sábado, 6 de julho de 2019

Percepção da farsa - também dentro de cada um de nós

Nisso que dizem ser uma democracia, nada é o que parece, nada é o que diz ser. Não há democracia além da fachada, o que há é apenas um cenário formado por instituições ditas democráticas, cenário falso, institucional, e marionetes a rodo, sorridentes e mentirosas, encenando a farsa nefasta de uma democracia falsa, um sistema parasita, escravista, desumano, anti-social, que produz ignorância, desinformação, egoísmo, ânsia de consumo e alienação pra se manter, invisível, sem ser percebido, no escuro dos bastidores da institucionalidade cênica e macabra.

O sistema de ensino, educação e preparação de pessoas para serem adultas se divide entre a parte que forma a grande maioria, para ser explorada, de baixa qualificação e salários, para serviços pesados, sacrificados, de maior risco e desgaste; a que forma, nas classes médias, os organizadores, gerentes, supervisores, diretores, os qualificados encarregados de exercer a perversidade social, sem questionar as injustiças, em nome de seus direitos garantidos e, talvez, alguns privilégios; e a parte mínima, de elite, formadora dos mandatários, dos que vão exercer seu poder econômico, social, midiático sobre os chamados poderes públicos - as marionetes no palco das "políticas" partidárias, institucionais, entre poderes falsamente públicos, num Estado seqüestrado, dominado, infiltrado pelos poderes econômico-financeiros e pressionado pelo controle das comunicações, com a mídia empresarial como porta-voz dos interesses banqueiro-empresariais e enganadora-mor da população, sedutora, usando conhecimentos de psicologia do inconsciente, trabalhando criminosamente na distorção da realidade, na mentira, na criação de mentalidades ainda que momentâneas e desde que atendam interesses imediatos. Estamos vendo acontecer com o 'ministro da "justiça"', peça fundamental pra impedir a continuação do ciclo petista de administração estatal e iniciar a destruição da indústria nacional, vista como "ameaça aos seus interesses" pelos gringos que manobram nos bastidores dos poderes na América Latina e pelo mundo afora, onde conseguem. A "peça fundamental" se torna descartável. As riquezas estão dominadas, petróleo, mineração, agricultura, indústrias em marcha lenta, exportação de matérias primas, o país sendo posto em grilhões, de joelhos, subalternizado, o território sendo entregue aos colonizadores estrangeiros, o povo roubado em seus direitos pela cumplicidade das elites locais já psicologicamente construídas em subalternidade completa.

O sistema de saúde é dominado por laboratórios, indústrias da medicina, interesses econômicos que têm no lucro sua maior importância, o que faz a doença mais interessante que a saúde, porque a saúde não compra remédio nem busca tratamento, a doença sim e isso é que é lucrativo. Nessa lógica, não há surpresa na existência de tráfico de órgãos, máfias de todo tipo, próteses, tratamentos psiquiátricos, coisas de dar terror em quem não tem idéia do que acontece nos subterrâneos da sociedade.

O sistema de transporte, máfia de todo tipo, transporte de carga é mais eficiente que o de passageiros, em toda parte se encontram sintomas de que a sociedade não tem no seu centro de importância o ser humano, mas o patrimônio, o interesse econômico. A vida, o povo, o ambiente, estão em plano secundário e isso se vê na própria formação das pessoas que constituem a coletividade, em sua visão de mundo, seus desejos e objetivos de vida, desumanizados na educação empresarista que faz do mundo uma arena competitiva onde é cada um por si. A busca da harmonia coletiva, o atendimento de toda necessidade básica da população e de cada um, o equilíbrio e a justiça social como objetivos comuns da sociedade como um todo não se vê em nenhuma escola.

Mineração, agricultura, pecuária, em todas as áreas prevalecem máfias, como o é o próprio modelo social, a própria estrutura da sociedade. Essencialmente empresarista e desumana, anti-social em função do lucro extremo a custo mínimo. Um custo em desrespeito e sofrimento para a maioria.

Nas formações acadêmicas programa-se mesmo as mentalidades revolucionárias, de forma a não oferecerem riscos à estrutura social como ela é. A a gente vê o resultado, na arrogância, na distância, na incapacidade de entender e participar do processo na humildade, com muito mais produtividade, em capacidade revolucionária, em mutações verdadeiras. É preciso perceber com profundidade as próprias grades e correntes, porque é nelas que começa o trabalho coletivo. A partir do trampo interno, íntimo, individual, em cada componente da coletividade humana, se faz o verdadeiro trabalho coletivo, sem pretensão e com espírito de serviço. É preciso estar pronto a largar tudo o que acreditávamos no momento em que percebemos dentro de nós mesmos que estávamos errados. Um apego aí e permanecemos atados ao passado e, por consequência, impedidos de seguir livremente em frente.

11 comentários:

  1. Postei no Face este. Considero que quem leia e Concorde,poderá fazer parte do nosso Circo Místico da indignação e do inconformismo. Quebrar correntes e amarras sociais. Desligar a TV e se ligar em VC.Valeu!

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  2. Incrível, concordo mto. Descreve mta coisa que tanto expressar e não consigo

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  3. Concordo. Com a maior parte, porém por ser um administrador por formação, vejo que muito das melhorias que temos hoje, como por exemplo: Tratamentos médicos, a própria internet, o próprio avanço tecnológico através de smartphones, precisou do capitalismo como também das políticas públicas, o que está errado é a medida como em tudo se dá na vida, se as políticas públicas como o capitalismo realmente funcionassem corretamente, tudo estaria caminhando para uma harmonização, como existe em países desenvolvidos como Suiça, Noruega.

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    1. Para que Noruega e Suiça estejam caminhando para uma harmonização é obrigatoriamente necessário que outros países estejam em situação de miséria. Da maneira como vivemos agora não há como todos os países estarem caminhando para esta harmonização que você cita, justamente porque para que ela aconteça é necessário que outros países sejam explorados. No caso específico de Suiça e Noruega você pode ir atrás da "sujeira" que os bancos suiços e algumas empresas da Noruega fazem em países de fora da Europa para que sustentem sua "harmonização" interna. É uma ilusão acreditar que neste sistema mercantilista/capitalista haverá harmonia entre os países e internamente dentro de um país pois a própria essência deste sistema necessita de disparidades para que haja funcione, já que depende exclusivamente de exploração, nesse sistema alguém ou algo deve necessariamente ser explorado.

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  4. Fazemos sim, parte dessa engrenagem horrorosa. Uma leitura boa pra levar consciência, tenho que compartilhar.

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  5. Boa noite, Eduardo Marinho!! Descobri seus vídeos recentemente e fiquei impressionado com seus questionamentos que nos levam sempre a uma reflexão profunda sobre o mundo em que vivemos. Sua trajetória de vida me fez lembrar de grandes homens como Buda e São Francisco de Assis, que renunciaram a uma vida de luxo e conforto em busca de um sentido em suas existências e de sua própria essência. Seus pensamentos me fazem lembrar muito o sábio indiano Krishnamurti. Sou de Fortaleza-CE e também filho de coronel da PM reformado do meu Estado, a quem eu respeito muito e admiro, mas nesses últimos anos tenho sempre questionado o papel da PM junto à população mais carente, porque as forças de segurança representam a mão pesada do Estado contra a população pobre deste país. Eu concordo com você que o Estado é uma grande farsa, uma instituição criminosa a serviço dos grandes empresários e banqueiros internacionais. E as massas são mantidas em sono profundo da consciência através de uma cultura midiática que incuba nas pessoas os valores mais medíocres com letras de música de gosto duvidoso e programas dominicais que em nada acrescenta na vida particular de cada um de nós, assim como as telenovelas, o futebol, os "reality shows" etc. Enfim, somos produtos do que "comemos" midiaticamente. Eis a minha reflexão!!

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  6. Edu, se a simplicidade que você tanto fala e com a qual eu concordo prevalecesse, que bom seria.

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  7. Eu gostaria muito ver o Eduardo Marinho escrever um livro ,pois seria um Best Seller inclusive digo a nivel Mundial pois ele tem bagagem e conhecimento academico e filosofal e vivencial tb .

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