Vencer na vida não é enriquecer, mas sim chegar ao fim dessa passagem, que começa no nascimento e termina na morte, de bem com a própria consciência. Vencer na vida é chorar quando se nasce e sorrir quando se morre. A morte não é uma tragédia, uma desgraça, mas sim conseqüência de ter nascido. Tudo que nasce, morre. Nós todos estamos aqui de passagem. É preciso levar isso em conta, diante do massacre publicitário-midiático que faz tudo pra impor nossos objetivos de vida como sendo consumir, desfrutar de prazeres materiais. A matéria é nosso veículo, não nossa finalidade. O tempo é implacável, todos sairemos da dimensão material. Impressionante como as pessoas não se ligam, mesmo vendo todos os antigos indo embora, mesmo percebendo o próprio envelhecimento. Vence quem sai limpo de maldades, de mentiras, vence quem mais beneficiou, vence quem tem facilidade em se desapegar de tudo, matéria e relações, vence quem não se deixou levar pelos valores desse mundo, controlado e dominado por interesses materiais. Chega a ser estúpido se deixar convencer que se vale o que se tem, não pelo caráter, pela amorosidade, pela sensibilidade, pelo senso de justiça. Deus não premia com riquezas, mas com paz de espírito. A verdadeira riqueza é imaterial.
Obs.: Uso a palavra "Deus" pra simplificar o entendimento do que vejo como espiritualidade e não ouso definir. Não tenho alcance pra conceber o "supremo ser do universo", já que, como se sabe, o ser humano não alcança, nem de longe, o próprio universo como um todo. Não nos é possível saber onde são os seus limites, nem se tem limites. Aguardo minha compreensão se desenvolver, sem pretensão de entender ou explicar o que não alcanço. Mas espiritualidade eu sinto plenamente, desde muito cedo, e já comprovei seus efeitos e interferências em minha própria vida.
Todos o ser humano tem, em vida, a possibilidade de se libertar da morte, só que normalmente só pensa nisso quando ela lhe está próxima.
ResponderExcluirComo escreveu Luís Vaz de Camões em os Lusíadas: "E aqueles que por obras valerosas
se vão da lei da morte libertando".
Muita clareza de pensamento. Gostaria de escutar (assim como acredito que outros) sobre suas experiências na espiritualidade. É sempre interessante compartilhar as experiências daquilo que é incompreensível.
ResponderExcluirVencer na Vida é ter consciencia que o tempo é curto. A midia "vende" a morte como o oposto do "auge consumista" , quem não adere ao consumismo doente torna-se invisivel, deixa de existir. Entender a morte como consequencia de ter nascido, e não como deixar de ser consumista, é olhar para a vida como ela é. É como comparar uns sapatos de marca com 5 minutos de tempo com alguem que se ama.. Não ha comparacao.
ResponderExcluirEduardo Marinho, sinto um forte tom de angústia e irritação em suas palavras. Você tem a consciência da verdade, tem o dom da comunicação, mas usa uma certa dose de violência em transmitir seus pensamentos. Senti isso nesse artigo, e no último. Sei que a vida foi dura contigo, e que muitas vezes o que grita dentro de nós pode sair sem controle, mas se não aperfeiçoarmos continuamente a "estação de tratamento" interna das palavras estaremos sem perceber contaminando ao invés de esclarecer. A luz do conhecimento é sempre amorosa e compassiva, porque o amor é a única verdade do universo. Espero que esteja tranquilo e em paz, apesar de todos os ultimos acontecimentos no nosso país. Abraço!
ResponderExcluirObrigado por compartilhar tamanha riqueza. Esta no meio do rebanho e ao mesmo tempo respirar na superfície (sai da bolha) é um processo doloroso, mas ler inspirações assim nos monstra que a direção esta certa. Obrigado 🙏
ResponderExcluir"vence quem tem facilidade em se desapegar de tudo, matéria e relações" - fiquei a pensar nesta frase do Eduardo. Desapegar da matéria entendo, mas desapegar de relações é bem dificil em alguns casos. Reparei que facilmente se destrói as relações "boas", e que facilmente ficamos "voluntariamente sequestrados" em relações más e não as conseguimos deixa-las. Acho que fomos induzidos a isso, numa relação má, na hora de decidir, lembramos da parte boa apenas, e ignoramos nós proprios, e adiamos os passos dificeis que temos de dar para sair dela. Numa relação "boa" olhamos para a parte má, e deitamos tudo a perder sem hesitar. Numa relação má vamos buscar sentimentos bons para continuar nela. Numa relação boa vamos buscar sentimentos maus para sair dela. Olhamos para as superficialidades e as aceitamos como verdades.
ResponderExcluirObg pela sabedoria mestre
ResponderExcluirSinto assim também.. somos seres espirituais vivendo uma experiência na matéria e envelhecer é um dos últimos exercícios do desapego... A cara é eu fazer o melhor que eu puder até lá e estar pronto pra próxima!!
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