domingo, 13 de outubro de 2013

Orçamento devorado - que se dividam os restos com o povo





Eu lembro dos enfermos sem atendimento, dos postos de saúde fechados ou sem recursos, sem remédios, sem médicos; das escolas periféricas, praticamente abandonadas à própria sorte e à criatividade e sacrifício de educadores e funcionários, o ensino público sabotado e em ruínas, sem condições de instruir com um mínimo de dignidade e cidadania; lembro dos transportes superlotados todos os dias, em situação de tortura coletiva, sem o menor respeito pela população que constrói, mantém, sustenta e põe pra funcionar a sociedade como um todo, desinstruída e alienada pela mídia; das forças de segurança preparadas pra contenção de massas, em caso de inconformação com as situações de barbárie.

Vejo as forças de segurança atacarem a população que se manifesta por seus direitos constitucionais, defendendo os interesses dos patrões, de mega-empresários que se apossaram da política, com suas milionárias doações de campanhas eleitorais. São meros investimentos para ter lucros gigantes em obras públicas superfaturadas, isenção de impostos e todas as vantagens que o aparato "público" pode oferecer, às custas do sofrimento cotidiano da maioria. As políticas públicas são ditadas por banqueiros e mega-empresários, por associações patronais, pelo poder econômico. Dominam as instituições, sabotam a educação e contam com a mídia empresarial pra distorcer a realidade, manipular a opinião pública e impor valores e comportamentos de acordo com os interesses empresariais.

A dívida é uma armação estratégica pra submeter o país aos banqueiros mundiais, às mega-empresas transnacionais, ao punhado de vampiros da humanidade. No livro "Confissões de um assassino econômico", de John Perkins, as denúncias são claras e evidenciam essa estratégia criminosa de controlar e tornar países inteiros miseráveis, com exceção de elites locais que gerenciam o crime contra a humanidade.

Depois de "Confissões", sugiro completar o ciclo com "A melhor democracia que o dinheiro pode comprar", de Greg Palast, jornalista que, depois de publicar esse livro, teve que sair do seu país (Estados Unidos) e foi viver e trabalhar em Londres. A partir da segunda edição, ele incorporou o Capítulo Brasileiro, relatando como o Citygroup forneceu a fortuna que comprou o congresso pra aprovar a emenda constitucional que reelegeria FHC - que assumiu o compromisso de privatizar (doar pros mega-empresários) o patrimônio público do povo brasileiro, as mais lucrativas estatais, as áreas estratégicas de energia e transportes, mineradoras como a Vale do Rio Doce, Usiminas e tantas outras. Há outro livro sobre o tema, que não li ainda, "O príncipe da privataria", de Palmério Dória. Além, claro, de "Privataria Tucana", de Amaury Ribeiro Júnior.

Por isso, quando vejo esses "políticos" protestando contra investimentos sociais, contra o financiamento público de campanha, simulando defender os dinheiros e o patrimônio público, sem mencionar essa dívida-draga, sinto cheiro de podre, nojo e uma imensa raiva.

Artigo de La Fattorelli - http://www.auditoriacidada.org.br/wp-content/uploads/2013/09/Artigo-Orcamento-2014.pdf


5 comentários:

  1. Boa mano! Eduardo depois escreve sobre esse crise do império ai.. mais uma estratégia da agenda biudebergui? 3 guerra?

    ResponderExcluir
  2. "é contra essa alienação que precisamos trabalhar.... galera fica alienada lendo notícias políticas e assistindo tragédias nos noticiários e não se foca em saber coisas relevantes e promover a mudança através de ações simples.....
    ficam batendo na tecla do "dinheiro público" enquanto milhares de pessoas morrem de fome e ignorância....."
    (papo de formiguinhas fazedoras)

    ResponderExcluir
  3. Belê, Eduardo! Quanto mais pudermos alertar a maioria, de que precisa pesquisar para embasar melhor o pensamento ao invés de ficar sendo constantemente "alienada" pela mídia capitalista/neoliberal, ainda é pouco. Semana retrasada postei no "meu" blog - Em defesa do Brasil - pois estou pressentindo muita situação anormal, para 2014. Diariamente, esses meios de comunicação batem na tecla de que os "Investidores" estão aborrecidinhos com o cenário econômico, do Brasil! Eles não estão gostando de que parte da farra cometida, de forma irresponsável, pelo governo de FHC - privatizações (leia-se quase doações) conforme comentário de Noam Chonsky em seu livro O lucro ou as pessoas, sobre a Vale do Rio Doce. Também nesse governo, fechamento das Escolas Técnicas; precarização do ensino público como forma de facilitação da entrada de milhares de escolas particulares; etc, etc, etc... Na capa da revista veja(em minúsculo, mesmo) da edição de 23/01/2002, esta estampada a manchete de que o País tinha 'CINQUENTA E TRÊS MILÕES DE PESSOAS ABAIXO DA LINHA DA POBREZA E DESSAS PESSOAS, VINTE E TRÊS ESTARIAM EM SITUAÇÃO DE INDIGÊNCIA OU MISÉRIA". Hoje, 2013, temos ainda cerca de 18 milhões de pobres, no País; há muito a ser feito mas, o Sr. Mercado não está nem aí; o que ele quer - ardorosamente - é retorno de governo mais alinhado com suas diretrizes - leia-se - COMANDOS! O que se pode fazer pra alertar-nos?

    ResponderExcluir

observar e absorver

Aqui procuramos causar reflexão.