povos das florestas.
Neste blogue há informações sobre Belo Monte, desde quando o desastre havia apenas começado, sob nebulosa divulgação da mídia dominante que o apoiava, contra os povos locais. Coloca Belo Monte na procura que aparece.
No mais, no mínimo, divulgar esse desdobramento, vai que se consegue impedir. Isso seria o ideal, no momento.
Belo Monte: Indignados, indígenas rasgam mandado de reintegração de posse
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